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    José Mayer é dispensado da Globo, dois anos após acusação de assédio

    15 de janeiro de 2019 /

    A Globo esperou o contrato do ator José Mayer vencer, em dezembro, para dispensá-lo. O acordo não foi renovado após ele ser acusado de assediar sexualmente uma figurinista. Assim, seu afastamento por tempo indefinido se tornou definitivo. Mayer deixou de gravar novelas depois de “A Lei do Amor”, na qual interpretou o vilão Tião. Ele foi suspenso no início de 2017, após a denúncia mobilizar as atrizes do canal, que ensaiaram boicote à qualquer projeto que o incluísse. “Depois de mais de 35 anos de uma trajetória iniciada na novela ‘Guerra dos Sexos’, em 1983, com participação em mais de 40 obras, entre novelas, séries, minisséries e especiais, a Globo e o ator José Mayer informam o fim da parceria, de comum acordo, no final de 2018”, afirmou a emissora em nota, diante de consulta da imprensa. O ator foi denunciado pela assistente de figurino Susllem Tonani, que revelou suas investidas, com toques indevidos em suas partes íntimas, para o Departamento de Recursos Humanos da emissora em 2016, mas, como isso não gerou resultados, decidiu tornar o fato público em março de 2017, no blog Agora É Que São Elas, da Folha de S. Paulo. O caso acabou ganhando grande repercussão e uniu as atrizes da emissora em apoio à figurinista, com direito a hashtag, camiseta e slogan contra o assédio, “Mexeu com uma, mexeu com todas”. Apesar da polêmica, Aguinaldo Silva ainda tentou escalá-lo na novela “O Sétimo Guardião”, mas seu nome foi vetado pela Globo. Mesmo assim, o teledramaturgo prosseguiu em campanha em prol do ator. No última segunda (14/1), Silva publicou o seguinte Twitter: “Não há crime se não há queixa à polícia nem denúncia na Justiça, por isso… VOLTA, JOSÉ MAYER!” Apesar desta mensagem, a figurinista tentou, sim, levar o caso à Justiça. Ela alegou no ano passado que foi “extremamente inibida por um delegado” logo após sua denúncia. Vendo que o machismo policial trataria de inocentá-lo de qualquer acusação, ela desistiu de processar Mayer criminalmente. Ao longo da carreira, Mayer se destacou na Globo por interpretar personagens “pegadores”, que se envolviam com várias mulheres – geralmente, mais de uma ao mesmo tempo. A emissora seguiu escalando-o em personagens com esse perfil mesmo quando sua idade se tornou mais adequada para papéis de vovô. Para complicar ainda mais, muitas de suas parceiras românticas poderiam viver suas netas. Mayer só foi quebrar a imagem de machão em “Império” (2014), novela de Aguinaldo Silva em que interpretou o homossexual Cláudio Bolgari. Mas mesmo gay ele se envolvia com um parceiro muito mais jovem, vivido por Klebber Toledo.

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    Aguinaldo Silva explicita campanha pelo “perdão” a José Mayer na Globo

    24 de novembro de 2017 /

    O autor de novelas Aguinaldo Silva encampou a campanha pelo “perdão” ao ator José Mayer, afastado da Globo desde o final da novela “A Lei do Amor”, em março, após ser acusado de assédio sexual. Em sua página do Facebook, Silva divulgou uma imagem com a mensagem: “Força, Zé! Todos cometem erros… e não será um bando de oportunistas que vai apagar a sua estrela!”. Na legenda, escreveu: “Faço por valer o significado da palavra ‘Amigo”: jamais vou te esquecer e ninguém vai me calar!”. Aguinaldo Silva está em campanha ativa para ter Mayer em sua próxima novela. Ele já havia escalado o ator para “O Sétimo Guardião”, e, ao contrário de boa parte da emissora que atacou o ator, manteve o convite mesmo depois do caso de assédio. Desde então, o próprio escritor enfrentou uma polêmica em relação à autoria dessa novela, que foi cancelada. Mas já preparou uma nova história, “A História dos Lobos”, aprovada para entrar no ar no segundo semestre de 2018. Além da campanha a favor de Mayer, Aguinaldo Silva vem postando comentários polêmicos sobre o assunto do assédio sexual. No início de novembro, ele escreveu no Twitter: “Afinal, quem assedia quem neste nosso mundo em que ser um ‘sedutor’ tornou-se uma virtude e um trunfo para todos os sexos já reconhecidos?” José Mayer foi afastado depois que a figurinista Susllem Tonani tornou público o assédio que sofreu por meses nos bastidores da Globo. A abordagem teria começado com elogios, passado para cantadas mais abertas até o dia em que ele teria tocado suas partes íntimas sem consentimento. Ela denunciou as investidas do ator no Departamento de Recursos Humanos da emissora em 2016, mas, como isso não gerou resultados, decidiu tornar o fato público em março, no blog Agora É Que São Elas, da Folha de S. Paulo. O caso acabou ganhando grande repercussão e uniu as atrizes da emissora em seu apoio, com direito a hashtag, camiseta e slogan contra o assédio, “Mexeu com uma, mexeu com todas”. A princípio, o ator negou, dizendo que o confundiam com o personagem cafajeste que interpretava nas telenovelas. Depois, fez uma carta aberta assumindo o erro. Mas acabou afastado pela Globo de sua programação. Apesar da atitude firme em primeiro momento, a Globo vem emitindo sinais de que pode tirar Mayer da geladeira. Sinal disso foi uma homenagem realizada no programa “Grandes Atores”, do canal Viva, no final de outubro. O problema é que a “homenagem” pegou mal, num momento em que o assunto “assédio sexual” toma conta do noticiário do entretenimento, com as denúncias que viraram escândalos em Hollywood. Por conta disso, a estratégia de resgatar Mayer enfrentaria resistência de um movimento de atrizes, que defende no mínimo que ele continue na “geladeira” por mais um tempo – senão, para sempre. Há rumores de que algumas estrelas da Globo se recusariam a contracenar com Mayer se ele voltasse agora para as novelas. Serie este o “bando de oportunistas” do texto de Aguinaldo Silva?

