Globo de Ouro homenageará criador de Tudo em Família e One Day at a Time
O lendário produtor Norman Lear será o homenageado televisivo do Globo de Ouro 2021. Ele vai receber o troféu especial Carol Burnett durante o 78º Golden Globe Awards no domingo, 28 de fevereiro, anunciou a Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA, na sigla em inglês) nesta quinta-feira (28/1). “Norman Lear está entre os criadores mais prolíficos desta geração”, disse o presidente da HFPA, Ali Sar, em um comunicado. “Sua carreira abrangeu tanto a Era de Ouro quanto a Era do Fluxo, ao longo da qual sua abordagem progressiva de temas polêmicos por meio do humor levou a uma mudança cultural que permitiu que questões sociais e políticas se refletissem na televisão. Seu trabalho revolucionou a indústria e a HFPA tem a honra de homenageá-lo com o prêmio Carol Burnett de 2021”. Lear, que agora está com 98 anos, mas não mostra sinais de querer se aposentar, começou sua carreira na TV em 1950. Ele comandou uma revolução nos anos 1970, empregando o formato de sitcom para lidar com questões de importância social em vários programas inesquecíveis, incluindo “Tudo em Família” (All in the Family, 1971-1979), “Sanford and Son” (1972-1977), “Maude” (1972-1978), “Good Times” (1974-1979), “The Jeffersons” (1975-1985), “One Day at a Time” (1975-1984) e “Mary Hartman, Mary Hartman” (1976-1977). A certa altura, em 1976, ele teve simultaneamente oito programas no ar, seis deles entre os dez primeiros mais vistos dos EUA. Vencedor de quatro prêmios Emmy, dois prêmios Peabody, a Medalha Nacional das Artes e uma condecoração de honra do Kennedy Center, Lear também foi uma das primeiras pessoas induzidas no Hall of Fame da Academia da Televisão, em 1984. Com vários projetos ainda em desenvolvimento, o incansável Norman Lear será o terceiro homenageado pela HFPA com o troféu Carol Burnett, após o prêmio ser concedida à própria Burnett (em 2019) e Ellen DeGeneres (2020).
Ja’net DuBois (1945 – 2020)
A atriz Ja’net DuBois, conhecida pela série clássica “Good Times”, morreu durante a madrugada desta terça-feira (18/2). Ela foi encontrada morta na cama de sua residência, em Glendale, Califórnia, aos 74 anos. Sua família disse à imprensa que ela morreu dormindo e não se queixava de nenhuma dor. DuBois iniciou a carreira em musicais da Broadway e estreou no cinema na comédia “Um Homem Chamado Adam” (1966), uma produção estrelada pelos músicos Sammy Davis Jr. e Louis Armstrong. Ela se especializou em comédias com astros negros, como “Five on the Black Hand Side” (1973), com Godfrey Cambridge, e “Os Espertalhões” (1977), com Sidney Poitier, mas também apareceu em “Quando Nem um Amante Resolve” (1970), em meio a um elenco branco encabeçado por Richard Benjamin e Frank Langella. Em 1974, ela foi escalada como Willona Woods, a vizinha da família Evans na adorada sitcom “Good Times”. Primeira comédia televisiva focada numa família negra, a série marcou época e durou seis temporadas, entre 1974 e 1979. O sucesso de “Good Times” levou ao lançamento de “The Jeffersons” no ano seguinte. Ambos eram criações do lendário produtor Norman Lear, sobre o cotidiano de famílias da classe média afro-americana. E ainda tinham outro ponto em comum: Ja’net DuBois. Além de atriz, DuBois também era uma talentosa compositora e foi responsável por criar e cantar o icônico tema de “The Jeffersons”, “Movin ‘on Up”. Ele teve carreira como cantora e ainda viveu a mãe de Janet Jackson no célebre clipe da música “Control”, de 1986. No cinema, participou ainda das comédias “Vou Te Pegar Otário” (1988), de Keenen Ivory Wayans, e “Um Espírito Grudou em Mim” (1990), com Bob Hoskins e Denzel Washington, e foi a mãe de Bosley (Bernie Mac) em “As Panteras: Detonando” (2002). Outros destaques que conseguiu na TV foram uma participação recorrente na série “Dupla do Barulho” (The Wayans Bros), entre 1996 e 1997, e um desempenho de dublagem premiado na série animada “The PJs” (1999–2001), pelo qual conquistou dois Emmys. Seus últimos trabalhos foram três temporadas da série animada “Ginger” (2000-2004), na Nickelodeon, e participações em episódios de “Crossing Jordan” e “Arquivo Morto” (Cold Case) em 2007. Depois disso, ela teve um hiato de nove anos até seu papel final, na comédia indie “She’s Got a Plan” (2016).

