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    Conspiração e Poder revela-se o anti-Spotlight, desnudando o mau jornalismo

    31 de março de 2016 /

    Boa parte das resenhas de “Spotlight – Segredos Revelados” chamou atenção para o fato de que aquele jornalismo investigativo, que demanda tempo para apurar uma reportagem à fundo, era uma espécie em extinção nestes dias de imediatismo online. Pois “Conspiração e Poder” se qualifica como o anti-“Spolight”. Também inspirado numa reportagem verídica da década passada, o longa, que marca a estreia na direção do roteirista James Vanderbilt (“O Espetacular Homem-Aranha”), mostra o que acontece quando a pressa para se produzir uma reportagem, visando sair na frente da concorrência com um furo exclusivo, vira um desserviço ao público. “Conspiração e Poder” dramatiza os bastidores de uma reportagem de 2004, produzida para o programa “60 Minutes” do canal CBS, apresentado, na época, por Dan Rather (Robert Redford, de “Capitão América 2”), uma espécie de lenda nos telejornais dos Estados Unidos, que emanava credibilidade no ar desde os anos 1960. Imagine uma denúncia do “Fantástico” na época de Sergio Chapelin para se ter a dimensão do impacto de uma notícia exibido no programa. Um escândalo em potencial, envolvendo o histórico de George W. Bush na Guarda Nacional, que teria aproveitado seus parentes importantes para evitar servir durante a Guerra do Vietnã – quando o alistamento era compulsório – , chega às mãos da produtora do programa, a jornalista Mary Mapes (Cate Blanchett, de “Carol”), que, pressionada a tomar uma decisão rápida, decide priorizar o deadline do programa sobre a checagem de fatos. O resultado vai ao ar sem o tempo necessário para sua apuração. E se prova calunioso. Num caso típico de mau julgamento, Mary, que havia vencido um prêmio por sua denúncia de abusos cometidos por militares americanos na prisão iraquiana de Abu Ghraib, teve sua ideologia explorada para cair numa cilada. Acreditando ser capaz de mudar os rumos da vindoura eleição presidencial com a informação exclusiva, sua decisão teve efeito inverso, fortalecendo o candidato do Partido Republicano, conforme a notícia começa a ser refutada pelos fatos, questionada primeiramente por blogs e depois por outras redes de televisão. Sem checar a intenção de sua fonte, a produtora fez sensacionalismo básico, queimou seu programa e acabou com a longa carreira de Rather, além de ter ajudado, por tabela, a eleger Bush como Presidente dos EUA. Mary Mapes nunca mais trabalhou com telejornalismo. Mas escreveu um livro sobre o caso, que é a base do filme. Por isso, seu ponto de vista domina a história, que busca, a todo o instante, justificar suas ações, a ponto de querer insinuar que a verdadeira conspiração foi desacreditar a reportagem. Bulshit das grossas, mas não deixa de ser ilustrativo de uma tendência: quando pego numa mentira, jornalistas insistem em seu ponto de vista até que isso comece a parecer verdade. Entretanto, ainda que o jornalismo imparcial seja um mito propagado por donos de empresas jornalísticas, o Jornalismo profissional é real e tem regras muito claras. E quando elas não são seguidas, alguém paga por isso – uma pessoa física, não a própria empresa, como demonstra o filme. É importante reparar, sobretudo, como “Conspiração e Poder” foi ofuscado por “Spotlight” nos cinemas americanos. Fez ridículos US$ 2,5 milhões durante toda a sua exibição, entre outubro e fevereiro, contra os US$ 44,4 milhões de “Spotlight”. Além disso, “Conspiração e Poder” não foi indicado a prêmio algum. Nem sequer a performance de Cate Blanchett chamou atenção, colocada para escanteio por suas diversas indicações por “Carol”, na temporada de premiações passada. Já “Spotlight” venceu o Oscar de Melhor Filme do ano. Filmes sobre vencedores têm, é verdade, maior apelo que filmes sobre perdedores. Mas as derrotas embutem lições melhores, como qualquer filósofo de botequim é capaz de demonstrar. Por isso, se o jornalismo idealizado ganha os prêmios, o mau jornalismo rende os melhores filmes, como “Abutre” em 2013. Embora “Conspiração e Poder” não chegue a tanto – não vai virar clássico ou cult – , ao menos joga uma luz necessária sobre as conspirações que se escondem por trás das manchetes das notícias. Sem esquecer que um filme que junta Robert Redford e Cate Blanchett merece, nem que seja durante a projeção de seus créditos, alguns aplausos.

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    Jornal do Vaticano elogia vitória de Spotlight no Oscar 2016

    2 de março de 2016 /

    O Oscar de “Spotlight: Segredos Revelados”, eleito Melhor Filme pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, foi aplaudido pelo Vaticano. O filme, que retratou os bastidores da investigação jornalística que denunciou o abuso sexual de crianças por padres nos EUA, mereceu um elogioso artigo publicado na terça-feira (1/3) no jornal do Vaticano, o L’Osservatore Romano. Assinado por Lucetta Scaraffia, a primeira mulher editora do jornal, o artigo inicia com uma reposta aos críticos do filme que o taxaram de “anticatólico”. Pelo contrário, Scaraffia diz que ele “dá voz ao choque e à profunda dor dos fiéis ao confrontarem a descoberta dessas terríveis realidades”. A única ressalva feita pela jornalista é reservada ao roteiro de Josh Singer, que não teria se debruçado sobre os esforços feitos para combater a pedofilia empreendidos por Joseph Ratzinger, tanto como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé e como Papa Bento XVI. Ainda assim, o artigo reconhece que “um filme não é capaz de esgotar um assunto”. Quando os casos de pedofilia ocorridos em Boston vieram à tona, a Igreja Católica passou por uma crise de grandes dimensões, obrigando a instituição a mudar sua antiga postura leniente com relação aos sacerdotes acusados de crimes sexuais. Em abril de 2002, o então Papa João Paulo II convocou os 13 cardeais americanos para discutir o escândalo, quase quatro meses após publicação da primeira reportagem, em uma atitude sem precedentes. Anteriormente, ele apenas havia falado na necessidade de educar adequadamente os acusados de pedofilia. Scaraffia ecoa a visão oficial do Vaticano, classificando como “extremamente graves” os atos de pessoas vistas como representantes de Deus que “usam essa autoridade e prestígio para explorar os inocentes”. Ela termina seu artigo citando o discurso de agradecimento do produtor Michael Sugar, que conclamou nominalmente o Papa Francisco a “proteger as crianças e restaurar a fé”. Para a jornalista, o chamado de Sugar é positivo, pois seria um sinal de que ainda haveria confiança na instituição. Não é a primeira vez que a Igreja Católica se manifesta favoravelmente ao filme. Em fevereiro deste ano, o Arcebispo de Malta, Charles J. Scicluna, disse ao jornal italiano La Repubblica que “todos os bispos e cardeais devem assistir a este filme porque eles precisam entender que são as denúncias que vão salvar a Igreja, não a omerta”, referindo-se ao código de silêncio. Em uma crítica publicada pelo serviço de notícias católicas, o filme é caracterizado como “dolorosamente preciso” e com o poder de “educar espectadores católicos maduros”, ressaltando que a temática é forte e inadequada a menores de 17 anos. Em uma entrevista ao jornal católico “America”, o diretor e roteirista Tom McCarthy mostrou entusiasmo com o Papa Francisco, a quem chamou de progressista. No entanto, ele afirmou que ainda é cedo para saber a extensão das mudanças que ele será capaz de promover.

