Diretor de “A Baleia” vai filmar biografia de Elon Musk
A produtora A24 está desenvolvendo uma cinebiografia do magnata Elon Musk, homem mais rico do mundo, dono da rede social X (ex-Twitter) e das fábricas dos foguetes SpaceX e dos carros elétricos Tesla. O estúdio, responsável pelo filme “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo”, vencedor do Oscar deste ano, negocia a direção com o cineasta Darren Aronofsky, de “Cisne Negro” e “A Baleia”. O filme não será chapa branca. A produção vai seguir a biografia não autorizada de Musk, escrito por Walter Isaacson (que já havia escarafunchado a vida de Steve Jobs), recém-lançada no Brasil pela Intrínseca. Vale lembrar que a biografia de Jobs foi levada ao cinema em 2015 pela Universal, com Michel Fassbender no papel do CEO da Apple. Nascido na África do Sul e naturalizado americano, Musk ganhou ainda mais notoriedade ao comprar o Twitter por US$ 44 bilhões e o rebatizar de X. As mudanças implementadas por ele na plataforma têm sido alvo de críticas severas e incluem a demissão massiva de funcionários, mudanças no sistema de verificação de usuários e ocultação do título de matérias jornalísticas compartilhadas na rede social. Desde sua compra, o antigo Twitter perdeu mais de 50% de seu valor de mercado. Cheio de extravagâncias, opiniões polêmicas e filhos – são dez, inclusive três com a cantora pop Grimes – , Musk é dono de uma fortuna estimada, em outubro de 2023, em mais de US$ 200 bilhões.
Oscar 2016: Cerimônia exibirá a maior saia justa da história da Academia de Hollywood
A premiação do Oscar 2016, que acontece na noite deste domingo (28/2), já é considerada a maior saia justa da história da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Criticada pela ausência, pelo segundo ano consecutivo, de artistas negros entre seus indicados, a situação constrangedora tem sido reforçada por vitórias de atores negros em outras premiações importantes da temporada. E amplificada por novas gafes da produção do evento, como a exclusão da cerimônia da cantora transexual Anohni, indicada ao Oscar de Melhor Canção (por “Manta Ray”, de “A Corrida contra a Extinção”). Discursos contundentes são esperados. Mas grandes mudanças já estão em curso, que tendem a fazer deste o último Oscar à moda antiga. O último Oscar escolhido por uma maioria esmagadora de homens brancos idosos. Não deixa de ser interessante que a premiação chegue a seu crepúsculo dividida, em seu favoritismo, entre seus três candidatos mais brancos e masculinos, “O Regresso”, “A Grande Aposta” e “Spotlight – Segredos Revelados”, que expõem a macheza de seus protagonistas, capazes de vencer a natureza, a economia e as instituições, rangendo os dentes e se dizendo mais puros e dignos que seus rivais. Esta divisão foi expressa nas votações dos sindicatos de Hollywood, em que diretores preferiram “O Regresso”, produtores “A Grande Aposta” e atores “Spotlight”. Dos favoritos, o mais fraco agrada ao maior grupo de votantes. “Spotlight” não é apenas um filme conservador, no sentido de não ousar esteticamente como os demais, mas se mostra reducionista até naquilo que tem motivado elogios à sua realização. Para o filme do diretor Tom McCarthy, jornalismo investigativo se resume à pesquisa de arquivos, especialmente reportagens antigas. Como a história se passa no começo dos anos 2000, boa parte de sua “ação” acontece em salas cheias de pastas e papéis. Mas se fosse trazida para os dias atuais, a trama mostraria um jornalismo paralisado diante do Google. “A Grande Aposta” é o mais arrojado. Usando técnicas de documentário e derrubando a quarta parede, o diretor Adam McKay surpreende por tornar interessante, da forma mais cínica possível, um tema que afeta a todos, mas que a maioria prefere ignorar: o funcionamento da bolsa de valores. Não que suas explicações convençam. Ao contrário, apenas entretêm. Mas a acidez com que corroem o capitalismo é bastante subversiva para o padrão dos liberais de Hollywood. Por sua vez, “O Regresso” já foi sublimado, pelo grande público, como o Oscar de Leonardo DiCaprio. Fãs que seguem o ator desde “Titanic” (1997) decidiram que o filme representará sua canonização no firmamento cinematográfico, tantas são as romarias anunciadas para celebrar o fim de seu martírio e sua esperada consagração como vencedor do Oscar. Entretanto, como