Feministas protestam contra retrospectiva dos filmes de Polanski na Cinemateca Francesa
Diversas pessoas, inclusive integrantes do grupo Femen, protestaram na noite de segunda-feira (30/10) contra a abertura de uma retrospectiva da a Cinemateca Francesa dedicada ao cineasta Roman Polanski, acusado de agressões sexuais. “Não à homenagem para os estupradores”, gritaram duas ativistas para Polanski, de 84 anos, que compareceu ao local para apresentar seu último filme “D’Après Une Histoire Vraie” (Baseado em fatos reais). As duas mulheres, que estavam de topless e traziam nas costas a frase “Very Important Pedocriminal” (Pedófilo muito importante), um trocadilho com a sigla VIP, foram expulsas da Cinemateca, mas continuaram o protesto do lado de fora do prédio. “Apreciar um artista não significa se calar sobre seus crimes!”, disse Sanaa Beka, que foi protestar convocada por grupos feministas. “Para nós, o importante é cancelar esta retrospectiva, obter desculpas da Cinemateca e provocar uma tomada de consciência”, afirmou Raphaëlle Rémy-Leleu, porta-voz do grupo Osez le Féminisme, horas antes do começo dos protestos. Em 1977, Roman Polanski admitiu ter tido relações sexuais ilegais com Samantha Geimer, que na época tinha somente 13 anos, na casa de Jack Nicholson em Los Angeles enquanto o ator viajava. Em troca da confissão e alguns dias de prisão, um juiz aceitou não manter outras denúncias mais graves contra ele. Mas, convencido de que o magistrado voltaria trás em sua promessa e acabaria o condenando a décadas na cadeia, o cineasta fugiu para a França. Em 2010, a atriz britânica Charlotte Lewis declarou que o diretor a havia forçado a ter relações sexuais quando ela tinha 16 anos. Outra mulher, identificada como “Robin”, o acusou em agosto deste ano de agressão sexual quando tinha 16 anos, em 1973. E no começo de outubro, a justiça suíça indicou que examina novas acusações contra Polanski de uma mulher que o acusa de ter abusado dela em 1972, quando tinha 15 anos. A Cinemateca francesa, presidida pelo cineasta Costa-Gavras, se negou a cancelar o evento. “Fiel a seus valores e a sua tradição, a Cinemateca não pretende ser substituta da justiça”, declarou a instituição, que denuncia um pedido de “censura puro e simples”. “A retrospectiva de Polanski está prevista há muito tempo”, disse na sexta-feira a ministra de Cultura da França, Françoise Nyssen. “Trata-se de uma obra, não de um homem, não vou condenar uma obra”, disse. Uma petição lançada on-line na semana passada para cancelar a retrospectiva reuniu apenas 26 mil assinaturas.
Roman Polanski é acusado pela quarta mulher de estupro nos anos 1970
A atenção da mídia à luta do diretor francês Roman Polanski para se livrar de sua antiga acusação de estupro de menor, dos anos 1970, teve um efeito inesperado para a defesa do cineasta, atualmente com 84 anos. Mais mulheres surgiram com denúncias de abuso sexual de décadas atrás. A mais recente se chama Renate Langer, atriz alemã vista em “Amor de Menina” (1983) e “A Armadilha de Vênus” (1988), hoje com 61 anos. De acordo com o New York Times, a polícia suíça está comandando a investigação do caso, que aconteceu, segundo Langer, duas vezes em 1972, quando ela tinha 15 anos e Polanski 39. Na denúncia, a vítima afirmou que o primeiro estupro aconteceu na casa do cineasta em Gstaad, na Suíça. Logo após, Polanski teria convidado Langer para figurar num filme seu como pedido de desculpas. Assim, o segundo abuso aconteceu, após as filmagens de “Que?”, de 1972, em Roma. A atriz revelou que, para se defender, chegou a jogar uma garrafa de vinho e outra de perfume no diretor. Ainda segundo Renate Langer, durante anos a única pessoa a saber do caso foi um ex-namorado. A família da moça não foi comunicada sobre o abuso. “Minha mãe teria um ataque cardíaco. Eu tinha vergonha, me sentia perdida e sozinha”, declarou a atriz. Outras acusações partiram da atriz britânica Charlotte Lewis (“O Rapto do Menino Dourado”), que teria acontecido em em 1983, quando ela tinha 16 anos, e de uma mulher identificada apenas como Robin, que acusa o diretor de tê-la estuprado nos anos 1970, quando ela também tinha 16 anos. O caso mais famoso, no entanto, é o de Samantha Geimer, que em 1978, aos 13 anos, foi estimulada a consumir álcool e drogas durante uma festa na casa do ator Jack Nicholson antes de ser estuprada pelo cineasta. Na época, Polanski chegou a ser preso, mas após obter liberdade condicional fugiu dos Estados Unidos para a França, de onde, por ser cidadão francês, não poderia ser deportado. Ele vinha lutando na justiça americana para provar que teria cumprido a pena, ao aceitar um acordo do promotor para passar o período que passou na prisão. Contava, inclusive, com o apoio de Geimer, para quem a longa duração do caso de quatro décadas só trouxera infelicidades. Ela foi compensada financeiramente por Polanski e ainda escreveu um livro sobre sua história.
