Filhos do cantor Vavá pegam sarna em escola de São Paulo
O ex-Karametade se mostrou indignado com a unidade escolar por não suspender as aulas durante o surto da doença
Artista e ativista Tanah Corrêa, pai de Alexandre Borges, morre aos 82 anos
O ator e diretor Santos Athanazildo Corrêa Neto, conhecido como Tanah Corrêa, faleceu na madrugada desta terça-feira (27/6) aos 82 anos. A notícia foi confirmada pela Santa Casa de Santos, onde o artista estava internado deste o último sábado (24/6), sem revelar a causa da morte. Corrêa era pai do também ator Alexandre Borges. Conhecido pelos seus trabalhos na dramaturgia brasileira, o artista se envolveu em projetos no teatro, televisão e cinema ao longo da carreira. Ele fez participações em algumas produções da Rede Globo, como “O Rei do Gado” (1996), “Anjo Mau” (1997) e a série “Os Trapalhões”. No cinema, ele integrou o elenco de filmes como “O Invasor” (2001) e “Segurança Nacional” (2010). Com seu envolvimento no teatro amador e profissional durante a carreira, Corrêa também assumiu o cargo de direção em espetáculos. Apesar disso, seu grande destaque foi na sua atuação política pela cultura na cidade de Santos, onde passou a maior parte da vida. Diante do seu falecimento, o prefeito de Santos, Rogério Santos, decretou luto oficial de três dias. “Tanah Corrêa, um santista de coração, dedicou a vida à expressão maior daquilo que representa a arte. Ele deixa um vasto legado de realizações e uma história de devoção a seus princípios. Um santista de alma marcante, que tem seu nome registrado na rica história da arte da Cidade e do Brasil”, disse o prefeito em comunicado. O artista era casado com Orleyd Faya e teve dez filhos, André, Geórgia, Kenia, Natasha, Ludmila, Geovana, Janaína, Natália, Fernanda e Alexandre Borges. Atuação política pela cultura Nascido em Bauru (SP), Tanah se mudou para Santos ainda jovem para estudar na Fundação Lusíadas, atualmente Unilus, onde se formou em Licenciatura Plena em Educação Artística – Artes Cênicas. Embora não tenha nascido na cidade litorânea, ele recebeu o título de cidadão santista da Câmara Municipal no ano de 2005. Em paralelo ao trabalho como artista, ele tinha uma forte atuação política e realizou um papel importante na gestão cultural de Santos. Entre os anos de 1984 e 1985, ele foi assessor municipal de cultura da cidade. Logo em seguida, Corrêa se tornou o primeiro secretário de Cultura até 1988. Ele ainda exerceu a presidência da Comissão de Restauração Cênica e Inauguração do Teatro Coliseu entre 2004 e 2005. Já em 2020, Tanah Corrêa concorreu como candidato a prefeito de Santos pelo partido Cidadania, apresentando propostas voltadas para o incentivo à arte. Apesar de ter conquistado apenas 0,33% dos votos, sua candidatura demostrou novamente o seu compromisso com o desenvolvimento cultural da cidade. Incentivos no mundo artístico Seu legado também inclui participações em importantes organizações, como membro na Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CINC), do Ministério da Cultura, secretário-geral da Confederação Nacional de Teatro Amador (Confenata) e diretor-presidente da Sociedade Brasileira de Autores (SBAT). Em São Paulo, ele foi o fundador do Teatro Plínio Marcos e do Cine-Arte Lilian Lemertz – ambos já encerraram suas atividades. Além de participar de produções, Corrêa também ministrou cursos na área das artes cênicas. Como reconhecimento pela sua contribuição à Cultura brasileira, o artista foi homenageado pela escola de samba X-9 em 2011. O enredo titulado “Xisnoviano, macuqueiro, arteiro, teatreiro” saudou seu legado artístico. Vale mencionar que a X-9 foi campeã do Carnaval de Santos naquele ano.
