Estreias: “Thor”, “Pinóquio” e “O Telefone Preto” em streaming
A sessão do sofá destaca lançamentos da Disney+ e opções de VOD. Na semana do Disney+ Day, a plataforma liberou o blockbuster “Thor: Amor e Trovão” e sua produção exclusiva de “Pinóquio”. Os títulos das locadoras digitais também incluem filmes que estiveram recentemente nos cinemas, como o terror “O Telefone Preto”, e produções inéditas e premiadas. Confira abaixo as 10 estreias do streaming que mais se destacam na programação semanal. | THOR: AMOR E TROVÃO | DISNEY+ O novo filme do diretor Taika Waititi é uma comédia mais descarada que “Thor: Ragnarok”, combinando ação e humor para contar uma história de amadurecimento com muitas reviravoltas, lutas e piadas. Muitas piadas. Nem todas engraçadas, como atesta a recepção da crítica dos EUA – 70% de aprovação com blogueiros geeks, mas apenas 56% entre os críticos top do Rotten Tomatoes. E, apesar das gracinhas, o final é triste. Em seu quarto filme individual, Thor encontra-se na jornada iniciada em “Vingadores: Ultimato”, compartilhando aventuras com os Guardiões da Galáxia e buscando paz interior. Mas esses dias de irresponsabilidade são encurtados pelo surgimento de um assassino espacial conhecido como Gorr, o Carniceiro dos Deuses, que tem como missão matar todos os deuses. Para impedir um novo massacre de asgardianos, Thor se alia ao Rei Valquíria, seu novo melhor amigo Korg e à ex-namorada Jane Foster – que ressurge loira, poderosa e com o antigo martelo mágico do Deus do Trovão, incorporando a Poderosa Thor – numa luta desesperada contra o Carniceiro dos Deuses. Mas, paralelamente, Jane ainda trava sua própria luta silenciosa. O elenco destaca Chris Hemsworth (Thor), Natalie Portman (Jane), Tessa Thompson (Valquíria), Russell Crowe (Zeus) e Christian Bale (Gorr), sem esquecer da participação dos Guardiões da Galáxia e do diretor Taika Waititi como Korg. Além disso, as cenas pós-créditos incluem a introdução de um novo personagem (com gancho para “Thor 5”) e a volta de um velho conhecido, participações que foram guardadas em “segredo”. | O TELEFONE PRETO | VOD* A volta do diretor Scott Derrickson ao terror, após comandar “Doutor Estranho” (2016), é um dos melhores filmes recentes do gênero, com 86% de aprovação no Rotten Tomatoes. A trama é baseada no conto de mesmo nome de Joe Hill, filho de Stephen King e autor da obra que inspirou a série “Locke & Key”. A história faz parte do best-seller “Fantasmas do Século XX” e foi adaptada pelo próprio Derrickson em parceria com o roteirista Robert Cargill, com quem o diretor desenvolveu a franquia “A Entidade”. Por sinal, o papel principal é de Ethan Hawke, que estrelou o primeiro “A Entidade” (2012). Ele vive um serial killer sequestrador de crianças que, numa referência distorcida a “It”, usa balões negros e disfarce de palhaço para cometer seus crimes. Só que seus planos são atrapalhados quando seu alvo mais recente recebe uma ajuda inesperada para escapar. Fantasmas de vítimas passadas ligam para o menino recém-sequestrado no telefone preto do título, que não tem fio e não deveria funcionar, ensinando-o a sobreviver, enquanto sua melhor amiga da escola começa a ter visões de seu cativeiro. Os jovens Mason Thames (“For All Mankind”) e Madeleine McGraw (a jovem Hope de “Homem-Formiga e a Vespa”) encabeçam o elenco mirim. | RED ROCKET | VOD* Em seu novo filme, o diretor Sean Baker volta a explorar as margens da sociedade com humor sombrio. Depois de acompanhar prostitutas transexuais em “Tangerine” (2015) e o cotidiano da filha pequena de uma prostituta adolescente em “Projeto Flórida” (2017), ele conta a história de fracasso de um ator de filmes adultos, que retorna à sua cidade natal após se tornar veterano no ramo e deixar de ser convidado para novos trabalhos. Enquanto tenta se reaproximar de sua