Inga Swenson, atriz de “O Poderoso Benson”, morre aos 90 anos
Inga Swenson, atriz versátil mais conhecida por suas interpretações memoráveis de mulheres combativas nos sucessos televisivos “Soap” e “O Poderoso Benson”, faleceu aos 90 anos. Ela começou sua carreira no teatro, fazendo sua estreia na Broadway em “New Faces Of 1956” (entre os novos rostos do ano estavam Maggie Smith, Billie Hayes e Jane Connell). Ao todo, apareceu em seis produções da Broadway ao longo dos anos, incluindo “110 in the Shade” em 1963 e “Baker Street” em 1965, que lhe renderam duas indicações ao Tony (o Oscar do teatro). Após o sucesso nos palcos, passou a trabalhar no cinema, participando de filmes como “Tempestade sobre Washington” (1962) de Otto Preminger, “O Milagre de Anne Sullivan” (1962) de Arthur Penn, o polêmico “A Violentada” (1976) de Lamont Johnson, e “Os Homens da Montanha” (1980) de Richard Lang. Mas foi por seu trabalho na TV que se tornou nacionalmente conhecida. Consagração televisiva Após aparecer em episódios de várias séries entre os anos 1960 e 1970, Swenson se projetou com um arco de vários episódios em “Soap” em 1978, como a vingativa Ingrid Svenson, mãe biológica sueca de Corinne Tate (Diana Canova). Isso levou a um novo papel em “O Poderoso Benson”, spin-off do programa lançado em 1979, como Gretchen Kraus, uma cozinheira alemã autocrática e combativa. Ao longo da segunda série, a personagem de Swenson estava frequentemente em desacordo com Benson (Robert Guillaume), muitas vezes trocando insultos com o protagonista enquanto ele tentava administrar os assuntos domésticos do Governador Eugene X. Gatling (James Noble). Apesar de sua rivalidade, Benson e Kraus mais tarde se tornaram amigos próximos no programa. A atriz estrelou todas as sete temporadas da série e foi indicada três vezes ao Emmy pelo papel, em 1980, 1982 e 1985. Final da carreira Após “O Poderoso Benson”, ainda se destacou como Maude Hazard na minissérie “North and South” em 1985 e na sua continuação, “North and South, Book II”, baseada na trilogia da Guerra Civil de John Jakes. Ela também apareceu em episódios de “Hotel”, “Supergatas” (The Golden Girls) e “Newhart” no final dos anos 1980, antes de se aposentar da atuação. Swenson casou-se com o engenheiro de som Lowell Harris em 1953 e o casal teve dois filhos. Um deles, Mark Harris, tornou-se editor de cinema e trabalhou na pós-produção de “Star Wars: A Ascensão Skywalker”, “Viúva Negra” e “Jurassic World: Domínio”.