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    Atrizes da Globo seriam contra volta de José Mayer às novelas

    5 de novembro de 2017 /

    Após Aguinaldo Silva ir ao Twitter há poucos dias, afirmar que, se dependesse ele, José Mayer já estaria escalado para sua próxima novela, “A História dos Lobos”, atrizes da rede Globo teriam se unido num boicote ao ator, segundo apurou o colunista do UOL Ricardo Feltrin. José Mayer foi afastado das novelas no começo do ano, após ter sido acusado de assediar uma figurinista da Globo, Susllem Tonani. Ela denunciou as investidas do ator no Departamento de Recursos Humanos da emissora em 2016, mas como isso não gerou resultados, decidiu denunciar o fato publicamente em março, no blog Agora É Que São Elas, da Folha de S. Paulo. O caso acabou ganhando grande repercussão e uniu as atrizes da emissora em apoio à figurinista, com direito a hashtag, camiseta e slogan contra o assédio, “Mexeu com uma, mexeu com todas”. Passados oito meses do escândalo, a emissora vinha demonstrando inclinação para tirar Mayer da geladeira. Sinal disso foi uma homenagem realizada no programa “Grandes Atores”, do canal Viva, há cerca de uma semana. O problema é que a “homenagem” pegou mal, num momento em que o assunto “assédio sexual” toma conta do noticiário do entretenimento, com as denúncias que viraram escândalos em Hollywood. Por conta disso, a estratégia de resgatar Mayer enfrentaria resistência de um movimento de atrizes, que defende no mínimo que ele continue na “geladeira” por mais um tempo – senão, para sempre. O colunista do UOL teria sondado algumas estrelas da Globo e nenhuma atriz de primeiro escalão consultada lhe disse estar disposta a contracenar com Mayer em curto ou médio prazo – o que dificultaria sua escalação em novelas ou mesmo minisséries em 2018. Aguinaldo Silva já havia escalado Mayer para a novela “O Sétimo Guardião”, e, ao contrário de boa parte da emissora que atacou o ator, manteve o convite mesmo depois do caso de assécio. Desde então, o próprio escritor enfrentou uma polêmica em relação à autoria da novela, que foi cancelada. Mas já preparou uma nova história, “A História dos Lobos”, aprovada para entrar no ar no segundo semestre de 2018. Ele afirmou que escalaria Meyer na produção, ao responder a uma seguidora que defendia a volta do ator. Veja abaixo. Por sinal, Aguinaldo Silva vem postando tuítes polêmicos sobre o assunto do assédio sexual. Na sexta (3/11), ele escreveu: “Afinal, quem assedia quem neste nosso mundo em que ser um ‘sedutor’ tornou-se uma virtude e um trunfo para todos os sexos já reconhecidos?”

