Ozzy Osbourne se despede dos palcos com show do Black Sabbath neste sábado
Última apresentação do cantor com o Black Sabbath será transmitida ao vivo com participações de vários astros do rock
Wayne Kramer, da banda revolucionária MC5, morre aos 75 anos
O guitarrista Wayne Kramer, cofundador da barulhenta garage band MC5, maior influência no punk rock politizado, morreu aos 75 anos na sexta-feira (2/2) no Cedars-Sinai Medical Center em Los Angeles, de câncer pancreático. O impacto do MC5 Entre o final dos anos 1960 e início dos 1970, nenhuma banda esteve tão próxima do espírito revolucionário da época quanto o MC5, que contava com Kramer e Fred “Sonic” Smith nas guitarras, Rob Tyner nos vocais, Michael Davis no baixo e Dennis “Machine Gun” Thompson na bateria. Gerenciados por um tempo por John Sinclair, cofundador dos Panteras Brancas (os aliados brancos dos Panteras Negras), eram conhecidos por suas músicas afrontosas e barulhentas, vistas como trilha sonora para uma revolta iminente. Kramer e Smith se conheceram na adolescência e tocaram com vários outros músicos em Detroit antes de criarem a banda, na metade dos anos 1960. Sob sugestão de Tyner, adotaram o nome MC5, abreviação de Motor City Five, sendo Detroit a “motor city”, por conta da indústria automobilística, e 5 porque a banda era um quinteto. Musicalmente, eles seguiam o hard rock da época, exemplificado pelos Rolling Stones e The Who. Mas seu rock soava muito mais barulhentos e rápido. Descobertos por Danny Fields, executivo da Elektra Records, durante a Convenção Nacional Democrata em Chicago, o MC5 gravou seu álbum de estreia “Kick Out the Jams” ao vivo no Grande Ballroom em 30 e 31 de outubro de 1968. Embora a reação inicial tenha sido entusiasmada, o grito de Tyner “Kick out the jams, motherfuckers!” manteve o álbum de 1969 fora das grandes lojas de departamento até que a Elektra lançasse uma versão censurada, contra a vontade da banda. A frase “Kick out the jams, motherfuckers!” tornou-se emblemática do estilo direto e desafiador da banda. O som do MC5 era alto, cru e direto, caracterizado por guitarras distorcidas, ritmos frenéticos e vocais agressivos. Além disso, a banda frequentemente incorporava mensagens políticas em suas músicas e performances, o que, em alguns casos, levou a controvérsias, como na famosa “Batalha de Chicago”, narrada no filme “Os 7 de Chicago” (2020), da Netflix. MC5 foi a única banda a tocar para os manifestantes contra a Guerra do Vietnã durante a Convenção Nacional Democrata de 1968 em Chicago. A resposta da política culminou em confrontos violentos e a banda passou a ser questionada por sua aliança aos jovens revolucionários. Entretanto, também foi o que lhes rendeu um contrato musical. Legado e influência Embora o MC5 tenha se desfeito no início dos anos 1970 sem nunca alcançar grande sucesso comercial, sua influência na música e na cultura foi imensa. Eles são considerados precursores do punk rock, do hard rock e do grunge, e sua abordagem crua e energética inspirou inúmeras bandas nas décadas seguintes – como The Stooges, de Iggy Pop, Ramones, Sex Pistols, The Clash, Mudhoney e Rage Against the Machine, que tiveram em MC5 uma influência chave. Além da música inovadora, o MC5 também é lembrado por sua abordagem DIY (“faça você mesmo”), criando seus próprios materiais de divulgação, o que também influenciou a ética punk que emergiu na segunda metade dos anos 1970. Prisão, drogas e punk rock Após o fim do grupo, Kramer tornou-se, nas suas próprias palavras, “um criminoso de pequeno porte de Detroit”. Em 1975, foi condenado por vender drogas para agentes federais disfarçados e sentenciado a quatro anos de prisão. Na época, a banda The Clash o homenageou na música “Jail Guitar Doors”, que faz referência às suas lutas: “Deixe-me contar sobre Wayne e seus acordos de cocaína”. Após ser libertado da prisão em 1979, Kramer começou a fazer trabalhos como guitarrista de estúdio em Detroit, juntando-se ao grupo Was (Not Was) em seu primeiro álbum e turnê homônimos. Também colaborou com o guitarrista do New York Dolls, Johnny Thunders, na banda Gang War em 1979, e produziu vários grupos punks durante sua estadia em Nova York – Marc Johnson and the Wild Alligators, The Cooties, The Rousers, The Terrorists, The Boyfriends, Fats Deacon and the Dumbwaiters, Mark Truth and the Liars, Viva LaRu, além do infame GG Allin. Carreira solo Kramer teve uma carreira solo de destaque a partir de 1991, com álbuns como “The Hard Stuff” (1995), “Dangerous Madness” (1996), “Citizen Wayne” (1997) e o álbum ao vivo “LLMF” (1998). Ele e sua esposa empresária Margaret Saadi Kramer também fundaram o selo MuscleTone em 2001, por onde o músico lançou seu álbum solo de 2002, “Adult World”. Ele ainda produziu o álbum “The Lucky Ones”, da banda Mudhoney, lançado em 2008 como uma conexão significativa entre duas gerações de músicos de rock, ligando a energia e a atitude do protopunk do MC5 com o som grunge de Seattle, conhecido pela mesma abordagem crua e distorcida ao rock. No final dos anos 2000, ele também se destacou na composição de trilhas sonoras para cinema e televisão, com créditos em comédias de Adam McKay como “Ricky Bobby: A Toda Velocidade” (2006) e “Quase Irmãos” (2008), a música-tema da Fox Sports Network “5-4-3-2-1, Spotlight”, e a série da HBO “Eastbound & Down” (2009-2013), de Danny McBride. Tom Morello, guitarrista do Rage Against the Machine, prestou homenagem a Kramer no Instagram: “Irmão Wayne Kramer foi o melhor homem que já conheci. Ele possuía uma mistura única de profunda sabedoria e compaixão profunda, bela empatia e convicção tenaz. Sua banda, o MC5, basicamente inventou o punk rock.”
