Daria Nicolodi (1950–2020)
A atriz italiana Daria Nicolodi morreu nesta quinta (26/11) aos 70 anos. A informação foi confirmada pela sua filha, Asia Argento. A causa da morte não foi divulgada. “Descanse em paz, amada mãe”, escreveu Argento no Instagram junto com fotos dos dois. “Agora você pode voar livre com seu grande espírito e não terá que sofrer mais. Tentarei continuar por seus amados netos e especialmente por você que nunca iria querer me ver tão triste.” “Mesmo sem você, eu sinto falta do chão sob meus pés e sinto que perdi meu único verdadeiro ponto de referência. Estou perto de todos aqueles que a conheceram e a amaram. Sempre serei sua Ária, Daria.” Nicolodi nasceu em 1950, em Florença, na Itália e estreou no cinema aos 20 anos, no filme de guerra “A Vontade de um General” (1970). Seu começo de carreira foi marcado por clássicos como “Salomé” (1972), uma versão psicodélica da história bíblica, e a comédia “A Propriedade Não é Mais um Roubo” (1973), de Elio Petri. Em 1975, ela estrelou “Prelúdio Para Matar”, um dos melhores giallos do diretor Dario Argento. Os dois iniciaram um romance nos bastidores da produção e Asia Argento nasceu três meses depois de o filme chegar aos cinemas. A relação teve várias idas e vindas, que se refletiram no prazer quase sádico de Argento de matar a atriz de forma brutal em seus filmes. A parceria entre o casal se estendeu a mais seis filmes de terror: “Suspiria” (1977), “A Mansão do Inferno” (1980), “Tenebre” (1982), “Phenomena” (1985), “Terror na Ópera” (1987) e “O Retorno da Maldição: A Mãe das Lágrimas” (2007), onde contracenou com a filha. O gênero acabou marcando a carreira de Nicolodi, que também estrelou “Schock” (1977), último filme do mestre italiano do gênero Mario Bava, além de títulos como “Paganini Horror” (1989), de Luigi Cozzi, e “A Filha do Demônio” (1991), de Michele Soavi. Ela também foi dirigida pela filha em “Scarlet Diva” (2000), primeiro longa de Asia Argento como cineasta. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por asiaargento (@asiaargento)
Ronnie Taylor (1924 – 2018)
Morreu Ronnie Taylor, veterano diretor de fotografia britânico que venceu o Oscar por “Gandhi” (1982). Ele tinha 93 anos e faleceu em sua casa na ilha de Ibiza, na Espanha, na sexta passada (3/8), após sofrer um AVC. O anúncio do falecimento só foi feito hoje pela Sociedade Britânica de Diretores de Fotografia. Taylor começou sua carreira como operador de câmera, trabalhando em clássicos como “Os Inocentes” (1961), “Barry Lyndon” (1975) e até no primeiro “Guerra nas Estrelas” (1977). E foi assim também que iniciou seu relacionamento profissional com o cineasta Richard Attenborough. Ator famoso do cinema britânico (até hoje lembrado como o Professor Hammond de “Jurassic Park”), Attenborough virou diretor com “Oh! Que Bela Guerra!” (1969) e “As Garras do Leão” (1972), e quando se viu em apuros devido a uma emergência na produção de “Gandhi”, lembrou-se do cameraman desses filmes e chamou Ronnie Taylor para fazer História. Ainda novato na função, o currículo de Ronnie Taylor como diretor de fotografia tinha apenas quatro filmes – entre eles o musical “Tommy” (1977) – , quando se viu convocado por Attenborough para salvar as filmagens de “Gandhi”. É que o cinematógrafo original, Billy Williams (de “Num Lago Dourado”), tinha sofrido uma fratura na coluna e precisou se afastar das filmagens. A superprodução caríssima correu risco de interrupção. Mas Attenborough encontrou um aliado precioso em Taylor, que aceitou o desafio e já na sua primeira cena imprimiu o tom grandioso que transformou a cinebiografia num épico. Seu primeiro dia de trabalho foi justamente a recriação do funeral de Gandhi, que usou mais de 300 mil figurantes, um recorde de atores até hoje inigualado, de acordo com o Livro Guinness dos Recordes. Billy Williams acabou voltando posteriormente para a produção, mas Attenborough considerou que ambos tiveram contribuições importantes para as filmagens e decidiu que eles compartilhariam os créditos da direção fotográfica. Acabaram compartilhando também o Oscar de Melhor Fotografia. “Gandhi” também venceu os Oscars de Melhor Filme, Diretor, Ator (Ben Kingsley), Roteiro, Direção de Arte, Figurino e Edição. Depois de vencer o Oscar, Taylor voltou a trabalhar com Attenborough em “Chorus Line: Em Busca da Fama” (1985) e “Um Grito de Liberdade” (1987). Também firmou nova parceria, ao filmar “Terror na Ópera” (1987), “Um Vulto na Escuridão” (1998) e “Insônia” (2001) para o mestre do terror italiano Dario Argento. Outros trabalhos notáveis de sua filmografia ainda incluem “O Cão dos Baskervilles” (1983), aventura de Sherlock Holmes, “Vítimas de uma Paixão” (1989), com Al Pacino, e o drama “O Ladrão do Arco-Íris” (1990), de Alejandro Jodorowsky.