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    Oscar 2016: Justiças, injustiças e as mudanças que a premiação antecipa

    29 de fevereiro de 2016 /

    Leonardo DiCaprio conquistou seu Oscar. Mas, para os cinéfilos, a vitória de Ennio Morricone por “Os Oito Odiados” foi a mais significativa. Autor de trilhas clássicas do spaghetti western, com 87 anos de idade e já merecedor de um Oscar honorário pela carreira, ele foi reconhecido sob aplausos esfuziantes dos integrantes da Academia, que nem sempre têm a chance de corrigir lacunas históricas na premiação. O Oscar 2016 foi, por sinal, um evento focado nas injustiças da premiação, desde a falta de artistas negros em sua seleção, razão de vários discursos, até vitórias que relevaram o receio de repetir os eleitos do ano passado, casos de Alejandro G. Iñarritu, Melhor Diretor pelo segundo ano consecutivo, e Emmanuel Lubezki, único cinematógrafo a vencer o Oscar de Melhor Direção de Fotografia por três anos seguidos. Os vitoriosos por “O Regresso” eram, de fato, os melhores em suas categorias. Mas a premiação de “Spotlight – Segredos Revelados” como Melhor Filme, sobre o longa com a melhor direção, fotografia e ator (DiCaprio), aponta que os critérios da Academia não foram muito “justos”. Ao menos, não foram cinematográficos. Venceu a melhor história, supostamente, visto que “Spotlight” também conquistou o Oscar de Melhor Roteiro Original. Entretanto, há pouco cinema em “Spotlight”, que é praticamente um docudrama convencional, comparável, tecnicamente, a alguns telefilmes da TV paga. Além disso, seu diretor, Tom McCarthy, vem de realizações medíocres, entre elas a comédia “Trocando os Pés”, que, também neste ano, apareceu na lista do Framboesa de Ouro de piores filmes. Além de dirigir, ele assina o roteiro de “Spotlight” em parceria com Josh Singer, autor da bomba “O Quinto Poder” (2013), filme superficialíssimo sobre o Wikileaks execrado por todos, da esquerda à direita, do público à crítica. O que os cerca de 7 mil eleitores do Oscar se esquecem, na hora de votar, é que suas escolhas serão sempre lembradas e cobradas pela História. Será que Tom McCarthy seguirá fazendo filmes que mereçam novas indicações ao Oscar? Ou ganhará o ensaiado Framboesa de Ouro nos próximos anos? Ou, ainda, sumirá rumo à irrelevância, como Paul Haggis, o roteirista e diretor de “Crash: No Limite”, filme que venceu o Oscar de 2006 sobre “Brokeback Mountain”? Após sofrer a injustiça, Ang Lee fez novos filmaços, como “Desejo e Perigo” (2007) e “As Aventuras de Pi” (2012). E Haggis? Para ficar, então, no roteiro, que os acadêmicos de Hollywood consideraram o melhor do ano, não deixa de ser relevante que a trama de “Spotlight” falhe nas duas frentes em que avança. Como filme-denúncia, pouco tem a denunciar, uma vez que a questão da pedofilia na Igreja já foi absorvida pelo Vaticano. Mesmo assim, o assunto é tratado pela produção com um distanciamento burocrático que consegue fazer assepsia no asco. Sobre o mesmo tema e no mesmo ano, o drama chileno “O Clube”, também passado entre quatro paredes, é muito mais porrada. As paredes da redação de jornal, por sinal, fornecem o cenário em que “Spotlight” avança. A opção não é apenas teatral, mas pouco enaltecedora do jornalismo investigativo que o filme supostamente celebra. Os repórteres da tela não vão a campo investigar suspeitas. Eles recebem tudo mastigadinho, numa caixa repleta de depoimentos de vítimas, todas muito solícitas. E suas principais “descobertas” são notícias antigas, do arquivo da própria redação. O máximo de esforço investigativo se resume à leitura de anuários da Igreja, filtrada pelo cruzamento de informações. Assim, boa parte de sua “ação” acontece em salas cheias de pastas e papéis. Era assim que ainda se pesquisava nos anos 2000. Mas, se fosse trazida para os dias atuais, a trama mostraria simplesmente um jornalismo paralisado diante do Google. Desta forma, as comparações com “Todos os Homens do Presidente” (1976) não podem ser mais equivocadas. Quando o filme do mestre Alan J. Pakula chegou aos cinemas, não fazia uma década desde que o escândalo abordado esfriara – como em “Spotlight” – , mas apenas 20 meses que o presidente Richard Nixon renunciara. Além disso, o perigo da reportagem sobre Watergate era tamanho que as fontes não vinham à redação felizes pela atenção, balançando as provas nas mãos, mas se escondiam, falavam em off, usavam pseudônimo e forneciam apenas pistas de fatos que os jornalistas precisavam desvendar. Jornalismo investigativo com risco de vida é bem diferente de redação de pesquisa de texto – que é o que o roteiro premiado de “Spotlight” exibe. Só quem nunca trabalhou num grande jornal é capaz de confundir os dois. Como críticos de blog, roteiristas de filmes superficiais e eleitores da Academia. “Spotlight” era o filme favorito dos atores, maior grupo de votantes da Academia, como comprovou seu prêmio de Melhor Elenco na eleição do Sindicato. O SAG (Sindicato dos Atores) também emplacou três dos quatro vitoriosos de sua eleição sindical. A exceção ficou por conta de Sylvester Stallone, que perdeu para Mark Rylance, ator do teatro britânico, bastante elogiado por sua carreira nos palcos, mas que, num dos filmes mais fracos de Steven Spielberg, aparece sempre cansado, de pescoço enrijecido e dando impressão de sofrer de Alzheimer, alheio ao drama e lento em sua formulação de frases. Menosprezado por sua carreira repleta de filmes ruins, Stallone perdeu para que a Academia pudesse premiar o teatro inglês e o convencionalismo do filme menos polêmico da noite, “Ponte de Espiões”. A consagração de Alicia Vikander, por sua vez, premia a “it girl” do momento, para usar uma expressão da era de ouro de Hollywood. Ela é o que se salva do melodrama “A Garota Dinamarquesa”, sem dúvida, mas está ainda melhor em “Ex Machina”, filme que venceu a categoria de Efeitos Visuais de forma surpreendente – tinha o orçamento mais baixo entre os concorrentes – , talvez como compensação por sua ausência na lista de Melhor Filme. Já a vitória de DiCaprio era tão esperada que havia festas preparadas para esta comemoração. Assim como era esperado, pelo trabalho apresentado, o Oscar da estrela menos badalada da noite, Brie Larson. Embora tenha sido tratada como revelação pela mídia que não acompanha a indústria de perto, ela começou a fazer séries com 10 anos de idade e vem se destacando em filmes indies desde 2010. Aliás, já deveria ter sido indicada por “Temporário 12” (2013), filmaço que venceu o Festival SWSW – seu próximo drama será um filme do mesmo diretor. O Oscar de Melhor Atriz pode, inclusive, ser considerado uma antítese da vitória de DiCaprio. Enquanto o prêmio de Melhor Ator consolida o sistema alimentado por astros famosos, a conquista da “desconhecida” Larson destaca o valor do cinema independente. Isto porque “O Quarto de Jack” era a única produção realmente indie na disputa, tendo fechado sua distribuição com a pequena A24 apenas após sua exibição no Festival de Toronto – que, inclusive, venceu. Os demais supostos indies da competição, como “Spotlight” e “Carol”, além de destacar estrelas já consagradas, foram realizados com toda a estrutura de estúdio e distribuição garantidas. Brie Larson não era visada por paparazzi antes de “O Quarto de Jack”. O filme não é repleto de famosos, não tem diretor incensado e seus produtores não frequentam a lista dos VIP de Hollywood. Além disso, trata de questões femininas, de abuso e maternidade, representadas sem maquiagem ou glamour algum. Menos comentado entre todos os indicados, trata-se, entretanto, do filme que mais bem representa as mudanças que se espera do Oscar, pós-velhos brancos: renovação, talento e sensibilidade. Justiças e injustiças feitas, há mesmo promessas de grandes mudanças para o Oscar 2017. E a festa da cerimônia de domingo (28/2), carregada de discursos indignados, foi, no fundo, uma forma encontrada pela presidente da Academia, Cheryl Boone Isaacs, de preparar terreno, inclusive com uma tentativa explícita, em sua intervenção durante o evento, de engajar os acadêmicos na sua agenda. Afinal, assim que anunciou seus planos, protestos ruidosos começaram a surgir entre a parcela mais velha do eleitorado, que ela pretende afastar. Isaacs anunciou, ainda em janeiro, que o direito a voto dos acadêmicos deixará de ser perpétuo. A partir do Oscar 2017, só poderão votar os integrantes da Academia que permaneceram ativos na última década, visando, com isso, eliminar a influência dos aposentados, profissionais que não acompanham mais o dia-a-dia da indústria e que vem impedindo, pelo conservadorismo típico da idade avançada, a implementação de mudanças desejadas. Ao mesmo tempo, a Academia tentará buscar maior diversidade ao escolher novos integrantes para as vagas que se abrirão. As premiações do Oscar refletem, sim, a composição étnica, etária e sexual da Academia, que, de acordo com relatos da mídia, é majoritariamente formada por homens brancos velhos – 94% são brancos, 77% do sexo masculino e a média de idade entre os votantes é superior a 60 anos. Visando mudar a composição desses eleitores, a Academia ainda adicionou três novos assentos para mulheres e minorias no conselho de sua administração. Assim, a governança da entidade passará a contar com 54 membros, que serão responsáveis por aprovar novas reformas nos próximos Oscars, com o objetivo de dobrar o número de mulheres e minorias votantes até 2020. É esperar para ver se, com isso, mais minorias serão destacadas entre os indicados ao Oscar 2017 e se, quem sabe, no próximo ano seja possível eleger o Melhor Filme de verdade. Clique aqui para conferir a lista completa dos vencedores do Oscar 2016.