Rage Against the Machine não voltará a fazer shows, diz baterista
O baterista Brad Wilk confirmou na noite de quarta-feira (3/1) que a banda Rage Against the Machine não voltará mais aos palcos. A notícia foi compartilhada no perfil oficial do músico no Instagram. “Sei que muitas pessoas estão esperando de nós o anúncio de novas datas de turnê para todos os shows cancelados do RATM. Não quero mais aprisionar as pessoas ou a mim mesmo. Então, embora tenha havido alguma comunicação de que isso poderia acontecer no futuro… Quero que vocês saibam que o RATM (Tim, Zack, Tom e eu) não estará em turnê ou tocando ao vivo novamente. Sinto muito por aqueles que estavam esperando que isso acontecesse. Eu realmente gostaria que acontecesse…”, lamentou o músico, que também já integrou o grupo Audioslave. A incerteza sobre o status de Rage Against the Machine vem desde outubro de 2022, quando a banda cancelou todas as apresentações marcadas para o ano seguinte. O motivo foi uma lesão sofrida pelo vocalista Zack De La Rocha em seu tendão de Aquiles, que já havia forçado o cantor a se apresentar sentado no restante da turnê. Recentemente, o guitarrista Tom Morello chegou a comentar sobre um possível retorno da banda: “Veremos. Se houver mais shows, anunciaremos como uma banda. Não sei. Eu sei tanto quanto você, honestamente. Agora estamos em um momento de cura. Estou em um momento de fazer música e mais um monte de coisas. Se nunca mais houver outro show nosso, acho que essa turnê cumpriu a missão.” Ainda em 2023, a banda foi uma das indicadas ao Rock and Roll Hall of Fame, mas somente Tom Morello compareceu na cerimônia para aceitar o prêmio.
BTS lidera premiação da MTV Europeia, que também consagrou Pabllo Vittar
O fenômeno sul-coreano BTS foi, pela segunda vez consecutiva, o grande vencedor dos MTV European Music Awards (EMAs). A boy band venceu quatro troféus, incluindo Melhor Música (“Dynamite”), Grupo, Show Virtual e Fãs, na premiação transmitida na noite de domingo (8/11) pelo canal pago. O evento também premiou artistas locais em sua transmissão ao redor do mundo, e Pabllo Vittar venceu o troféu pelo Brasil. A cerimônia do ano passado aconteceu em Sevilla, na Espanha, onde o BTS igualmente venceu o maior número de prêmios da cerimônia. Já este ano, devido à segunda onda de coronavírus em todo o continente, os EMAs apresentaram performances gravadas em vários locais da Europa, em vez de acontecer num único palco numa cidade-sede. A premiação ainda destacou Lady Gaga, eleita como Melhor Artista em geral e Melhor Artista dos EUA, enquanto DJ Khaled levou o troféu de Melhor Clipe por “Popstar”, que contou com Drake e Justin Bieber. A colombiana Karol G também chamou atenção, vencendo a nova categoria de melhor Artista Latina e dividindo com Nicki Minaj a Melhor Parceria pela faixa “Tusa”. Anfitrião da cerimônia, o quarteto feminino britânico Little Mix recebeu o troféu de Melhor Artista Pop, além de apresentar uma performance de “Sweet Melody” gravada nos subúrbios Londres – e incorporando realidade aumentada. Entre outros prêmios, Cardi B venceu como Melhor Artista de Hip-Hop, enquanto David Guetta foi consagrado como Artista Eletrônico, Coldplay ganhou o troféu de Rock e Hayley Williams foi eleita a Melhor Artista Alternativa. Só que os premiados como eletrônicos, roqueiros e alternativos lançaram apenas hits de pop genérico em 2020. Para se ver como vão longe os dias de “120 Minutes” e “Alternative Nation” na MTV… Houve uma tendência política em várias apresentações, refletindo o clima atual – não apenas as eleições dos EUA – , com direito à premiação da música “I Can’t Breathe”, de H.E.R., inspirada na frase repetida por George Floyd enquanto era assassinado pela polícia de Columbus, na Georgia. H.E.R. ganhou um troféu especial, batizado de “Video for Good” (vídeo para o bem) das mãos do campeão de Formula 1 Lewis Hamilton. O evento também incluiu um tributo à lenda do rock Eddie Van Halen – que morreu no mês passado após uma longa batalha contra o câncer – , com participações do guitarrista Tom Morello (Rage Against the Machine), da cantora e guitarrista St. Vincent e do baterista Taylor Hawkins (Foo Fighters). E ainda inclui a terceira edição do Prêmio Mudança de Geração (Generation Change), que este ano homenageou cinco mulheres que lutam por justiça social e racial em todo o mundo. Os vencedores foram Kiki Mordi, uma jornalista investigativa que luta para acabar com a SARS na Nigéria; Temi Mwale, um ativista da justiça racial no Reino Unido; Catherhea Potjanaporn, fotógrafa de retratos na Malásia; Luiza Brasil, jornalista negra de moda no Brasil; e Raquel Willis, uma ativista transgênero negra nos EUA. Confira a lista completa dos vencedores no vídeo abaixo. Congrats to @BTS_twt on winning #MTVEMA Best Virtual Live! 🙌 pic.twitter.com/VTUNyKv9V6 — MTV EMA (@mtvema) November 8, 2020



