European Awards | “Anatomia de uma Queda” é o grande vencedor do Oscar europeu
O suspense “Anatomia de uma Queda”, da diretora francesa Justine Triet, foi o grande vencedor do 36º European Film Awards, que aconteceu em Berlim na noite deste sábado (9/12). A produção, que já tinha vencido o Festival de Cannes no começo do ano, arrebatou cinco troféus. Além de Melhor Filme Europeu do ano, o longa rendeu à Triet os troféus de Melhor Direção e Roteiro (compartilhado com Arthur Harari). Os outros prêmios foram de Edição para Laurent Sénéchal e Melhor Atriz para Sandra Hüller. A produção francesa, que só vai estrear em fevereiro no Brasil, venceu filmes fortes de cineastas renomados, entre eles “Zona de Interesse” de Jonathan Glazer, “Folhas de Outono” de Aki Kaurismäki, “Green Border” de Agnieszka Holland e “Io Capitano” de Matteo Garrone. Outro destaque da premiação foi “The Promised Land”, do diretor dinamarquês Nikolaj Arcel, que a Mads Mikkelsen o segundo troféu de Melhor Ator da Academia Europeia de Cinema – ele já tinha vencido anteriormente por “Druk – Mais uma Rodada”, em 2020. A produção nórdica também venceu os troféus de Figurino e Fotografia. A lista de premiações ainda reconheceu a diretora britânica Molly Manning Walker com o troféu Descoberta, pelo filme “How To Have Sex”, que acompanha um grupo de adolescentes em férias na Grécia e explora o tema do consentimento. Para completar, o European Awards homenageou a diretora espanhola Isabel Coixet pelas Realizações no Cinema Mundial, o cineasta búlgaro Béla Tarr com o Prêmio Honorário da Academia Europeia e a atriz britânica Vanessa Redgrave com um troféu pelas Realizações de Toda a Vida. Confira abaixo a lista completa dos prêmios. Melhor Filme “Anatomia de uma Queda”, de Justine Triet Melhor Direção Justine Triet, por “Anatomia de uma Queda” Melhor Roteiro Justine Triet & Arthur Harari, por “Anatomia de uma Queda” Melhor Atriz Sandra Hüller, por “Anatomia de uma Queda” Melhor Ator Mads Mikkelsen, por “The Promised Land” Melhor Documentário “Smoke Sauna Sisterhood”, de Anna Hints Descoberta Europeia – Prêmio FIPRESCI “How To Have Sex”, de Molly Manning Walker Prêmio Audiência Jovem “Scrapper”, de Charlotte Regan Melhor Animação “Robot Dreams”, de Pablo Berger Melhor Fotografia Rasmus Videbæk, por “The Promised Land” Melhor Edição Laurent Sénéchal, por “Anatomia de uma Queda” Melhor Design de Produção Emita Frigato, por “La Chimera” Melhor Figurino Kicki Ilander, por “The Promised Land” Melhor Maquiagem e Cabelo Ana López-Puigcerver, Belén López-Puigcerver, David Martí & Montse Ribé, por “A Sociedade da Neve” Melhor Trilha Sonora Markus Binder, por “Club Zero” Melhor Som Johnnie Burn & Tarn Willers, por “Zona de Interesse” Melhores Efeitos Visuais Félix Bergés e Laura Pedro, por “A Sociedade da Neve”
Estreias | Mostra de São Paulo exibe 362 filmes de 96 países
A Mostra Internacional de Cinema de São Paulo começa nesta quinta (19/10) sua 47ª edição em clima pré-pandêmico, com a exibição de 362 filmes de 96 países, numa programação estendida a 24 salas de cinema até o dia 1º de novembro. Seleção internacional A abertura fica por conta de “Anatomia de uma Queda”, suspense vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes. Dirigido pela francesa Justine Triet – a terceira mulher a ganhar a Palma de Ouro – , o longa acompanha a investigação da morte de um escritor, que pode ter sido suicídio ou homicídio. A seleção internacional também contará com a exibição inédita