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    Oscar 2016: Spotlight é o Melhor Filme, mas o Regresso e Mad Max são os maiores vencedores

    29 de fevereiro de 2016 /

    “Spotlight – Segredos Revelados” foi eleito o Melhor Filme na cerimônia mais politizada da história do Oscar. Menos inventivo entre todos os candidatos, o longa em que jornalistas investigam a pedofilia disseminada na Igreja também conquistou o troféu de Melhor Roteiro Original e era o favorito do maior colégio eleitoral da Academia, os atores – o filme havia vencido o prêmio do Sindicato dos Atores por seu elenco. O reconhecimento técnico, entretanto, foi compartilhado por “O Regresso” e “Mad Max: Estrada da Fúria”. O primeiro rendeu bis para Alejandro G. Iñarritu, eleito Melhor Diretor pelo segundo ano consecutivo, e para Emmanuel Lubezki, único cinematógrafo a vencer o Oscar de Melhor Direção de Fotografia por três anos seguidos, enquanto o longa dirigido por George Miller liderou o arremate das demais estatuetas, conquistando seis prêmios técnicos – menos, curiosamente, o de Efeitos Visuais, vencido por “Ex Machina”. Entre os intérpretes, três premiados pelo Sindicato dos Atores foram confirmados. A vitória de Leonardo DiCaprio, que tinha torcida organizada nas ruas, rendeu os aplausos mais ruidosos dentro da própria cerimônia. Ele também fez um dos melhores discursos da noite, apontando as dificuldades de encontrar regiões nevadas para filmar “O Regresso”, devido às mudanças climáticas. Em seu alerta, ele ainda sugeriu medidas de apoio às lideranças globais não comprometidas pelos interesses das corporações, para que se possa salvar o planeta antes que seja tarde. Brie Larson e Alicia Vikander foram confirmadas, respectivamente, como Melhor Atriz por “O Quarto de Jack” e Atriz Coadjuvante por “A Garota Dinamarquesa”. Mas Sylvester Stallone não referendou seu favoritismo por “Creed”, perdendo a estatueta de Melhor Coadjuvante para Mark Rylance, em “Ponte dos Espiões”. Quem aplaudiu mais sem graça, porém, foi Lady Gaga, que viu Sam Smith conquistar a estatueta de Melhor Canção pela música-tema de “007 Contra Spectre”. Minutos antes, Gaga tinha emocionado os espectadores com a melhor performance musical da noite, levando ao palco diversas vítimas de abuso sexual, enquanto Smith desafinara sozinho, pavorosamente. Por sua vez, o apresentador Chris Rock (“Gente Grande”) intercalou críticas à indústria cinematográfica em quase todas as suas intervenções, realçando a falta de diversidade dos concorrentes – questão que chegou a inspirar um incipiente boicote. Diversos apresentadores negros, convocados para comentar a questão, seguiram a deixa, mas também houve quem debochasse, como Sacha Baron Cohen, que apareceu como sua persona black, Ali G. Mesmo assim, em contraste com o discurso racial, o Oscar 2016 acabou se provando um dos mais diversificados dos últimos anos, ao menos em termos de nacionalidades. Além dos mexicanos de “O Regresso”, os australianos, ingleses e sul-africanos de “Mad Max”, também comemoraram vitórias a sueca Alicia Vikander, o inglês Mark Rylance, o lendário italiano Ennio Morricone (Melhor Trilha Sonora) e os vencedores das categorias de Documentário, Curtas (entre eles, um chileno) e, claro, Filme Estrangeiro. Infelizmente, a animação brasileira “O Menino e o Mundo” não se juntou à lista, perdendo para “Divertida Mente”. Confira abaixo a lista completa dos premiados e aproveite para ler uma análise mais abrangente do Oscar 2016. Se tiver curiosidade, confira também o texto sobre a expectativa da premiação, que aborda vários pontos realçados pela confirmação dos vitoriosos. VENCEDORES DO OSCAR 2016 FILME “Spotlight – Segredos Revelados” DIREÇÃO Alejandro G. Iñarritu, “O Regresso” ATOR Leonardo DiCaprio, “O Regresso” ATRIZ Brie Larson, “O Quarto de Jack” ATOR COADJUVANTE Mark Rylance, “Ponte dos Espiões” ATRIZ COADJUVANTE Alicia Vikander, “A Garota Dinamarquesa” ROTEIRO ORIGINAL “Spotlight: Segredos Revelados” – Josh Singer e Tom McCarthy ROTEIRO ADAPTADO “A Grande Aposta” – Charles Randolph e Adam McKay FOTOGRAFIA “O Regresso” – Emmanuel Lubezki EDIÇÃO “Mad Max: Estrada de Fúria” – Margaret Sixel DOCUMENTÁRIO “Amy” ANIMAÇÃO “Divertida Mente” FILME ESTRANGEIRO “O Filho de Saul” (Hungria) TRILHA SONORA ORIGINAL “Os Oito Odiados” – Ennio Morricone CANÇÃO ORIGINAL “Writing’s On The Wall”, de “007 contra Spectre” (Jimmy Napes/Sam Smith) EFEITOS VISUAIS “Ex Machina” – Andrew Whitehurst, Paul Norris, Mark Williams Ardington e Sara Bennett CENOGRAFIA “Mad Max: Estrada da Fúria” – Colin Gibson e Lisa Thompson FIGURINO “Mad Max: Estrada da Fúria” – Jenny Beavan MAQUIAGEM E CABELO “Mad Max: Estrada da Fúria” – Lesley Vanderwalt, Elka Wardega e Damian Martin EDIÇÃO DE SOM “Mad Max: Estrada da Fúria” – Mark A. Mangini e David White MIXAGEM DE SOM “Mad Max: Estrada da Fúria” – Chris Jenkins, Gregg Rudloff e Ben Osmo CURTA-METRAGEM “Stutterer” CURTA DE ANIMAÇÃO “Bear Story” DOCUMENTÁRIO EM CURTA-METRAGEM “A Girl in the River: The Price of Forgiveness”

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    Spirit Awards: “Oscar indie” premia Spotlight e a diversidade que a Academia não viu

