Dennis Waterman (1948–2022)
O ator britânico Dennis Waterman, que estrelou a série clássica “The Sweeney”, morreu neste domingo (8/5) num hospital da Espanha de causas não informadas, aos 74 anos. Nascido em Londres, ele começou sua carreira aos 12 anos, alternando-se entre peças, filmes e séries britânicas, e, além de atuar, ficou conhecido por cantar as músicas-tema de muitos de suas atrações. Waterman virou protagonista aos 14 anos, quanto foi escalado no papel-título da série “William” (1962), da BBC, baseada nos livros de Richmal Crompton. Logo após a adolescência, participou de filmes importantes como “Na Encruzilhada” (1968), de Peter Collinson, marco do chamado “kitchen sink realism”, a versão britânica do neorrealismo italiano, que rendeu dramas impactantes sobre a realidade social da classe trabalhadora. E também integrou os terrores “O Conde Drácula” (1970), de Roy Ward Baker, e “Uma Noite de Pavor” (1971), novamente trabalhando com Collinson. Sua carreira sofreu uma reviravolta quando foi escalado para viver o detetive policial George Carter na série “The Sweeney”. Enorme sucesso de audiência no Reino Unido, a série durou quatro temporadas, de 1974 a 1978, e ainda rendeu dois filmes, em 1977 e 1978. Ele seguiu o papel com outro ainda mais bem-sucedido, o guarda-costas Terry McCann na série “Minder”, sobre o submundo do crime de Londres, que durou nada menos que 10 temporadas, de 1979 a 1994. E ainda superou esta duração em sua série final, o drama policial “New Tricks”, que teve 12 temporadas entre 2004 e 2015. Nesta série, ele chegou a contracenar com uma de suas filhas, Hannah Waterman, que seguiu a carreira de atriz e apareceu em quase 400 episódios da novela “EastEnders” Seu último trabalho foi a comédia “A Última Escapada”, lançada em 2020, em que liderou uma rebelião e fuga de internados de um asilo para idosos. Lembre abaixo as aberturas das três séries mais famosas de Waterman. Detalhe: ele canta as músicas das duas últimas.
Honor Blackman (1925 – 2020)
A atriz inglesa Honor Blackman, conhecida por viver a Bond girl Pussy Galore em “007 Contra Goldfinger” (1964), morreu nesta segunda (6/4) em sua casa em Lewes, no Reino Unido, de causas naturais não relacionadas ao novo coronavírus, segundo disse a família ao jornal The Guardian. Ela tinha aos 94 anos. “Além de ter sido uma mãe e avó adorada por nós, Honor era uma atriz de talento criativo imensamente prolífico, com uma extraordinária combinação de beleza, inteligência e poderio físico, além de sua voz única e sua ética de trabalho dedicada”, escreveu a família em nota. Ela começou a carreira nos anos 1940, geralmente escalada como jovem recatada em filmes como “A Filha das Trevas” (1948) e “Quarteto” (1948). E sua longa carreira inclui muitos clássicos, entre eles “Angústia de uma Alma” (1950), “Somente Deus por Testemunha” (1958), uma das versões cinematográficas do desastre do Titanic, e “Jasão e o Velo de Ouro” (1963), em que viveu a deusa Hera. Mas, curiosamente, sua popularidade só explodiu quando ela foi para a TV, ao estrelar a série “Os Vingadores” (The Avengers) em 1962 como Catherine Hale, uma espiã em roupa de couro preto que marcou época na programação televisiva britânica. Ela deixou o papel em 1964, exatamente para se juntar a Sean Connery em “007 Contra Goldfinger”, a terceira aventura de James Bond nos cinemas. A personagem de Blackman, Pussy Galore, que liderava um esquadrão aéreo, rompeu com os clichês das Bond girls indefesas e submissas da franquia. “Ela era uma criatura fascinante e a menos previsível de todas as conquistas de James Bond”, disse Blackman uma vez. “Todas as outras sucumbiram rapidamente [à sedução de Bond], mas não Pussy. No livro [de Ian Fleming], ela era lésbica.” E ela era capaz de fazer mais que deixar os homens tontos com sua beleza, ela os fazia cair a seus pés, desmaiados após golpes de artes marciais. Graças ao papel de “Os Vingadores”, Blackman tinha treinado judô e a repercussão de seus papéis em produções de ação renderam até o lançamento de um livro em que atriz ensinava golpes de autodefesa. Seu papel em Pussy Galore ainda repercutiu na cultura pop, inspirando o nome de uma banda de rock, formada em Washington em 1985 pelo guitarrista e cantor Jon Spencer (posteriormente líder do trio The Jon Spencer Blues Explosion). O sucesso de “007 Contra Goldfinger” levou Blackman a estrelar três filmes em 1965: a comédia “O Segredo do Meu Sucesso”, o drama “Leilão de Almas” e o romance trágico “Por um Momento de Amor”. Ela voltou a contracenar com Sean Connery no western “Shalako” (1968) e continuou em alta até o fim dos anos 1970, aparecendo em “Twinky” (1970), de Richard Donner, e em vários terrores cultuados, como “Uma Noite de Pavor” (1971), “Uma Filha para o Diabo” (1976) e “O Gato e o Canário” (1978). Blackman também fez muitas produções televisivas, inclusive um arco em “Doctor Who”, nos anos 1980, e na maior parte dos anos 1990 estrelou a série de comédia “The Upper Hand”, a versão britânica da sitcom americana “Who’s the Boss?”, como uma mãe sexualmente ativa que contrata um empregado doméstico masculino. Entre seus últimos papéis estão participações nos filmes “O Diário de Bridget Jones” (2001), “Totalmente Kubrick” (2005), “Eu, Anna” (2012) e o terrir “Cockneys vs. Zombies” (2012). A atriz foi casada duas vezes. Seu último marido foi o também ator Maurice Kaufmann, com quem contracenou em “Uma Noite de Pavor”. O casal adotou dois filhos, Lottie e Barnaby, que lhes deram os netos Daisy, Oscar, Olive e Toby.

