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    Candidato sueco ao Oscar, Um Homem Chamado Ove destaca um bom personagem

    16 de fevereiro de 2017 /

    Um bom personagem, que fuja dos clichês e estereótipos, que se revele humano e complexo, é meio caminho andado para um bom filme. Ove é um personagem assim, embora, de início, ele se apresente como um sujeito simplório, pouco inteligente e rígido ao extremo. O protagonista de “Um Homem Chamado Ove”, candidato sueco ao Oscar de Melhor Filme de Língua Estrangeira, apega-se a regras que, no fundo, ele mesmo criou, como síndico de um condomínio, e incomoda todos que por lá circulam, para se assegurar de uma existência pobre, mas segura. Pobre, no sentido espiritual. Afinal, estamos na Suécia e a classe média baixa por lá vive bem. Muito bem atendida em suas necessidades básicas. Ove chega aos 59 anos já viúvo e agora, aposentado contra sua vontade, pouco lhe resta para usufruir da vida. Pelo menos, é assim que ele encara as coisas: não existiu nada antes de Sonja (sua mulher morta) e nada haverá depois dela. Com isso, ele se afunda num niilismo pessoal, se afasta de tudo e de todos, de forma mal-humorada e agressiva e, consequentemente, decide se suicidar. Mas morrer não é nada fácil e suas tentativas costumam ser desastradas. Existe também a alteridade, e mesmo que se desejem negar a existência, os direitos e as necessidades dos outros, eles estão lá e podem se impor, goste-se ou não disso. Quem é o ser humano sem o outro, que pode incomodar, sim, mas também pode ressignificar a sua própria vida? Que sorte tem o Ove que as pessoas não o abandonem, não porque sejam altruístas, mas porque ele tem algo a dar sempre, apesar das evidências em contrário. É por aí que o filme avança na humanidade de seu personagem e nos faz refletir sobre o que é a nossa vida. A partir de situações comezinhas, banais, as coisas se mostram e podem ser descobertas. Uma história também vai se revelando e, por mais simples e corriqueira que pareça, é emocionalmente forte e marcante. O filme se baseia no best-seller homônimo de Fredrik Backman, mas percebe-se que o diretor Hannes Holm (“Família Andersson na Grécia”) quis aproveitar as muitas (todas?) situações do romance. Se é verdade que isso amplia o universo de Ove, por outro lado, dispersa um pouco o interesse. Muita coisa é dispensável, não acrescenta à temática principal e, se melhor editado, poderia deixar o filme mais enxuto e focado. Fidelidade excessiva ao romance original costuma ser uma armadilha para o cinema. Aqui há alguma perda, mas “Um Homem Chamado Ove” se sustenta bem no seu clima doce azedo, em que cabem a angústia, o drama, a tragédia do passado e, ao mesmo tempo, muito humor e muita ternura. O afeto como reparador da rigidez e da intolerância, caminho de descoberta. Conta-se uma boa história, a partir de um bom personagem. E isso se faz de uma maneira honesta, limpa. Não é tão original, mas é muito bom o caminho trilhado pela narrativa. Rolf Lassgard (“Depois do Casamento”) é ótimo como Ove, sustenta o filme o tempo todo. Filip Berg (“Evil – Raízes do Mal”), que faz Ove jovem, também dá conta do recado. E as duas mulheres protagonistas são ótimas: Bahar Pars (“Portofino: The Phillipines”), como a amiga imigrante Parvaneh, e Ida Engvoll (série “The Team”), a esposa Sonja, têm grande expressividade e beleza. Acrescentam ao filme uma luminosidade que lhe é essencial.

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    Um Homem Chamado Ove: Comédia sueca indicada ao Oscar ganha trailer legendado