família disfuncional, ele conhece uma jovem chamada Strawberry, trabalhando como caixa em uma loja de donuts local, e acaba retomando antigos hábitos. O papel principal é desempenhado por Simon Rex, que foi modelo nos anos 1990, VJ da MTV e até rapper, além de atuar na franquia de comédias “Todo Mundo em Pânico”, enquanto o resto do elenco é composto por atores iniciantes ou pouco conhecidos, como a estreante Brenda Deiss, que vive Strawberry. “Red Rocket” teve première no Festival de Cannes retrasado, venceu o Prêmio do Júri e da Crítica no Festival de Deauville, o troféu de Melhor Ator do Spirit Awards (o Oscar indie) e mais 10 prêmios internacionais, além de ter atingido 94% de aprovação no site Rotten Tomatoes. Ou seja, é mais uma obra de Sean Baker que rende aplausos mundiais. | MAR EM CHAMAS | VOD* O diretor norueguês John Andreas Andersen está se especializando em filmes de grandes desastres. Depois do sucesso de “Terremoto” (2018), ele assina essa catástrofe marítima de enormes proporções. A trama envolve o colapso de uma plataforma de petróleo no Mar do Norte, que dá início a uma série de tragédias capazes de transformar o oceano num inferno de fogo. Uma piloto de submarino e pesquisadora (Kristine Kujath Thorp, de “Traídos pela Guerra”) assume a missão de tentar salvar a região de uma hecatombe ambiental. Mas a trama é tão tensa que todos os pequenos salvamentos conduzem a situações de maior perigo e dramaticidade. Venceu o Amanda (o Oscar norueguês) de efeitos visuais e foi aplaudido pela crítica americana, com 73% de aprovação no Rotten Tomatoes. | VEJA POR MIM | VOD* O suspense canadense acompanha uma esquiadora cega que decide se mudar para uma casa de inverno isolada. Quando a casa é invadida por três assaltantes, sua única ajuda é um aplicativo que conecta cegos a pessoas encarregadas de descrever o ambiente em que se encontram. A produção é barata, mas eficiente, mostrando que o diretor Randall Okita aprendeu os truques do gênero ao ser assistente de Stephen King na série de terror “Kingdom Hospital”. Com 80% no Rotten Tomatoes, o filme também destaca a estreia da atriz Skyler Davenport, uma conhecida dubladora de animes e videogames, em seu primeiro filme live-action. | BLISS | VOD* O novo terror visceral de Joe Begos (“Quase Humano”) acompanha uma artista plástica (Dora Madison, de “Chicago Fire”) em crise de criatividade e à beira da falência, que se entrega à drogas pesadas e passa suas noites festejando. Até que uma nova droga a tira de si e a leva a pintar alucinadamente, em tons sangrentos, como se estivesse possuída. A jornada psicótica talvez seja muito intensa para certos gostos, a abordagem artística pode ser muito pretenciosa para outros, mas fãs de terror indie bem hardcore não devem se incomodar com a bad trip e as cenas abundantes de nudez… artística. Mesmo dividindo opiniões – e houve quem odiasse do fundo da alma – atingiu 87% no Rotten Tomatoes. | TANTAS ALMAS | VOD* O diretor colombiano Nicolás Rincón Gille usou sua experiência como documentarista nesta estreia na ficção, filmada com atores não profissionais e em locações reais, numa intersecção com seus documentários. Na trama, o pescador José atravessa o rio Magdalena, o maior da Colômbia, em busca dos corpos de seus dois filhos, assassinados por paramilitares. Apesar de sua dor, José está determinado a encontrá-los para dar-lhes o enterro que merecem e, assim, impedir que permaneçam como almas errantes. Em sua jornada, ele encontra a magia de um país despedaçado. Gille já tinha filmado a violência rural, o rio e as superstições colombianas em três longas documentais. Ao reunir essas referências numa única narrativa, atingiu uma síntese tão imersiva quanto realista: um retrato da Colômbia profunda não visto em postais, que impressionou a crítica internacional e venceu