David Crosby, da banda Crosby, Stills, Nash & Young, morre aos 81 anos
David Crosby, da banda The Byrds e do supergrupo Crosby, Stills, Nash & Young, morreu nessa quinta-feira (19/1), na Califórnia, aos 81 anos. “É com grande tristeza que nosso amado David (Croz) Crosby faleceu após uma longa doença”, disse a esposa de Crosby, Jan, em um comunicado. “Ele estava carinhosamente cercado por sua esposa e alma gêmea Jan e seu filho Django. Embora não esteja mais aqui conosco, sua humanidade e alma bondosa continuarão a nos guiar e inspirar. Seu legado continuará a viver através de sua música lendária. Paz, amor e harmonia para todos os que conheceram David e aqueles que ele tocou. Sentiremos muito a falta dele. Neste momento, respeitosamente e gentilmente pedimos privacidade enquanto lamentamos e tentamos lidar com nossa profunda perda. Obrigado pelo amor e orações.” David Van Cortlandt Crosby nasceu em 14 de agosto de 1941, em Los Angeles. Ele alcançou a fama como cantor e guitarrista do grupo The Byrds, a influente banda de folk-rock de Los Angeles que combinava um som de guitarra inovador com melodias envolventes e psicodélicas. Ele passou quatro anos com o grupo, de 1964 a 1968, cantando em seus muitos sucessos, incluindo nos sucessos “Mr. Tambourine Man” e “Turn! Turn! Turn!”. As canções também deram nome aos dois primeiros discos da banda, sendo que “Mr. Tambourine Man” alcançou o Top 10 dos EUA. The Byrds foram uma grande influência na cena folk-rock de Los Angeles no final dos anos 1960 e início dos anos 1970, e responsáveis por reinventar Bob Dylan, transformando canções acústicas do cantor em rocks eletrificados – o que levou o próprio Dylan a seguir esse caminho a partir de 1965. Mas Crosby alcançou um sucesso comercial muito maior com outra banda. Ele se juntou a Stephen Stills (ex-Buffalo Springfield) e Graham Nash (ex-The Hollies), para formar Crosby, Stills & Nash, cujo álbum homônimo de estreia, lançado em 1969, alcançou o Top 10. Apresentando harmonias brilhantes, o disco incluía faixas clássicas como “Suite: Judy BLue Eyes” e “Marrakech Express”, e vendeu mais de 4 milhões de cópias apenas nos Estados Unidos. Em 1970, Neil Young se juntou ao grupo, formando o quarteto Crosby, Stills, Nash & Young, que lançou três álbuns consecutivos que ficaram em 1º lugar: o disco de estúdio “Déjà Vu” (1970), o ao vivo “4-Way Street” (1971) e a compilação “So Far” (1974). Considerado um dos discos mais importantes da história do rock, “Déjà Vu” gerou clássicos como “Our House”, “Teach Your Children”, “Ohio”, “Helpless”, “Country Girl” e “Woodstock”, um cover da cantora Joni Mitchell, que na época era namorada de Crosby. Mas as relações entre os membros famosos da banda eram tensas, e o grupo logo se separou – embora de vez em quando voltassem a se reunir em diferentes configurações ao longo das décadas seguintes. Crosby, Stills & Nash retomaram sua formação original em 1977, quando lançaram o álbum “CSN”, que passou quatro semanas no 2º lugar e gerou o primeiro single do trio no Top 10, “Just a Song Before I Go”. Também foi disco de platina quádruplo. Mas seu disco seguinte só saiu em 1982, “Daylight Again”, que chegou ao 8º lugar, incluindo o sucesso “Wasted on the Way”. O grupo ainda lançou “Allies” (1983), mas Crosby começou a enfrentar diversos problemas na época. Condenado por várias acusações de armas e drogas, ele passou nove meses na prisão estadual do Texas em 1985. No mesmo ano, foi preso novamente por dirigir embriagado, por atropelamento e fuga e outras acusações. Em meio a esses problemas, Neil Young resolveu voltar a se juntar ao trio para