Claudia Raia se despede da Globo após 40 anos
A atriz fez uma compilação de cenas de sua participação na emissora e deixou uma mensagem emocionada
Roberto Guilherme, o Sargento Pincel, morre aos 84 anos
O ator Roberto Guilherme, que é conhecido pelo papel do Sargento Pincel em “Os Trapalhões”, morreu nesta quinta-feira (10/11), no Rio de Janeiro, aos 84 anos. Ele lutava contra um câncer há alguns anos e estava internado na Clínica São Vicente, na Gávea, Zona Sul da capital carioca. Há seis semanas atrás, ele chegou a receber a visita de Dedé Santana, com quem contracenou no programa clássico da Globo. “Muito assunto para colocar em dia. Valeu compadre Dedé Santana pela visita!!”, ele escreveu em sua última postagem do Instagram. Roberto na verdade se chamava Edward e nasceu em Ladário, Corumbá (MT), em 25 de agosto de 1938. O nome artístico foi uma homenagem a Roberto Carlos. Antes de ser ator, ele passou por várias profissões, ainda menor de idade. Aos 11 anos, foi aprendiz de sapateiro. Aos 14, virou jogador de futebol profissional, integrando o time mirim do Vasco da Gama. Aos 18, alistou-se no Exército para seguir carreira, tornando-se paraquedista, mas sem abandonar o futebol. Ele chegou a disputar partidas pela Seleção Brasileira Militar de Futebol ao lado de Pelé. Representando o Brasil, Roberto Guilherme disputou campeonatos nos Estados Unidos, Inglaterra, Panamá, e Colômbia, e foi campeão sul-americano na categoria. Ainda no Exército, ele escreveu uma peça de teatro amador encenada no Olaria Atlético Clube, na Zona Norte do Rio. Mas um dia um ator faltou, e Guilherme acabou o substituindo. Um produtor viu a peça e convidou Roberto Guilherme para trabalhar na TV Rio. Foi o início de sua carreira definitiva. Ele teve o encontro que mudou sua vida quando começou a trabalhar na TV Excelsior e conheceu Renato Aragão, o Didi. Eles contracenaram pela primeira vez no humorístico “Um Dois, Feijão Com Arroz” (1965) e levaram a parceria para o cinema em “Dois na Lona” (1968). Depois, o ator passou a fazer parte do elenco fixo de “Adoráveis Trapalhões”, que tinha como astros principais o comediante Aragão, o lutador galã Ted Boy Marino e os cantores Ivon Cury e Wanderley Cardoso. Com o mesmo elenco, também atuou em “Os Legionários” (1965), onde interpretou pela primeira vez um militar sem nome, que virou o embrião do Sargento Pincel. Na Excelsior, ele ainda atuou no programa de aventuras “002 Contra o Crime” (1965) e na novela infanto-juvenil “A Ilha do Tesouro” (1966). O Sargento Pincel, na verdade, materializou-se fora de “Os Trapalhões”, quando Guilherme foi para a TV Record e estrelou o programa “Quartel do Barulho” (1966). No novo canal, ele voltou a fazer dupla com Renato Aragão no humorístico “Praça da Alegria”. E depois se juntou ao elenco do protótipo de “Os Trapalhões”, batizado de “Os Insociáveis” (1971-1974), que juntou pela primeira vez o trio Didi, Dedé e Mussum, além da cantora Vanusa. No final dos anos 1960, Guilherme se separou dessa turma para ir para a TV Tupi, onde trabalhou com Costinha no programa “Do Que Se Trata” (1969). Esta parceria também foi parar no cinema, na comédia “Costinha e o King Mong” (1977). Mas não demorou para ele se reencontrar com Didi, Dedé e Mussum, que o seguiram rumo à Tupi, onde Zacarias acabou se juntando ao grupo. Essa trupe definitiva se reuniu pela primeira vez em 1975 para materializar um programa novo, chamado “Os Trapalhões”. Guilherme participou desde o início, mas com destaque bem menor que o quarteto central. Só que o programa não fez sucesso e foi cancelado no ano seguinte. Sério. Em 1980, com o colapso da Tupi, Guilherme chegou a fazer teste para interpretar o palhaço Bozo, no SBT. Sem conseguir a vaga, buscou a TV Globo, onde participou