cinema, o filme dirigido por Alejandro González Iñárritu é, na verdade, do diretor de fotografia Emmanuel Lubezki, que pode fazer História ao se tornar o primeiro cinematógrafo a vencer o Oscar por três anos consecutivos. Vista por outro ângulo, a escolha poderia ser bem mais simplificada. Afinal, quem merece vencer o Oscar 2016, o novo filme do diretor da bomba “Trocando os Pés” (2014), do pastelão “Tudo Por um Furo” (2013) ou do oscarizado “Birdman” (2014)? Azarão nesta disputa, “Mad Max: Estrada da Fúria”, de George Miller, mantém a torcida de uma parcela da crítica, que destaca suas cenas insanas e um diretor que merece mais reconhecimento. Além disso, o filme deixa um legado de frases impactantes e uma protagonista feminina poderosa, algo ainda raro na centenária Hollywood. O apuro de sua produção deve render muitos prêmios técnicos. Porém, todo esse talento é colocado a serviço de uma longa perseguição, que visa o espetáculo visual sem pretender chegar a lugar algum – tanto que é, de forma mais instigante que a jornada de DiCaprio, circular. Embora seja possível enxergar alegorias profundas em sua realização, até os fanboys mais radicalizados apostariam contra “Mad Max” numa disputa de roteiro – categoria a qual nem foi indicado. Há questões importantes de gênero embutidas também nas indicações periféricas de “Carol” e “A Garota Dinamarquesa”, que trazem o universo LGTB ao Oscar. Entretanto, quando barrou a participação de Anohni da cerimônia, a própria Academia tratou de colocar o tema em seu devido lugar, como figurante da festa, que não deve chamar mais atenção que já conquistou. Os dois sequer foram convidados a disputar o Oscar de Melhor Filme. Mesmo assim, “A Garota Dinamarquesa”, que resulta num filme mais convencional que seu tema, acabou criando uma polêmica inesperada. Mais uma. Isto porque a Academia permite aos produtores decidirem em que categoria os candidatos irão concorrer. E “A Garota Dinamarquesa” inscreveu sua protagonista, a atriz sueca Alicia Vikander, como coadjuvante. Graças a esta artimanha, ela se tornou favorita ao prêmio. Mas gerou protestos de quem ficou fora da disputa. Vikander pode ser responsável por impedir a reunião dos astros de “Titanic” na premiação, pois Kate Winslet vinha vencendo troféus como Melhor Atriz Coadjuvante por seu papel em “Steve Jobs”. Indiretamente, ao evitar a disputa de Melhor Atriz, ela também deixa aberto o caminho para Brie Larson levar seu Oscar por “O Quarto de Jack”. Embora a seleção de filmes indicados apresente uma tendência inquietante, os flashes quase ofuscam outro tipo de conservadorismo. Afinal, o tapete vermelho é mais que um ritual cafona, em que estrelas desfilam vestidos de grife. É o instante em que a Academia, com a ajuda da mídia, tenta evocar o antigo glamour de Hollywood. Um conceito que também emana da visão de homens brancos idosos, que guardam saudades de uma época em que astros e estrelas, em suas roupas de gala, pareciam descer de carruagens num baile de contos de fadas. A consagração dessa nostalgia, por uma mídia mais interessada em vestidos e sapatinhos de cristal, é o que inspira as torcidas fabulosas por DiCaprio. A generalização do “será que DiCaprio vence?” é digna do público de novelas, que torce pela reviravolta redentora, mesmo que o desfecho tenha sido vazado com antecedência. Melhor seria, ainda, se houvesse a consagração simultânea de Kate Winslet, materializando o final feliz que faltou a “Titanic”, como num conto de fadas da “vida real”. E tudo isso sem que os filmes atuais tenham qualquer relevância para a torcida. Isto é o Oscar para o público e a imprensa médias. O mesmo simbolismo alimenta a torcida por Sylvester Stallone, que concorre como Melhor Coadjuvante por “Creed – Nascido para Lutar”, 39 anos após disputar como Ator e Roteirista pelo mesmo personagem, Rocky. O público, de fato, gosta de um final feliz no cinema. A antítese dessa narrativa à moda antiga pode virar a vitória mais importante do Oscar 2016, encaminhada pelo resultado do Sindicato dos Atores, que já reconheceu, como sendo a melhor, a estrela menos badalada da festa: Brie Larson. Ela não é exatamente uma revelação, pois começou a fazer séries com 10 anos de idade e vem se destacando em filmes indies desde 2010. Aliás, já deveria ter sido indicada por “Temporário 