James Hampton (1936–2021)
O ator James Hampton, conhecido por seus papéis nas comédias “O Garoto do Futuro” e “Golpe Baixo”, pelo qual recebeu uma indicação ao Globo de Ouro, morreu na quarta-feira (7/4), aos 84 anos, devido a complicações do mal de Parkinson. Hampton teve uma carreira que durou meio século antes de se aposentar no Texas. Ele estreou na TV em 1963, com um papel recorrente na popular série de western “Gunsmoke”. Foi lá que conheceu e se tornou amigo de Burt Reynolds, então coadjuvante da atração. Os dois trabalharam juntos em “Amor Feito de Ódio” (1973), “Golpe Baixo” (1974), “W.W. e Dixie” (1975) e “Crime e Paixão” (1975). Anos depois, Hampton ainda escreveu e dirigiu vários episódios da sitcom estrelada por Reynolds na rede CBS, “Evening Shade” (1990–1994). A aparência amável tornou Hampton um coadjuvante por excelência, com participação em filmes como “Quando é Preciso Ser Homem” (1970), “Síndrome da China” (1979), “Hangar 18” (1980), “Condorman, o Homem-Pássaro” (1981), “O Garoto do Futuro” (1985) e “Um Som Diferente” (1990). Ele também foi o prefeito de Miami em “Loucademia de Polícia 5: Missão Miami Beach” (1988). Sua participação em “O Garoto do Futuro”, como o pai do protagonista (vivido por Michael J. Fox em 1985), acabou se tornando seu papel mais conhecido, graças à sua escalação na sequência de 1987 (como tio do novo “teen wolf”, Jason Bateman) e até como dublador da série animada, que durou duas temporadas, entre 1986 e 1987. Na TV, também interpretou o hilário corneteiro surdo Hannibal Dobbs em “F Troop” (1965-1967), comédia passada num “Forte Apache” remoto do Velho Oeste, além de ter aparecido de forma recorrente em “The Doris Day Show” (1968–1973) e estrelado “Maggie”, sitcom que teve apenas oito episódios exibidos no final de 1981. Bom amigo de Johnny Carson, Hampton ainda se tornou um convidado regular no “The Tonight Show”, com mais de 30 participações. Também trabalhou nos bastidores da indústria televisiva, escrevendo telefilmes e dirigindo vários episódios de séries de comédias dos anos 1990, como “Grace Under Fire”, “Irmã ao Quadrado” (Sister Sister), “Gênio do Barulho” (Smart Guy) e “The Tony Danza Show”. Sua autobiografia “What? And Give Up Show Business?” foi publicado no início deste ano e recebeu críticas positivas.
Richard Herd (1932 – 2020)
O ator Richard Herd, conhecido por seus papéis na série “Seinfeld” e em filmes clássicos como “Todos os Homens do Presidente” (1976) e “Síndrome da China” (1979), morreu nesta terça (26/5) aos 87 anos, por complicações de um câncer. Herd fez sua estreia no cinema em “Hercules em Nova York” (1970), que lançou a carreira de ator de Arnold Schwarzenegger. Mas só foi se destacar seis anos depois, como o agente da CIA James W. McCord Jr. em “Todos os Homens do Presidente” (1976). O papel que lhe deu proeminência quase não ficou com ele. Herd só foi escalado após a morte de Richard Long, primeira escolha do diretor Alan J. Pakula. A projeção de “Todos os Homens do Presidente”, vencedor de quatro Oscars, lhe rendeu convite para viver outro personagem de comportamento suspeito, o diretor de uma usina nuclear que tenta esconder um meltdown em “Síndrome da China”. Mas logo trocou os dramas de impacto social pelas comédias de sucesso, vivendo militares em “A Recruta Benjamin” (1980), estrelada por Goldie Hawn, e “O Sargento Trapalhão” (1996), com Steve Martin. Ele teve uma boa parceria com Steve Martin e também John Candy, participando ainda de “Antes Só do que Mal Acompanhado” (1987), ao lado da dupla, e de “Aluga-se para o Verão” (1985), protagonizado por Candy. Paralelamente, teve participações recorrentes em séries famosas, especializando-se em