Continuações de Bill & Ted e Jovens Bruxas estreiam nos cinemas brasileiros
Enquanto os cinemas voltam a fechar na Europa, o volume de estreias começa a aumentar no Brasil. Oito filmes chegam ao circuito nacional nesta quinta (5/11), com destaque para dois títulos que foram disponibilizados diretamente em locação digital nos EUA. Por coincidência, ambos são continuações de produções lançadas há três décadas. Além da programação mais comercial, o circuito de arte também destaca um lançamento importante e premiado. O resto da programação se completa com produções brasileiras e a “pré-estreia” (na verdade, antecipação da estreia ) de um lixão. Bill & Ted: Encare a Música | EUA | 2020 Continuação tardia e “totalmente excelente” da franquia dos anos 1980 estrelada por Keanu Reeves e Alex Winter, a conclusão da história de “Bill & Ted: Uma Aventura Fantástica” (1989) e “Bill & Ted: Dois Loucos no Tempo” (1991), conquistou público e crítica nos EUA por sua capacidade de equilibrar nostalgia com renovação. Para quem não lembra do longa original, Bill e Ted eram dois estudantes extremamente estúpidos que repetiriam de ano se não fizessem um bom trabalho de História. Sua sorte muda quando um homem de futuro resolve ajudá-los, convidando-os para uma viagem no tempo, pois, por mais incrível que pudesse parecer, o destino da humanidade um dia dependeria da inteligência dos dois retardados, que criariam uma música capaz de inspirar uma utopia perfeita. A comédia virou cult, ganhou sequência, série animada, videogame e até revista em quadrinhos, mas finalmente chegou a hora da aventura final, em que a dupla precisará cumprir a profecia e criar a música perfeita – desta vez, com ajuda de suas filhas, Billie e Thea, vividas por Brigette Lundy-Paine (“O Escândalo”) e Samara Weaving (“Casamento Sangrento”). Escrito pelos criadores dos personagens, Chris Matheson (“Pateta: O Filme”) e Ed Solomon (“Homens de Preto”), o filme tem direção de Dean Parisot (“Heróis Fora de Órbita”) e 82% de aprovação no Rotten Tomatoes. Jovens Bruxas – Nova Irmandade | EUA | 2020 O reboot/continuação do terror cult de 1996 é estrelado por Cailee Spaeny (de “Circulo de Fogo: A Revolta”) e tem ligação direta com o filme encabeçado por Robin Tunney (a Teresa Lisbon de “The Mentalist”) há 24 anos, com direito, inclusive, à aparição de uma das jovens bruxas originais. Apesar disso, a abordagem é híbrida. Conta uma variação da mesma história, em que uma adolescente recém-chegada numa nova escola faz amizade com três garotas malvadas, excluídas e envolvidas em bruxaria. Há até frases iguais. Mas, de forma diferente, o novo filme não coloca uma contra outra, preferindo dar maior ênfase a um personagem adulto, o padrasto da protagonista, vivido por David Duchovny (o agente Mulder de “Arquivo X”). A crítica americana nunca foi fã do original, que ganhou sua fama graças ao mercado de vídeo e fãs entusiasmados, mas considerou a sequência dirigida por Zoe Lister-Jones (“Band Aid”) bem pior – 48% no Rotten Tomatoes. Transtorno Explosivo | Alemanha | 2019 Consagrado no Festival de Berlim, na Mostra de São Paulo e pela Academia Alemã de Cinema (com nove troféus), o drama premiado e com 94% no Rotten Tomatoes acompanha uma menina de 9 anos com quem ninguém consegue conviver por causa de seu temperamento explosivo. Quando professores, assistentes sociais, médicos e até a mãe da menina demonstram incapacidade de lidar com seus acessos de fúria, seu acompanhante escolar (Albrecht Schuch) sugere um tratamento intensivo, levando-a para um chalé rústico na mata para isolá-la do mundo e demonstrar-lhe a necessidade de controle. A pequena Gabriela Maria Schmeide é tão impressionante no papel que recebeu o equivalente ao “Oscar alemão” de Melhor Atriz por seu desempenho. Verlust | Brasil | 2020 De volta aos cinemas após fazer a série “Boca a Boca”, na Netflix, o diretor Esmir Filho promove a estreia da cantora Marina Lima como atriz dramática – 33 anos após sua até então única aparição em tela grande, em “Rádio Pirata” (1987). O novo filme gira em torno de uma empresária musical (Andrea Beltrão) que administra a carreira de uma pop star (a cantora Marina Lima) com quem teve um relacionamento no passado. A história se materializa por meio de entrevistas para um livro sobre a artista, conduzido por Ismael Caneppele, que também assina o roteiro repleto de diálogos “poéticos” (isto é, pouco naturais). O diretor e o ator-roteirista estrearam juntos em longa-metragem no premiado “Os Famosos e os Duendes da Morte”, em 2009. O Barco | Brasil | 2018 O longa de Petrus Cariry (“Mãe e Filha”) foi exibido pela primeira vez na abertura do Festival Cine Ceará 2018 e entra em cartaz com o currículo cheio de prêmios e passagem por diversas mostras e festivais internacionais de cinema. Inspirado no conto homônimo do escritor cearense Carlos Emílio Corrêa Lima, gira em torno de Esmerina (Verônica Cavalcanti), que é mãe de 26 filhos, cada um chamado por uma letra do alfabeto. A família leva uma vida pacata em uma vila de pescadores até que um barco naufraga trazendo Ana (Samya de Lavor), uma misteriosa mulher que muda a rotina da família. A partir do acontecimento, o