Clipe animado junta Robert Smith e a banda Gorillaz
A banda Gorillaz divulgou o sexto “capítulo” de sua temporada de parcerias. Em novo clipe, os personagens animados vão à lua, que tem a cara de Robert Smith. O líder da banda The Cure canta “Strange Times”, acompanhando Damon Albarn (também do Blur) e companhia no desenho espacial de Jamie Hewlett, o criador do visual dos Gorillaz. A faixa faz parte de um projeto chamado “Song Machine – Season One”, uma coleção de parcerias que o grupo liderando por Albarn e o animador Hewlett tem feito com vários artistas ao redor do mundo, “Strange Times” é o sexto “episódio” de “Song Machine”, série iniciada em janeiro com “Momentary Bliss”, em parceria com o rapper Slowthai e a banda punk Slaves. A “temporada” que já teve participações de Peter Hook (ex-New Order), Skepta, ScHoolboy Q e Fatoumata Diawara, e que a seguir vai incluir St. Vicent, Beck e até Elton John na lista de convidados.
Shows clássicos: Veja 18 vídeos com Bauhaus, The Cure, Siouxie and the Banshees, Echo & the Bunnymen, etc
A 8ª seleção de shows clássicos da Pipoca Moderna destaca a era gótica dos anos 1980, reunindo 18 apresentações extraídas de documentários, VHS caseiros e programas de TV raros, disponíveis em diferentes portais de vídeos da internet. A mostra abre com o famoso show do Bauhaus no Old Vic Theater em 1982, que foi retalhado e lançado separadamente em dois vídeos diferentes pela gravadora Beggars Banquet na companhia de clipes da época. Para apresentar a performance completa, os dois VHS originais foram reunidos numa miniplaylist, que emenda um vídeo oficial atrás do outro. A banda Siouxsie and the Banshees também entra na lista com um célebre lançamento da época do VHS: o show “Nocturne”, gravado em 1983 no Royal Albert Hall com participação de Robert Smith, do Cure, na guitarra. O próprio The Cure aparece num show de 1988, logo após o lançamento do disco “Kiss Me Kiss Me Kiss Me”. Ao lado dos artistas mais conhecidos da geração gótica, como Sisters of Mercy, The Mission, Cocteau Twins e Clan of Xymox, a seleção inclui outros talentos que combinaram punk rock e estilo gótico, como Killing Joke e Lords of New Church, e avança pelo neopsicodelismo que também brotou no Reino Unido durante aquele período por meio de seus representantes mais destacados. Não só Echo & The Bunnymen, The Cult e Psychedelic Furs, mas também a banda Colourfield de Terry Hall (ex-The Specials), a sensacional Teardrop Explodes de Julian Cope, Icicle Works de Ian McNabb e The Chameleons, possivelmente a banda mais subestimada da história de Manchester. Além da seleção atual, abaixo também estão disponíveis os atalhos para as curadorias anteriores, com diferentes períodos da História do Pop/Rock. E aguardem para breve os vídeos da mostra de synthpop. > Shows dos 1960 (iê-iê-iê, mod, folk e psicodelia) > Shows dos 1970 – Parte 1 (hard rock e glam) > Shows dos 1970 – Parte 2 (progressivo e funk) > Shows dos 1970 – Parte 3 (disco, new wave e punk rock) > Shows dos 1980 – Parte 1 (punk, hardcore e grunge) > Shows dos 1980 – Parte 2 (reggae, ska, new wave, pós-punk) > Shows dos 1980 – Parte 3 (punk comercial e os revials mod, rockabilly, folk & blues) Bauhaus | 1982 The Sisters of Mercy | 1985 The Misson | 1987 Lords of the New Church | 1984 Killing Joke | 1985 Siouxsie and the Banshees | 1983 The Cure | 1986 Clan of Xymox | 1989 Xmal Deutchland | 1985 Cocteau Twins | 1984 Echo and the Bunnymen | 1982 The Teardrop Explodes | 1981 The Mighty Lemon Drops | 1988 The Chameleons | 1984 The Colourfield | 1984 Icicle Works | 1984 The Psychedelic Furs | 1984 The Cult | 1986
Novo filme de François Ozon ganha trailer ao som de The Cure
A distribuidora francesa Diaphana divulgou o trailer de “Été 85″, novo filme de François Ozon (“Dentro de Casa”, “Frantz”, “O Amante Duplo”, “Graças a Deus”). A prévia não tem diálogos e apresenta cenas de adolescência passada em 1985, ao som de “In Between Days”, da banda The Cure. Parte da seleção oficial do Festival de Cannes, o filme acompanha Alexis, de 16 anos, e David, dois anos mais velho, durante um romance de verão oitocentista. Os papéis principais são vividos por Félix Lefèbvre (“O Professor Substituto”) e Benjamin Voisin (“O Príncipe Feliz”). Melvil Poupaud (“Graças a Deus”) e Valeria Bruni Tedeschi (“Loucas de Alegria”) também fazem parte do elenco. A estreia está marcada para 14 de julho na França e não há previsão para o lançamento no Brasil, onde os cinemas ainda não tem previsão de reabertura, devido à pandemia de covid-19.