    27 de janeiro de 2017 /

    A California Filmes divulgou o trailer legendado de “Um Homem Chamado Ove”, filme sueco que conquistou uma surpreendente indicação ao Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeiro. A surpresa se deve ao fato de a produção ter currículo pequeno, sem ter sido exibida em festivais de ponta. Mas passou em meia dúzia de festivais menores da América do Norte, que lhe renderam prêmios de público, menção especial ou terceiro lugar. De forma muito curiosa, isto bastou para lhe dar visibilidade entre os eleitores do Oscar, que o consideraram um dos cinco melhores filmes estrangeiros do ano. Baseado no livro homônimo de Fredrik Backman, “Um Homem Chamado Ove” é uma comédia de humor negro com fundo humanista. Gira em torno do Ove do título, um homem velho e amargurado que parece odiar o mundo e que, cansado de tantas indignidades, resolve dar um fim na própria vida. Na verdade, seu desejo de morrer vem da incapacidade de viver sozinho, após perder o amor de sua vida. Entretanto, ele não consegue ser bem-sucedido, e as diversas tentativas suicidas apenas o aproximam dos vizinhos que costumava desprezar. Escrito e dirigido por Hannes Holm (“Família Andersson na Grécia”), “Um Homem Chamado Ove” tem estreia prevista para 16 de fevereiro no Brasil.

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    Fica Comigo encontra humor surreal e amargo na solidão

    5 de março de 2016 /

    Tudo parece indicar o contrário, já que no mundo virtual as pessoas têm centenas de amigos. Verdadeiras bobagens viralizam, como se diz, entusiasmando os que as postaram. Pessoas mais conhecidas podem ter milhões de “seguidores”. Mas a solidão permanece um dos maiores problemas psicológicos do nosso tempo. De muitas maneiras, o sentimento de estar só, de não ser amado ou desejado genuinamente, de não encontrar sentido para a própria existência ou de se sentir isolado em meio à multidão continuam a ser fontes de grande sofrimento. A falta de uma vida interior mais rica deixa muita gente sem o chão sob os próprios pés. O cinema já abordou essa questão pelos mais diversos ângulos, geralmente no enfoque dramático. Em “Fique Comigo”, o diretor francês Samuel Benchetrit buscou rever o assunto pela comédia, ao adaptar um livro que ele próprio escreveu, “Les Chroniques de L’Asphalte”. Mais do que isso, fez uma comédia ligeira, em que os personagens aparecem em situações bizarras, um tanto surrealistas. Num prédio de apartamentos, na periferia de Paris, o elevador vive quebrado, causando transtorno a seus moradores. Há um homem que, por morar no 1º andar, não quer pagar o conserto do elevador, mas uma overdose de esteira ergométrica o deixa numa cadeira de rodas por algum tempo. Vai daí que ele se encontra casualmente com uma enfermeira de semblante triste e tenta conquistá-la, passando-se por fotógrafo, que já rodou boa parte do mundo. Engraçado? Um pouco, mas beirando o constrangedor. A falta de espontaneidade, o passar-se por quem não é, se torna embaraçoso, digno de pena. Essa é uma das histórias/relacionamentos que o filme mostra. Há a da mulher emigrante de origem argelina, cujo único filho está na prisão, que recebe a “visita” de um astronauta americano, diretamente do espaço. E há, ainda, a história do adolescente que parece abandonado pelos pais e que descobre uma estrela morando a seu lado. A atriz, hoje decadente, traz uma nova dimensão à vida dele. “Fique Comigo” mostra, alternadamente, os três casos. Todos em busca de reter alguém que, de algum modo, preencheu a vida de outro alguém, mesmo que de forma passageira, fluida, improvável. Com isso, se acentua a necessidade humana de afeto, uma necessidade desesperada, por sinal. E o custo da solidão. As histórias são diferentes entre si, mas dialogam a partir desse eixo central, que é relevante e sério. E não deixa de ser divertido, também. O elenco é um dos trunfos do filme, a começar pela excelente Isabelle Huppert (“Amor”), no papel da atriz Jeanne Meyer, aquela que já teve melhores dias quando mais jovem. Logo Huppert, que está no auge da força interpretativa, ainda que o papel de Jeanne não exija tanto assim dela. Jules Benchetrit (“Um Reencontro”), filho do diretor, é o adolescente que contracena com ela. Valeria Bruni Tedeschi (“Um Castelo na Itália”), a enfermeira triste, e o suposto fotógrafo, vivido por Gustave Kervern (“Em um Pátio de Paris”), formam um par angustiante e revelador da solidão que procuram retratar. E o fazem muito bem. A argelina Tassadit Mandi (“Dheepan: o Refúgio”), muito boa, faz Hamida e seu par improvável é o astronauta, papel do americano Michael Pitt (“Violência Gratuita”). A dupla também funciona bem. O conjunto continua dando a ideia de uma junção de histórias, apesar do elo que as une. Mas cada uma das três histórias é digna de atenção, e o tema está bem abordado no registro escolhido da comédia, algo dramática.

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