O economista Alfredo Bertini, diretor e idealizador do festival Cine PE, foi escolhido por Marcelo Calero, Ministro da Cultura, para assumir a Secretaria do Audiovisual no governo de Michel Temer.
Além de ser responsável pela realização do Cine PE, Bertini é autor de livros como “Economia da Cultura” e foi presidente do Fórum Nacional dos Organizadores de Festivais Audiovisuais Brasileiros. Ele também tem participação política ativa. Entre 1994 e 1995, foi Secretário Adjunto de Pernambuco, quando começou a desenvolver projetos como o Festival de Cinema do Recife. De 2004 a 2005, ele também assumiu a Secretaria de Turismo e Esportes da prefeitura de Recife.
Neste mês, Bertini escreveu um artigo sobre a Lei Rouanet em que defende aperfeiçoamentos. No texto, ele destaca que a lei não é perfeita, mas tampouco é responsável pela sustentação de “artistas vagabundos”, muito menos tem grande impacto nas contas públicas. Muito maiores são os incentivos a outros setores da Economia, que não geram tantos empregos nem contrapartidas aos brasileiros. “É lamentável, portanto, quem enxerga o principal instrumento de custeio cultural como um ‘escândalo’ ou algo parecido, em função de falhas absolutamente corrigíveis”, ele opinou.
Como um realizador cultural, que enfrentou na pele as dificuldades de realizar o Cine PE deste ano, com corte de 50% de incentivos da Lei Rouanet e dificuldades para captação, a Secretaria do Audiovisual passa agora a ter um profissional que entende e conhece as dificuldades do setor. Mas, como tem sido regra na atual conjuntura, até esta nomeação enfrentará protestos.