Tom Whitlock, compositor dos hits de “Top Gun”, morre aos 68 anos
O compositor Tom Whitlock, vencedor do Oscar de Melhor Canção Original por “Take My Breath Away”, enorme sucesso da trilha de “Top Gun: Ases Indomáveis” (1986, morreu em 18 de fevereiro, aos 68 anos. A morte foi confirmada pela funerária Gorman-Scharpf Funeral Home nesta sexta-feira (24/2), sem revelar a causa da morte. Whitlock criou a letra de “Take My Breath Away”, que teve suas melodias compostas por Giorgio Moroder, pioneiro da música eletrônica e da disco music. Os dois dividiram a honraria do Oscar em 1987. Além de conquistar o troféu da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA, a gravação da faixa, gravada pela banda Berlin, ficou por semanas no topo das paradas de diversos países, incluindo os Estados Unidos e o Reino Unido. A dupla também compôs “Lead Me On”, “Through the Fire”, “Radar Radio” e “Danger Zone” para a trilha de “Top Gun”, e a última chegou a ser reprisada no recente lançamento de “Top Gun: Maverick”. A parceria se estendeu ainda para as trilhas de “Um Tira da Pesada II” (1987) e “Rambo III” (1988) e os temas oficiais dos Jogos Olímpicos de Seul, em 1988, e da Copa do Mundo de 1990, jogada na Itália. Além disso, Whitlock também trabalhou com diferentes parceiros, como Sammy Hagar em “Falcão – O Campeão dos Campeões” (1987), Shannon em “Beleza Roubada” (1987) e Jessica Riddle em “10 Coisas que Eu Odeio em Você” (1999), além de ter composto sozinho músicas para a comédia “A Grande Barbada” (1988) e o filme de ação “Comando Imbatível” (1990). Em seu perfil oficial, a cantora Teri Nunn, da banda Berlin, que gravou “Take My Breath Away”, escreveu uma homenagem ao compositor: “Tom Whitlock, você mudou minha vida e tocou milhões de outras pessoas com suas belas palavras em ‘Take My Breath Away’. Obrigado pela oportunidade de cantá-las. Desejo a você paz e alegria ilimitadas até nos vermos em sua próxima grande aventura. Eu te amo”. Lembre abaixo o maior sucesso composto por Whitlock, na gravação original da banda Berlin. Tom Whitlock, you changed my life, and touched millions of others, with your beautiful words in Take My Breath Away. Thank you for the opportunity to sing them. I wish you boundless peace & joy as we see you off to your next grand adventure. I love you. -Terri pic.twitter.com/HBJCwifMND — BERLIN || Terri Nunn (@RealTerriNunn) February 21, 2023
Kymberly Herrin, modelo e atriz de “Os Caça-Fantasmas”, morre aos 65 anos
A atriz e modelo Kymberly Herrin, que interpretou o “Dream Ghost” (fantasma do sonho) em “Os Caça-Fantasmas” (1984) e estrelou alguns famosos clipes de rock, morreu em outubro passado, segundo informou sua família na quarta-feira (16/11). Ela tinha 65 anos. Nascida em 2 de outubro de 1957, em Lompoc, no estado americano da Califórnia, Herrin começou a carreira como modelo, aparecendo em diversas revistas masculinas, incluindo duas vezes na Playboy. Ela se tornou famosa após estrelar três clipes consecutivos da banda ZZ Top: “Gimme All Your Lovin'” (1983), “Sharp Dressed Man” (1983) e “Legs” (1984). As músicas estão entre as mais populares do grupo de rock. Herrin era a mulher de top vermelho brilhante em “Legs”, que se tornou o maior sucesso da banda, alcançando o Top 10 nos Estados Unidos e em vários outros países, e sua presença nas telas ajudou a catapultar ZZ Top nos primeiros anos da MTV O sucesso dos clipes a levou aos cinemas. Herrin apareceu nos filmes “Tudo por uma Esmeralda” (1984), estrelado por Michael Douglas e Kathleen Turner, e interpretou a fantasma sedutora que paira sobre a cama de Dan Aykroyd em “Os Caça-Fantasmas”. Ela também fez participações em dois filmes que marcaram a década de 1980, “Um Tira da Pesada II” (1987), com Eddie Murphy, e “Matador de Aluguel” (1989), com Patrick Swayze, e voltou ao rock no clipe de “eXposed” (1987), da banda KISS. Seu último crédito como atriz foi no filme “Squanderers” (1996). Assista abaixo aos clipe do ZZ Top com Kymberly Herrin.