sci-fis televisivas. Viveu um alienígena invasor nos três capítulos da minissérie “V: A Batalha Final” (V: The Final Battle), um klingon em dois episódios de “Jornada nas Estrelas: A Nova Geração” (Star Trek: The Next Generation), um almirante da Frota Estelar em cinco aparições em “Jornada nas Estrelas: Voyager” (Star Trek: Voyager) e o Almirante Noyce em duas temporadas de “Seaquest 2032” (Seaquest SDV). Ele também integrou o elenco fixo de “Carro Comando” (TJ Hooker), dando vida ao Capitão Sheridan, chefe de William Shatner entre 1982 a 1984. Seu trabalho mais lembrado, contudo, foi como ator convidado de “Seinfeld”, interpretando o Sr. Wilhelm, o supervisor de George Costanza (Jason Alexander) em seu emprego no time dos New York Yankees. Ele apareceu em 11 episódios, ao longo de três temporadas da sitcom, incluindo o capítulo final, exibido em 1998. Em entrevista de 2016, Herd disse que o personagem foi divertido de interpretar. “Ele era muito vulnerável e tinha um senso de humor curioso… Ele era meio delirante às vezes. Eu já tive muitos delírios na vida, então foi fácil para mim”, brincou. Ao longo da carreira, Herd filmou como vários diretores famosos, desde suas papéis iniciais até o final de sua filmografia. Entre os muitos parceiros, destacam-se Clint Eastwood, que o comandou em “Meia-Noite no Jardim do Bem e do Mal” (1997) e num de seus últimos desempenhos, “A Mula” (2018). Ele também trabalhou com Jordan Peele no fenômeno “Corra!” (2017).
Peter Donat (1928 – 2018)
Peter Donat, o ator canadense que apareceu em dois filmes de Francis Ford Coppola e interpretou o pai do agente Fox Mulder em “Arquivo X”, morreu na segunda (10/9) aos 90 anos, de complicações do diabetes em sua casa em Point Reyes Station, Califórnia. Ele se tornou ator inspirado por seu tio, o astro britânico Robert Donat, conhecido por suas atuações em filmes como “Os 39 Degraus” (1935), de Alfred Hitchcock, e no longa vencedor do Oscar “Adeus, Mr. Chips” (1939). Donat inciou a carreira no teatro e integrou a companhia do Festival de Shakespeare de Connecticut, da qual também faziam parte Christopher Plummer, Raymond Massey, Roddy McDowall e Michael Learned, a matriarca da série “Os Waltons”, com quem o ator se casaria, num relacionamento que durou de 1956 até o divórcio em 1972. Após aparecer em inúmeras séries desde os anos 1950, ele fez sua estreia no cinema como o advogado de “O Poderoso Chefão II” (1974), de Francis Ford Coppola. O diretor ainda voltou a escalá-lo como advogado em “Tucker: O Homem e Seu Sonho” (1988). Entre um e outro, ele ainda apareceu nos famosos filmes de desastre “O Dirigível Hindenburg” (1975) e “Síndrome da China” (1979), além de ter sido marido de Liv Ullman e pai de Kiefer Sutherland em “Virando Adulto” (1984). Também emplacou seu primeiro papel fixo numa série, “Flamingo Road” (1980-82), e viveu o médico que tratou J.R. Ewing (Larry Hagman) após o personagem levar um tiro em 1980 e entrar para a história dos mistérios televisivos (“Quem atirou em JR?”). Entre os anos 1980 e 1990, trabalhou com diretores importantes, como os veteranos Blake Edwards (em “As Confusões de um Sedutor”, 1989) e Arthur Hiller (“Ânsia de Viver, 1992). Participou também dos ótimos “A Guerra dos Roses” (1989), segundo longa dirigido pelo ator Danny DeVito, e “Vidas em Jogo” (1997), o terceiro de David Fincher. Mas o papel pelo qual é mais lembrado é o de William Mulder, o pai do personagem de David Duchovny, em seis episódios de “Arquivo X”, exibidos entre 1995 e 1999. Seu último trabalho foi num telefilme da franquia “Assassinato por Escrito”, que continuava a série homônima (1984-1996) estrelada por Angela Lansbury, que foi ao ar em 2003.