filho mais velho, A (Rômulo Braga), desperta para a vontade de conhecer o mundo além-mar. No elenco estão ainda os atores paraibanos Everaldo Pontes, que interpreta um velho sábio da vila, e Nanego Lira, como o patriarca da família. Sem Descanso | Brasil | 2020 Documentário sobre a batalha de um pai para encontrar respostas para o desaparecimento do filho, levado por uma viatura da Polícia Militar em Salvador em 2014 e nunca mais visto. Além do drama familiar, reconstruído por meio de entrevistas, a obra do diretor Bernard Attal (“A Coleção Invisível”) critica a fragilidade do sistema judiciário brasileiro e a corriqueira violência policial na abordagem de jovens negros no Brasil. Fico te Devendo uma Carta sobre o Brasil | Brasil | 2020 Premiado no Festival Internacional de Documentários de Amsterdam e no É Tudo Verdade, entre outros, o longa é uma investigação pessoal da diretora Carol Benjamin (“As Mil Mulheres”) sobre a história de sua família, que sofreu o impacto da ditadura militar brasileira. Possessão: O Último Estágio | Israel, EUA | 2020 Terror convencional de exorcismo feito com baixo orçamento para o mercado de DVD por um diretor que nunca fez um filme capaz de ser considerado minimamente medíocre. A novidade desta oitava tentativa é que Pearry Reginald Teo finalmente conseguiu chegar aos cinemas brasileiros. Mais impressionante ainda: com direito a “pré-estreia”, em sessões pagas convencionais uma semana antes da data oficial da “estreia”.
Nova Ordem abre a Mostra de São Paulo com exibições em drive-in e online
A Mostra Internacional de Cinema de São Paulo tem início neste quinta (22/10), com uma cerimônia de abertura para convidados às 19h, no Belas Artes Drive-in, no Memorial da América Latina. Mas para o público em geral, a programação só começa à meia-noite. O filme de abertura é “Nova Ordem”, de Michel Franco, vencedor do Grande Prêmio do Júri no recente Festival de Veneza. Na trama, um casamento luxuoso da elite dá errado, enquanto a Cidade do México ferve com protestos. Pelo ponto de vista de Marianne, a jovem e simpática noiva, e dos criados, o filme retrata o colapso de um sistema político e um golpe de Estado violento. O público poderá ver “Nova Ordem” pela plataforma de streaming da Mostra, a Mostra Play (https://mostraplay.mostra.org/), por 24 horas, entre esta meia-noite e a próxima. A programação, que será exibida até 4 de novembro, também estará disponível no Spcine Play e Sesc Digital, que exibirão sessões gratuitas, enquanto os filmes da Mostra Play terão ingresso a R$ 6. Já as sessões presenciais serão realizadas no Belas Artes Drive-In e no Sesc Drive-In (do Sesc Parque Dom Pedro). Além do polêmico filme do mexicano Michel Franco, a seleção ainda inclui entre seus destaques “Não Há Mal Algum”, do iraniano Mohammad Rasoulof, vencedor do último Festival de Berlim, “O Ano da Morte de Ricardo Reis”, do português João Botelho, baseado no livro homônimo de José Saramago, “Berlim Alexanderplatz”, do alemão-afegão Burhan Qurbani, “Gênero, Pan”, do filipino Lav Diaz, “Mães de Verdade”, da japonesa Naomi Kawase, “Crianças do Sol” (Sun Children), do iraniano Majid Majidi, “Miss Marx”, da italiana Susanna Nicchiarelli, além dos documentários “Kubrick por Kubrick”, do francês Gregory Monro, sobre o diretor Stanley Kubrick, “Sportin’ Life”, do americano Abel Ferrara, e “Coronation”, do chinês Ai Weiwei, que mostra o começo da pandemia de covid-19 em Wuhan. O pôster do evento foi criado pelo cineasta chinês Jia Zhang-Ke, que também estará presente com seu documentário “Nadando Até o Mar Ficar Azul”. A arte de Zhang-Ke também virou a vinheta da Mostra, mostrando um acendedor de incensos de Fenyang, cidade natal do cineasta, durante um ritual para o Deus da Literatura. Já os destaques nacionais incluem as premières de “Verlust”, de Esmir Filho, que reúne Andrea Beltrão e a cantora Marina Lima no elenco, “Casa de Antiguidades”, de João Paulo Miranda Maria, exibido nos festivais de Cannes, Toronto e San Sebastian, e “Cidade Pássaro”, de Matias Mariani, que integrou a Mostra Panorama do Festival de Berlim e foi adquirido pela Netflix. Com 36 filmes, a seleção brasileira traz ainda “Ana. Sem Título”, de Lúcia Murat, “O Lodo”, de Helvécio Ratton, “Curral”, de Marcelo Brennand, e “Mulher Oceano”, estreia da atriz Djin Sganzerla na direção, entre outras produções. Apesar do número de títulos ter caído drasticamente em relação a anos anteriores, a Mostra conseguiu reunir quase 200 filmes – exatamente 198 produções de 71 países – para sua edição da pandemia. São bem menos obras que as 327 do ano passado, mas mais países que os 65 representados em 2019. Do total, 88 títulos concorrerão ao troféu Bandeira Paulista na seção Novos Diretores, que premia obras de novos cineastas – que realizam seu primeiro ou segundo longa-metragem. As condições diferenciadas deste ano também significam que a Mostra não trará convidados internacionais para acompanhar as exibições. A presença dos diretores e de profissionais dos filmes selecionados se dará por meio de vídeos enviados previamente, entrevistas especiais gravadas e também lives. Veja abaixo o trailer do filme de abertura.