    28 de fevereiro de 2016 /

    O filme “Spotlight – Segredos Revelados”, em que jornalistas investigam padres pedófilos, foi o grande vencedor do Spirit Awards, considerado o “Oscar indie”, que premia filmes americanos feitos por produtores independentes com orçamento de até US$ 20 milhões. Além de Melhor Filme, o longa venceu nas categorias de Direção, Roteiro e Edição. Candidatos mais convencional ao prêmio, “Spotlight” foi dirigido por Tom McCarthy, que no mesmo ano também assinou a comédia bobalhona “Trocando os Pés”, estrelada por Adam Sandler. Ele venceu os indicados “Anomalisa”, “Beasts of No Nation”, “Carol” e “Tangerine”. Sempre realizado no dia anterior ao Oscar, o Spirit Awards se caracteriza por uma atmosfera oposta a da cerimônia da Academia. Não só pela seleção dos candidatos, mas por acontecer pela manhã, numa tenda à beira-mar – na praia de Santa Mônica, em Los Angeles. Este ano, porém, o contraste foi ainda maior. Diante da polêmica seleção do Oscar 2016, criticada pela falta de diversidade, o Spirit premiou três atores negros, entre quatro categorias possíveis. Dois deles se destacaram no filme “Beasts of No Nation”, produção da Netflix ignorada pela Academia. O jovem Abraham Attah, de apenas 15 anos, venceu como Melhor Ator e Idris Elba como Melhor Coadjuvante. O filme acompanha crianças que são obrigadas a virar soldados durante uma guerra civil num país da África ocidental. A premiação mais ousada, porém, ficou por conta da vitória da transexual negra Mya Taylor como Melhor Coadjuvante, por “Tangerine”. O filme segue o cotidiano de uma prostituta transgênero que descobre que seu namorado e cafetão está lhe traindo com uma mulher. Entre os intérpretes, a categoria de Melhor Atriz é a única com chances de ser repetida pelo Oscar. Deu Brie Larson, de “O Quarto de Jack”, que já havia vencido o troféu do Sindicato dos Atores – assim como Idris Elba, por sinal. Outros vencedores que também disputam o troféu da Academia são o longa estrangeiro “O Filho de Saul” (Hungria) e o documentário “O Peso do Silêncio”. Para completar, a produção com mais indicações, o drama “Carol”, sobre duas lésbicas que vivem um romance discreto nos anos 1950, venceu apenas a categoria de Melhor Fotografia. Vencedores do Independent Spirt Awards 2015 Melhor Filme “Spotlight – Segredos Revelados” Melhor Direção Tom McCarthy (“Spotlight”) Melhor Atriz Brie Larson (“O Quarto de Jack”) Melhor Ator Abraham Attah (“Beasts of No Nation”) Melhor Atriz Coadjuvante Mya Taylor (“Tangerine”) Melhor Ator Coadjuvante Idris Elba (“Beasts of No Nation”) Melhor Roteiro Tom McCarthy e Josh Singer (“Spotlight”) Melhor Roteiro de Estreia Emma Donoghue (“O Quarto de Jack”) Melhor Filme de Estreia “The Diary of a Teenage Girl” Melhor Fotografia “Carol” Melhor Edição “Spotlight” Melhor Documentário “O Peso do Silêncio” Melhor Filme Estrangeiro “O Filho de Saul” (Hungria) Prêmio John Cassavetes (Melhor Filme de até US$ 500 mil) “Krisha” Prêmio Robert Altman (Melhor Direção de Elenco) “Spotlight”

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    Oscar 2016: Cerimônia exibirá a maior saia justa da história da Academia de Hollywood