Gregory Sierra (1937 – 2021)
O ator Gregory Sierra, que estrelou sucessos televisivos dos anos 1970, morreu em 4 de janeiro em Laguna Woods, Califórnia, de câncer aos 83 anos. Sua morte se tornou pública na noite de sexta (22/1). Nascida no Harlem espanhol de Nova York, Sierra apareceu em peças off-Broadway antes de se mudar para Los Angeles em 1969, passando a aparecer em várias séries de sucesso, até conseguir um papel recorrente em “Noviça Voadora”, estrelada por Sally Field. A aparição em quatro episódios lhe abriu caminho para a estreia no cinema, em “De Volta ao Planeta dos Macacos” (1970). Sierra apareceu em pequenos papéis em muitos filmes do período, como “À Procura da Verdade” (1970), “Céu Vermelho ao Amanhecer” (1971), “Assim Nasce um Homem” (1972), “A Divina Ira” (1972) e até blockbusters como “Papillon” (1973) e “Inferno na Torre” (1974), além de ter participado do projeto de Orson Welles “O Outro Lado do Vento”, que só veio à público em lançamento pela Netflix em 2018. Em 1972, ele foi escalado como Julio, o ajudante porto-riquenho do empresário mal-humorado de ferro-velho Fred Sanford, na série “Sanford & Son”, criada por Bud Yorkin e Norman Lear (de “Tudo em Família”), tornando-se vítima frequente de piadas preconceituosas, que divertiam o público da época. O papel lhe deu popularidade e, depois de deixar a série, ele conseguiu ainda mais destaque como um dos detetives originais da série policial “Barney Miller”, em 1975. Mas Sierra saiu da série na 2ª temporada, apostando no projeto de “A.E.S. Hudson Street”, uma comédia médica muito à frente de seu tempo, que lhe deu seu primeiro papel de protagonista. A atração foi cancelada após apenas cinco capítulos. Depois de mais um par de filmes – o thriller “Corrida pela Liberdade” (1978) e a comédia “O Prisioneiro de Zenda” (1979), com Peter Sellers – , ele ainda emplacou outro papel muito lembrado, como Carlos “El Puerco” Valdez, um contra-revolucionário do Malaguai que sequestrava Jessica (Katherine Helmond) na 4ª temporada de “Soap”, em 1980. A carreira de Sierra continuou como personagem recorrente em séries como “Chumbo Grosso” (Hill Street Blues), “Zorro and Son”, “Miami Vice” e “Assassinato por Escrito” (Murder, She Wrote), entre muitos outros. Seus últimos trabalhos foram no final dos anos 1990 e incluem o terror “Vampiros de John Carpenter” (1998) e a comédia “Máfia!” (1998).
Katherine Helmond (1929 – 2019)
A atriz Katherine Helmond, que marcou duas gerações de sitcoms americanos com papéis em “Soap” (1977-1981) e “Who’s The Boss?” (1984-1992), morreu no último dia 23 de fevereiro, em sua casa em Los Angeles, nos EUA. A atriz tinha 89 anos e lutava contra o Mal de Alzheimer. Helmond venceu dois Globos de Ouro, um por cada uma das séries citadas, e foi indicada a sete Emmys – quatro por “Soap”, dois por “Who’s the Boss”, e um por sua participação especial em outra sitcom, “Everybody Loves Raymond” – , sem nunca conquistar a estatueta. Ela fez muitos dramas e séries de aventuras na TV, antes de revelar-se uma senhora comediante. Em entrevista de 2008, confessou que sua guinada para as comédias foi motivada por uma vida de poucas alegrias. “Eu fui casada com um alcoólatra, e ele me batia. Por isso, meu agente me disse que não aguentaria me ver sofrendo ainda mais na televisão. Então tentamos uma sitcom”, disse a atriz, que foi casada com o ator George Martin (“Sociedade dos Poetas Mortos”) até 1962. Além de séries, Helmond fez filmes famosos, como a sátira “Hospital” (1971), o clássico de desastre “O Dirigível Hindenburg” (1975) e “Trama Macabra” (1976), último longa do diretor Alfred Hitchcock. Mas é mais lembrada por sua parceria com o diretor Terry Gilliam, para quem filmou “Os Bandidos do Tempo” (1981) e principalmente “Brazil – O Filme” (1989), num papel inesquecível como a mãe do protagonista, viciada em cirurgias plásticas. Ela também esteve na comédia “Um Salto para a Felicidade” (1987), de Garry Marshall, e foi a voz original da personagem Lizzy em três filmes – e um videogame – da franquia animada “Carros”, da Disney-Pixar. A atriz deixa o segundo marido, David Christian, com quem estava casada desde 1962. Eles se conheceram no teatro. Ele era cenografista e ela a atriz principal. “Ela era o amor da minha vida”, disse Christian. “Nós passamos 57 anos lindos, maravilhosos e amorosos juntos, que eu irei guardar para sempre. Eu estive com Katherine desde que tinha 19 anos. Na noite em que ela morreu, vi que a lua estava meio vazia, assim como eu estou agora…”.