o Festival de Marrakech. | O DESTINO DE HAFFMANN | VOD* O drama francês se passa em Paris durante a invasão nazista. Quando um joalheiro judeu se vê forçado a fugir, faz um falso acordo de venda de sua loja com um funcionário para salvar seu negócio. Mas não consegue escapar do cerco, vendo-se forçado a esconder-se num porão e a trabalhar para o antigo funcionário, que passa a conduzir negócios com os nazistas para produzir novas peças a partir de joias de vítimas de campos de extermínio. A fábula de moral sombria tem direção de Fred Cavayé, indicado ao César (o Oscar francês) por “Tudo por Ela” (2008). | PINÓQUIO | DISNEY+ O remake live-action de “Pinóquio” é uma recriação visualmente fiel da animação clássica, vencedora de dois Oscars, mas toma ainda mais liberdades que Walt Disney em relação ao livro infantil de Carlo Collodi, publicado em 1883. O menino de madeira agora é ainda mais bobo e bonzinho – o contrário do personagem de Collodi. Depois que o marceneiro Gepeto cria um boneco de madeira e é atendido em seu desejo de vê-lo se transformar num menino, Pinóquio se revela ingênuo e é prontamente enganado por trapaceiros que o vendem como atração de circo. Apesar da familiaridade, a refilmagem não tem a mesma mágica do desenho. Se não falta a música “When You Wish upon a Star”, tema do desenho animado clássico de 1940, há várias outras canções inéditas (e desnecessárias), além de pequenas alterações na história que não acrescentam nada que mude o resultado final. Longe de empolgar a crítica, atingiu apenas 31% no Rotten Tomatoes. A direção é de Robert Zemeckis (de “Forrest Gump”), que combina atores de carne e osso com personagens digitais num híbrido que parece o reverso de “Paddington”, com Tom Hanks (“Elvis”) no papel de Gepeto, perdido num desenho animado feito por computador. O elenco também conta com Joseph Gordon-Levitt (“Os 7 de Chicago”) dando voz ao Grilo Falante, Cynthia Erivo (“Genius: Aretha”) como a Fada Azul, Luke Evans (“A Bela e a Fera”) como Barker, o cocheiro responsável por levar o protagonista à Ilha dos Prazeres, Keegan-Michael Key (“O Predador”) como o pilantra João Honesto e Lorraine Bracco (“Rizzoli & Isles”) como uma gaivota chamada Sofia, que foi criada especialmente para o filme. Para completar, o menino Benjamin Evan Ainsworth (“A Maldição da Mansão Bly”) é a voz original de Pinóquio na dublagem original. | ALÉM DA LENDA – FILME | VOD* A série animada pernambucana transmitida pela TV Brasil virou longa-metragem. Criada por Erickson Marinho, Marcos França e Ulisses Brandão, a atração é voltada para crianças de seis a nove anos e tem como premissa reapresentar as principais lendas do folclore nacional, como o Saci, a Cuca, o Curupira e o Boitatá, com uma nova roupagem – e como crianças. A trama do filme explica que um livro sagrado reúne todas essas lendas e é mantido em segredo e escondido na Montanha Coração do Brasil, que só é revelada uma vez por ano, no dia 31 de outubro, dia do Saci. Mas a data está esquecida por muitos brasileiros, que preferem comemorar o Halloween. Aproveitando-se disso, um trio de monstros americanos do Dias das Bruxas resolve vir ao país com a ideia de capturar o livro secreto e assim “dominar” as lendas brasileiras. Só que por descuido o livro acaba caindo nas mãos do garoto Lucas, um fã de super-heróis, quadrinhos e games, que sem saber vira responsável por proteger parte do folclore nacional. Com direção de Marília Mafé e Marcos França, “Além da Lenda” é o primeiro longa de animação pernambucano e conta com dublagens de Gabriel Leone (Lucas) e Hugo Bonemer (Curupira). * Os lançamentos em VOD (video on demand) podem ser alugados individualmente em plataformas como Apple TV, Claro TV+, Google Play, Loja Prime, Microsoft Store, Vivo Play e YouTube, entre outras, sem necessidade de assinatura mensal.