o lançamento de “American Dream” em 1988, que os trouxe de volta às rádios de rock em grande estilo. A faixa-título alcançou o Top 5 na parada de rock mainstream da Billboard, e o single seguinte, “Got It Made”, passou duas semanas no topo. O CSN original ainda lançou três álbuns entre 1990 e 1998, e Young voltou a transformá-los em CSN&Y em 1999, quando o quarteto lançou “Looking Forward”, último disco de estúdio coletivo dos artistas, que continuaram a tocar em shows até 2016. Crosby também teve uma longa carreira solo, lançando seu primeiro álbum individual em 1971, com o nome de “If Only I Could Remember My Name” – alcançou a 12ª posição na Billboard 200. Mas seus lançamentos foram esparsos – o segundo álbum, “Oh Yes I Can”, só saiu em 1989 – e só se tornaram mais frequentes nos últimos anos – foram quatro álbuns desde 2014. O último lançamento foi o disco “For Free”, lançado em julho do ano passado. Além de cantor, Crosby também fez várias participações em filmes e séries. Chegou, inclusive, a ser um dos piratas de “Hook, a Volta do Capitão Gancho” (1991), de Steven Spielberg. Ele também viveu um hippie em “Cortina de Fogo” (1991), de Ron Howard, e um atendente de bar em “Coração de Trovão” (1992), de Michael Apted, e apareceu como si mesmo em várias produções televisivas, como “Os Simpsons”, “Ellen” e “Chicago Hope”. Ele também foi tema de um documentário do diretor Cameron Crowe, chamado “Remember My Name”, em 2019. Crosby ganhou 10 indicações ao Grammy em sua vida – incluindo uma indicação de melhor filme musical para “Remember My Name” – mas o prêmio de melhor novo artista com o disco de estreia do CSN foi sua única vitória. Em compensação, foi eleito para o Hall da Fama do Rock and Roll duas vezes, por seu trabalho em The Byrds e por Crosby, Stills, Nash & Young. Lembre um dos grandes clássicos do CSN&Y cantado por David Crosby.
Vida do produtor de shows de rock Bill Graham vai virar filme
A vida do lendário produtor de shows de rock Bill Graham vai virar filme. Sua biografia “Bill Graham Apresenta: Minha Dentro e Fora do Rock” foi adquirida pelo diretor-produtor Shawn Levy (da franquia “Uma Noite no Museu”) para o estúdio 20th Century Fox. Nascido Wulf Wolodia Gajonca, em uma família judia na Alemanha pré-nazista, ele foi colocado em um orfanato para escapar do Holocausto e acabou seguindo para os Estados Unidos – suas quatro irmãs e a mãe morreram em Auschwitz. O sobrenome Graham foi escolhido ao acaso usando uma lista telefônica. Não foi a única guerra a que ele sobreviveu. Graham foi convocado para lutar pelo exército americano na Guerra da Coreia, voltando condecorado para San Francisco no começo dos anos 1960, onde acompanhou o surgimento da psicodelia e começou a produzir shows e espetáculos, administrando a famosa casa de espetáculos Fillmore e, posteriormente, Fillmore East, em Nova York. Graham produziu shows de ícones do rock como Grateful Dead, Jefferson Airplane, Big Brother and the Holding Company (com a cantora Janis Joplin), The Doors, Jimi Hendrix Experience, The Byrds, The Who, Cream e Led Zeppelin. Ele ainda chegou a fundar o próprio selo, o Fillmore Records, e, durante os anos 1980, foi um dos produtores do Human Rights Now!, série de shows beneficentes para arrecadar fundos para a Anistia Internacional. Quando estava voltando de um show de Huey Lewis and the News, em 1991, o helicóptero em que stava com a namorada se chocou contra uma torre de alta tensão. Na ocasião, ele já estava trabalhando em sua biografia junto com Robert Greenfield, escritor e jornalista da revista Rolling Stone, que foi publicada postumamente.

