Aracy Balabanian morre aos 83 anos no Rio de Janeiro
A atriz Aracy Balabanian morreu nesta segunda-feira (7/8) aos 83 anos no Rio de Janeiro. Ela estava internada na Clínica São Vicente, na zona sul da capital fluminense, e lutava contra um câncer de pulmão desde outubro do ano passado. O anúncio da morte aconteceu nesta manhã por César Tralli já na reta final do programa “Encontro”. A triste notícia também foi confirmada por familiares da veterana. “É com muita desolação, é muito triste dar esta notícia. Aracy era uma grande amiga. Meu filho a chamava de ‘dinda’, ele adorava ficar na casa dela, brincar com ela. Era uma mulher muito especial e uma grande artista”, lamentou a apresentadora Patrícia Poeta. No ano passado, o programa “A Tarde é Sua” informou que a atriz descobriu dois tumores no pulmão depois de passar por um tratamento para um derrame pleural, que causa acúmulo de líquido no órgão. Aracy Balabanian não era vista nas telas desde 2019, quando participou de “A Magia Acontece”, um especial de fim de ano exibido na TV Globo. No ano anterior, ela fez uma aparição em “Malhação: Vidas Brasileiras”, quando completava 56 anos de carreira. Carreira de Aracy Balabanian Aracy Balabanian nasceu em 22 de fevereiro de 1940 na cidade de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Filha de imigrantes armênios, ela decidiu seguir carreira de atriz em São Paulo, depois de assistir uma peça do dramaturgo Carlo Godoni na companhia da irmã mais velha, a atriz Maria Della Costa. Aos 14 anos, Aracy passou a estudar no Colégio Bandeirantes, na capital paulista, onde ela assistiu uma palestra do dramaturgo Augusto Boal, que a convidou para um teste no Teatro Paulista do Estudante. Seu primeiro trabalho no grupo foi na peça “Almajarra”. Depois do colégio, a artista entrou para a Universidade de São Paulo (USP) onde estudou na Escola de Arte Dramática (EAD) e no curso de Ciências Sociais da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), que ela não concluiu. Aracy Balabanian participou de alguns espetáculos do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), como “Os Ossos do Barão” (1963) e integrou o elenco da primeira montagem brasileira do musical “Hair” (1969). Nesse período, ela também encarou a adaptação da obra grega “Antígona” num teleteatro da extinta TV Tupi. A partir daí, sua carreira na televisão se consolidou por mais de 50 anos e mais de 30 novelas televisivas. A artista fez sua grande estreia em novelas no final de 1964 no folhetim “Marcados pelo Amor” da TV Record, escrita por Walther Negrão e Robeiro Freire. Quatro anos depois, fez par romântico com o ator Sérgio Cardoso em “Antônio Maria”, um sucesso enorme de audiência em sua época. Em 1973, Aracy surpreendeu ao mudar de rumo. Ela deu vida à Gabriela e passou a contracenr com os bonecos infantis do programa aclamado “Vila Sésamo”. Seu personagem ficou marcado na memória do público. Apesar da longa jornada, Aracy Balabanian viveu seus maiores sucessos televisivos nos anos 1990, quando ela estreou como a “dona Armênia” em “Rainha da Sucata”, escrita por Silvio de Abreu. A personagem fazia referência à ascendência da própria atriz numa trama cujo tema principal era “a oposição entre os novos-ricos e a elite paulista decadente”. Ela ainda repetiu seu papel em “Deus nos Acuda” (1992). Nos anos seguintes, Aracy interpretou Filomena em “A Próxima Vítima” (1995), papel que a rendeu o prêmio de Melhor Atriz da Associação Paulista de Críticos de Arte, e a eterna socialite Cassandra na sitcom “Sai de Baixo” (1996), um de seus papéis mais populares, inclusive reprisado no cinema – em “Sai de Baixo: O Filme”, de 2019. A atriz também participou das novelas “Da Cor do Pecado” (2004), “Passione” (2010), “Cheias de Charme” (2012) e do remake de “Saramandaia” (2013). Em 2014, Aracy Balabanian se afastou por um mês das gravações de “Geração Brasil” por conta de uma infecção respiratória. Mas superou e voltou a mostrar seu talento em “Sol Nascente” (2016) e “Pega-Pega” (2017). Sua última aparição na TV foi como entrevista do programa “Conversa com Bial”, que foi ao ar em agosto de 2022. O bate-papo será reprisado nesta madrugada, em homenagem à atriz.