Dean Stockwell (1936–2021)
O famoso ator Dean Stockwell, que teve carreira longuíssima e repleta de clássicos – e até filmou no Brasil – , morreu na manhã do último domingo (7/11) de causas naturais, aos 85 anos. Filho de Harry Stockwell, que dublou o Príncipe Encantado em “Branca de Neve e os Sete Anões” (1937), Dean e seu irmão mais velho, Guy Stockwell (“Beau Gest”), começaram a trabalhar ainda nos anos 1940 como atores mirins. Ao estrear na Broadway com 7 anos, ele chamou atenção da MGM e se mudou para Hollywood, onde passou a filmar e estudar ao lado de colegas de classe famosos, como Roddy McDowall, Elizabeth Taylor, Jane Powell e Russ Tamblyn. A estreia no cinema foi como uma criança fugitiva no famoso musical “Marujos do Amor” (1945) ao lado de Frank Sinatra e Gene Kelly. O sucesso do filme o fez emendar várias produções no período, até começar a ser escalado como protagonista aos 12 anos, em “O Órfão do Mar” (1948), de Henry King, e “O Menino de Cabelos Verdes” (1948), de Joseph Losey, em que viveu os personagens-títulos. Em sua infância, ele foi dirigido por alguns dos maiores mestres da velha Hollywood, em obras como “A Luz é para Todos” (1947), de Elia Kazan, que lhe rendeu um Globo de Ouro juvenil, “Capitães do Mar” (1949), de Henry Hathaway, “O Jardim Encantado” (1949), de Fred M. Wilcox, “O Testamento de Deus” (1950), de Jacques Tourneur, e “Era Sempre Primavera” (1950), de William A. Wellman. Seu papel-título na aventura “Kim” (1950), na qual contracenou com Errol Flynn, chegou a inspirar o lançamento de uma revista em quadrinhos. Mas seu contrato com a MGM acabou quando ele chegou os 16 anos. No auge da popularidade, Stockwell decidiu pausar a carreira para se formar na Hamilton High School em Los Angeles e estudar na faculdade em Berkeley, antes de, inspirado por “On the Road”, viajar pelo país. Só que, após um hiato de cinco anos, encontrou dificuldades para retomar as atividades, passando a atuar na TV, onde fez vários teleteatros, e também nos palcos. Até que seu desempenho na Broadway lhe reconduziu ao cinema. Após uma década vivendo o bom menino, ele reapareceu em “Estranha Obsessão” (1959), de Richard Fleischer, como um dos psicopatas universitários que matam um colega só para provar que era possível cometer um crime perfeito. Stockwell reprisava um papel que tinha vivido nos palcos de Nova York, e que por isso sabia de cor. De fato, foi tão magistral que acabou consagrado no Festival de Cannes de 1959 com o troféu de Melhor Ator. A partir daí, emendou outros papéis dramáticos importantes. Em “Filhos e Amantes” (1960), de Jack Cardiff, foi um jovem artista que busca uma vida diferente de sua família de mineiros. Em outro clássico, “Longa Jornada Noite Adentro” (1962), de Sydney Lumet, foi o filho doente terminal de uma família doentia, inspirado na juventude do escritor Eugene O’Neill. A interpretação depressiva lhe rendeu seu segundo prêmio de Melhor Ator em Cannes, em 1962. Apesar do impacto dessas produções, seu filme seguinte, “Nasce uma Mulher”, só estreou em 1965, e para se manter Stockwell precisou ampliar as participações na TV, conseguindo um papel recorrente na popular série médica “Dr. Kildare” em 1965. Isto, porém, fechou-lhe as portas das produções de prestígio, iniciando outra fase em sua carreira. Stockwell descobriu as drogas, mudou-se para San Francisco e entrou na contracultura como um hippie sábio em “Busca Alucinada” (1968), filme psicodélico de Richard Rush que também trazia Jack Nicholson como guitarrista de uma banda de rock. E após uma rápida transformação em vilão de terror em “O Altar do Diabo” (1970), mergulhou de vez no cinema contracultural. Viveu o pistoleiro Billy the Kid no filme dentro do filme de “O Último Filme” (1971), obra maldita do eterno hippie Dennis Hopper, de quem se tornou amigo inseparável. Foi ainda um repórter-lobisomem nos bastidores do poder político em “O Lobisomem de Washington” (1973), cult marginal de Milton Moses Ginsberg. E voltou a encontrar Hopper como um hipster em “Tracks” (1974), de Henry Jaglom, sobre traumas da Guerra do Vietnã. Foram filmes cultuadíssimos, mas que pagaram bem menos que ele estava acostumado. Por isso, sua carreira televisiva como ator convidado multiplicou-se com participações em “Bonanza”, “Missão: Impossível”, “Mannix”, “Galeria do Terror”, “Columbo”, “Cannon”, “São Francisco Urgente”, “Os Novos Centuriões”, “Casal 20” e “Esquadrão Classe A”, entre muitas outras séries. Sem atenção de Hollywood, Stockwell estrelou “Alsino e o Condor” (1982), produção da Nicarágua que acabou indicada ao Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira, e o mexicano “Matar um Estranho” (1983). Até se desiludir de vez e resolver abandonar o cinema para vender imóveis no Novo México. Entretanto, para