de humorísticos como “Viva o Gordo” e “Balança Mais Não Cai”, e reencontrou seus antigos colegas. A Globo tinha lançado a versão mais conhecida de “Os Trapalhões” em 1977. Mas Guilherme só entrou no programa em 1982, quando popularizou de vez o Sargento Pincel, líder de um grupo atrapalhado de recrutas militares. O programa ficou no ar até 1997, perseverando mesmo após as mortes de Zacarias (1934–1990) e Mussum (1941–1994). Roberto Guilherme também participou de oito filmes dos Trapalhões entre 1984 e 2017, incluindo dois longas “solos” de Renato Aragão e um “crossover” com Xuxa, “Xuxa e os Trapalhões em o Mistério de Robin Hood” (1990). Ao final de “Os Trapalhões”, ele seguiu ao lado de Renato Aragão na série “Aventuras do Didi” (2010-2013), que manteve o Sargento Pincel na ativa até 2013. Depois disso, ainda voltou a se juntar a Didi e Dedé em “Os Saltimbancos Trapalhões: Rumo a Hollywood”, último filme do grupo, lançado em 2017. Com o fim da era de Renato Aragão na TV, Guilherme chegou aparecer no humorístico “Zorra” na Globo e em duas produções do Multishow, “Treme Treme” (em 2018) e “Dra. Darci” (2018-2020), ao lado de Tom Cavalcanti. Ao longo da carreira, Roberto Guilherme ficou bastante conhecido pela careca reluzente. Mas ele não era calvo de verdade. A falta de cabelos surgiu em uma esquete de “Os Trapalhões” na Globo, onde Didi e Dedé rasparam sua cabeça completamente com a desculpa de uma aposta. Quando o personagem Sargento Pincel completou 40 anos em 2021, ele lembrou a história da caracterização em entrevista ao jornal Extra. “A máquina [elétrica] estava cega e não cortava, arrancava o meu cabelo. Enquanto o auditório morria de rir, as lágrimas corriam pelo meu rosto, de tanta dor”, comentou. Como o público achou engraçado, ele manteve o corte zero dali em diante. “Sou um cara brincalhão. Moro em Jacarepaguá desde os anos 1960, com muito orgulho. E ando por lá de sandália, bermuda, camiseta e uma bolsinha do lado, tranquilão. Todo mundo é meu amigo, eu sou amigo de todo mundo, acho a vida maravilhosa. Quando perguntam ‘E aí, Pincel, como é que tá?’, digo ‘Tirando tudo que tá errado, para mim tá tudo certo, tá tudo ótimo'”, completou Roberto Guilherme na mesma entrevista.
Claudia Jimenez, da “Escolinha do Professor Raimundo” e “Sai de Baixo”, morre aos 63 anos
A atriz e humorista Claudia Jimenez morreu no início da manhã deste sábado (20/8), aos 63 anos. A causa da morte não foi informada pela família, mas a artista estava internada no Hospital Samaritano, no Rio. Nos últimos anos, ela passou por uma série de cirurgias cardíacas. Foram cinco pontes de safena no coração em 1999, a substituição de uma válvula aórtica em 2012 e um marca-passo em 2014. Tudo isso depois de ser diagnosticada com um câncer no tórax e fazer radioterapia em 1986. A carioca Cláudia Maria Patitucci Jimenez fez sua estreia como profissional do teatro aos 20 anos, na peça “Ópera do Malandro”, de Chico Buarque. Na produção de 1978, ela viveu a prostituta Mimi Bibêlo. As primeiras aparições na televisão foram nos anos 1980, quando chegou a Globo para participar do programa “Viva o Gordo”, de Jô Soares, também recentemente falecido. No programa, ela viveu a personagem Pureza. Em 1982, passou a viver a Dona Cacilda no “Chico Anysio Show”, que depois migrou para o spin-off “Escolinha do Professor Raimundo”, de 1990. A personagem imortalizou o bordão “Beijinho, beijinho, pau, pau”, que ironizava a despedida de Xuxa Meneguel. “Foram seis anos de gargalhadas” – assim ela definiu sua participação no programa, numa entrevista de 2014 ao “Fantástico”. Outro personagem marcante foi a Edileuza, empregada doméstica da família do humorístico “Sai de Baixo”, contracenando com Miguel Falabella, Tom Cavalcante, Luís