Morre Nadia Cassini, atriz e símbolo sexual dos anos 1970
Estrela americana de comédias picantes italianas faleceu aos 76 anos na Itália
Tawny Kitaen (1961–2021)
A atriz Tawny Kitaen, que foi musa do rock dos anos 1980 e noiva de Tom Hanks na comédia clássica “A Última Festa de Solteiro” (1984), morreu na sexta-feira (7/5) em sua casa em Newport Beach, Califórnia, aos 59 anos. Nascida Julie E. Kitaen, a californiana de San Diego foi enterrada pela família como Tawny Finley. A causa da morte não foi divulgada. Kitaen foi uma das maiores sex symbols dos anos 1980. Ela se projetou aos 23 anos como estrela de “As Aventuras de Gwendoline no Paraíso” (1984), produção francesa baseada nos quadrinhos adultos de “Sweet Gwendoline” e um dos grandes “guilty pleasures” da década. O próprio autor dos quadrinhos, John Willie, assinou o roteiro do filme como uma versão erótica de Indiana Jones, em que Kitaen encarnou a personagem-título, uma freira foragida que embarcava numa jornada pelas selvas da China com um aventureiro e sua assistente, envolvendo muita nudez, bondage e uma tribo perdida de guerreiras amazonas. No mesmo ano, ela também noivou com Tom Hanks, apenas para ser deixada de lado durante uma despedida de solteiro histórica, e estrelou seu primeiro clipe, “Back for More”, da banda Ratt. A experiência com o Ratt a transformou em estrela do heavy metal e rendeu mais que uma parceria com a banda Whitesnake. Após aparecer em três clipes do Whitesnake em 1987, ela se casou com o vocalista da banda, David Coverdale, mas o matrimônio só durou dois anos, entre 1989 e 1991 – período de mais dois vídeos com os roqueiros. Sua carreira, entretanto, foi vítima de escolhas equivocadas, como o fraquíssimo thriller “Execução Sumária” (1986), que ela coprotagonizou com Michael Paré, e o indigesto romance com um jovem doente “Crystal Heart” (1986), décadas antes desse tipo de história virar moda entre os adolescentes. Kitaen também estrelou o terror “Espírito Assassino” (1986), que fez sucesso em VHS e chegou a ganhar duas sequências, mas os fracassos de bilheteria encerraram rapidamente seus dias de protagonista. Ela se manteve no ar nos anos 1990 com diversas participações televisivas, aparecendo, entre outras atrações, nas comédias clássicas “Seinfeld”, “Um Amor de Família” (Married with Children) e em três episódios de “Hércules” como Dejanira (Deianeira), a esposa do herói interpretado por Kevin Sorbo. Nos últimos tempos, a atriz passou a ser mais vista como ela mesmo, ao participar de reality shows sobre desventuras reais, como “The Surreal Life”, “Botched” (por cirurgias plásticas que a deformaram) e “Celebrity Rehab”. Tawny Kitaen se tornou Tawny Finley ao se casar com Chuck Finley, ex-arremessador do time de beisebol California Angels em 1997. O casamento durou apenas até 2002, mas os dois tiveram duas filhas. Relembre abaixo um dos muitos clipes de rock estrelados pela atriz.