Ary Fontoura encerra contrato com a Globo após 55 anos
Prestes a estrear na novela “Fuzuê”, o veterano Ary Fontoura encerrou seu contrato fixo após 55 anos de parceria com a TV Globo. As informações são do jornalista Alessandro Lo-Bianco, do programa “A Tarde é Sua”. O ator de 90 anos deixará a emissora depois que encerrar as gravações do próximo folhetim das sete. Além dele, os artistas Lima Duarte, Susana Vieira e Laura Cardoso também correm risco de perder o vínculo histórico com a emissora. Carreira de Ary Fontoura Ary Fontoura estava na rede Globo desde 1968, onde realizou mais de 50 telenovelas como “Saramandaia” (1976), “Dancin’ Days” (1978), “Roque Santeiro” (1985) e “Tieta” (1989). Além destes, o ator veterano fez participações nas tramas de “Sítio do Picapau Amarelo” (2001 – 2005), “Morde & Assopra” (2011), bem como de “Salve-se Quem Puder” (2020) e da recente “Família Paraíso” (2023).
Pedro Paulo Rangel, ator de novelas e da “TV Pirata”, morre aos 74 anos
O ator Pedro Paulo Rangel morreu nesta quarta-feira (21/12), no Rio de Janeiro, aos 74 anos. A informação foi confirmada pela assessoria da Casa de Saúde de São Jose, onde Rangel estava internado desde novembro, com um quadro de enfisema pulmonar. “Confirmo o falecimento do ator Pedro Paulo Rangel, às 5h40 desta quarta-feira (21). Não teremos nota com mais detalhes para respeitar o momento da família”, afirmou o hospital. Desde 2002, o ator veterano da Globo lutava contra os efeitos da doença obstrutiva pulmonar crônica (DPOC), causada pelo tabagismo, cerca de quatro anos depois de ter parado de fumar. Os principais sintomas da doença são falta de ar em atividades que exigem esforços, pigarro, além de tosse crônica ou com secreção. No começo deste ano, o ator deu uma entrevista para a colunista Patrícia Kogut, do jornal O Globo. Na ocasião, ele declarou que a doença pulmonar era “traiçoeira”. Nas redes sociais, artistas e fãs lamentaram a morte de Rangel. “Cumpriu sua missão aqui na terra. Uma grande perda! Sentiremos muitas saudades!”, disse o autor Walcyr Carrasco. Com uma longa carreira, iniciada no teatro com a famosa peça “Roda Vida” (1968) e na telas com a novela “Super Plá” (1970), na extinta Tupi, ele deslanchou ao se tornar contratado da Globo a partir de 1972, quando integrou o elenco da novela “Bicho do Mato”. Marcou época no formato, ao fazer o primeiro nu masculino da TV brasileira em “Gabriela” (1975), e posteriormente um dos primeiros personagens abertamente gays da TV brasileira, o Adamastor de “Pedra sobre Pedra” (1992). Ainda teve papéis em “Saramandaia” (1976), “Vale Tudo” (1988), “O Cravo e a Rosa” (2000), “Belíssima” (2005) e “Independências” (2022), entre outras produções. Mostrando claro talento para o humor, também conseguiu espaço em programas humorísticos, como o programa “Viva o Gordo”, de Jô Soares, em 1982, e o histórico “TV Pirata” (1988), que revolucionou o humor televisivo ao apostar numa nova geração de atores em vez de comediantes tradicionais. Sua trajetória teatral lhe rendeu inúmeros prêmios, e antes da internação estava em cartaz com a peça “O Ator e o Lobo”, que precisou ser cancelada devido aos acontecimentos. Cumpriu sua missão aqui na terra o querido e talentoso ator Pedro Paulo Rangel, aos 74 anos. Uma grande perda! Sentiremos muitas saudades! Meus sentimentos aos amigos e familiares. Vá em paz, seu Calixto!#rippedropaulorangel — Walcyr Carrasco (@WalcyrCarrasco) December 21, 2022 Soube agora da morte do ator Pedro Paulo Rangel. Uma triste perda para a dramaturgia brasileira. Pedro Paulo fez história nas novelas, no humor e nos teatros do país com seu talento e dedicação. Meu abraço fraterno aos familiares, fãs e amigos. — Lula (@LulaOficial) December 21, 2022 Triste com a partida do Pedro Paulo Rangel. Era um ator delicioso de assistir. Coloria, com carisma infinito, qualquer cena. Emprestava humanidade a personagens coadjuvantes, sempre tridimensional. Inventou um jeito próprio de falar, meio afrancesado, mas muito carioca, hilário. pic.twitter.com/Cej6FcUDz7 — Gregorio Duvivier (@gduvivier) December 21, 2022 Que ator maravilhoso, um homem gentil, doce, sutil. Engraçado e dramático. Elegante. Pedro Paulo Rangel se foi hoje. Único, um ator e uma pessoa grandiosa. Vou sentir sua falta Pepê. ❤️ Descanse em paz. pic.twitter.com/oC37OncDHj — Dan Stulbach (@danstulbach) December 21, 2022