Gustavo, Aracy Balabanian e Marisa Orth. Mas ela ficou no programa apenas nas primeiras temporadas, entre 1996 e 1998, preferindo investir numa nova carreira como atriz de novela. Seu primeiro papel nos folhetins da Globo foi uma participação especial na primeira versão de “Ti-ti-ti”, de 1985. Mas a dedicação só se tornou total a partir da Bina em “Torre de Babel” (1998). Seguiram-se “As Filhas da Mãe” (2001), “Papo de Anjo” (2003), “América” (2005), “Sete Pecados” (2007), “Negócio da China” (2008), “Aquele Beijo” (2012) e, mais recentemente, “Haja Coração” (2016), que foi seu último trabalho nas telas. Ela deveria ter trabalhado também em “Deus Salve o Rei” (2018), mas optou por sair do elenco ao ter uma crise de hipertensão durante as gravações. Cláudia faria uma participação especial ao lado da personagem interpretada por Tatá Werneck. Enquanto trabalhava na Globo, fez ainda oito filmes, incluindo alguns clássicos do cinema brasileiro, como “Gabriela” (1983), de Bruno Barreto, e a versão cinematográfica da “Ópera do Malandro” (1985), de Ruy Guerra, além de “Urubus e Papagaios” (1985), de José Joffily, “A Dança dos Bonecos” (1987), de Helvecio Ratton, “Os Trapalhões no Auto da Compadecida” (1987), de Roberto Farias, “Romance da Empregada” (1988), novamente com Bruno Barreto, “O Corpo” (1991), de José Antonio Garcia, e “Como Ser Solteiro” (1998), de Rosane Svartman. A artista também estrelou séries, como a comédia “Sexo e as Negas” (2014), e foi dubladora, dando a voz para Ellie nos filmes da franquia “A Era do Gelo”. Miguel Falabella, autor da novela “Aquele Beijo”, criador de “Sexo e as Negas” e colega de elenco de “Sai de Baixo”, foi um dos primeiros a prestar homenagem à amiga. “Fui procurar uma foto para ilustrar essa postagem e me deparei com uma vida”, ele escreveu no Instagram, junto de uma foto em que aparece abraçado com a atriz. “Agora, estou deitado, passando um filme na minha cabeça, tentando me agarrar às tantas gargalhadas que demos, ao prazer de atuar juntos, ao seu único e irreproduzível tempo de comédia. Você estará para sempre usando aquele biquíni selvagem que nos ensolarou a existência, Claudinha. Hoje todas as homenagens são suas e os refletores de todos os teatros do Brasil reluzem para você. Obrigado por ter caminhado a meu lado nesta passagem. Betty Lago e Mercedinha certamente vão recebê-la em festa! A nós, resta a saudade e a responsabilidade de manter viva a memória do seu imenso talento! Te amo! Descanse em paz! Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por miguelfalabellareal (@miguelfalabellareal)
Jô Soares morre em São Paulo aos 84 anos
O ator, humorista, escritor e diretor Jô Soares morreu na madrugada desta sexta-feira (5/8), aos 84 anos. A notícia foi dada por sua ex-esposa, Flavia Pedras, no Instagram. “Aqueles que através dos seus mais de 60 anos de carreira tenham se divertido com seus personagens, repetido seus bordões, sorrido com a inteligência afiada desse vocacionado comediante, celebrem, façam um brinde à sua vida. A vida de um cara apaixonado pelo país aonde nasceu e escolheu viver, para tentar transformar, através do riso, num lugar melhor”, ela escreveu, ao comunicar o falecimento. A causa da morte não foi divulgada, mas Jô estava internado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, desde o fim do mês passado, revelou sua assessoria. José Eugênio Soares nasceu em 1 de janeiro de 1938 no Rio de Janeiro. Queria ser diplomata, mas o senso de humor e a criatividade o levaram para outra direção. Em 1954, iniciou sua carreira nas telas com a chanchada “Rei do Movimento”, primeiro de quatro filmes estrelados por Ankito de que participou. Também trabalhou com Oscarito na famosa comédia “O Homem do Sputnik” (1959), de Carlos Manga, além