    28 de fevereiro de 2016 /

    A premiação do Oscar 2016, que acontece na noite deste domingo (28/2), já é considerada a maior saia justa da história da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Criticada pela ausência, pelo segundo ano consecutivo, de artistas negros entre seus indicados, a situação constrangedora tem sido reforçada por vitórias de atores negros em outras premiações importantes da temporada. E amplificada por novas gafes da produção do evento, como a exclusão da cerimônia da cantora transexual Anohni, indicada ao Oscar de Melhor Canção (por “Manta Ray”, de “A Corrida contra a Extinção”). Discursos contundentes são esperados. Mas grandes mudanças já estão em curso, que tendem a fazer deste o último Oscar à moda antiga. O último Oscar escolhido por uma maioria esmagadora de homens brancos idosos. Não deixa de ser interessante que a premiação chegue a seu crepúsculo dividida, em seu favoritismo, entre seus três candidatos mais brancos e masculinos, “O Regresso”, “A Grande Aposta” e “Spotlight – Segredos Revelados”, que expõem a macheza de seus protagonistas, capazes de vencer a natureza, a economia e as instituições, rangendo os dentes e se dizendo mais puros e dignos que seus rivais. Esta divisão foi expressa nas votações dos sindicatos de Hollywood, em que diretores preferiram “O Regresso”, produtores “A Grande Aposta” e atores “Spotlight”. Dos favoritos, o mais fraco agrada ao maior grupo de votantes. “Spotlight” não é apenas um filme conservador, no sentido de não ousar esteticamente como os demais, mas se mostra reducionista até naquilo que tem motivado elogios à sua realização. Para o filme do diretor Tom McCarthy, jornalismo investigativo se resume à pesquisa de arquivos, especialmente reportagens antigas. Como a história se passa no começo dos anos 2000, boa parte de sua “ação” acontece em salas cheias de pastas e papéis. Mas se fosse trazida para os dias atuais, a trama mostraria um jornalismo paralisado diante do Google. “A Grande Aposta” é o mais arrojado. Usando técnicas de documentário e derrubando a quarta parede, o diretor Adam McKay surpreende por tornar interessante, da forma mais cínica possível, um tema que afeta a todos, mas que a maioria prefere ignorar: o funcionamento da bolsa de valores. Não que suas explicações convençam. Ao contrário, apenas entretêm. Mas a acidez com que corroem o capitalismo é bastante subversiva para o padrão dos liberais de Hollywood. Por sua vez, “O Regresso” já foi sublimado, pelo grande público, como o Oscar de Leonardo DiCaprio. Fãs que seguem o ator desde “Titanic” (1997) decidiram que o filme representará sua canonização no firmamento cinematográfico, tantas são as romarias anunciadas para celebrar o fim de seu martírio e sua esperada consagração como vencedor do Oscar. Entretanto, como cinema, o filme dirigido por Alejandro González Iñárritu é, na verdade, do diretor de fotografia Emmanuel Lubezki, que pode fazer História ao se tornar o primeiro cinematógrafo a vencer o Oscar por três anos consecutivos. Vista por outro ângulo, a escolha poderia ser bem mais simplificada. Afinal, quem merece vencer o Oscar 2016, o novo filme do diretor da bomba “Trocando os Pés” (2014), do pastelão “Tudo Por um Furo” (2013) ou do oscarizado “Birdman” (2014)? Azarão nesta disputa, “Mad Max: Estrada da Fúria”, de George Miller, mantém a torcida de uma parcela da crítica, que destaca suas cenas insanas e um diretor que merece mais reconhecimento. Além disso, o filme deixa um legado de frases impactantes e uma protagonista feminina poderosa, algo ainda raro na centenária Hollywood. O apuro de sua produção deve render muitos prêmios técnicos. Porém, todo esse talento é colocado a serviço de uma longa perseguição, que visa o espetáculo visual sem pretender chegar a lugar algum – tanto que é, de forma mais instigante que a jornada de DiCaprio, circular. Embora seja possível enxergar alegorias profundas em sua realização, até os fanboys mais radicalizados apostariam contra “Mad Max” numa disputa de roteiro – categoria a qual nem foi indicado. Há questões importantes de gênero embutidas também nas indicações periféricas de “Carol” e “A Garota Dinamarquesa”, que trazem o universo LGTB ao Oscar. Entretanto, quando barrou a participação de Anohni da cerimônia, a própria Academia tratou de colocar o tema em seu devido lugar, como figurante da festa, que não deve chamar mais atenção que já conquistou. Os dois sequer foram convidados a disputar o Oscar de Melhor Filme. Mesmo assim, “A Garota Dinamarquesa”, que resulta num filme mais convencional que seu tema, acabou criando uma polêmica inesperada. Mais uma. Isto porque a Academia permite aos produtores decidirem em que categoria os candidatos irão concorrer. E “A Garota Dinamarquesa” inscreveu sua protagonista, a atriz sueca Alicia Vikander, como coadjuvante. Graças a esta artimanha, ela se tornou favorita ao prêmio. Mas gerou protestos de quem ficou fora da disputa. Vikander pode ser responsável por impedir a reunião dos astros de “Titanic” na premiação, pois Kate Winslet vinha vencendo troféus como Melhor Atriz Coadjuvante por seu papel em “Steve Jobs”. Indiretamente, ao evitar a disputa de Melhor Atriz, ela também deixa aberto o caminho para Brie Larson levar seu Oscar por “O Quarto de Jack”. Embora a seleção de filmes indicados apresente uma tendência inquietante, os flashes quase ofuscam outro tipo de conservadorismo. Afinal, o tapete vermelho é mais que um ritual cafona, em que estrelas desfilam vestidos de grife. É o instante em que a Academia, com a ajuda da mídia, tenta evocar o antigo glamour de Hollywood. Um conceito que também emana da visão de homens brancos idosos, que guardam saudades de uma época em que astros e estrelas, em suas roupas de gala, pareciam descer de carruagens num baile de contos de fadas. A consagração dessa nostalgia, por uma mídia mais interessada em vestidos e sapatinhos de cristal, é o que inspira as torcidas fabulosas por DiCaprio. A generalização do “será que DiCaprio vence?” é digna do público de novelas, que torce pela reviravolta redentora, mesmo que o desfecho tenha sido vazado com antecedência. Melhor seria, ainda, se houvesse a consagração simultânea de Kate Winslet, materializando o final feliz que faltou a “Titanic”, como num conto de fadas da “vida real”. E tudo isso sem que os filmes atuais tenham qualquer relevância para a torcida. Isto é o Oscar para o público e a imprensa médias. O mesmo simbolismo alimenta a torcida por Sylvester Stallone, que concorre como Melhor Coadjuvante por “Creed – Nascido para Lutar”, 39 anos após disputar como Ator e Roteirista pelo mesmo personagem, Rocky. O público, de fato, gosta de um final feliz no cinema. A antítese dessa narrativa à moda antiga pode virar a vitória mais importante do Oscar 2016, encaminhada pelo resultado do Sindicato dos Atores, que já reconheceu, como sendo a melhor, a estrela menos badalada da festa: Brie Larson. Ela não é exatamente uma revelação, pois começou a fazer séries com 10 anos de idade e vem se destacando em filmes indies desde 2010. Aliás, já deveria ter sido indicada por “Temporário 12” (2013), filmaço que teve como pecado ser uma produção sem dinheiro para campanha de premiação. A importância de seu potencial Oscar, por sinal, reside em “O Quarto de Jack” ser a única produção realmente indie na disputa deste domingo, tendo fechado sua distribuição com a pequena A24 apenas após sua exibição no Festival de Toronto – que, inclusive, venceu. Os demais supostos indies da competição, como “Spotlight” e “Carol”, além de destacar estrelas já consagradas, foram realizados com toda a estrutura de estúdio e distribuição garantidas. Brie Larson não era visada por paparazzi antes de “O Quarto de Jack”. O filme não é repleto de famosos, não tem diretor incensado e seus produtores não frequentam a lista dos VIP de Hollywood. Além disso, trata de questões femininas, de abuso e maternidade, representadas sem maquiagem ou glamour algum. Menos comentado entre todos os indicados, trata-se do filme que mais bem representa as mudanças que se espera do Oscar, pós-velhos brancos. Já no outro extremo, o Oscar dos velhos brancos é mais bem representado por “Ponte dos Espiões”, que fez Steven Spielberg bater um recorde, atingindo nove indicações, como o diretor que mais vezes disputou o Oscar de Melhor Filme em todos os tempos. Infelizmente, também é o mais fraco dos trabalhos com que o cineasta concorreu, discutindo justiça e espionagem num cenário de Guerra Fria – a analogia serve, mas seria mais corajoso se, de fato, tratasse do mundo em que vive Edward Snowden. A propósito, a presença de “Ponte dos Espiões” é um dos motivos de questionamento da lista do Oscar de Melhor Filme do ano. Produção apenas mediana, deixou de fora “Straight Outta Compton: A História do N.W.A.”, “Creed – Nascido para Lutar” e “Carol”, para citar apenas os mais evidentes – dois filmes estrelados e dirigidos por negros e um terceiro sobre um casal lésbico. Mas a lista poderia incluir ainda “Tangerine”, a maior provocação de todas, protagonizado por uma transgênero negra. Afinal, “Tangerine” também vem conquistando prêmios importantes. Além disso, as regras da Academia permitem até dez indicações nesta categoria, e os escolhidos foram apenas sete, passando a mensagem de que os demais não eram bons – ou dignos – o suficiente para o Oscar. Vale destacar que nenhum filme premiado no Festival de Sundance foi selecionado – nem mesmo o brasileiro “Que Horas Ela Volta?”. Por fim, o foco da polêmica mais recente, o Oscar de Melhor Canção, pode se tornar ainda mais constrangedor. Único negro indicado a qualquer coisa no Oscar 2016, the Weeknd tem tudo para repetir o que aconteceu no ano passado, quando John Legend, o negro de 2015, levou a estatueta de Melhor Canção pelo tema do filme “Selma”. Infelizmente, the Weeknd também representa o pior filme do ano, “Cinquenta Tons de Cinza”, e, junto com Lady Gaga e Sam Smith, entra no mix como sugestão de que a Academia está atenta ao pop moderno. Tão atenta que deixou de fora a melhor música de cinema da temporada, “See You Again”, da trilha de “Velozes e Furiosos 7”, que emocionou tanto quanto o incensado tema de “Titanic”, cantado por Celine Dion. O consolo do rapper Wiz Khalifa é que a Academia jamais considerou rap digno da categoria de Melhor Canção, embora tenha tolerado Common na companhia de John Legend no ano passado – a música, porém, era um gospel. Talvez isto também explique porque nenhum diretor negro tenha, até hoje, “merecido” indicação ao Oscar. Mas nem tudo é apocalipse. Houve uma evolução positiva, por conta da internacionalização da categoria de Melhor Animação. Em vez das produções bobinhas da DreamWorks, acompanham “Divertida Mente” um filme indie (“Anomalisa”) e produções do Reino Unido (“Shaun, o Carneiro”), Japão (“Quando Estou com Marnie”) e até do Brasil! “O Menino e o Mundo”, de Alê Abreu, emplacou a primeira indicação de um filme 100% brasileiro no Oscar desde que “Cidade de Deus” surpreendeu em 2004. Apesar disso, a vitória de “Divertida Mente” é considerada até mais garantida que o Oscar de Leonardo DiCaprio. Justos ou injustos, os vencedores do Oscar 2016 serão conhecidos na noite deste domingo (28/2), em cerimônia que será realizada no Dolby Theatre, em Los Angeles, com apresentação do comediante Chris Rock (“Gente Grande”) e transmissão ao vivo para o Brasil pelos canais TNT e Globo. Confira abaixo a lista completa dos indicados: INDICADOS AO OSCAR 2016 FILME “A Grande Aposta” “Ponte dos Espiões” “Brooklyn” “Mad Max: Estrada da Fúria” “Perdido em Marte” “O Regresso” “O Quarto de Jack” “Spotlight – Segredos Revelados” DIREÇÃO Adam McKay, “A Grande Aposta” George Miller, “Mad Max: Estrada da Fúria” Alejandro G. Iñarritu, “O Regresso” Lenny Abrahamson, “O Quarto de Jack” Tom McCarthy, “Spotlight: Segredos Revelados” ATOR Bryan Cranston, “Trumbo – Lista Negra” Leonardo DiCaprio, “O Regresso” Eddie Redmayne, “A Garota Dinamarquesa” Michael Fassbender, “Steve Jobs” Matt Damon, “Perdido em Marte” ATOR COADJUVANTE Christian Bale, “A Grande Aposta” Tom Hardy, “O Regresso” Mark Ruffalo, “Spotlight – Segredos Revelados” Mark Rylance, “Ponte dos Espiões” Sylvester Stallone, “Creed: Nascido Para Lutar” ATRIZ Cate Blanchett, “Carol” Brie Larson, “O Quarto de Jack” Jennifer Lawrence, “Joy: O Nome do Sucesso” Charlotte Rampling, “45 Anos” Saoirse...