Juiz recusa pedido de vítima para encerrar caso contra Polanski
Um juiz da Corte Suprema de Los Angeles, nos Estados Unidos, negou o pedido da vítima de estupro de Roman Polanski para encerrar o processo criminal contra o cineasta franco-polonês. Samantha Geimer foi abusada pelo diretor há 40 anos, quanto tinha 13. Ela falou no tribunal pela primeira vez sobre o caso em junho, mesmo incomodada em abrir a história, na esperança de convencer o juiz. Samantha argumentou que já perdoou o cineasta e pediu “misericórdia” para si mesma e para sua família com o fim do processo que se arrasta há anos. Ela argumentou que os promotores exploram o caso para avançar em suas carreiras à custa de sua privacidade, que ela jamais recuperou desde os anos 1970, tornando-se uma vítima maior da justiça do que de Polanski. O magistrado Scott Gordon, no entanto, ressaltou que Polanski permanece foragido da Justiça e que não poderia fechar o caso “apenas por ser melhor para a vítima”. Ele alegou que é interesse da sociedade que se faça justiça, o que só será possível, segundo ele, com a continuação do processo. Samantha tinha 13 anos quando Polanski foi acusado de drogá-la, durante uma sessão de fotos na casa do ator Jack Nicholson, em Los Angeles, e posteriormente violentá-la. Ele confessou ter tido “relações sexuais ilegais” com a menor, mas negou o estupro em seu acordo com a promotoria, que o levou a passar 48 dias preso em uma penitenciária do estado da Califórnia. Após ser solto, porém, Polanski fugiu dos Estados Unidos, e o caso foi considerado reaberto. O depoimento do promotor original do caso, já falecido, foi tornado secreto pela justiça e é a peça-chave que poderia encerrar o processo contra Polanski. O advogado do cineasta alega que ele só fugiu dos Estados Unidos após receber informação de que o já falecido juiz Laurence Rittenband teria renegado o acordo e dito que iria prender Polanski por 50 anos. Foi apenas após esse desdobramento que o diretor fugiu para a França, de onde não poderia ser extraditado por ser cidadão francês. E lá continua até hoje, filmando e conquistando reconhecimentos da indústria cinematográfica. Chegou até a vencer o Oscar nos EUA, por seu trabalho em “O Pianista” (2002). Só que o caso de quatro décadas não foi esquecido pela justiça americana, que, em 2009, conseguiu convencer a Suíça a prender o cineasta, quando ele desembarcou no país a caminho do Festival de Zurique. Polanski passou mais 334 dias sob custódia na Suíça, enquanto as autoridades dos EUA tentavam extraditá-lo. Entretanto, sua prisão ao ser convidado de um festival repercutiu negativamente e, com o apoio da comunidade artística, Polanski lutou contra a extradição e ganhou, voltando para sua casa na França. Logo em seguida, foi premiado como Melhor Diretor no Festival de Berlim por “O Escritor Fantasma” (2010). Há dois anos, os Estados Unidos voltaram a solicitar a extradição de Polanski, desta vez da justiça polonesa, depois de ele ter aparecido em Varsóvia, em 2014, planejando rodar um longa no país. Um tribunal distrital da cidade de Cracóvia, onde a família do diretor tem uma residência, rejeitou o pedido em novembro de 2015. E, após o procurador-geral da Polônia pedir a anulação desse julgamento, argumentando que ser uma celebridade ajudou Polanski a escapar da justiça, a Suprema Corte do país encerrou definitivamente o caso, dando reconhecimento aos argumentos do diretor. O juiz do caso em Varsóvia observou que Polanski “já tinha cumprido sua sentença”. E é este argumento que o juiz atual de Los Angeles se recusa a aceitar.