Pelé, maior jogador da História do futebol, morre aos 82 anos
Edson Arantes do Nascimento, mais conhecido como Pelé, o maior jogador da história do futebol mundial, morreu nessa quinta-feira (29/12) aos 82 anos. Ele estava internado desde 29 de novembro devido à falência múltipla de seus órgãos, em consequência de um câncer. O craque lutava contra um câncer de intestino desde 31 de agosto de 2021, quando teve diagnosticado um tumor no cólon (intestino grosso) durante exames de rotina, que deveriam ter sido feitos em 2020, mas foram adiados por conta da pandemia da covid-19. Quatro dias depois, passou por cirurgia no Hospital Albert Einstein para retirar o tumor e, durante a internação, foi levado algumas vezes para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Mas depois de iniciar as sessões de quimioterapia, seu corpo deixou de responder ao tratamento e o tumor se espalhou. Durante a Copa do Mundo do Qatar, os jogadores da Seleção Brasileira e a FIFA fizeram diversas homenagens à lenda do futebol, que depois divulgou um vídeo de agradecimento nas suas redes sociais. Porém, no vídeo era possível notar que seu estado de saúde já estava bastante debilitado. O hospital confirmou a morte por meio de comunicado: “o Hospital Israelita Albert Einstein confirma com pesar o falecimento de Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, no dia de hoje, 29 de dezembro de 2022, às 15h27, em decorrência da falência de múltiplos órgãos, resultado da progressão do câncer de cólon associado à sua condição clínica prévia. O Hospital Israelita Albert Einstein se solidariza com a família e todos que sofrem com a perda do nosso querido Rei do Futebol.” Edson Arantes do Nascimento nasceu em 23 de outubro de 1940, na cidade de Três Corações, em Minas Gerais, e cresceu em Bauru, no estado de São Paulo. Vindo de uma família pobre, o jovem Edson (que ganhou o apelido de Pelé por causa da maneira como pronunciava o nome de seu jogador favorito, Bilé, do Vasco da Gama de São Lourenço) aprendeu a jogar futebol com seu pai (o ex-jogador José Ramos do Nascimento, o Dondinho). Como a família não tinha dinheiro para comprar uma bola, o futuro craque enchia uma meia com papel de jornal para dar seus primeiros passos no esporte. Ele jogou em várias equipes amadoras de futebol de campo e salão, em Bauru e, ao completar 15 anos, foi levado para fazer um teste no Santos. Aprovado, foi contratado em junho de 1956 e logo começou a defender a equipe, virando jogador profissional ainda na adolescência. Do Santos, ele conseguiu uma vaga na Seleção Brasileira (em 1957), para participar da Copa Roca. No ano seguinte, Pelé disputou a sua primeira Copa do Mundo, na Suécia, de onde o Brasil saiu vitorioso disputando a final contra a dona da casa e com dois gols de Pelé, incluindo aquele que é considerado um dos mais bonitos da História das Copas. Com apenas 17 anos de idade, Pelé se tornou o jogador mais jovem a vencer uma Copa do Mundo. Ele continuaria a jogar pela seleção nos anos seguintes e viria a conquistar mais duas Copa do Mundo (em 1962 e 1970). Embora tenha se machucado durante as copas de 1962 e 1966, acabou liderando o time do Tri, que é considerada a melhor seleção de futebol de todos os tempos. Pelé também acumulou títulos em campeonatos regionais, nacionais e internacionais. Ele foi bicampeão da Taça Libertadores da América (em 1962 e 1963), bicampeão Mundial de Interclubes (1962 e 1963), campeão da Taça de Prata (1968), cinco vezes campeão da Taça Brasil (1961, 62, 63, 64 e 65) e quatro vezes campeão do Torneio Roberto Gomes Pedrosa/Rio-São Paulo (1959, 1963, 1964 e 1966), além de ter vencido mais de 20 torneios no exterior. Ao longo da sua carreira, Pelé marcou um total de 1282 gols, em 1366 partidas oficiais. O famoso milésimo gol foi marcado no Maracanã, em 19 de novembro de 1969, numa cobrança de um pênalti na partida entre Santos e Vasco. O sucesso dentro dos campos acabou lhe rendendo convites para aparecer na frente das câmeras, primeiro em produções nacionais e depois em filmes hollywoodianos. Seu