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    Desculpas de José Mayer por assédio teriam sido escritas por assessoria

    5 de abril de 2017 /

    Muita gente elogiou a sinceridade da carta aberta de José Mayer, em que ele assumiu ter assediado a figurinista Sus Tonani nos bastidores da novela “A Lei do Amor”. Mas, segundo o colunista Léo Dias, do jornal O Dia, não foi o ator quem escreveu o texto. Após a união de funcionárias e atrizes da emissora, que vestiram a camisa do movimento “Mexeu Com Uma, Mexeu Com Todas”, amplamente compartilhado nas redes sociais, José Mayer procurou uma assessoria para limpar sua imagem e o primeiro passo, feito pelos profissionais com autorização do ator, teria sido a carta. “Eu errei. Errei no que fiz, no que falei, e no que pensava. A atitude correta é pedir desculpas. Mas isso só não basta. É preciso um reconhecimento público que faço agora”, afirma um trecho do texto atribuído ao artista. Só que, de acordo com Léo Dias, não foi ele quem se arrependeu, mas o funcionário contratado para dizer isso. No mesmo dia que o pedido de desculpas foi divulgado, o ator foi suspenso das produções de Globo por tempo indeterminado.

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    Caio Blat revê postura após considerar assédio de José Mayer “brincadeira”

    5 de abril de 2017 /

    O ator Caio Blat tentou se explicar nas redes sociais, após a reação negativa causada por sua defesa de José Mayer, acusado de assédio por uma figurinista da Globo. A rejeição veio após ele tentar minimizar a situação do companheiro de emissora, dizendo não achar “certa” a decisão da Globo de afastar Mayer por tempo indefinido, elogiar o pedido de desculpas do ator e chamar o assédio de “uma brincadeira fora de tom”. Bastou para ser hostilizado. “Gostaria de deixar claro que sou totalmente contra qualquer tipo de assédio e provocação machista, e que apoio e admiro o movimento corajoso das mulheres contra essa covardia. Diferente do que alguns veículos publicaram, distorcendo minha declaração, jamais defendi ou relativizei a violência de uma assédio, apenas elogiei a capacidade de um acusado de se desculpar a assumir seu erro publicamente, que é a única atitude cabível. Espero que esse movimento traga uma nova consciência sobre os resquícios de machismo que ainda existem na nossa sociedade, e que ninguém mais seja constrangido em seu local de trabalho ou em qualquer ambiente”, disse o ator ao lado da imagem de uma obra de Barbara Kruger. A artista norte-americana Barbara Kruger é conhecida por trabalhos que questionam temas como o machismo em campanhas de publicidade. A imagem exibe a frase “Your body is a battleground” (“o seu corpo é um campo de batalha”, em português). Mulheres criticaram o ator na postagem. “Não cabe elogios ao Zé por ter assumido. Foi O MÍNIMO. E vc, casado com uma mulher inteligentíssima, ainda reproduz posições machistas como achar que assédio é uma brincadeira fora do tom”, disse uma seguidora. Blat chegou a ser questionado sobre o que pensaria se a situação tivesse ocorrido com a sua esposa, a também atriz Maria Ribeiro, e afirmou que isso faz parte da cultura e hierarquia. “A Maria passa por isso diversas vezes, me conta. Ainda faz parte da nossa cultura. Ainda mais quando existe uma relação hierárquica. Existe essa tomada de consciência e a mobilização de hoje foi importante. Uma brincadeira que talvez as pessoas estejam acostumadas porque sempre foi assim. A campanha foi muito legal, todo mundo se engajando. Existe essa questão de outras gerações”, completou. A denúncia da figurinista foi feita através de uma postagem num blog do jornal Folha de S.Paulo, em 31 de março, onde a profissional de 28 anos relatou a situação, que começou há oito meses, nos bastidores da novela “A Lei do Amor”. No primeiro momento, José Mayer negou as acusações, mas depois admitiu ter cometido o assédio e foi afastado pela Globo por tempo indeterminado. Gostaria de deixar claro que sou totalmente contra qualquer tipo de assédio e provocação machista, e que apóio e admiro o movimento corajoso das mulheres contra essa covardia. Diferente do que alguns veículos publicaram, distorcendo minha declaração, jamais defendi ou relativizei a violência de uma assédio , apenas elogiei a capacidade de um acusado de se desculpar a assumir seu erro publicamente, que é a única atitude cabível. Espero que esse movimento traga uma nova consciência sobre os resquícios de machismo que ainda existem na nossa sociedade, e que ninguem mais seja constrangido em seu local de trabalho ou em qualquer ambiente. Arte de Barbara Kruger. Uma publicação compartilhada por Caio Blat (@caio_blat) em Abr 5, 2017 às 8:29 PDT

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    Atores da Globo são criticados nas redes sociais por defenderem José Mayer