12” (2013), filmaço que teve como pecado ser uma produção sem dinheiro para campanha de premiação. A importância de seu potencial Oscar, por sinal, reside em “O Quarto de Jack” ser a única produção realmente indie na disputa deste domingo, tendo fechado sua distribuição com a pequena A24 apenas após sua exibição no Festival de Toronto – que, inclusive, venceu. Os demais supostos indies da competição, como “Spotlight” e “Carol”, além de destacar estrelas já consagradas, foram realizados com toda a estrutura de estúdio e distribuição garantidas. Brie Larson não era visada por paparazzi antes de “O Quarto de Jack”. O filme não é repleto de famosos, não tem diretor incensado e seus produtores não frequentam a lista dos VIP de Hollywood. Além disso, trata de questões femininas, de abuso e maternidade, representadas sem maquiagem ou glamour algum. Menos comentado entre todos os indicados, trata-se do filme que mais bem representa as mudanças que se espera do Oscar, pós-velhos brancos. Já no outro extremo, o Oscar dos velhos brancos é mais bem representado por “Ponte dos Espiões”, que fez Steven Spielberg bater um recorde, atingindo nove indicações, como o diretor que mais vezes disputou o Oscar de Melhor Filme em todos os tempos. Infelizmente, também é o mais fraco dos trabalhos com que o cineasta concorreu, discutindo justiça e espionagem num cenário de Guerra Fria – a analogia serve, mas seria mais corajoso se, de fato, tratasse do mundo em que vive Edward Snowden. A propósito, a presença de “Ponte dos Espiões” é um dos motivos de questionamento da lista do Oscar de Melhor Filme do ano. Produção apenas mediana, deixou de fora “Straight Outta Compton: A História do N.W.A.”, “Creed – Nascido para Lutar” e “Carol”, para citar apenas os mais evidentes – dois filmes estrelados e dirigidos por negros e um terceiro sobre um casal lésbico. Mas a lista poderia incluir ainda “Tangerine”, a maior provocação de todas, protagonizado por uma transgênero negra. Afinal, “Tangerine” também vem conquistando prêmios importantes. Além disso, as regras da Academia permitem até dez indicações nesta categoria, e os escolhidos foram apenas sete, passando a mensagem de que os demais não eram bons – ou dignos – o suficiente para o Oscar. Vale destacar que nenhum filme premiado no Festival de Sundance foi selecionado – nem mesmo o brasileiro “Que Horas Ela Volta?”. Por fim, o foco da polêmica mais recente, o Oscar de Melhor Canção, pode se tornar ainda mais constrangedor. Único negro indicado a qualquer coisa no Oscar 2016, the Weeknd tem tudo para repetir o que aconteceu no ano passado, quando John Legend, o negro de 2015, levou a estatueta de Melhor Canção pelo tema do filme “Selma”. Infelizmente, the Weeknd também representa o pior filme do ano, “Cinquenta Tons de Cinza”, e, junto com Lady Gaga e Sam Smith, entra no mix como sugestão de que a Academia está atenta ao pop moderno. Tão atenta que deixou de fora a melhor música de cinema da temporada, “See You Again”, da trilha de “Velozes e Furiosos 7”, que emocionou tanto quanto o incensado tema de “Titanic”, cantado por Celine Dion. O consolo do rapper Wiz Khalifa é que a Academia jamais considerou rap digno da categoria de Melhor Canção, embora tenha tolerado Common na companhia de John Legend no ano passado – a música, porém, era um gospel. Talvez isto também explique porque nenhum diretor negro tenha, até hoje, “merecido” indicação ao Oscar. Mas nem tudo é apocalipse. Houve uma evolução positiva, por conta da internacionalização da categoria de Melhor Animação. Em vez das produções bobinhas da DreamWorks, acompanham “Divertida Mente” um filme indie (“Anomalisa”) e produções do Reino Unido (“Shaun, o Carneiro”), Japão (“Quando Estou com Marnie”) e até do Brasil! “O Menino e o Mundo”, de Alê Abreu, emplacou a primeira indicação de um filme 100% brasileiro no Oscar desde que “Cidade de Deus” surpreendeu em 2004. Apesar disso, a vitória de “Divertida Mente” é considerada até mais garantida que o Oscar de Leonardo DiCaprio. Justos ou injustos, os vencedores do Oscar 2016 serão conhecidos na noite deste domingo (28/2), em cerimônia que será realizada no Dolby Theatre, em Los Angeles, com apresentação do comediante Chris Rock (“Gente Grande”) e transmissão ao vivo para o Brasil pelos canais TNT e Globo. Confira abaixo a lista completa dos