Chica Xavier (1932 – 2020)
A atriz Chica Xavier morreu na madrugada deste sábado (8/8) no Rio de Janeiro, vítima de um câncer de pulmão, aos 88 anos. Ela estava internada no Hospital Vitória, na Barra da Tijuca, e não resistiu a complicações da doença. Nascida em Salvador em 1932, Francisca Xavier Queiroz de Jesus se mudou para o Rio de Janeiro em 1953 para estudar teatro. Depois de se destacar na histórica peça “Orfeu da Conceição”, encenada no Teatro Municipal do Rio em 1956, ela teve mais de 40 anos de carreira como atriz – no teatro, na televisão e no cinema. A estreia no cinema aconteceu em 1962, no clássico “Assalto ao Trem Pagador” (1962), de Roberto Farias. Na década seguinte, fez a primeira novela, “Os Ossos do Barão” (1973). Só na TV foram mais de 50 personagens. Ela participou de 26 novelas, entre elas “Saramandaia” (1976), “Dancin’ Days” (1978), “Coração Alado” (1980), “Sinhá Moça” (1986, na qual contracenou com o ator Gésio Amadeu, morto essa semana em decorrência da covid-19), “Renascer” (1993), “Pátria Minha” (1994), “O Rei do Gado” (1996), “Força de um Desejo” (1999), “Esperança” (2002) e “Cheias de Charme” (2012), seu último trabalho na Globo. Também atuou em 11 minisséries e 10 especiais na Globo, além de produções do canal Futura, da Band e e da Manchete. No cinema, foram 11 filmes, incluindo o nigeriano “A Deusa Negra” (1979) até obras mais recentes como “A Partilha” (2001), “Nosso Lar” (2010) e “Mulheres no Poder” (2016). Seus trabalhos sempre foram marcados pela representatividade negra. Tanto que, em 2010, ela recebeu o Troféu Palmares, concedido pela Fundação Palmares e o então Ministério da Cultura por sua contribuição às artes e à cultura afro-brasileira. Chica também era mãe de santo na Irmandade do Cercado do Boiadeiro, terreiro que fundou há quase 40 anos, o que a inspirou a lançar um livro reunindo suas cantigas religiosas de umbanda e a levou a muitos papéis ligados à espiritualidade. A atriz era casada com o ator Clementino Kelé desde que os dois contracenaram em “Orfeu da Conceição”, e teve três filhos e três netos. Uma de suas netas, a também atriz Luana Xavier, definiu Chica como uma “mulher de amor e de fé” e destacou sua importância na luta pela representatividade negra. “Ela sempre levantou a bandeira dela pela negritude, principalmente dentro do trabalho dela como uma artista. Ser uma artista negra no Brasil foi sem dúvidas a maior bandeira que ela pôde carregar, e sempre exaltando a importância de termos outros artistas pretos na TV”, disse Luana ao jornal O Globo. As homenagens se multiplicaram nas redes sociais. No Instagram, Lázaro Ramos escreveu: “Obrigado Dona Chica por inspirar e se doar como se doou. Obrigado pelo amor e talento que nos ofereceu. Obrigado por ser a prova da possibilidade de um amor duradouro como o seu com Seu Lelé. E obrigado por ser essa presença nobre que a senhora era em cada aparição na televisão. Pra um jovem sonhador foi o sinal que eu precisava para saber que era possível” Taís Araujo também demonstrou sua admiração por Chica Xavier. “O céu recebe hoje a nobreza. Entre nós vivia uma nobre, uma rainha elegante, sábia, afetuosa, agregadora, ombro e colo para muitos. Salve a rainha Chica Xavier!”, escreveu no Instagram. Babu Santana lamentou: “Perdemos hoje uma mulher que era referência artística e religiosa de enorme importância na nossa cultura”. E Cacau Protásio lembrou: “Eu cresci vendo essa mulher abrindo portas, ela me fez acreditar que seria possível. Vai com Deus! Obrigada”.