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    Padre do interior de São Paulo quer processar o filme Spolight – Segredos Revelados

    17 de fevereiro de 2016 /

    O padre José de Afonso Dé, da cidade de Franca, no interior de São Paulo, pretende processar os produtores do filme “Spotlight – Segredos Revelados”. O motivo é que ele acredita que o nome dele aparece no final do filme em uma lista mundial de pedofilia envolvendo integrantes da Igreja Católica. O advogado do padre, José Chiachiri Neto, relata ter revertido, no Tribunal de Justiça de São Paulo, sete das nove acusações contra o cliente dele. “Já interpomos recurso para absolvê-lo em sua totalidade”, argumentou, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo. De acordo com o advogado, é aguardado um desfecho favorável ao caso. “Quando sair o resultado, vamos à Justiça contra os produtores do filme.” No processo, será exigida uma indenização por lesão à honra. “Isso será feito devido à divulgação do nome do padre e da cidade de Franca no mundo todo”, afirma Chiachiri. O texto final do filme, porém, só cita a cidade de Franca, sem dar nome ao padre. A investigação da identidade ficou por conta da revista Isto É, que lembrou os casos envolvendo o padre – ocorreram em 2010 e as vítimas tinham entre 12 e 17 anos de idade – e outros representantes da Igreja nas localidades brasileiras listadas pela produção americana. Indicado a seis categorias do Oscar 2016, “Spotlight – Segredos Revelados”, dirigido por Tom McCarthy, mostra os bastidores da investigação de um grupo de jornalistas de Boston que descobriram um enorme escândalo de abuso sexual infantil dentro da arquidiocese católica local, revelando uma prática de acobertamento levada adiante pela Igreja em todo o mundo.

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    Spotlight e A Grande Aposta vencem prêmio do Sindicato dos Roteiristas de Hollywood

    14 de fevereiro de 2016 /

    O Sindicato dos Roteiristas dos EUA (WGA, na sigla em inglês) considerou as histórias do drama “Spotlight” e da comédia “A Grande Aposta” as melhores do cinema em 2015. Os dois filmes foram vitoriosos nas categorias de Melhor Roteiro Original e Melhor Roteiro Adaptado, respectivamente, na premiação anual WGA Awards. Realizado na noite de sábado (13/2), o evento destacou dois filmes que também disputam prêmios equivalentes no Oscar 2016. O troféu de Melhor Roteiro de Documentário foi para “Going Clear: Scientology and the Prison of Belief”, filme controvertido, que denuncia perigos da seita da Cientologia. Nas categorias televisivas, o WGA Awards mostrou-se mais conservador, premiando produções veteranas, como “Mad Men” em Drama e “Veep” como Comédia. Destaque do ano, a série “Mr. Robot” foi considerada como Melhor Série Estreante. Vencedores do WGA Awards 2016 CINEMA Melhor Roteiro Original Spotlight: Segredos Revelados – Josh Singer e Tom McCarthy Melhor Roteiro Adaptado A Grande Aposta – Charles Randolph e Adam McKay Melhor Roteiro de Documentário Going Clear: Scientology and the Prison of Belief – Alex Gibney TELEVISÃO Melhores Roteiros de Série de Drama Mad Men – Lisa Albert, Semi Chellas, Jonathan Igla, Janet Leahy, Erin Levy, Tom Smuts, Robert Towne, Matthew Weiner e Carly Wray Melhores Roteiros de Série de Comédia Veep – Simon Blackwell, Jon Brown, Kevin Cecil, Roger Drew, Peter Fellows, Neil Gibbons, Rob Gibbons, Sean Gray, Callie Hersheway, Armando Iannucci, Sean Love, Ian Martin, Georgia Pritchett, David Quantick, Andy Riley, Tony Roche e Will Smith Melhores Roteiros de Série Nova Mr. Robot – Kyle Bradstreet, Kate Erickson, Sam Esmail, David Iserson, Randolph Leon, Adam Penn e Matt Pyken Melhores Roteiros de Minissérie Original Saints & Strangers – Seth Fisher, Walon Green, Chip Johannessen e Eric Overmyer Melhores Roteiros de Minissérie Adaptada Fargo – Steve Blackman, Bob DeLaurentis, Noah Hawley, Ben Nedivi e Matt Wolpert Melhor Roteiro de Episódio de Série de Drama Better Call Saul, episódio “Uno” – Vince Gilligan e Peter Gould Melhor Roteiro de Episódio de Série de Comédia Silicon Valley, episódio “Sand Hill Shuffle” – Clay Tarver Melhor Roteiro de Episódio de Série Animada Bob’s Burgers, episódio “Housetrap” – Dan Fybel Melhor Roteiro de Episódio de Série Animada Bob’s Burgers, episódio “Housetrap” – Dan Fybel Melhor Roteiro de Episódio de Série Infantil Gortimer Gibbon’s Life on Normal Street, episódio “Endless Night” – Gretchen Enders e Aminta Goyel Melhor Roteiro de Especial Infantil Descendentes – Josann McGibbon e Sara Parriott Melhores Roteiros de Programa Humorístico Inside Amy Schumer – Jessi Klein,Hallie Cantor, Kim Caramele, Kyle Dunnigan, Jon Glaser, Kurt Metzger, Christine Nangle, Dan Powell, Tami Sagher e Amy Schumer

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    Spotlight é exibido para a Comissão do Vaticano sobre crimes sexuais

    9 de fevereiro de 2016 /

    A comissão do Vaticano responsável pela investigação dos casos de abusos sexuais cometidos por integrantes da Igreja Católica realizou uma sessão privada do filme “Spotlitght – Segredos Revelados”, sobre o trabalho de reportagem de jornalistas do Boston Globe que revelou a extensão dos crimes cometidos por padres pedófilos nos EUA. Integrante licenciado da comissão, o advogado britânico Peter Sanders, que foi vítima de abusos cometidos por padres, falou sobre a importância de “Spotlight”. “O filme é muito preocupante, pois mostra que casos de abusos cometidos a igreja católica acabam sendo acobertados. Acho que seria um bom momento para o Papa assisti-lo”, disse. Sanders é um dos maiores críticos da demora do Vaticano em dar prosseguimento aos casos. No lançamento do filme no Festival de Veneza, o diretor Tom McCarthy se disse pessimista sobre a evolução das investigações dos abusos dentro da Igreja. “Fui criado como católico, minha família é muito religiosa. Acho que entendo isso até certo ponto, mas palavras são uma coisa e ações são outra. Eu tenho esperanças no Papa Francisco, mas acho que mudanças ainda vão demorar para acontecer, mas acho que vamos esperar para ver”, declarou. Estrelado por Michael Keaton, Rachel McAdams e Mark Ruffalo, “Spotlight – Segredos Revelados” venceu o prêmio de Melhor Elenco no SAG Awards (Sindicato dos Atores) e concorre em seis categorias no Oscar 2016, inclusive Melhor Filme.

