O Bom Dinossauro é um dos filmes mais infantis da Pixar

O novo filme da Pixar é claramente um passo atrás em relação a “Divertida Mente”, realizado no mesmo ano. De todo modo, não chega a comprometer a reputação da empresa de animações, […]

O novo filme da Pixar é claramente um passo atrás em relação a “Divertida Mente”, realizado no mesmo ano. De todo modo, não chega a comprometer a reputação da empresa de animações, que continua sendo a melhor da indústria em Hollywood. “O Bom Dinossauro”, de Peter Sohn, o homem que havia assinado o belo curta “Parcialmente Nublado”, exibido antes do superestimado “Up – Altas Aventuras”, dialoga bem com as crianças, mas não possui a sutileza dos outros desenhos da companhia, que encantam os adultos.

Não faltam, porém, referências à história da Disney e da própria Pixar, pois há uma sequência de morte em família que vai remeter a clássicos como “Bambi”, “O Rei Leão” e “Procurando Nemo”. Se não transmite a mesma intensidade trágica pode ser por falha da direção, mas também uma opção para não assustar demais seu público infantil. Entretanto, esta preocupação não impediu “Valente”, por exemplo, de possuir elementos assustadores, capazes de perturbar os pequenos.

De todo modo, o que conta mesmo em “O Bom Dinossauro” é a relação de amizade improvável que surge entre o pequeno dinossauro desastrado Arlo e o garotinho selvagem Spot. O filme se passa em um mundo alternativo em que os dinossauros não se extinguiram e convivem com os homens pré-históricos.

Arlo se distingue logo dos demais por nascer dentro de um ovo enorme, mas ser bem pequeno. Ele sente dificuldade em se ajustar e em desempenhar um bom trabalho como seus irmãos, mas o pai sente muito carinho por ele e diz que Arlo é melhor do que ele. Uma tempestade faz com que ele se perca de sua aldeia e vá parar em lugares perigosos e viva grandes aventuras, enfrentando tanto inimigos quanto os próprios medos. É uma história sobre a jornada do herói, a construção da maturidade de um jovem e também um belo filme de amizade, que se desenrola à medida em que Arlo e Spot passam a ver que se completam. E que ambos estão perdidos, de certa forma, de suas famílias.

Há um momento bem comovente e que pode fazer chorar até mesmo os mais velhos, embora alguns possam enxergar nisso um exagero melodramático. É quando “O Bom Dinossauro” quase atinge o status de grande filme.

Antes do filme ainda é exibido um curta-metragem chamado “Os Heróis de Sanjay”, de Sanjay Patel. Comparado com outros curtas da Pixar, este é um dos menos memoráveis, embora seja visualmente bonito e lide com a importância de a criança exercitar a criatividade e ter o seu próprio universo de fantasia. E ainda traz elementos da cultura indiana, o que é um aspecto curioso.