primeiro trabalho marcante na tela foi num episódio de 1966 de “Família Trapo”, série criada e estrelada por Jô Soares (e um elenco fabuloso encabeçado por Ronald Golias), seguida pelo telefilme “Os Estranhos” (1969), dirigido por Gonzaga Blota (da novela “O Salvador da Pátria”). Dois anos depois, Pelé participou da comédia “O Barão Otelo no Barato dos Bilhões”, estrelada por Grande Otelo (“Macunaíma”). Porém, seu estreia como protagonista só aconteceu em 1972, quando estrelou o filme “A Marcha”, dirigido por Oswaldo Sampaio (“O Preço da Vitória”), sobre a luta pela abolição da escravatura. Ele ainda atuou em “Os Trombadinhas” (1980), dirigido por Anselmo Duarte (“O Pagador de Promessas”), em que soltou sua frase cinematográfica mais famosa. Ao surgir em cena para apartar uma briga de rua, ele surpreende um personagem que lhe pergunta: “Você é o Pelé?”. “Não, eu sou o Jô Soares”, responde o atleta. O filme também marcou sua volta ao Brasil após dois anos jogando nos EUA, quando se tornou o primeiro jogador brasileiro a fechar um megacontrato internacional. Pelé encantou os americanos no time Cosmos, de Nova York, entre 1975 e 1977, quando viveu sua fase mais bem-sucedida comercialmente. Durante sua passagem pela equipe, os jogos quebraram diversos recordes de público, e ele virou garoto propaganda de marcas importantes. De quebra, atenção da indústria do entretenimento, aparecendo até em quadrinhos da DC Comics. Mas a estreia em Hollywood só veio depois da aposentadoria nos campos. Aconteceu em “Fuga Para a Vitória” (1981), dirigido por John Huston (“O Tesouro de Sierra Madre”) e estrelado por Sylvester Stallone (“Samaritano”) e Michael Caine (“Interestelar”). O filme conta a história de um grupo de prisioneiros aliados de guerra que se unem para uma partida de futebol contra a seleção de nazistas da prisão, enquanto planejam a sua fuga. No filme, Pelé faz gols em Stallone durante o treinamento, em que conclui que o americano era tão ruim com a bola no pé que só servia para ser goleiro. Um de seus chutes a gol acabou quebrando um dos dedos do intérprete de “Rocky, Um Lutador”. Pelé continuou sua carreira de ator em várias produções dos anos 1980, entre títulos nacionais – como “Pedro Mico” (1985) e “Solidão, Uma Linda História de Amor” (1989) – e internacionais – como “A Vitória do Mais Fraco” (1985) e “Hotshot” (1986). Porém, seu maior destaque nessa época foi no filme “Os Trapalhões e o Rei do Futebol” (1986), estrelado pela trupe dos trapalhões no auge do seu sucesso. O filme acompanha os amigos Cardeal (Renato Aragão), Elvis (Dedé Santana), Fumê (Mussum) e Tremoço (Zacarias), que trabalham como faxineiros e roupeiros no time Independência Futebol Clube. Após disputas de poder entre os cartolas Velhaccio (José Lewgoy) e Barros Barreto (Mílton Moraes), o técnico da equipe acaba sendo demitido. E, para surpresa de todos, o escolhido para assumir o time é Cardeal. Num toque de metalinguagem nada sutil, Pelé interpreta um personagem chamado Nascimento. Nos anos 1990, Pelé virou comentarista da rede Globo, narrando e vibrando com o Tetra da Copa de 1994, junto com Galvão Bueno nos Estados Unidos. Nesta época encarou ainda outra mudança de carreira, ao ser nomeado o primeiro Ministro dos Esportes do Brasil em 1995, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. No cargo, ele foi responsável pela lei que acabou com os passes de jogadores no futebol brasileiro. A iniciativa acabou batizada de Lei Pelé. Após sua passagem por Brasília, encerrada em 1999, ele ainda voltou às telas com participações na comédia britânica “Mike Bassett: O Treinador Inglês” (2001) e na novela brasileira “O Clone” (2001), além de ganhar uma cinebiografia, intitulada “Pelé: O Nascimento de uma Lenda” (2016), uma produção americana dirigida por Jeff e Michael Zimbalist (“Nossa Chape”) – em que também figurou. Pelé ainda protagonizou dois documentários sobre a sua vida. O primeiro, intitulado “Pelé Eterno”, foi lançado em 2004. E o segundo, chamado apenas “Pelé”, é de 2021 e está disponível na Netflix.