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    Premiação do Sindicato dos Atores consagra a diversidade que falta ao Oscar

    31 de janeiro de 2016 /

    O Sindicato dos Atores dos EUA (SAG, na sigla em inglês) entregou seus prêmios anuais na noite de sábado, em Los Angeles. E além de sacramentar Leonardo DiCaprio e Brie Larson como os Melhores Atores do ano, respectivamente por “O Regresso” e o “Quarto de Jack”, alimentou a polêmica em torno da falta de diversidade do Oscar com o reconhecimento a Idris Elba como Melhor Ator Coadjuvante por “Beasts of No Nation”. Nem Elba nem qualquer outro ator negro foram indicados ao Oscar. E isto fará com que, apenas pela segunda vez nesta década, os quatro vencedores individuais do SAG Awards não sejam repetidos na premiação da Academia. A única diferença anterior tinha sido na mesma categoria de Elba, quando Tommy Lee Jones (“Lincoln”) perdeu o Oscar para Christoph Waltz (“Django Livre”) em 2013. A vitória nos SAG Awards dá amplo favoritismo a Leonardo DiCaprio na disputa da estatueta da Academia, após sair de mãos vazias em quatro ocasiões anteriores. E também repara a desatenção cometida contra Brie Larson, que já devia ter sido indicada por “Temporário 12” (2013), filmaço que teve como pecado ser uma produção indie, sem dinheiro para campanha de premiação. Ela não é uma revelação inesperada. A sueca Alicia Vikander completou o quarteto premiado, como Melhor Coadjuvante por sua papel em “A Garota Dinamarquesa”. A premiação do Sindicato também chamou atenção para a grande diferença de diversidade entre o cinema e a televisão dos EUA. Se há falta de bons papéis para atores negros em Hollywood, o mesmo não pode ser dito da TV. A maioria esmagadora dos premiados nas categorias televisivas do SAG Awards foram negros. Inclusive o próprio Idris Elba, que recebeu um segundo prêmio na noite, como Melhor Ator de Telefilme ou Minissérie pela produção britânica “Luther”. Além dele, também foram premiadas Queen Latifah (“Bessie”), Uzo Aduba (“Orange Is the New Black”) e Viola Davies (“How to Get Away with Murder”), enquanto apenas dois atores brancos, Jeffrey Tambor (“Transparent”) e Kevin Spacey (“House of Cards”), tiveram seus desempenhos comemorados. Ao contrário do Emmy, o SAG Awards não considera “Orange Is the New Black” dramático, o que lhe permitiu vencer o prêmio de Melhor Elenco em Série de Comédia. E a conquista é outro gol a favor da diversidade, pois não há nenhum elenco mais diversificado que o desta produção do Netflix. As produções do serviço de streaming, por sinal, foram as grandes vencedoras da noite, faturando nada menos que quatro troféus, mais que qualquer outro “canal” ou estúdio. O prêmio de Melhor Elenco de Série de Drama ficou com “Downton Abbey”, que exibiu sua última temporada, enquanto “Game of Thrones” e “Mad Max: Estrada da Fúria” confirmaram seu favoritismo nas categorias de dublês. Considerado o principal prêmio do Sindicato, o troféu de Melhor Elenco de Cinema ficou com “Spotlight: Segredos Revelados”, drama jornalístico estrelado por Michael Keaton, Liev Schreiber, Rachel McAdams e Mark Rufallo, entre outros. Geralmente, o vencedor desta categoria sai como favorito ao Oscar de Melhor Filme. No ano passado, o vencedor foi “Birdman”, que também conquistou o Oscar, mas nem sempre isso se confirma, como ressaltam as vitórias sindicais de “Trapaça” (2013) e “Histórias Cruzadas” (2011), para ficar em exemplos recentes. Vencedores do SAG Awards 2016 CINEMA Melhor Ator Leonardo DiCaprio, “O regresso” Melhor Atriz Brie Larson, “O quarto de Jack” Melhor Ator coadjuvante Idris Elba, “Beasts of No Nation” Melhor Atriz coadjuvante Alicia Vikander, “A garota dinamarquesa” Melhor Elenco “Spotlight: segredos revelados” Melhor Equipe de dublês “Mad Max — Estrada da fúria” TELEVISÃO Melhor Ator em série de comédia Jeffrey Tambor, “Transparent” Melhor Atriz em série de Comédia Uzo Aduba, “Orange is the New Black” Melhor Elenco de série de Comédia “Orange is the New Black” Melhor Ator em Telefilme ou minissérie Idris Elba, “Luther” Melhor Atriz em Telefilme ou minissérie Queen Latifah, “Bessie” Melhor Elenco de série dramática “Downton Abbey” Melhor Ator em série dramática Kevin Spacey, “House of Cards” Melhor Atriz em série dramática Viola Davis, “How to Get Away With Murder” Melhor Equipe de dublês “Game of Thrones”

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    Spotlight é o principal vencedor do Critics Choice Awards 2016

    18 de janeiro de 2016 /

    O drama “Spotlight – Segredos Revelados” foi o principal vencedor do Critics Choice Awards 2016, premiação dos críticos de cinema e TV dos EUA. O drama de Tom McCarthy foi eleito o Melhor Filme do ano e também venceu os troféus de Melhor Elenco e Roteiro Original, em cerimônia realizada na noite de domingo em Santa Mônica, na grande Los Angeles. Entretanto, “Mad Max: A Estrada da Fúria” saiu do evento como o maior premiado, conquistando nove troféus. Além de dominar os prêmios técnicos e a categoria de Cinema de Ação, a premiação reconheceu George Miller como o Melhor Diretor do ano. Empatado com “Spotlight”, “A Grande Aposta” também venceu três prêmios: Melhor Comédia, Roteiro Adaptado e Ator em Comédia para Christian Bale. Campeão de indicações ao Oscar 2016, “O Regresso” venceu apenas duas categorias: Melhor Ator para Leonardo DiCaprio e Melhor Fotografia para Emmanuel Lubezki. O mesmo número de prêmios foi compartilhado pela produção indie “O Quarto de Jack”, que teve seus dois protagonistas reconhecidos: Brie Larson foi eleita a Melhor Atriz e o jovem Jacob Tremblay, de apenas nove anos de idade, a Melhor Revelação do ano. Tremblay teve um dos discursos mais aplaudidos da noite, assim como Sylvester Stallone, que levou o troféu de Melhor Ator Coadjuvante por “Creed: Nascido para Lutar”. Por sua vez, o brasileiro “Que Horas Ela Volta?”, que concorria ao troféu de Melhor Filme em Língua Estrangeira, perdeu para o polonês “O Filho de Saul”, considerado também favorito ao Oscar. Na premiação televisiva, “Mr. Robot” e “Fargo” foram os principais destaques. A primeira venceu Melhor Série de Drama, Ator de Drama (Rami Malek) e Ator Coadjuvante (Christian Slater), enquanto a segunda conquistou praticamente tudo na categoria de Minissérie (ou Telefilme): Melhor Minissérie, Atriz (Kirsten Dunst), Ator Coadjuvante (Jesse Plemons) e Atriz Coadjuvante (Jean Smart). O reconhecimento de “Mr. Robot” também refletiu uma tendência de valorização de séries iniciantes. Três outras atrações foram reconhecidas em suas temporadas inaugurais: “UnReal”, “Crazy Ex-Girlfriend” e “Master of None”. A cerimônia contou com apresentação do comediante T.J. Miller, da série “Silicon Valley”, e ainda homenageou a comediante Amy Schumer com o MVP Award, pelo destaque atingido no ano passado, e a empresa de efeitos visuais Industrial, Light & Magic com o Genius Award, por seu trabalho genial ao longo das últimas quatro décadas. [symple_toggle title=”Clique aqui para conferir a lista completa dos vencedores” state=”closed”] Vencedores do Critics Choice Awards 2016 CINEMA Melhor Filme Spotlight – Segredos Revelados Melhor Diretor George Miller (Mad Max: Estrada da Fúria) Melhor Ator Leonardo DiCaprio (O Regresso) Melhor Atriz Brie Larson (O Quarto de Jack) Melhor Ator Coadjuvante Sylvester Stallone (Creed: Nascido Para Lutar) Melhor Atriz Coadjuvante Alicia Vikander (A Garota Dinamarquesa) Melhor Ator/Atriz Jovem Jacob Tremblay (O Quarto de Jack) Melhor Elenco Spotlight – Segredos Revelados Melhor Roteiro Original Josh Singer e Thomas McCarthy (Spotlight – Segredos Revelados) Melhor Roteiro Adaptado Charles Randolph e Adam McKay (A Grande Aposta) Melhor Fotografia Emmanuel Lubezki (O Regresso) Melhor Direção de Arte Mad Max: Estrada da Fúria Melhor Edição Mad Max: Estrada da Fúria Melhor Figurino Mad Max: Estrada da Fúria Melhor Maquiagem e Penteado Mad Max: Estrada da Fúria Melhores Efeitos Visuais Mad Max: Estrada da Fúria Melhor Animação Divertida Mente Melhor Filme de Ação Mad Max: Estrada da Fúria Melhor Ator em Filme de Ação Tom Hardy (Mad Max: Estrada da Fúria) Melhor Atriz em Filme de Ação Charlize Theron (Mad Max: Estrada da Fúria) Melhor Comédia A Grande Aposta Melhor Ator em Filme Cômico Christian Bale (A Grande Aposta) Melhor Atriz em Filme Cômico Amy Schumer (Descompensada) Melhor Ficção Científica ou Filme de Terror Ex Machina: Instinto Artificial Melhor Filme Estrangeiro Filho de Saul Melhor Documentário Amy Melhor Canção “See You Again” (Velozes & Furiosos 7) Melhor Trilha Ennio Morricone (Os Oito Odiados) Genius Award Industrial Light & Magic MVP Award Amy Schumer TELEVISÃO Melhor Série Dramática Mr. Robot Melhor Ator em Série Dramática Rami Malek (Mr. Robot) Melhor Atriz em Série Dramática Carrie Coon (The Leftovers) Melhor Ator Coadjuvante em Série Dramática Christian Slater (Mr. Robot) Melhor Atriz Coadjuvante em Série Dramática Constance Zimmer (UnReal) Melhor Participação Especial – Série Dramática Margo Martindale (The Good Wife) Melhor Série Cômica Master of None Melhor Ator em Série Cômica Jeffrey Tambor (Transparent) Melhor Atriz em Série Cômica Rachel Bloom (Crazy Ex-Girlfriend) Melhor Ator Coadjuvante em Série Cômica Andre Braugher (Brooklyn Nine-Nine) Melhor Atriz Coadjuvante em Série Cômica Mayim Bialik (The Big Bang Theory) Melhor Participação Especial – Série Cômica Timothy Olyphant (The Grinder) Melhor Telefilme ou Minissérie Fargo Melhor Ator – Telefilme ou Minissérie Idris Elba (Luther) Melhor Atriz – Telefilme ou Minissérie Kirsten Dunst (Fargo) Melhor Ator Coadjuvante em Telefilme ou Minissérie Jesse Plemons (Fargo) Melhor Atriz Coadjuvante em Telefilme ou Minissérie Jean Smart (Fargo) Melhor Série Animada BoJack Horseman Melhor Reality Show The Voice Melhor Talk Show Last Week Tonight with John Oliver Melhor Série para Maratona (Voto Popular) Outlander [/symple_toggle]