indicados: INDICADOS AO OSCAR 2016 FILME “A Grande Aposta” “Ponte dos Espiões” “Brooklyn” “Mad Max: Estrada da Fúria” “Perdido em Marte” “O Regresso” “O Quarto de Jack” “Spotlight – Segredos Revelados” DIREÇÃO Adam McKay, “A Grande Aposta” George Miller, “Mad Max: Estrada da Fúria” Alejandro G. Iñarritu, “O Regresso” Lenny Abrahamson, “O Quarto de Jack” Tom McCarthy, “Spotlight: Segredos Revelados” ATOR Bryan Cranston, “Trumbo – Lista Negra” Leonardo DiCaprio, “O Regresso” Eddie Redmayne, “A Garota Dinamarquesa” Michael Fassbender, “Steve Jobs” Matt Damon, “Perdido em Marte” ATOR COADJUVANTE Christian Bale, “A Grande Aposta” Tom Hardy, “O Regresso” Mark Ruffalo, “Spotlight – Segredos Revelados” Mark Rylance, “Ponte dos Espiões” Sylvester Stallone, “Creed: Nascido Para Lutar” ATRIZ Cate Blanchett, “Carol” Brie Larson, “O Quarto de Jack” Jennifer Lawrence, “Joy: O Nome do Sucesso” Charlotte Rampling, “45 Anos” Saoirse...
Steve Jobs é um filme complexo e criativo como seu personagem
Como dar conta de uma vida em duas horas de filme? Normalmente as cinebiografias enfrentam este desafio com histórias que acabam ou sendo cansativas ao detalhar demais algum ponto específico do biografado ou rasas e sem graça na tentativa de dar conta do todo. “Steve Jobs” parte de um artifício inteligente do roteirista Aaron Sorkin para não cair nesta armadilha e, ao mesmo tempo, entregar uma obra divertida, tensa e com personagens bem desenvolvidos. A vida de Steve Jobs é contada a partir de três momentos, em três grandes cenas que ocupam todo o filme: lançamento do Macintosh em 1984, lançamento do NextCube em 1990 e do iMac em 1998. Partindo de sua biografia escrita por Walter Isaacson, o roteirista imagina os bastidores destes grandes eventos para tentar entender quem é o homem que parece ter transformado todo o mundo. Os cenários mudam, mas os personagens permanecem os mesmos se reencontrando com a distância dos anos que separam um lançamento do outro. O diretor Danny Boyle faz sua parte conduzindo o ótimo elenco e utilizando três formatos diferentes de filmagem para acompanhar a evolução tecnológica, ao mesmo tempo em que acompanha as mudanças de Steve e do mundo: 16mm, 35mm e digital. E é então que, partindo desta mistura de estrutura teatral e estética cinematográfica, “Steve Jobs” coloca uma lupa sobre o criador da Apple e seus colegas de trabalho despejando informações a uma velocidade impressionante. Sorkin escreveu “A Rede Social” (2010) e aqui mais uma vez dá mostras de seus diálogos rápidos e cortantes ditos por personagens cerebrais. Combina que é uma beleza com o estilo frenético de Boyle, principalmente nos momentos de embate repletos de tiradas engraçadinhas e frases de efeito. Mas diretor e roteirista derrapam na emoção, e na maioria das vezes – como em alguns encontros de Jobs com a filha – a coisa toda soa um pouco piegas. Além disso, a própria estrutura narrativa da divisão em três episódios acaba se tornando uma prisão para a obra, de modo que os encontros, reencontros e desabafos antes de cada lançamento soam tão forçados que até o personagem principal faz um comentário metalinguístico sobre isso. Mas por outro lado, se Michael Fassbender não possui a semelhança física que Ashton Kutcher tem com o verdadeiro Jobs, seu talento como ator e o ótimo roteiro e direção fazem com que isto deixe logo de ser um problema (a aparência de Fassbender incomoda um pouco mais no início do filme, quando não parece tão jovem quanto Steve era na época do lançamento do Macintosh, o que tira um pouco a aura de “garoto prodígio” do biografado), e rapidamente nos vemos envolvidos em um drama repleto de intrigas palacianas e pessoais. A inspiração shakespeareana torna Jobs um rei, que por vezes é tirano e por vezes bondoso, mas nunca fraco e inseguro. A forma como manipula, estimula, confronta, trai e atropela seus “súditos” ganha força pelos excelentes coadjuvantes que encaram o talento de Fassbender de igual para igual. “Seus produtos são melhores do que você”, um deles diz em momento de desabafo. Pois o difícil homem que conhecemos através da lente de Boyle e do texto de Sorkin nos deu indiretamente mais um excelente produto com “Steve Jobs”. Um filme que, em sua fragmentação, nos entrega trechos para montarmos a sinfonia da vida deste personagem que se via como um maestro.