Sex symbol dos anos 1970, Jane Seymour volta a posar para a Playboy aos 67 anos
A atriz britânica Jane Seymour pousou pela terceira vez para a revista Playboy. O detalhe é que ela acaba de completar 67 anos de idade. Sex symbol dos anos 1970 por seu papel como a Bond girl Solitaire em “Com 007 Vive e Deixe Morrer” (1973), a atriz fez as fotos para a publicação em sua casa, em Los Angeles, e disse que adorou o resultado. “Estou emocionada em compartilhar isso com vocês. Eu fui fotografada e entrevistada recentemente em minha casa para para a Playboy. Eu falo sobre a minha carreira, família, como me sinto melhor que nunca aos 67 anos e muito mais”, escreveu ela. Na entrevista, Seymour disse se sente muito confortável em sua própria pele. “Eu me sinto muito mais sexy hoje do que me sentia quando era mais nova. Há uma enorme liberdade em ter vivido o quanto eu vivi”, afirmou. A atriz também revelou um assédio que sofreu no início de sua carreira, em 1972. Na época, seu agente a informou que um dos produtores mais poderosos do cinema queria fazer um teste com ela para um papel e tinha solicitado que ela fosse a sua casa. “Eu peguei um táxi e, chegando lá, assisti aos testes de vídeo com o produtor. Ao final, ele virou para mim e disse ‘Eu convenci todo mundo que você é a pessoa perfeita para interpretar esse papel. Não foi fácil. Agora é sua vez’. Eu respondi que faria o teste, mas ele balançou a cabeça e tocou na minha perna de maneira inapropriada e continuou pressionando. Então eu pedi que me chamasse um táxi e ele disse ‘Se alguém souber que você veio aqui, se você contar a alguém, eu garanto que você nunca mais arrumará trabalho em lugar nenhum do planeta’. E ele tinha poder para isso”, contou a atriz. Jane explicou que nunca contou a ninguém por medo de retaliação, mas que seu agente sabia do que poderia ter acontecido. A história lembra muitos relatos de vítimas de Harvey Weinstein. A diferença é que aconteceu 20 anos antes, quando a sociedade, mais conservadora, protegia ainda mais os homens poderosos com garantia de impunidade.
Elsa Martinelli (1935 – 2017)
A atriz italiana Elsa Martinelli, sex symbol dos anos 1950 e 1960, morreu no sábado (8/7) em sua casa em Roma, aos 82 anos de idade. Ela começou sua carreira como modelo em Roma, o que a levou a fazer pequenos papéis em filmes italianos. Mas já adolescente ambicionava o sucesso internacional. Aos completar 18 anos em 1953, foi para Nova York sem saber inglês e com U$ 20 no bolso, atrás de uma carreira de modelo e atriz nos Estados Unidos. Acabou fazendo um ensaio na revista Life que chamou atenção do ator Kirk Douglas, que a contratou para viver a filha sedutora de um cacique sioux no western “A um Passo da Morte” (1955). A cena em que ela se banha no rio quase ofuscou todo o resto do filme. Mas foi a projeção alcançada ao contracenar com um dos maiores astros de Hollywood que a fez voltar com outro status para a Itália. Logo em seu filme seguinte, “Arroz Maldito” (1956), foi escalada como protagonista. E em seguida foi filmar com um grande mestre do cinema italiano, Mario Monicelli, no papel-título da comédia “Donatella” (1956). Estampando pôsteres que a transformavam em pin-up, atraiu atenção de diretores de toda a Europa, consagrando-se como uma estrela continental. Virou musa de mestres, como o francês radicado na Inglaterra Guy Hamilton, em “A Clandestina” (1957), o italiano Mauro Bolognini em “A Longa Noite de Loucuras” (1959), filme escrito por ninguém menos que Pier Paolo Pasolini, Dino Risi em “Um Amor em Roma” (1960), e o francês Roger Vadim em “Rosas de Sangue” (1960), que foi ousadíssimo, como primeira adaptação do clássico de vampira lésbica “Carmilla” (1872). Após uma dúzia de produções de grande repercussão, Martinelli voltou a receber convites para trabalhar em Hollywood. Ela estrelou “Hatari!” (1960), um dos filmes de safari mais bem-sucedidos de todos os tempos, que reunia o time clássico do ator John Wayne e o diretor