Vítima de estupro de Polanski nos anos 1970 defende o cineasta na justiça americana
A vítima do abuso sexual de Roman Polanski nos anos 1970, Samantha Geimer, resolveu se manifestar pela primeira vez diante de um juiz sobre o caso. E como testemunha de defesa do cineasta, numa audiência para decidir o futuro do processo de 40 anos. Ela pediu ao juiz Scott Gordon, do Tribunal Superior de Los Angeles, que encerrasse o caso para que pudesse retomar sua vida, visando recuperar sua privacidade e evitar ter que explicar para os netos porque era famosa. “Eu imploro que faça isto por mim, tenha piedade de mim”, disse Geimer, hoje com 53 anos, 40 dos quais passados sob a sombra do escândalo. Ela acusa promotores de justiça dos Estados Unidos de tentar se promover em cima de sua história e, devido a isso, prolongar o processo e seu sofrimento de forma desnecessária. “Eu não falo em defesa de Roman, mas da Justiça”, acrescentou, referindo-se ao cineasta pelo primeiro nome. “Eu imploro que reconsidere resolver este caso sem prender um homem de 83 anos”, prosseguiu, alegando que ele também já foi punido o suficiente, ao viver como exilado e impedido de trabalhar em Hollywood quando vivia o auge de sua carreira. Mais que isso, ela defende a mesma linha de raciocínio do advogado de Polanski, afirmando que ele cumpriu a pena estabelecida em seu acordo original. Samantha tinha 13 anos quando Polanski foi acusado de drogá-la, durante uma sessão de fotos na casa do ator Jack Nicholson, em Los Angeles, e posteriormente violentá-la. Ele confessou ter tido “relações sexuais ilegais” com a menor, mas negou o estupro em seu acordo com a promotoria, que o levou a passar 48 dias preso em uma penitenciária do estado da Califórnia. Após ser solto, porém, Polanski fugiu dos Estados Unidos, e o caso foi considerado reaberto. O depoimento do promotor do caso, que foi tornado secreto, é a peça-chave na ação do advogado de Polanski para encerrar o processo judicial. O advogado alega que o diretor só fugiu dos Estados Unidos após receber informação de que o já falecido juiz Laurence Rittenband teria renegado o acordo e dito que iria prender Polanski por 50 anos. Foi apenas após esse desdobramento que o diretor fugiu para a França, de onde não poderia ser extraditado por ser cidadão francês. E lá continuou filmando e conquistando reconhecimentos da indústria cinematográfica. Chegou até a vencer o Oscar nos EUA, por seu trabalho em “O Pianista” (2002). Só que o caso de quatro décadas não foi esquecido pela justiça americana, que, em 2009, conseguiu convencer a Suíça a prender o cineasta, quando ele desembarcou no país a caminho do Festival de Zurique. Polanski passou mais 334 dias sob custódia na Suíça, enquanto as autoridades dos EUA tentavam extraditá-lo. Entretanto, sua prisão ao ser convidado de um festival repercutiu negativamente e, com o apoio da comunidade artística, Polanski lutou contra a extradição e ganhou, voltando para sua casa na França. Logo em seguida, foi premiado como Melhor Diretor no Festival de Berlim por “O Escritor Fantasma” (2010). Há dois anos, os Estados Unidos voltaram a solicitar a extradição de Polanski, desta vez da justiça polonesa, depois de ele ter aparecido em Varsóvia, em 2014, planejando rodar um longa no país. Um tribunal distrital da cidade de Cracóvia, onde a família do diretor tem uma residência, rejeitou o pedido em novembro de 2015. E, após o procurador-geral da Polônia pedir a anulação desse julgamento, argumentando que ser uma celebridade ajudou Polanski a escapar da justiça, a Suprema Corte do país encerrou definitivamente o caso, dando reconhecimento aos argumentos do diretor. O juiz do caso observou que Polanski “já tinha cumprido sua sentença”. E é este argumento que o advogado de Polanski está usando para tentar dar um fim no processo agora nos EUA, ecoado por Samantha Geimer. Após seu depoimento, Geimer também falou à imprensa, dizendo que não ficou traumatizada pelo que aconteceu há 40 anos. Contrariando expectativas, ela simplesmente afirmou que “já era sexualmente ativa na época”. Tudo isso ela já tinha contado em seu livro de memórias, intitulado “A Menina” (2013). Mas ainda acrescentou que foi mais abusada pela Justiça, porque não deixam o caso ser encerrado e continuam usando seu nome por décadas sem fim. Geimer acusou a promotoria de Los Angeles de ser “hipócrita” ao recusar seu pedido para encerrar o processo. “Se eu estivesse de pé aqui, querendo colocar Polanski na prisão por toda a vida, minha opinião seria relevante”. De fato, como busca o contrário, a promotoria afirmou que seu desejo não era importante para o caso.
