Show da Madonna homenageará Marielle, Zacarias, Cazuza e outros brasileiros
A apresentação da diva pop promete surpreender o público brasileiro com várias homenagens para ícones do país em momentos diferentes
“Fantástico” vai recriar Chico Anysio com inteligência artificial
Em uma celebração inovadora de seu 50º aniversário, o programa “Fantástico”, da Globo, vai usar inteligência artificial para recriar momentos marcantes de sua edição de estreia, que foi ao ar em 5 de agosto de 1973. As imagens originais desses momentos se perderam em um incêndio que atingiu a Globo em 1976. Participação de Chico Anysio Entre os destaques do material recriado está uma participação digital do humorista Chico Anysio. Nizo Neto, filho do humorista, regravou um monólogo do pai e teve seu rosto transformado no dele por meio de tecnologia. A caracterização de Nizo Neto foi realizada para que ele ficasse mais parecido com Anysio, segundo informações da coluna Play do jornal O Globo. Outras homenagens Além de recriar o monólogo de Chico Anysio, a equipe do “Fantástico” também utilizou a inteligência artificial para rejuvenescer os jornalistas Léo Batista e Cid Moreira e trazer de volta a atriz Sandra Bréa, que faleceu em 2000. Ele teve um número musical recriado, uma homenagem à Marilyn Monroe. A equipe do programa também preparou uma edição inédita do “Retrato falado”, quadro de sucesso de Denise Fraga nos anos 2000, e ainda reunirá modelos que participaram do quadro “A garota do Fantástico”, além de promover o reencontro de Cid Moreira com Mister M, o ilusionista que fez sucesso na atração em 1999 revelando truques de mágica. Presença de Anitta A produção também contará com uma nova trilha. A cantora Anitta regravou o tema de abertura original do programa para o encerramento do especial. A programação especial, que integra a comemoração de 50 anos do “Fantástico”, irá ao ar a partir do próximo domingo (6/8) e se estenderá até o final do mês.
O Bem-Amado volta em streaming para mostrar que Brasil virou Sucupira
A clássica novela “O Bem-Amado” estreou em streaming nesta segunda (15/2), disponibilizada pelo Globoplay. E seu retorno, quase meio século após sua exibição original, surpreendeu público e imprensa pela atualidade de sua trama. Em seus capítulos, a antiga Sucupira de Odorico Paraguaçu ressurge quase como uma premonição sobre o Brasil atual de Jair Bolsonaro. Adaptação feita por Dias Gomes de sua própria peça “Odorico, O Bem-Amado e Os Mistérios do Amor e da Morte” (1962), a obra foi exibida originalmente em 1973 como a primeira novela à cores da Globo. Foi também a primeira exportada e a primeira a conquistar premiação internacional. Marcou época por muitos motivos, mas principalmente graças à fantástica interpretação de Paulo Gracindo no papel do prefeito corrupto Odorico Paraguaçu. O personagem fez tanto sucesso que depois ainda rendeu uma série e permaneceu culturalmente relevante a ponto de ganhar um filme recente (de 2010) com Marco Nanini no papel principal. “O Bem-Amado” também lançou as carreiras da atriz Sandra Brea e até de Lima Duarte como ator da Globo – ele tinha sido contratado como diretor, um ano antes. Ela vivia a filha de Odorico e ele interpretou o matador Zeca Diabo. A história criticava o Brasil do regime militar, satirizando o cotidiano da cidade fictícia de Sucupira. Mas mesmo enfrentando censura – a ditadura proibiu que se falasse em “coronéis”, entre outras coisas – , pintou um retrato da política nacional que se revela extremamente atual no Brasil de Bolsonaro. Candidato a prefeito de Sucupira, o corrupto Odorico Paraguaçu era considerado um mito pela maior parte da população que acreditava em suas mentiras. Ele se elege com a promessa de inaugurar o primeiro cemitério na cidade, mas, como não morria ninguém, resolveu permitir o retorno do matador Zeca Diabo, com a esperança de que ele matasse alguém. Só que Zeca Diabo virou crente e prometeu nunca mais matar ninguém. A esperança do prefeito se volta então para uma epidemia de tifo, na metade da trama, que o levar a querer atrapalhar uma campanha de vacinação (do médico vivido por Jardel Filho) que pode impedir as mortes. Esta não é a única possível coincidência com a realidade atual. Odorico também reagiu com um sonoro “E daí?” ao ser informado sobre a ameaça à saúde da população de Sucupira, disse que não admitia que um adversário político fosse reconhecido por providenciar vacinas e afirmou que iria interceptar os imunizantes para distribuir ele mesmo num posto de saúde que iria inaugurar, ficando com as glórias pelo esforço alheio. O personagem também vivia fazendo trapaças e espalhando mentiras (fake news) para derrotar seus adversários, era aliado das fanáticas religiosas locais, as irmãs Cajazeiras (Ida Gomes, Dorinha Durval e Dirce Migliaccio), defensoras da moral e dos bons costumes, queria controlar a polícia e enxergava a imprensa como sua maior inimiga, perseguindo o principal jornalista da cidade (vivido por Carlos Eduardo Dolabella) por denunciar seus desmandos. Confira abaixo uma cena que confirma como a trama de quase meio século atrás tornou-se extremamente atual.