de Ronald Golias em “Tudo Legal” (1960), de Victor Lima. Paralelamente, Jô começou a aparecer numa esquete semanal do humorístico “A Praça É Nossa”. E depois de dez anos sentando ao lado de Manuel de Nóbrega, voltou a contracenar com Golias na revolucionária sitcom “Família Trapo”, que em 1967 já fazia o que “Sai de Baixo” repetiria décadas mais tarde. O sucesso do programa da Record e sua transformação em protagonista, no clássico do cinema marginal “A Mulher de Todos” (1969), de Rogério Sganzerla, chamou a atenção da Globo. E em 1970, a emissora fisgou Jô para o lançamento de “Faça Humor, Não Faça a Guerra”, a primeira produção moderna de humor do canal carioca – na verdade, bastante avançada para a época – , que ainda contava com o talento de Renato Côrte Real. Jô voltou a dividir a tela com outros humoristas famosos em “Satiricom” (lançado em 1973) e no popular “Planeta dos Homens” (de 1976), onde escreveu roteiros e apresentou personagens que marcaram época. No mesmo ano, assinou seu único filme como diretor, “O Pai do Povo” (1976), que também escreveu e estrelou como o último homem fértil da Terra, convocado a dar continuidade à espécie humana. A versatilidade o levou a conquistar seu primeiro programa “solo”: “Viva o Gordo”, em 1981. Mas com a audiência nas alturas, decidiu trocar a Globo pelo SBT, onde lançou uma versão extremamente parecida, chamada “Veja o Gordo”, em 1988. Essa encarnação não teve vida longa, mas o interesse de Jô ao fazer a mudança de canal era outro. Ele conseguiu de Sílvio Santos a promessa de comandar um programa noturno de entrevistas, que estreou no mesmo ano do humorístico. “Jô Soares Onze e Meia” acabou virando o primeiro talk show da TV brasileira, abrindo caminho para outros humoristas seguirem sua deixa. Realizado como entrevistador, Jô nunca mais quis encabeçar programas de humor. Mas não largou completamente a atuação, fazendo pequenas e pontuais participações em filmes como “Cidade Oculta” (1986), de Chico Botelho, “Sábado” (1995), de Ugo Giorgetti, “O Xangô de Baker Street” (2001), de Miguel Faria Jr., e “Giovanni Improtta” (2013), de José Wilker. “O Xangô de Baker Street”, por sinal, foi uma adaptação de um best-seller escrito pelo próprio Jô, que imaginava a vinda de Sherlock Holmes ao Brasil colonial para investigar um caso na corte de D. Pedro II. Virou um enorme sucesso de bilheteria. Ele acabou voltando para a Globo no ano 2000, 12 anos depois de largar “Viva o Gordo”, para continuar a fazer entrevistas e alegrar as noites da TV brasileira com “O Programa do Jô”, que conduziu até se aposentar das telas em 2016.
Cecil Thiré (1943 – 2020)
O ator Cecil Thiré morreu nesta sexta-feira (9/10), aos 77 anos, enquanto dormia em sua casa, no Rio de Janeiro. Filho da famosa atriz Tônia Carrero, ele enfrentava o Mal de Parkinson há alguns anos. Além de ser reconhecido como ator de novelas da Globo, especialmente por seus papéis de vilões, como Mário Liberato, em “Roda de Fogo” (1987), e Adalberto, em “A Próxima Vítima” (1995), Thiré também foi roteirista e diretor de diversas obras no cinema e no teatro. Nascido em 28 de maio de 1943, no Rio, Cecil Aldary Portocarrero Thiré foi o filho único do casamento entre Tônia Carrero e o artista plástico Carlos Arthur Thiré, e desde cedo seguiu a tradição artística da família. Sua estreia nas telas foi aos 9 anos, numa pequena participação no filme “Tico-Tico no Fubá”, sucesso musical de 1952 estrelado pela mãe. Sua carreira teve impulso durante o apogeu do Cinema Novo. Aos 19 anos, apareceu em dois segmentos do clássico “Cinco Vezes Favela” (1962). Aos 21, fez sua estreia atrás das câmeras, como assistente de direção de Ruy Guerra em “Os Fuzis” (1964), em que também atuou. Com 24, ganhou projeção internacional no