HBO Max demite 70 funcionários
A Warner Bros. Discovery demitiu cerca de 70 funcionários do serviço de streaming HBO Max nesta segunda (15/8). O volume equivale a 14% do total de funcionários da plataforma nos EUA, mas a maioria das demissões foi de funcionários dos serviços da divisão de não-ficção (reality shows) e de produções originais internacionais. A equipe de produções originais de ficção foi a menos afetada. A decisão de manter a equipe de ficção é tranquilizadora, uma vez que CEO da Warner Bros. Discovery, David Zaslav, já anunciou que a empresa deve reduzir o seu investimento no streaming. Ele também havia declarado o fim dos filmes exclusivos para a HBO Max. Mas não é esse o caminho para onde a atual decisão aponta. O diretor de conteúdo da HBO e HBO Max, Casey Bloys, vai manter a sua função e continuar a supervisão dos projetos de ficção do serviço. Além dele, a maioria dos executivos que trabalham sob a sua supervisão também mantiveram os seus empregos. Houveram, porém, algumas reestruturações. Amy Gravitt, responsável pela divisão da comédia da HBO também vai assumir as produções de comédia da HBO Max, ocupando assim o lugar de Suzanna Makkos (que não foi demitida). A mudança se deu como forma de unificar as duas divisões de comédia. Já a divisão de drama, supervisionada por Sarah Aubrey, também se manteve intacta. Aubrey foi responsável pelas séries originais da HBO Max e supervisionou, entre outras, “O Pacificador”. Não ficou claro, porém, se esses funcionários que mantiveram os seus empregos vão trabalhar em novas atrações, ou se vão apenas fazer a manutenção daquilo que já estava em andamento. Ainda assim, é um futuro muito mais promissor do que as especulações apocalípticas de antes. Por outro lado, a divisão de produções de não-ficção foi praticamente desfeita. Isso se deve, em parte, aos planos futuros da fusão da HBO Max com a Discovery+, plataforma especializado em produções desse tipo. Portanto, manter as duas divisões seria redundância. “Enquanto contemplamos a oferta de conteúdo do Discovery se juntando ao HBO Max para uma eventual plataforma combinada, tivemos que tomar a decisão incrivelmente difícil de dissolver ou reestruturar equipes, nenhuma das quais reflete as contribuições dos indivíduos afetados por isso”, a empresa comunicou, em um memorando. Os cortes fazem parte de uma meta ambiciosa da Warner Bros. Discovery, que pretende economizar cerca de US$ 3 bilhões com a eliminação de redundâncias e diminuição da folha de pagamentos.
Criador dos Sopranos está irritado com lançamento do prólogo na HBO Max
O criador de “Família Soprano” (The Sopranos), David Chase, juntou-se ao grupo crescente de criativos descontentes com a estratégia de lançamentos híbridos da Warner, que já fez o estúdio perder o diretor Christopher Nolan para a Universal Pictures. Em entrevista ao site Deadline, Chase se declarou “extremamente irritado” com o lançamento simultâneo de “The Many Saints of Newark” nos cinemas e na HBO Max. “Francamente, acho que não teria aceitado o trabalho se soubesse que o lançamento [nos cinemas e no streaming] seria no mesmo dia. Acho péssimo”. “The Many Saints of Newark” é um prólogo da série “Família Soprano”, um dos maiores sucessos da HBO, e Chase disse que não queria que as pessoas pensassem que se trata de um produto televisivo. Chase disse ter ficado chateado, porque as pessoas já associam a “Família Soprano” à TV, mas “The Many Saints of Newark” foi concebido como experiência cinematográfica. “As pessoas deveriam ver no cinema. Foi pensado pra ser um filme, e ele é lindo. Nunca pensei que voltaria para a HBO. Nunca”. O filme será lançado em 1 de outubro nos EUA, mas ainda não há previsão para o Brasil, onde os lançamentos da Warner não acontecem simultaneamente em streaming. Além de Chase e Nolan, o diretor Denis Villeneuve também lamentou lançar “Duna” em outubro nos cinemas e na HBO Max. Mas há mais diretores inconformados, como James Gunn (“O Esquadrão Suicida”) e Jon M. Chu (“Em um Bairro de Nova York”), que não se manifestaram com a mesma veemência em público. O efeito colateral negativo da estratégia de lançamento da WarnerMedia, que implodiu o relacionamento do estúdio com vários diretores, é apontado como um dos fatores que levaram a AT&T a buscar se livrar da encrenca, negociando a empresa com a Discovery, numa joint venture que criará uma nova companhia com diferentes executivos e já batizada com o nome de Warner Bros. Discovery.