Vítima de estupro de Polanski ataca promotores que ainda exploram o caso de 1977
A vítima de abuso sexual de Roman Polanski em 1977, Samantha Geimer, voltou a se pronunciar sobre o julgamento do cineasta, que está foragido e vivendo na França desde aquela época. Geimer contatou as autoridades através de seu advogado para reclamar da procrastinação dos promotores americanos, que estariam de posse de evidências que corroboram o acordo firmado por Polanski com o promotor original do caso. Em carta enviada também para os meios de comunicação, ela pede que a transcrição do julgamento de 1977 seja tornada pública. Os promotores tornaram secreto o depoimento do responsável pelo acordo, que teria rendido 48 dias de prisão ao cineasta francês. Caso isso venha à tona, comprovaria a tese do diretor de que ele teria sido sentenciado e cumprido a pena. O documento é um ataque ácido aos responsáveis atuais pelo processo. “Vocês e aqueles que vieram antes de vocês nunca me protegeram, vocês me trataram com desprezo, usando um crime cometido contra mim para promover suas próprias carreiras”, ela escreveu. Ela quer deixar todo esse escândalo para trás. Pessoalmente, considera que o cineasta de 83 anos já foi punido o suficiente por seu crime ao ficar longe de Hollywood por quatro décadas, e que ele deveria voltar aos Estados Unidos no fim da vida, sem temer morrer na prisão. Samantha tinha 13 anos quando Polanski foi acusado de drogá-la, durante uma sessão de fotos na casa de um amigo em Los Angeles, e posteriormente violentá-la. Ele confessou ter tido “relações sexuais ilegais” com a menor, mas negou o estupro em seu acordo com a promotoria, quando passou 48 dias preso em uma penitenciária do estado da Califórnia. Após o escândalo arrefecer, a vítima foi procurada por emissários do diretor, chegando a um acordo financeiro nos anos 1990. Ela teria recebido US$ 500 mil de indenização. Em 2013, publicou um livro contando sua história, intitulado “A Menina”. O depoimento do promotor do caso, que foi tornado secreto, é a peça-chave na ação do advogado de Polanski para encerrar o processo judicial. O advogado alega que o diretor só fugiu dos Estados Unidos após receber informação de que o já falecido juiz Laurence Rittenband teria renegado o acordo e dito aos promotores que tinha decidido prender Polanski por até 50 anos. Foi apenas após esse desdobramento que Polanski fugiu para a França, de onde não poderia ser extraditado por ser cidadão francês. E lá continuou filmando e conquistando reconhecimentos da indústria cinematográfica. Chegou até a vencer o Oscar nos EUA, por seu trabalho em “O Pianista” (2002). Só que o caso de quatro décadas não foi esquecido pela justiça americana, que, em 2009, conseguiu convencer a Suíça a prender o cineasta, quando ele desembarcou no país a caminho do Festival de Zurique. Polanski passou mais 334 dias sob custódia na Suíça, enquanto as autoridades dos EUA tentavam extraditá-lo. Entretanto, o caso repercutiu negativamente e, com o apoio da comunidade artística, Polanski lutou contra a extradição e ganhou, voltando para sua casa na França. Logo em seguida, foi premiado como Melhor Diretor no Festival de Berlim por “O Escritor Fantasma” (2010). Há quase dois anos, os Estados Unidos voltaram a solicitar a extradição de Polanski da justiça polonesa, depois de ele ter aparecido em Varsóvia, em 2014, planejando rodar um longa no país. Um tribunal distrital da cidade de Cracóvia, onde Polanski tem um apartamento, rejeitou o pedido em novembro de 2015. E, após o procurador-geral da Polônia pedir a anulação desse julgamento, argumentando que ser uma celebridade ajudou Polanski a escapar da justiça, a Suprema Corte do país encerrou definitivamente o caso, dando reconhecimento aos argumentos do diretor. O juiz observou que Polanski “já tinha cumprido sua sentença”. E é este argumento que o advogado de Polanski está usando para tentar dar um fim no caso nos EUA, incluindo no processo o acordo original do diretor com a promotoria do estado. O caso voltará a ser analisado em junho pela justiça da Califórnia.