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    Spolight faz registro histórico dos últimos dias do jornalismo investigativo

    15 de janeiro de 2016 /

    Um roteiro sobre pedofilia cometida por padres da Igreja Católica provavelmente viraria um filme focado nas vítimas ou nos sobreviventes. Mas “Spotlight – Segredos Revelados” usa o polêmico tema para falar nas entrelinhas sobre o fim da era do jornalismo investigativo. Isso faz com que, não a polêmica, mas o dramalhão fique em segundo plano para dar lugar à urgência de um tom mais tenso, que geralmente era empregado nos filmes policiais dos anos 1970. Com bons tiras substituídos por outros profissionais em extinção, movidos por uma coceira que jamais para até que a verdade seja encontrada e divulgada. Baseado em fatos reais, o filme dirigido pelo ator Tom McCarthy (“Trocando os Pés”), que também divide o roteiro com Josh Singer, bebe na fonte das melhores produções sobre jornalismo, sendo a principal delas o clássico “Todos os Homens do Presidente” (1976), de Alan J. Pakula, o clássico em que Dustin Hoffman e Robert Redford revivem a investigação dos jornalistas Carl Bernstein e Bob Woodward, do Washington Post, sobre o escândalo Watergate. O tom de “Spotlight” é esse. É o herdeiro direto do filme de Pakula, mas a diferença é que “Todos os Homens do Presidente” foi feito no auge do jornalismo investigativo e apenas dois anos após a renúncia do presidente Richard Nixon em decorrência do escândalo relatado. Já “Spotlight” foi lançado numa época em que a profissão privilegia o factual e não as grandes reportagens, mais de uma década após a reportagem retratada no longa. Aqui, os olhos de Tom McCarthy estão direcionados para as ações do Boston Globe num mundo prestes a ser dominado pela internet. Mais precisamente em uma divisão (a Spotlight) coordenada por quatro jornalistas – Walter Robinson (Michael Keaton), Mike Rezendes (Mark Ruffalo), Sacha Pfeiffer (Rachel McAdams) e Matt Carroll (Brian d’Arcy James), observados de perto pelo editor Ben Bradlee Jr. (John Slattery), que curiosamente é filho de Ben Bradlee, o editor do Washington Post durante o caso Watergate. Eles agem como a S.W.A.T. do jornal, sempre responsáveis pelas investigações mais parrudas. Com a entrada de um novo editor-chefe, Marty Baron (Liev Schreiber), eles são “convidados a aceitar” um caso que o próprio jornal ignorou anos atrás: partir para cima da Arquidiocese de Boston, que teria jogado para debaixo do tapete crimes de abuso sexual cometidos por padres. O elenco está impecável. Difícil escolher um nome que se destaque mais. É um trabalho de conjunto, seguindo o que os personagens fizeram na vida real. De repente, podemos preferir Mark Ruffalo, o jornalista obstinado, de postura torta, talvez corcunda, sem tempo para a vida social. Mas, então, lembramos que McCarthy praticamente não mostra os repórteres da Spotlight se relacionando com parentes ou amigos – com exceção da personagem de Rachel McAdams, que mesmo assim fica ao redor deles reagindo ao trabalho. Agindo como se não houvesse amanhã, cientes ou não – pouco importa – de que essa vertente da profissão estivesse com os dias contados, o quarteto vai atrás de suas fontes e o ritmo de thriller predomina até o fim. Talvez a gente esteja acostumado com uma direção em que o cineasta “participa” mais da história, tentando em alguns momentos criar uma tensão mais forte. Acontece que nem todo mundo tem a energia de um Martin Scorsese ou mesmo Michael Mann, como em outro filme estupendo sobre jornalismo, “O Informante” (1999). Mas nem Alan J. Pakula era assim. O trabalho de McCarthy segue a escola Clint Eastwood, que apenas observa e conduz a história com segurança, ao se apoiar na excelência de três fatores – roteiro, elenco e edição. Deste modo, ele parece um cineasta com o espírito da Hollywood dos anos 1970, exercendo seu ofício no século 21. Mas é importante ressaltar que “Spotlight” não abraça a nostalgia. É um filme atual, urgente pela força de seu roteiro e pelo que coloca sob seu “holofote” – entre outras coisas, como o jornalismo deveria ser diferente da busca por likes a qualquer custo. Se dói lembrar que o jornalismo está moribundo, é reconfortante saber que não comprou um lugar no Céu, ao desmascarar, em seus últimos suspiros, a farsa religiosa da trama. O filme não quer revelar que existem padres pedófilos – isso pode ser redundante –, mas ajuda a entender que os casos que vieram à tona não foram isolados. A Igreja protegeu e praticamente financiou a safadeza toda. De forma interessante para este contexto, o jornalismo celebrado em “Spotlight” também se mostra uma profissão de fé, revelando que só se encontra a verdadeira paz na busca, o tempo todo, do caminho da verdade.

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