de “Maestro”, novo longa de Bradley Cooper, e “Evil Does Not Exist”, de Ryūsuke Hamaguchi, vencedor do Oscar por “Drive My Car”. Também serão exibidos “Afire”, de Christian Petzold, que ganhou o Urso de Prata no Festival de Berlim, e “La Chimera”, com direção de Alice Rohrwacher e participação da brasileira Carol Duarte. Entre os destaques, ainda estão nada menos que 17 títulos que disputam vaga na categoria de Melhor Filme Internacional do Oscar 2023, incluindo o ucraniano “20 Dias em Mariupol”, em que o diretor e fotojornalista Mstyslav Chernov acompanha os esforços de um grupo de jornalistas ucranianos (os únicos repórteres na cidade do título) que tentam documentar a invasão russa, o turco “Ervas Secas”, de Kuru Otlar Üstüne, que rendeu o prêmio de Melhor Atriz em Cannes para Merve Dizdar, o finlandês “Folhas de Outono”, de Kuolleet Lehdet, que recebeu o Prêmio do Júri em Cannes, e o britânico “Zona de Interesse”, de Jonathan Glazer, vencedor do Grande Prêmio do Júri e do Prêmio da Crítica em Cannes. Filmes brasileiros A programação ainda inclui cerca de 60 longas brasileiros, que integram as seções Apresentação Especial, Competição Novos Diretores e Perspectiva Internacional, e além dos troféus da Mostra também disputam um prêmio da Netflix para exibição na plataforma em mais de 190 países. A lista inclui títulos prestigiados em festivais internacionais, como “A Flor do Buriti”, de João Salaviza e Renée Nader Messora, premiado na mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes, e “Estranho Caminho”, de Guto Parente, consagrado após vencer todos os prêmios possíveis do Festival de Tribeca – a primeira vez que houve uma unanimidade no evento nova-iorquino. Além deles, “O Estranho”, de Flora Dias e Juruna Mallon, foi exibido no Festival de Berlim, “Meu Casulo de Drywall”, de Caroline Fioratti, selecionado no SXSW, e “Sem Coração”, de Nara Normande e Tião, elogiadíssimo no Festival de Veneza. A forte programação brasileira contempla também novos filmes dirigidos por cineastas como André Novais Oliveira (“O Dia que te Conheci”), Clara Linhart (“Eu Sou Maria”), Cristiane Oliveira (“Até que a Música Pare”), Fábio Meira (“Tia Virgínia”), Helena Ignez (“A Alegria É a Prova dos Nove”), Lúcia Murat (“O Mensageiro”), Luiz Fernando Carvalho (“A Paixão Segundo G.H.”) e Petrus Cariry (“Mais Pesado É o Céu”). Homenagens Junto das estreias, a Mostra prestará uma homenagem ao cineasta italiano Michelangelo Antonioni (1912-2007), que assina a arte do pôster da edição. Serão exibidos alguns de seus principais trabalhos, como “Blow-Up – Depois Daquele Beijo”, “O Deserto Vermelho” e a Trilogia da Incomunicabilidade, composta por “A Aventura”, “A Noite” e “O Eclipse”, além de uma exposição com seus trabalhos como artista plástico. Além disso, a Mostra homenageará dois documentaristas com o prêmio Humanidades: o francês Sylvain George e o americano Errol Morris, que terão sete filmes exibidos na programação, incluindo o mais recente, “O Túnel dos Pombos”. Para completar, o Prêmio Leon Cakoff será dedicado a dois cineastas: Júlio Bressane e o sérvio Emir Kusturica. Bressane terá dois filmes recentes exibidos, o documentário “A Longa Viagem do Ônibus Amarelo”, que tem sete horas de duração, e “Leme do Destino”, história de amor de apenas 27 minutos. A programação completa da 47ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, com horários e locais de exibição, pode ser conferida no site oficial do evento: https://47.mostra.org/.