complementar a renda, aceitou fazer um último filme de um diretor alemão. Tudo mudou com o filme do tal alemão. Em 1984, ele viveu o irmão de Harry Dean Staton em “Paris, Texas”. O drama do cineasta Wim Wenders acabou vencendo o Festival de Cannes e se tornando um dos longas mais famosos da década. Sua filmografia reviveu com uma coleção de pequenas participações inesquecíveis. Ele apareceu na primeira versão da sci-fi “Duna” (1984), sob a direção de David Lynch, no cult adolescente “A Lenda de Billie Jean” (1985) e no thriller policial “Viver e Morrer em Los Angeles” (1986), de William Friedkin, antes de atingir o ápice com sua melhor pequena participação de todas, o cafetão-traficante Ben de “Veludo Azul” (1986), novamente dirigido por Lynch e ao lado do velho amigo Dennis Hopper. A cena em que ele canta Roy Orbison para o torturado Kyle MacLachlan figura entre as mais icônicas do cinema moderno. Em seguida, ele enfrentou Eddie Murphy em “Um Tira da Pesada II” (1987) e fez uma dobradinha de filmes para Francis Ford Coppola, “Jardins de Pedra” (1987) e “Tucker: Um Homem e seu Sonho” (1988), até ter seu status de ladrão de cenas consagrado pela Academia, com uma indicação ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante pelo desempenho como um chefão da máfia na comédia “De Caso com a Máfia” (1988), de Jonathan Demme. Foi nesse período que acabou vindo filmar no Brasil, onde, sem falar português, viveu o patrão de “Jorge, um Brasileiro” (1988), drama caminhoneiro dirigida por Paulo Thiago, com Carlos Alberto Riccelli e Glória Pires no elenco. Na projeção nacional, foi dublado por Odilon Wagner. Ao voltar aos EUA, Stockwell passou a se dedicar a seu papel mais duradouro na TV, interpretando o almirante Al Calavicci em cinco temporadas da série “Quantum Leap” (1989–1993), que lhe renderam indicações ao Emmy em quatro anos consecutivos. “Ele costumava anunciar sua chegada no estúdio com um grito: ‘A diversão começa agora!’. Palavras mais verdadeiras nunca foram ditas”, lembrou Scott Bakula, seu colega de elenco na série, em depoimento à imprensa nesta terça (9/11). Stockwell ainda fez nova parceria com Dennis Hopper em “Atraída pelo Perigo” (1990), foi um agente de talentos desesperado num dos melhores longas de Robert Altman, “O Jogador” (1992), atuou no thriller de ação “Força Aérea Um” (1997), com Harrison Ford, e até retomou as colaborações com Coppola em “O Homem Que Fazia Chover” (1997), vivendo um juiz corrupto. Mas depois disso seus melhores papéis foram na TV, principalmente como John Cavill, um dos robôs humanoides vilões do reboot de “Battlestar Galactica”, entre 2006 e 2009. Em 2015, ele se aposentou da carreira de ator e passou a se dedicar às artes plásticas. Artista talentoso, Stockwell já tinha se destacado ao projetar a arte da capa de um álbum de Neil Young, “American Stars ‘n Bars”, de 1977, e exibia suas obras por várias regiões nos Estados Unidos com seu nome completo: Robert Dean Stockwell.
Tommy “Tiny” Lister (1958 – 2020)
O ator e lutador Tommy “Tiny” Lister, conhecido por participar de filmes como “Sexta-Feira em Apuros” (1995) e “O Quinto Elemento” (1997), foi encontrado morto na quinta (10/12) em seu apartamento em Marina Del Rey, Califórnia, aos 62 anos. Sua agente, Cindy Cowan, contou à revista People que apesar de não ter testado positivo para o coronavírus, ele morreu após apresentar “sintomas de covid-19” por uma semana. De acordo com ela, o ator estava escalado para trabalhar em um filme nos próximos dias, mas já havia cancelado. “Ele estava reclamando, mas estava fraco para ir ao médico”, disse. “Ele era um gigante gentil e único”, desabafou ela. “Um homem que é meu irmão há 20 anos”, acrescentou Cindy. Antes de atuar, ele foi um lutador profissional da federação de luta-livre, creditado como Zeus e ZGangsta nas competições da WWE. A mudança de carreira começou em 1985, quando apareceu no clássico de ação “Expresso para o Inferno”. Mas Lister seguiu exercendo as duas atividades paralelamente por um bom tempo, até aparecer como ele mesmo no filme “Desafio Total” (1989), estrelado pelo também lutador Hulk Hogan. Ao todo, Lister participou de mais de 80 filmes, incluindo os dois da franquia “Sexta-Feira em Apuros”, ao lado de Ice Cube. Entre seus papéis de destaque, incluem-se atuações em vários blockbusters, como “O Quinto Elemento” (1997), onde teve uma participação memorável como o presidente Lindberg, “Um Tira da Pesada II” (1987), “Soldado Universal” (1992), “Austin Powers em o Homem do Membro de Ouro” (2002) e “Batman: O Cavaleiro das Trevas” (2008). Nos últimos anos, porém, vinha fazendo filmes de baixo orçamento para o mercado de VOD (locação digital). Ele deixou finalizadas participações em cinco longas desse tipo, ainda inéditos.