    5 de abril de 2017 /

    Após a manifestação de atrizes e funcionárias da Globo contra o assédio sofrido pela figurinista Su Tonani, na última terça-feira (4/3), Caio Blat e Thiago Rodrigues resolveram defender o ator José Mayer e foram criticados nas redes sociais. A declaração mais polêmica veio de Caio Blat, que afirmou ao site Glamurama não achar “certa” a decisão da Globo de afastar o ator por tempo indefinido. “José Mayer é uma pessoa que a gente conhece. A declaração que ele deu hoje foi brilhante. A forma como ele se colocou foi perfeita. Ele não representa ameaça a ninguém. Fez uma brincadeira fora de tom, e na presença de outras pessoas. Não houve intimidação”. Bastou para Blat se tornar alvo de críticas. Em seu Instagram, vários internautas deixaram comentários afirmando que “assédio não é brincadeira”. Até sua mulher, a atriz Maria Riberio, foi cobrada no Twitter, fazendo-a se posicionar. “Estou do lado da Su, estou com as mulheres”, ela respondeu. O ator Thiago Rodrigues também foi criticado por reclamar da repercussão do caso. “Eu conheço o Zé. Eu gosto dele. Posso te garantir que ele está mal com tudo isso. Que ele pague se tiver que pagar. Apenas sou contra crucificação e ódio”, afirmou ele, nas redes sociais. Já a atriz Marcella Rica, que contracenou com Mayer em “A Lei do Amor”, disse que apoia o movimento “Mexeu com uma, mexeu com todas”, mas foi criticada por elogiar a resposta de Mayer à polêmica. “Fiquei muito triste quando soube de tudo, mas hoje lendo a carta do Zé e vendo toda essa manifestação latente, com tanta gente lutando por algo tão importante e fundamental, eu achei bonito. Não o que aconteceu, claro! Sou do time #MexeuComUmaMexeuComTodas, sempre. Mas o ato de reconhecer, se desculpar e buscar essa mudança. Que todos os muitos, que por pura cultura e costume, invadem e assediam – mesmo que através de leves piadas – em qualquer tipo de ambiente, comecem também a repensar e a lutar contra essa postura já natural. Que natural seja sempre o respeito. Obrigada, Su, pela coragem. E obrigada Zé, pela carta. Que ela provoque ainda mais mudanças”.

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    Figurinista assediada por José Mayer publica desabafo chocante

