Cineasta iraniano renomado é assassinado em sua casa
Assassinato do renomado cineasta iraniano Dariush Mehrjui e esposa choca Teerã O cineasta iraniano Dariush Mehrjui, de 83 anos, e sua esposa foram assassinados em sua casa na noite de sábado (14/10), informou Autoridade Judiciária do Irã neste domingo (15). O casal foi morto a facadas em sua residência localizada próxima a Teerã. A filha do cineasta foi quem encontrou os corpos e chamou a polícia. Investigação Preliminar As primeiras investigações, conduzidas pelas autoridades locais, revelaram que Mehrjui e sua esposa, Vahideh Mohammadifar, foram atacados com múltiplas facadas no pescoço. Em entrevista ao jornal Etemad, publicada neste domingo (15/10), a esposa do cineasta havia mencionado ameaças recebidas e um roubo ocorrido em sua residência. Porém, o chefe da justiça da província de Alborz, Husein Fazeli-Harikandi, esclareceu que “nenhuma queixa foi apresentada relativa à entrada ilegal na propriedade da família Mehrjui e ao roubo dos seus bens”. Legado Cinematográfico Mehrjui é reconhecido como um dos pilares da nova onda do cinema iraniano, que se iniciou na década de 1960. Seu filme “A Vaca” (1969) é tido como um marco desta movimentação cinematográfica no Irã. Ao longo de sua carreira, o cineasta acumulou quase 50 prêmios, incluindo a Concha de Ouro do Festival de San Sebastián pelo filme “Sara” (1993), sobre uma esposa que secretamente sustenta o marido. Durante o período de 1980 a 1985, Mehrjui residiu na França, onde dirigiu “Le Voyage au Pays de Rimbaud” (1983). Retornando ao Irã, alcançou sucesso nas bilheterias com “Os Inquilinos” (1987). Na década de 1990, destacam-se em sua filmografia obras como “Hamoun” (1990) e “Leila” (1997), esta última abordando a questão da esterilidade feminina e as complexidades matrimoniais na sociedade iraniana. A notícia do assassinato de Dariush Mehrjui e sua esposa na noite deste sábado (14) repercutiu amplamente, causando grande impacto na comunidade cinematográfica iraniana e internacional.
Atriz de “Travessia” faz desabafo após ser confundida com trans
A atriz Isabelle Nassar desabafou sobre os ataques que recebeu ao longo dos anos por conta de sua aparência física. O assunto surgiu numa entrevista à colunista Patrícia Kogut, do jornal O Globo, sobre a estreia da artista em novelas, e refletiu questionamento do público sobre sua sexualidade. “Eu sofria muito bullying na escola por não ter um rosto comum. Sempre tive um rosto forte”, começou o desabafo. “A família do meu pai é libanesa e minha mãe, baiana. Quando queriam me diminuir, me chamavam de estranha, de esquisita, de cara de cavalo, e isso me travou muito quando eu era adolescente.” Embora a atriz tenha enfrentado inúmeras críticas sobre a aparência na infância, Isabella foi descoberta por um olheiro aos 14 anos num shopping e, aos 15, começou a trabalhar como modelo internacional. Na mesma época, ela foi morar entre a China e a Turquia. “Eu sofria absurdos na escola. Eram muitos xingamentos. Então, quando esse cara apareceu no shopping, pensei: ‘Espera. A vida inteira me xingaram por causa da aparência e agora ele vem me dizer que posso ser modelo?’. Foi como uma recuperação da vida”, explicou. No entanto, Isabella Nassar explicou que a esperança durou pouco, pois os comentários maldosos continuaram acontecendo mesmo quando ela começou a modelar. “Teve um dia que fiquei embaixo de neve por três horas numa fila em Milão, esperando para fazer um teste. Quando cheguei no cliente, ele disse: ‘Nossa, você é muito feia’. Já ouvi muito isso de agentes. Eles falavam: ‘Vamos virar o queixo, virar este nariz’.” Por conta da exposição em horário nobre, na novela “Travessia”, Isabelle observou um certo interesse público por sua vida, algo que não era comum até então. Dentre as pesquisas frequentes na Internet, os telespectadores buscam descobrir o “gênero” da interprete de Sara. “Agora, com a novela, perguntam se sou [uma mulher] trans. São vários comentários surgindo. Mas uma pessoa trans tem um estereótipo? Uma pessoa cis como eu (cisgênero; quem se identifica com o gênero atribuído ao nascer) tem um estereótipo?”, refletiu a artista. Em seguida, Isabella afirmou que as pessoas não acreditam que ela seja a mãe verdadeira de Maria, de 11 anos. “Uma mulher trans também poderia ter um filho, normal”, ressaltou. “Tem gente que fala: “Nunca a vi grávida”. Será que querem que eu poste [a foto da barriga]?”, disse entre risos. “As pessoas vão especular, isso não é uma questão para mim, pelo contrário, é elogio. Acho que é uma oportunidade de ressignificar, de falar de mulheres e de padrões de beleza.” Em outro momento, Isabella Nassar também disse à colunista que os comentários continuam a afetando, mas não como aconteciam antes. “Eu tenho muita casca. Mas ter casca às vezes dói. Dói ouvir tudo isso. Mesmo já mais velha. Não é agradável. Hoje entendo que diz mais sobre quem fala do que sobre quem recebe. As pessoas são muito cruéis”, concluiu.

