A atriz francesa Madeleine Lebeau, que ficou conhecida ao interpretar Yvonne, a amante abandonada de Rick Blaine (Humphrey Bogart), em “Casablanca” (1942), morreu no dia 1 de maio, na Espanha, depois de quebrar o fêmur. A informação só foi confirmada agora pelo enteado dela, Carlo Aberto Pinelli.
Lebeau chamava atenção no filme ao aparecer cantando “A Marselhesa” num duelo com os alemães no Rick’s Cafe. Ao final do hino francês, gritava “Viva la France!”, para consternação dos nazistas. Ela era a última integrante do elenco clássico que permanecia viva.
Madeleine nasceu em 1923 na França e, assim como sua personagem em “Casablanca”, ela também fugiu do país após a ocupação nazista. Em Hollywood, ela ainda participou de “Paris nas Trevas” (1943), sobre a resistência francesa, e “Música para Milhões” (1944), um musical de grande sucesso.
Com o fim da 2ª Guerra Mundial, ela voltou à terra natal, onde seguiu carreira no cinema europeu, causando furor ao aparecer nua na comédia picante “Et Moi j’te Dis qu’elle t’a Fait d’l’oeil!” (1950).
Entre os clássicos que estrelou em seu retorno à França ainda se destacam o noir “Encruzilhada do Pecado” (1951), que foi seu principal desempenho dramático, a cinebiografia “Napoleão” (1955), as comédias “Ele, Ela… e o Outro” (1956), do mestre Marcel Carné, e “O Príncipe e a Parisiense” (1957), com Brigitte Bardot, o drama “Mercado Negro” (1958), com Alain Delon.
Ao final da carreira, ela ainda atuou em dois clássicos que, de modos diferentes, marcaram a história do cinema: a obra-prima italiana “8 1/2” (1963), de Federico Fellini, e um dos maiores sucessos do cinema francês, o romance de época “Angélica, a Marquesa dos Anjos” (1964), de Bernard Borderie.