    5 de abril de 2017 /

    A figurinista Su Tonani, da TV Globo, publicou um desabafo chocante sobre o assédio sexual que sofreu em seu ambiente de trabalho, realizado repetidamente pelo ator José Mayer. A ação continuada e cada vez mais grave causou a suspensão do ator, por tempo indeterminado, das produções da emissora. A denúncia foi feita no blog #Agoraéquesãoelas, do jornal Folha de S.Paulo, na última sexta-feira (31/3), e chegou a ser tirada do ar, por conta da gravidade das acusações. Logo depois, foi republicado, com a resposta do ator. Na terça-feira (4/3), após ser afastado da emissora, Mayer admitiu o erro, através de uma carta aberta. “Eu errei. Errei no que fiz, no que falei, e no que pensava. A atitude correta é pedir desculpas. Mas isso só não basta. É preciso um reconhecimento público que faço agora”, ele disse em um trecho do texto. Abaixo, confira íntegra do texto feito pela figurinista, que recebeu o apoio de diversas colegas de emissora – entre elas, atrizes e apresentadoras que já contracenaram com Mayer – , cuja pressão ajudou a levar a Globo a afastar o ator. “Eu, Susllem Meneguzzi Tonani, fui assediada por José Mayer Drumond. Tenho 28 anos, sou uma mulher branca, bonita, alta. Há cinco anos vim morar no Rio de Janeiro, em busca do meu sonho: ser figurinista. Qual mulher nunca levou uma cantada? Qual mulher nunca foi oprimida a rotular a violência do assédio como “brincadeira”? A primeira “brincadeira” de José Mayer Drumond comigo foi há 8 meses. Ele era protagonista da primeira novela em que eu trabalhava como figurinista assistente. E essa história de violência se iniciou com o simples: “como você é bonita”. Trabalhando de segunda a sábado, lidar com José Mayer era rotineiro. E com ele vinham seus “elogios”. Do “como você se veste bem”, logo eu estava ouvindo: “como a sua cintura é fina”, “fico olhando a sua bundinha e imaginando seu peitinho”, “você nunca vai dar para mim?”. Quantas vezes tivemos e teremos que nos sentir despidas pelo olhar de um homem, e ainda assim – ou por isso mesmo – sentir medo de gritar e parecer loucas? Quantas vezes teremos que ouvir, inclusive de outras mulheres: “ai que exagero! Foi só uma piada”. Quantas vezes vamos deixar passar, constrangidas e enojadas, essas ações machistas, elitistas, sexistas e maldosas? Foram meses envergonhada, sem graça, de sorrisos encabulados. Disse a ele, com palavras exatas e claras, que não queria, que ele não podia me tocar, que se ele me encostasse a mão eu iria ao RH. Foram meses saindo de perto. Uma vez lhe disse: “você é mais velho que o meu pai. Você tem uma filha da minha idade. Você gostaria que alguém tratasse assim a sua filha?” A opressão é aquela que nos engana e naturaliza o absurdo. Transforma tudo em aceitável, em tolerável, em normal. A vaidade é aquela que faz o outro crer na falta de limite, no estrelato, no poder e na impunidade. Quantas vezes teremos que pedir para não sermos sexualizadas em nosso local de trabalho? Até quando teremos que ir às ruas, ao departamento de RH ou à ouvidoria pedir respeito? Em fevereiro de 2017, dentro do camarim da empresa, na presença de outras duas mulheres, esse ator, branco, rico, de 67 anos, que fez fama como garanhão, colocou a mão esquerda na minha genitália. Sim, ele colocou a mão na minha buceta e ainda disse que esse era seu desejo antigo. Elas? Elas, que poderiam estar no meu lugar, não ficaram constrangidas. Chegaram até a rir de sua “piada”. Eu? Eu me vi só, desprotegida, encurralada, ridicularizada, inferiorizada, invisível. Senti desespero, nojo, arrependimento de estar ali. Não havia cumplicidade, sororidade. Mas segui na engrenagem, no mecanismo subserviente. Nos próximos dias, fui trabalhar rezando para não encontrá-lo. Tentando driblar sua presença para poder seguir. O trabalho dos meus sonhos tinha virado um pesadelo. E para me segurar eu imaginava que, depois da mão na buceta, nada de pior poderia acontecer. Aquilo já era de longe a coisa mais distante da sanidade que eu tinha vivido. Até que nos vimos, ele e eu, num set de filmagem com 30 pessoas. Ele no centro, sob os refletores, no cenário, câmeras apontadas para si, prestes a dizer seu texto de protagonista. Neste momento, sem medo, ameaçou me tocar novamente se eu continuasse a não falar com ele. E eu não silenciei. “VACA”, ele gritou. Para quem quisesse ouvir. Não teve medo. E por que teria, mesmo? Chega. Acusei o santo, o milagre e a igreja. Procurei quem me colocou ali. Fui ao RH. Liguei para a ouvidoria. Fui ao departamento que cuida dos atores. Acessei todas as pessoas, todas as instâncias, contei sobre o assédio moral e sexual que há meses eu vinha sofrendo. Contei que tudo escalou e eu não conseguia encontrar mais motivos, forças para estar ali. A empresa reconheceu a gravidade do acontecimento e prometeu tomar as medidas necessárias. Me pergunto: quais serão as medidas? Que lei fará justiça e irá reger a punição? Que me protegerá e como? Sinto no peito uma culpa imensa por não ter tomado medidas sérias e árduas antes, sinto um arrependimento violento por ter me calado, me odeio por todas as vezes em que, constrangida, lidei com o assédio com um sorriso amarelo. E, principalmente, me sinto oprimida por não ter gritado só porque estava em meu local de trabalho. Dá medo, sabia? Porque a gente acha que o ator renomado, 30 e tantos papéis, garanhão da ficção com contrato assinado, vai seguir impassível, porque assim lhe permitem, produto de ouro, prata da casa. E eu, engrenagem, mulher, paga por obra, sou quem leva a fama de oportunista. E se acharem que eu dei mole? Será que vão me contratar outra vez? Tenho de repetir o mantra: a culpa não foi minha. A culpa nunca é da vítima. E me sentiria eternamente culpada se não falasse. Precisamos falar. Precisamos mudar a engrenagem. Não quero mais ser encurralada, não quero mais me sentir inferior, não quero me sentir mais bicho e muito menos uma “vaca”. Não quero ser invisível se não estiver atendendo aos desejos de um homem. Falo em meu nome e acuso o nome dele para que fique claro, que não haja dúvidas. Para que não seja mais fofoca. Que entendam que é abusivo, é antigo, não é brincadeira, é coronelismo, é machismo, é errado. É crime. Entendam que não irei me calar e me afastar por medo. Digo isso a ele e a todos e todas que, como ele, homem ou mulher, pensem diferente. Que entendam que não passarão. E o que o meu assédio não vai ser embrulho de peixe. Vai é embrulhar o estômago de todos vocês por muito, muito tempo.”

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