Sing Street é bela homenagem ao rock dos anos 1980 do diretor de Apenas uma Vez
É sinal dos tempos que um filme de tão bom nível quanto “Sing Street – Música e Sonho” (2016), que não foi produzido para streaming, vá parar direto na Netflix e similares, longe da tela grande, mesmo concorrendo ao Globo de Ouro de Melhor Filme de Comédia ou Musical e tendo chances de indicação ao Oscar. Trata-se de mais uma deliciosa obra de John Carney, o sujeito que adora musicais e que já juntou o seu amor pelas melodias e pelos relacionamentos nos lindões “Apenas uma Vez” (2007) e “Mesmo se Nada Der Certo” (2013). “Sing Street – Música e Sonho” segue a mesma linha, num retorno à Irlanda de “Apenas uma Vez”, mas com personagens mais jovens e em uma outra época, a década de 1980, destacando o que ela tem de atraente, inocente e saudosista. Trata-se basicamente da história de um rapaz que resolve montar uma banda de rock por causa de uma garota. E o filme conta essa história com uma simplicidade e uma beleza impressionantes. Como a moça, Raphina, é especialmente linda e sonhadora (Lucy Boynton, que estará no remake de “Assassinato no Expresso do Oriente”), é muito fácil para o espectador se colocar no lugar do jovem Conor (Ferdia Walsh-Peelo, que estará na 5ª temporada de “Vikings”). O processo da composição musical, como nos filmes anteriores de Carney, se mostra até mais interessante do que o próprio resultado, até porque as canções refletem o espírito de bandas influentes do período, a partir dos discos que o irmão mais velho (vivido por Jack Reynor, de “Transformer: A Era da Extinção”) apresenta ao roqueiro aspirante. Assim, se no começo sua banda segue uma linha próxima do Duran Duran, depois, quando ele conhece The Cure, a banda vai modificando o som e a imagem, até chegar ao ponto de ter um estilo próprio, ainda que bastante ligado ao espírito daquela época. Como os anos 1980 foram também a década dos videoclipes, a linguagem do gênero faz parte da identidade da banda e do filme, resultando em cenas muito divertidas. Para começar, a desculpa de Connor para atrair Raphina é que ela seja a modelo de um clipe. E para continuar a vê-la, ele segue produzindo clipes caseiros, realizados amadoramente para cada uma de suas canções. As músicas vão surgindo a partir de sentimentos e situações que acontecem na vida de Conor e mesmo na de Raphina, uma garota que sonha em ir embora para Londres e ter uma vida melhor. O que torna “Sing Street” especial é o modo como ele permite ao espectador adentrar esse mundo de sonho, abrindo um leque de possibilidades infinitas diante de obstáculos igualmente grandiosos, para mostrar que é possível realizar algo que tantos querem e muitos não conseguem por um motivo ou outro: fundar uma banda, conquistar a garota dos sonhos e ir embora com ela. A cena final é tão inacreditavelmente bela que a gente custa a acreditar. “Sing Street” corre atrás de seu sonho e deixa o público sem querer acordar.
