Jovem Pan demite Rodrigo Constantino, Paulo Figueiredo e Zoe Martinez
Os comentaristas Rodrigo Constantino, Paulo Figueiredo e Zoe Martinez foram demitidos nesta segunda-feira (16/1) da Jovem Pan News. Os três já estavam afastados de suas funções desde a semana passada, após o Ministério Público Federal abrir uma investigação sobre o canal de notícias. A investigação na Justiça de São Paulo apura a conduta do grupo Jovem Pan após veiculação de notícias falsas, apoio aos ataques antidemocráticos e comentários abusivos feitos pelos profissionais. O objetivo é saber se a Jovem Pan, “de fato”, inflamou os ânimos dos vândalos bolsonaristas que participaram da destruição dos prédios do Congresso, STF e Planalto na Praça dos Três Poderes. Durante a cobertura do ato terrorista, a emissora escalou Paulo Figueiredo para comentar os ataques, e após ter defendido uma “guerra civil no Brasil” em outra oportunidade, ele disse que era “compreensível a revolta popular”, e mesmo criticando a destruição causada pelos bolsonaristas, buscou retratar os agressores como supostas vítimas do sistema. “A revolta é legítima”, ele afirmou sobre a barbárie terrorista. Zoe Martinez, por sua vez, defendeu que as Forças Armadas destruíssem os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), em participação na emissora no dia 21 de dezembro, enquanto Constantino insistiu na tese de que as eleições foram forjadas por um “um malabarismo do Supremo”, ideia difundida a partir de 14 de novembro e reiterada várias vezes desde então. Ele também foi um dos difusores da versão de que o país virou uma ditadura do STF. Os três demitidos eram alguns dos bolsonaristas mais visíveis da emissora. Mas, segundo informações do Tudo Rádio, a lista de dispensados pela Jovem Pan ainda inclui Marco Antonio Costa, Fernão Lara Mesquita e o Coronel Gerson Gomes. Os desligamentos foram feitos com a intenção de renovar o quadro de apresentadores e comentaristas do canal, que deve anunciar novidades novos contratados nos próximos dias. Logo após a depredação, o empresário o Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, o Tutinha, renunciou ao cargo de presidente do grupo Jovem Pan, e é a nova diretoria que assina as demissões, numa tentativa de aliviar a barra da emissora, que corre risco de sair do ar. Apesar de abrir mão da chefia, Tutinha segue como o acionista majoritário.
Tutinha renuncia presidência do grupo Jovem Pan
O empresário Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, conhecido como “Tutinha”, renunciou ao cargo de presidente da Jovem Pan nesta segunda-feira (9/1). Ele estava à frente da emissora há 10 anos. A direção de Jornalismo do grupo afirmou que o novo presidente será Roberto Araújo, que é CEO do grupo e atual presidente da Rádio Jovem Pan. Apesar disso, a empresa não confirmou institucionalmente a saída de Tutinha, que segue no conselho executivo como o maior acionista da empresa. Diante da guinada radical à direita no jornalismo do grupo, o ex-presidente tenta salvar a empresa do colapso. Nos últimos meses, a JP perdeu as principais fontes de renda, que eram o apoio financeiro de Bolsonaro e a monetização dos canais no YouTube. Vale considerar também que a emissora está perdendo patrocinadores graças a movimentação intensa do Sleeping Giants Brasil. Ao todo, mais de 16 empresas e marcas já abriram mão de seus anúncios na Jovem Pan desde 2022. Tutinha abandonou seu posto após a Jovem Pan News ser acusada de fomentar e minimizar a gravidade dos atos terroristas, que aconteceram no domingo (8/1) nos prédios dos Três Poderes, em Brasília. Durante a cobertura do atentado, o canal escalou um de seus comentaristas mais radicais, Paulo Figueiredo, para comentar as ações terroristas. E ele chegou a declarar de que as invasões eram resultado de um descontentamento com o sistema eleitoral brasileiro e com ações do ministro Alexandre de Moraes. Na sequência, milhares de pessoas enviaram denúncias contra a Jovem Pan ao Ministério da Justiça e ao Supremo Tribunal Federal (STF).