Mostra de São Paulo anuncia programação com sessões virtuais e drive-in
A organização da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo revelou neste sábado (10/10), numa live no YouTube, que a 44ª edição do evento vai acontecer de forma virtual e com projeções em cines drive-in, mesmo com a liberação dos cinemas na capital paulista neste fim de semana. A programação, que será exibida entre 22 de outubro e 4 de novembro, estará disponível no Spcine Play, Sesc Digital e num novo aplicativo do evento, Mostra Play. As duas primeiras plataformas exibirão sessões gratuitas, enquanto os filmes da Mostra Play terão ingresso a R$ 6,00. Já as sessões presenciais serão realizadas no Belas Artes Drive-In e no Sesc Drive-In (do Sesc Parque Dom Pedro). Alguns títulos de filmes também foram revelados durante a transmissão online. O longa-metragem escolhido para a abertura é o polêmico mexicano “Nova Ordem” (foto acima), de Michel Franco, vencedor do Grande Prêmio do Júri no recente Festival de Veneza. A seleção ainda inclui entre seus destaques “Não Há Mal Algum”, do iraniano Mohammad Rasoulof, vencedor do último Festival de Berlim, “O Ano da Morte de Ricardo Reis”, do português João Botelho, baseado no livro homônimo de José Saramago, “Berlim Alexanderplatz”, do alemão-afegão Burhan Qurbani, “Gênero, Pan”, do filipino Lav Diaz, “Mães de Verdade”, da japonesa Naomi Kawase, “Crianças do Sol” (Sun Children), do iraniano Majid Majidi, “Miss Marx”, da italiana Susanna Nicchiarelli, além dos documentários “Kubrick por Kubrick”, do francês Gregory Monro, sobre o diretor Stanley Kubrick, “Sportin’ Life”, do americano Abel Ferrara, e “Coronation”, do chinês Ai Weiwei, que mostra o começo da pandemia de covid-19 em Wuhan. O pôster do evento foi criado pelo cineasta chinês Jia Zhang-Ke, que também estará presente com seu documentário “Nadando Até o Mar Ficar Azul”. A arte de Zhang-Ke também virou a vinheta da Mostra, mostrando um acendedor de incensos de Fenyang, cidade natal do cineasta, durante um ritual para o Deus da Literatura. Já os destaques nacionais incluem as premières de “Verlust”, de Esmir Filho, que reúne Andrea Beltrão e a cantora Marina Lima no elenco, “Casa de Antiguidades”, de João Paulo Miranda Maria, exibido nos festivais de Cannes, Toronto e San Sebastian, e “Cidade Pássaro”, de Matias Mariani, que integrou a Mostra Panorama do Festival de Berlim e foi adquirido pela Netflix. Com 36 filmes, a seleção brasileira traz ainda “Ana. Sem Título”, de Lúcia Murat, “O Lodo”, de Helvécio Ratton, “Curral”, de Marcelo Brennand, e “Mulher Oceano”, estreia da atriz Djin Sganzerla na direção, entre outras produções. Apesar do número de títulos ter caído drasticamente em relação a anos anteriores, a Mostra conseguiu reunir quase 200 filmes – exatamente 198 produções de 71 países – para sua edição da pandemia. São bem menos obras que as 327 do ano passado, mas mais países que os 65 representados em 2019. Do total, 88 títulos concorrerão ao troféu Bandeira Paulista na seção Novos Diretores, que premia obras de novos cineastas – que realizam seu primeiro ou segundo longa-metragem. As condições diferenciadas deste ano também significam que a Mostra não trará convidados internacionais para acompanhar as exibições. A presença dos diretores e de profissionais dos filmes selecionados se dará por meio de vídeos enviados previamente, entrevistas especiais gravadas e também lives. Veja abaixo a vinheta oficial da 44ª edição.