Joy, Carol, Creed, Brooklyn, O Quarto de Jack, Steve Jobs e outros filmes cotados para o Oscar vazam na internet
Os grupos hackers Hive-CM8 e Evo vazaram na internet uma nova leva de filmes cotados para o Oscar 2016. Desta vez, apenas “Joy – O Nome do Sucesso” ainda não foi exibido nos cinemas americanos. Mas alguns dos demais, como “Carol”, “Steve Jobs”, “O Quarto de Jack”, “Brooklyn” e “Creed – Nascido para Lutar”, permanecem inéditos em vários países, inclusive no Brasil. O vazamento acontece poucos dias após a aparição de cópias piratas de “Os Oito Odiados”, de Quentin Tarantino, e “O Regresso”, de Alejandro González Iñárritu, ambos ainda inéditos nos EUA. Na ocasião, o Hive-CM8 proclamou, em mensagem nos fóruns piratas, que iria disseminar mais 39 screeners de filmes da temporada de premiações. Segundo o site Variety, a cópia pirata de “O Regresso” já foi baixada mais de 739 mil vezes, enquanto mais 539 mil pessoas fizeram o download de “Os Oito Odiados”. O novo filme de Sylvester Stallone, “Creed”, também já aparece na lista, com 499 mil acessos. Os filmes foram distribuídos via torrents e em serviços de armazenamento de arquivos, linkados por sites especializados em pirataria. As cópias são todas provenientes de ‘screeners’, que é como são chamados os DVDs enviados para a imprensa (atualmente raros) e para os eleitores dos troféus de melhores do ano (screeners mais comuns), como o Globo de Ouro e o Oscar. Para evitar esse tipo de vazamento, os screeners costumam ter marcas d’água que identificam os destinatários das cópias físicas, servindo para localizar a fonte da pirataria. Diante do tamanho do vazamento, uma investigação criminal deve ser iniciada nos próximos dias.
Superprodução Steve Jobs fez só US$ 1 milhão a mais que a versão indie Jobs
A cinebiografia “Steve Jobs” deu um grande prejuízo para a Universal Pictures. O filme orçado em US$ 30 milhões e estrelado por Michael Fassbender (“X-Men: Dias de um Futuro Esquecido”) está prestes a sair de cartaz, após seis semanas de exibição nos EUA, tendo arrecadado apenas US$ 17,4 milhões. O valor supera em pouco mais de US$ 1 milhão o resultado da cinebiografia “Jobs”, produção independente orçada em US$ 12 milhões, com Ashton Kutcher no papel principal. Considerada uma produção de prestígio pela Universal, o longa visava concorrer ao Oscar, mas o vexame não se deu apenas entre o público. “Steve Jobs” também rendeu críticas negativas e repúdio, em relação aos fatos representados. Embora haja consenso de que o retrato supervalorize os defeitos do fundador da Apple, descartando suas qualidades e realizações, o roteirista Aaron Sorkin se defendeu dizendo que há somente uma liberdade artística em todo o roteiro, que são as cenas em que Steve Jobs aparece sempre discutindo com alguém antes de apresentar um grande lançamento. A estreia de “Steve Jobs” no Brasil está marcada somente para 21 de janeiro, quando deve ser eclipsado pelos filmes de maior destaque na temporada de premiações. Mesmo com o diretor Danny Boyle (vencedor do Oscar por “Quem Quer ser um Milionário?”) e um elenco repleto de astros famosos, o filme não é cotado para despontar entre os melhores do ano.