Howard Hawks na África. E seguiu com “O Pombo que Conquistou Roma” (1962), como par de Charleton Heston, “O Processo” (1962), dirigido por Orson Welles, “Gente Muito Importante” (1963), com Elizabeth Taylor e Richard Burton, e “Maldita Aventura” (1963), com Robert Mitchum. Sem dar sinais de desacelerar, entrou numa fase de filmes cults, entre eles a influente sci-fi mod “A Décima Vítima” (1965), com Marcello Mastroianni, a comédia psicodélica britânica “Candy” (1968), com Ringo Starr, e a famosa comédia “europeia” de Hollywood “Enquanto Viverem as Ilusões” (1969), repleta de astros da época. Sua carreira também acompanhou as diversas tendências do cinema comercial italiano, passando por spaghetti westerns (foi a “A Pistoleira de Virginia”), aventuras de época (“Marco Polo, O Magnífico”), muitas comédias sexuais (“Costa Azul, a Praia dos Amantes”), sátiras de espionagem (“Tunis Top Secret”), grandes assaltos (“Todo Homem é Meu Inimigo”) e giallos (“Uma Sobre a Outra”). E foi até garota-propaganda da Vespa, antes de, lentamente, entrar em ocaso nos anos 1970. Seu último filme foi uma comédia americana de 1992, “Era uma Vez… um Crime”, no qual viveu uma agente secreta, fatal como os fãs a eternizaram. Ela marcou o cinema por sua beleza elegante, mas nem por isso deixou de ser notada por sua capacidade de dar vida a personagens complexos em produções ambiciosas. Nunca faltaram atrizes bonitas no cinema, mas poucas foram tão versáteis quanto Martinelli, que estrelou praticamente todos os gêneros de filmes existentes.
Daliah Lavi (1940 – 2017)
Morreu a atriz e sex symbol israelense Daliah Lavi, que se especializou em papéis de femme fatale e viveu uma Bond girl em “Cassino Royale” (1967). Ela faleceu na quarta-feira (3/5), aos 74 anos, em sua casa em Asheville, na Carolina do Norte, nos Estados Unidos. Daliah foi descoberta aos 10 anos de idade pelo ator Kirk Douglas em Israel, onde o americano estava gravando o filme “O Malabarista” (1953). Kirk patrocinou um curso de balé para ela e, 10 anos depois, eles trabalham juntos no filme “A Cidade dos Desiludidos” (1962), de Vincente Minnelli. Pelo papel, Deliah venceu o Globo de Ouro de revelação do ano. Ela logo se tornou estrela do chamado Eurotrash, aparecendo em uma dúzia de filmes que exploravam erotismo e/ou terror, tornando-se cultuada por estrelar de “O Demônio” (1963), de Brunello Rondi, “Ronda de Amantes” (1963), de Alfred Weidenmann, e “O Chicote e o Corpo” (1963), de Mario Bava, em que contracenou com Christopher Lee. A persona da femme fatale de filmes de espionagem surgiu a partir de “Caçada de Espiões em Viena” (1965), em que foi novamente dirigida pelo alemão Alfred Weidenmann. A partir daí, encarnou a espiã sedutora em quatro produções satíricas de forma consecutiva. Em “O Agente Secreto Matt Helm”, Lavi, que significa leão em hebreu, interpretou a femme fatale Tina Batori. Ela salva o herói Matt Helm (Dean Martin) de ser apunhalado nas costas enquanto está nos braços de uma agente feminina inimiga. Já em “O Espião do Nariz Frio” (1966), ela é a princesa russa Natasha Romanova, que apesar do nome histórico trabalha para a KGB e é enviada para seduzir o espião britânico vivido por Lionel Jeffries. Até interpretou uma Bond girl, ainda que não oficial, em “Cassino Royale”. Chamada The Detainer, sua personagem contracenou com o James Bond interpretado por David Niven e enfrentou o vilão vivido por Woody Allen. Para completar, “Some Girls Do” (1969) a trazia de biquíni e metralhadora como a bad girl da trama, que envolvia robôs femininos sexy e mortais. A atriz encerrou a carreira cinematográfica com uma comédia western alemã, “Catlow” (1971), ao lado de Yul Brynner, Richard Crenna e Leonard Nimoy. No início dos anos 1970, começou a cantar e lançou alguns hits de sucesso na Alemanha, onde ainda fez alguns trabalhos de TV até os anos 1990. Daliah vivia em Asheville com seu marido desde 1992. Ela deixa quatro filhos, cinco netos e uma irmã.