filme “Arrastão” (1967), do francês Antoine d’Ormesson, e virou ator de novelas, no elenco de “Angústia de Amar” (1967), da TV Tupi. Ao chegar aos 25, tornou-se diretor de cinema, comandando o drama “O Diabo Mora no Sangue” (1968). Mas depois desse começo avassalador, o AI-5 mudou os rumos do cinema brasileiro e da maioria das pessoas que trabalhavam nele. Com a censura dos filmes de temática política e social, Cecil Thiré se reinventou como comediante. Integrou o programa humorístico “Balança Mas Não Cai” e ingressou nas pornochanchadas, que faziam sucesso na época, tanto como ator, em “Como Nos Livrar do Saco” (1973), “Ainda Agarro Esta Vizinha…” (1974) e “Eu Dou o que Ela Gosta” (1975), quanto como roteirista, do último filme citado e de “O Roubo das Calcinhas” (1975). Ele também escreveu o sucesso musical “Amante Latino” (1979), estrelado pelo cantor Sidney Magal, enquanto se dedicava, ao mesmo tempo, ao teatro e à televisão. Sua primeira experiência como diretor de teatro foi em 1971, numa montagem de “Casa de Bonecas”, de Henrik Ibsen, e em 1975 recebeu o Prêmio Molière por sua montagem da peça “A Noite dos Campeões”, de Jason Miller. Ao ingressar na Globo, deu vazão ainda maior à sua versatilidade. Após se destacar como ator de novelas – em “O Espigão” (1974) e “Escalada” (1975) – , começou a aparecer em humorísticos, como “Planeta dos Homens” (a partir de 1976), o que o aproximou de Jô Soares e lhe abriu novos caminhos. Quando Jô Soares ganhou seu próprio programa, “Viva o Gordo”, em 1981, Thiré virou diretor de TV. Depois disso, passou a se alternar na frente e atrás das câmeras, inclusive em novelas. Ele estrelou “Sol de Verão” (1982), “Champanhe” (1983), “Roda de Fogo” (1987), “Top Model” (1989), “Renascer” (1993), “A Próxima Vítima” (1995), “Celebridade” (2003) e dirigiu “Sassaricando” (1987), “Araponga” (1990) e episódios de “Você Decide” e “Sai Debaixo”, além de ter ido para Portugal com sua mãe, para dirigi-la na série “Cupido Electrónico”, em 1993. Mesmo com tanto trabalho, sempre reservou espaço na agenda para o cinema, atuando em filmes famosos, como “Luz del Fuego” (1982), de David Neves, “A Bela Palomera” (1988), de Ruy Guerra, “Forever – Juntos para Sempre” (1991), de Walter Hugo Khouri, “O Quatrilho” (1995), de Fábio Barreto, indicado ao Oscar, “Cronicamente Inviável” (2000), de Sergio Bianchi, “Sonhos Tropicais” (2001), de André Sturm, entre outros. Thiré chegou a viver o mesmo personagem, o Marechal Henrique Lott, na TV e no cinema, respectivamente na minissérie “JK” (2006) e no filme “Bela Noite para Voar” (2009), de Zelito Viana. Ainda apareceu em três novelas da Record, antes de se afastar das telas em 2013, após a novela “Máscaras” e a série “Se Eu Fosse Você”, ano em que também publicou o livro “A Carpintaria do Ator”, resultado de outra atividade paralela, ensinando o ofício da atuação. A doença o impediu de continuar em atividade. Durante a cerimônia de cremação da mãe, em março de 2018, seu estado de saúde chamou atenção, pela dificuldades demonstradas para andar e falar. Em um vídeo enviado pelo WhatsApp a pessoas próximas da família, a filha de Cecil, a atriz Luisa Thiré, disse: “Ele vai deixar muita saudade, porque papai foi um cara muito importante para a arte toda. Deixou muita coisa boa, muito aprendizado. Foi professor de muita gente, tanto de cinema quanto de teatro. Lembro de eu, pequena, entrando no Teatro Fênix, ele gravando o ‘Viva o Gordo’, e a claque inteira vindo falar comigo como papai era querido. Por onde andou, ele fez amigos de A a Z. Que ele descanse, porque ele merece. Esse final estava bem difícil”, contou a atriz. A família puxou o pai e a avó, com três dos quatro filhos de Thiré seguindo a carreira de atores: Luisa, Carlos e Miguel.