Polônia encerra caso de extradição contra Polanski, considerando a pena cumprida
O Supremo Tribunal Federal da Polônia rejeitou na terça-feira (6/12) a reabertura do processo de extradição aos Estados Unidos do cineasta franco-polonês Roman Polanski pelo estupro de uma menor de idade em 1977. A corte rejeitou o recurso de cassação apresentado pelo ministro da Justiça da Polônia, Zbigniew Ziobro, o que encerra em definitivo o procedimento de extradição iniciado em 2014 a pedido da justiça americana. Com isso, Polanski poderá filmar à vontade no país de seus pais, sem receio de ser preso. O ator de 83 anos não compareceu à audiência, mas foi informado imediatamente por advogados por mensagem de texto. “Ele está em Paris, rodando um filme”, disse o advogado Jerzy Stachowicz. “O caso está encerrado na Polônia, na Suíça, na França. Esperamos que um dia também aconteça nos Estados Unidos.” Os Estados Unidos solicitaram a extradição de Polanski depois de ele ter aparecido em Varsóvia, em 2014, planejando rodar um longa no país. Um tribunal distrital da cidade de Cracóvia, onde Polanski tem um apartamento, rejeitou o pedido em novembro de 2015. Mas o governo da Polônia fundiu os cargos de procurador-geral e ministro da Justiça, abrindo caminho para solicitar uma anulação do veredicto da corte menor. No início deste ano, o procurador-geral pediu a anulação do julgamento, argumentando que ser uma celebridade ajudou Polanski a escapar da justiça. A Suprema Corte rejeitou o pedido de Ziobro nesta terça-feira. “Ele foi considerado sem fundamento”, disse o juiz Michal Laskowski. Ziobro disse em um comunicado que aceita e respeita a determinação. O juiz afirmou que uma decisão sobre a cassação não dizia respeito ao mérito do caso, mas apenas à legalidade do processo judicial. No entanto, ele observou que Polanski “já cumpriu sua sentença”. Enquanto o acordo com o tribunal americano previa 90 dias de prisão, o artista passou um total de 353 dias de detenção nos Estados Unidos e, mais recentemente, na Suíça – de acordo com um cálculo feito pelo tribunal da Califórnia, citado pelo juiz. Além disso, “38 anos se passaram desde o caso em questão, a parte lesada perdoou publicamente Polanski e este último lhe pagou a indenização que ela cobrava”, disse Laskowski. “Desde então, ele não teve problemas com a justiça. Há mais de 20 anos, leva uma vida familiar estável, trabalha e é um cidadão polonês de 83 anos de idade.” Polanski nasceu na França, que não extradita seus cidadãos, mas visita com frequência a Polônia, terra natal de sua família. Segundo seus advogados, nos últimos tempos ele deixou de viajar temendo ser preso. Por conta disso, desistiu de ir ao funeral do diretor Andrzej Wajda, seu amigo, que foi sepultado em outubro na Cracóvia, no mesmo cemitério que o pai de Polanski. O diretor é considerado foragido da Justiça nos EUA, após ser condenado por ter estuprado uma menor. Em 1977, quando tinha 43 anos, ele foi processado por ter embebedado e violentado Samantha Geimer durante uma sessão de fotos em sua casa. Na época, ela tinha 13 anos. Ele passou 42 dias na prisão depois de fazer um acordo, mas ao final do período fugiu dos EUA, antes do julgamento em definitivo, temendo uma pena longa se o acordo fosse anulado. A linha de defesa dos advogados poloneses consistiu em demonstrar que o pedido de extradição não tinha fundamento, levando em consideração o acordo e o tempo que Polanski passou na prisão, e depois em prisão domiciliar na Suíça, entre 2009 e 2010. Em 2013, Samantha Geimer publicou um livro contando sua história, intitulado “A Menina”. O cineasta atualmente filma a adaptação do premiado romance “Baseado em Fatos Reais”, de Delphine de Vigan, que será estrelada por sua esposa Emmanuelle Seigner e Eva Green (“O Lar das Crianças Peculiares”). E depois disso pretende voltar à Polônia para rodar “The Dreyfus Affair”, adaptação cinematográfica do livro “An Officer and a Spy”, de Robert Harris, que será seu segundo longa totalmente filmado no país, após “A Faca na Água” (1962), no começo de sua carreira.