Playlist: Veja 10 clipes do rock gótico dançante dos anos 1980
Os 10 clipes abaixo relembram as “stranger things” dos anos 1980, que costumavam habitar lugares chamados “Madame Satã” e “Crepúsculo de Cubatão”. A seleção foca o lado mais pop e dançante da era gótica, para não assustar muito as criancinhas. Mas não tem jeito. Basta olhar os penteados da época para gritar: que horror!
Califórnia revive com graça e emoção a adolescência da geração dos anos 1980
“Califórnia”, que marca a estreia de Marina Person como diretora de ficção, sintetiza muito bem os anos 1980, década que foi um misto de alegria e colorido com algo de soturno e bem depressivo (inclusive com a chegada da Aids). A disparidade da música da época é bem representativa dessa bipolaridade. Por isso, a trilha é tão importante neste filme, em especial o destaque dado à banda The Cure, que, além de comparecer com duas faixas (em momentos bem especiais), ainda inspira um personagem muito importante que se veste um pouco como o seu ídolo Robert Smith – e é o esquisitão da escola. The Cure se caracterizava por alternar canções depressivas com outras extremamente alegres em seus discos. Do lado brasileiro, temos os Titãs, que comparecem também com esses dois lados da moeda: toca a alegre “Sonífera Ilha” e a versão acústica e noventista de “Não Vou Me Adaptar”. E tem o cantor Paulo Miklos (“Carrossel – o Filme”) presente, no papel de pai da protagonista Estela (a estreante Clara Gallo), uma moça cujo sonho maior é viajar para a Califórnia, lugar onde seu tio Carlos (Caio Blat, de “Alemão”) mora. Ele trabalha escrevendo sobre música pop, outra das paixões de Estela, que, ainda novinha, descobrindo a vida, é fã de David Bowie. O filme começa no dia de sua primeira menstruação. A sexualidade, como é natural, é algo muito importante para ela e para as amigas, que falam sobre os romances com os meninos. Assim, enquanto a viagem para a Califórnia não chega, Estela tem uma queda por um rapaz da escola e vê nele o sujeito ideal para tirar a sua virgindade. As coisas não saem muito bem como ela quer, assim como a viagem para a Califórnia, que é adiada pela chegada-surpresa do tio Carlos, visivelmente abatido e sem expectativa de retornar para os Estados Unidos. Sim, o filme também trata da Aids e de como ela trouxe consigo inúmeras tragédias familiares. A aproximação e o amor de Estela pelo tio são bastante evidenciados e há um momento em especial que é bem emocionante: a cena do restaurante, quando os dois estão sós. Estela nada sabe do grave problema do tio e os espectadores se tornam cúmplices daquele momento de nó na garganta, numa idade em que todos os sentimentos são potencializados. E que bom que o filme consegue potencializá-los, pois o público ganha com isso, com a paixão que aqueles personagens têm pela música, em especial pelo rock daquela época. Assim, há cenas em loja de discos, na casa cheia de discos (e livros e quadrinhos) do novo amigo que Estela conhece na escola (Caio Horowicz, da série “Família Imperial”), personagem que a apresenta a livros e discos que considera importantes, talvez até sem saber o quanto isso contribuísse para sua formação. Claro que acaba surgindo algo além da amizade entre os dois, algo esperado pela estrutura da narrativa. O que não quer dizer que não tenhamos uma sucessão de pequenas surpresas ao longo da jornada de autoconhecimento de Estela. Uma jornada que contará com corações partidos, um parente querido muito doente e a sublimação pela arte, não apenas como válvula de escape, mas como descoberta da própria identidade e razão de viver. Embora Marina Person tenha dito que não se trata de um filme autobiográfico, é inevitável imaginá-la ali, guiando o público por um túnel do tempo que, ora é visto com certo distanciamento, ora experimentado como uma imersão na adolescência de sua geração. Quam já foi jovem sabe o quanto é perturbador ter tanta energia, ter o mundo inteiro pela frente e não ter a menor ideia de como agir, seja na vida amorosa, seja na construção de seu futuro. A vida é cheia de coisas lindas como a arte e o amor, que convivem ao lado de tragédias e tristezas. Essa é a graça, na verdade, e por isso às vezes é necessário que um filme como “Califórnia” nos ajude a lembrar disso.