Confira as estreias de cinema da semana
Fenômeno nos EUA, a sci-fi independente de ação “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo” é o principal destaque desta quinta (23/6) nos cinemas. O filme vem de pré-estreias pagas desde a semana passada, mas seu lançamento oficial vai chegar em pouco mais de 100 salas de exibição. É um alcance bastante limitado, que reflete o domínio atual do circuito pelos blockbusters “Lightyear”, “Jurassic World: Domínio” e “Top Gun: Maverick”. A falta de espaço limita até a distribuição da comédia musical brasileira “Dissonantes”, que em outros tempos ganharia mais atenção ao entrar em cartaz. Confira abaixo todos os títulos, os trailers e informações sobre cada um dos sete lançamentos da semana. | TUDO EM TODO O LUGAR AO MESMO TEMPO | Maior sucesso da História do estúdio indie A24 (de filmes como “Midsommar” e “Ex Machina”), a sci-fi com 95% de aprovação da crítica americana no Rotten Tomatoes conta a história de uma mãe de família exaurida pela dificuldade de pagar seus impostos, quando descobre a existência do multiverso e de muitas versões dela mesma em diferentes realidades. Não só isso: um de seus maridos de outro mundo lhe revela que o destino do multiverso está em suas mãos. E para impedir o fim de todos os mundos, a personagem vivida por Michelle Yeoh (“Star Trek: Discovery”) precisará incorporar as habilidades da totalidade de suas versões para enfrentar Jamie Lee Curtis (“Halloween”) e outras ameaças perigosas que a aguardam em sua missão. O elenco ainda destaca Ke Huy Quan (que foi o menino Short Round de “Indiana no Templo da Perdição”) como o marido de Yeoh, Stephanie Hsu (“Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis”) como sua filha e o veterano James Hong (“Aventureiros do Bairro Proibido”), entre outros. Roteiro e direção são dos Daniels, pseudônimo da dupla Daniel Kwan e Daniel Scheinert (ambos de “Um Cadáver Para Sobreviver”). | DISSONANTES | A comédia brasileira traz Marcelo Serrado (“Crô em Família”) como um ex-roqueiro grunge frustrado, que vê os ex-colegas dos anos 1990 seguindo outros caminhos, enquanto se afunda em dívidas para não comprometer sua integridade. A chance de uma virada chega a contragosto, quando um jurado de calouros da TV, ex-músico de sua antiga banda, propõe alugar seu estúdio para a gravação de uma artista do programa musical. Thati Lopes (“Diários de Intercâmbio”) vive a cantora em início de carreira, que convence o grunge aposentado a colocar guitarra no seu pop. Mais que isso, ela quer que ele se apresente com ela na disputa ao prêmio televisivo, que pode alavancar suas carreiras. “Dissonantes” tem roteiro de Mariana Trench Bascos (criadora de “Pico da Neblina”) e Pedro Riera (“Clube da Anittinha”), direção de Pedro Amorim (“Divórcio”) e produção da Querosene Filmes. | UM DIA QUALQUER | A série do canal pago Space virou filme, condensando seus cinco episódios numa projeção de 88 minutos. A trama aborda a violência das milícias do Rio por meio de histórias de diferentes moradores de um subúrbio carioca. A direção é de Pedro von Krüger, que trabalhou na equipe de câmera dos dois “Tropa de Elite” e foi diretor de fotografia da série da Amazon “Tudo ou Nada: Seleção Brasileira”. Ele também assina a história com outros roteiristas, incluindo Leonardo Gudel, que já trabalhou em duas séries criminais: “A Lei e o Crime” e “Acerto de Contas”. O elenco destaca Mariana Nunes (“Alemão”), Augusto Madeira (“Bingo, o Rei das Manhãs”), Jefferson Brasil (“Ilha de Ferro”), Tainá Medina (“O Doutrinador”), André Ramiro (“Tropa de Elite”) e Vinícius de Oliveira (o menino já crescido de “Central do Brasil”). | O TRUQUE DA GALINHA | A comédia fantasiosa do egípcio Omar El Zohairy venceu 22 prêmios internacionais, inclusive o troféu da Semana da Crítica no Festival de Cannes retrasado. O título se refere a um truque de mágica que dá errado na festa de aniversário de uma criança e transforma o autoritário pai da família numa galinha. A partir daí, a mãe precisa assumir o papel de chefe da família e arrumar emprego para sustentar a casa e os filhos, enquanto faz de tudo para trazer seu marido de volta, antes que vire almoço. | SUJEITO OCULTO | A estreia de Leo Falcão é um terror com elementos conhecidos. Na trama, um escritor tenta superar o bloqueio criativo mudando-se para uma vila afastada. Enquanto tem ideias estranhas, páginas escritas por um antigo morador aparecem na escrivaninha. O papel principal é de Gustavo Falcão (“Cine Holliúdy”), irmão do diretor, e o elenco ainda destaca Heloísa Jorge (“Sob Pressão”) e Marcos Breda (“Se Eu Fechar Os Olhos Agora”). | VEJA POR MIM | O suspense canadense acompanha uma esquiadora cega que decide se mudar para uma casa de inverno isolada. Quando a casa é invadida por três assaltantes, sua única ajuda é um aplicativo que conecta cegos a pessoas encarregadas de descrever o ambiente em que se encontram. A produção barata é estrelada por Skyler Davenport, uma conhecida dubladora de animes, em seu primeiro filme. | A JANGADA DE WELLES | Documentário sobre as filmagens de “It’s All True” (É Tudo Verdade) de Orson Welles sobre o carnaval carioca e os jangadeiros cearenses. O líder desses pescadores, Manuel “Jacaré”, morreu acidentalmente nas filmagens e este fato evoca memórias da atribulada passagem de Welles pelo Brasil e da luta dos jangadeiros por direitos trabalhistas.

