Sindicato dos Atores dos EUA proíbe filmagens de comédia por violação de protocolos da covid-19
O Sindicato dos Atores dos EUA, SAG-AFTRA, interrompeu as filmagens de uma comédia chamada “Courting Mom & Dad”, acusando os produtores de terem “falhado em cumprir as orientações de saúde das autoridades de Los Angeles e os protocolos da SAG-AFTRA em relação a covid-19, bem como com os regulamentos da Califórnia relacionados ao trabalho de menores de idade” O filme da produtora Revenge Movies é estrelado por Scott Baio (“See Dad Run”) e Kristy Swanson (“SEAL Team”) como um casal à beira do divórcio, cujos três filhos procuram a ajuda de um advogado para impedir a separação iminente. Em comunicado, o sindicato informou que os membros da SAG-AFTRA “estão instruídos a não realizar quaisquer serviços de atuação para esta produção até novo aviso”, observando que a aceitação de um emprego ou a prestação de serviços em “Courting Mom & Dad” pode ser considerada uma violação das regras sindicais, que podem resultar em ação disciplinar. O SAG-AFTRA não deu detalhes específicos sobre o que motivou a proibição de trabalho neste filme. A empresa de produção ainda não comentou o caso.
Sindicato dos Atores proíbe testes de Hollywood em hotéis e residências
O Sindicato dos Atores dos Estados Unidos, conhecido pela sigla SAG-AFTRA, resolveu proibir testes de elenco em quartos de hotel e residências particulares após as inúmeras denúncias de assédio sexual em Hollywood. O fim do atalho para o teste do sofá consta de um Código de Conduta publicado pela entidade nesta quinta (12/4). “O SAG-AFTRA se opõe que audições, entrevistas e reuniões profissionais similares sejam realizadas em quartos de hotel ou residências privadas”, diz o texto, publicado no site do sindicato. “Exortamos que produtores e outros responsáveis na tomada de decisões, com influência e controle da carreira profissional de outros, PAREM de ter essas reuniões profissionais nesses locais de alto risco e busquem alternativas de locais mais apropriados.” O sindicato também pediu para os agentes de talentos que tampouco marquem esse tipo de reunião para seus clientes, e recomendou aos atores que, caso seja impossível mudar o local, compareçam às reuniões acompanhados de uma pessoa de confiança. A proibição é uma forma de evitar a repetição de casos como o de Harvey Weinstein, que usava hotéis para abordar sexualmente jovens atrizes. A maioria das denúncias contra o produtor revelou que ele convidava atrizees para seu quarto de hotel com a desculpa de falar de trabalho e tirava a roupa, oferecia massagens, ou pedia que elas o vissem se masturbar, tudo com promessas de fama, ou ameaças de arruinar suas carreiras. Há também acusações sobre testes em residências, como as denúncias contra Steven Seagal, entre outros. “Estamos comprometidos a enfrentar o cenário que permitiu que predadores explorassem a portas fechadas várias atrizes sob a aparência de uma reunião profissional”, declarou Gabrielle Carteris, presidente do SAG-AFTRA, que representa 160 mil atores e outros profissionais do entretenimento e da mídia.
Lei da Califórnia que proibia IMDb de divulgar idade dos artistas é considerada inconstitucional
Um juiz federal declarou que a lei da Califórnia que impedia o site IMDb de revelar idade de atores é inconstitucional. O site, que traz fichas de filmes, séries e artistas, chegou a ser processado por uma atriz, que o acusou de prejudicar sua carreira por divulgar sua verdadeira idade. O juiz americano Vince Chhabria disse que a lei violou os direitos de a liberdade de imprensa e expressão garantidos pela Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos. A decisão foi favorável ao site, por não considerar a censura uma forma de combate à discriminação de idade que existe em Hollywood. “A regulação da fala deve ser o último recurso”, escreveu o juiz de São Francisco. “A Califórnia não mostrou que adotou uma medida” realmente necessária “para combater a discriminação da idade”. A lei havia sido aprovada em 2016. Na ocasião, teve apoio do SAG-AFTRA, o Sindicato dos Atores dos Estados Unidos, que planeja recorrer da decisão. “O SAG-AFTRA está extremamente desapontada com a decisão de hoje”, disse o conselheiro geral Duncan Crabtree-Ireland em um comunicado. “O tribunal, infelizmente, não consegue entender ou reconhecer o impacto maciço que o gênero e a discriminação por idade têm sobre todos artistas no meio”. A defesa da censura pelo sindicato é curiosa, uma vez que foge do enfrentamento contra produtores que já estão na mira do movimento #MeToo por assediar jovens atrizes. Em vez disso, o sindicato se posiciona a favor do jeitinho, ou seja, de mentir a idade para escapar da discriminação. Desde outubro do ano passado, a mídia americana tem servido para desnudar escândalos abafados por décadas de arbitrariedades e jeitinhos nunca denunciados pelo próprio sindicato. Este ano, a Academia quebrou o recorde de ator mais velho no Oscar, ao indicar Christopher Plummer aos 89 anos, por “Todo o Dinheiro do Mundo”. Vale lembrar que ele venceu o Oscar aos 82 anos, por “Toda Forma de Amor”, em 2012. Além disso, a cineasta belga Agnès Varda, sete meses mais velha, disputa o Oscar de Melhor Documentário por seu filme “Visages Villages”. Nenhum dos dois esconde sua idade. E justamente por causa disso quebram muitos preconceitos de idade.
Sindicato dos Atores de Hollywood entra em greve contra a indústria dos games
O Sindicato dos Atores dos Estados Unidos e a Associação Americana de Artistas de Rádio e TV, mais conhecidos pela sigla SAG-Aftra, decretaram greve na sexta-feira (21/10), paralisando todos os trabalhos em andamento para a indústria dos videogames. A decisão ocorreu depois de 19 meses de negociação, sem avançar na discussão de melhores salários, condições de trabalho e sindicalização dos artistas contratados para participar de games. O impasse ocorre no momento em que as empresas desenvolvedoras de games têm, cada vez mais, contratado atores profissionais para captar movimentos e expressões, fazer dublagens ou até mesmo ceder seus direitos de imagem para criar personagens a partir de astros populares. Segundo o site Deadline, embora o mercado tem crescido com participações de artistas como Kiefer Sutherland, Kevin Spacey, Neil Patrick Harris, Mila Kunis, Ellen Page, Christopher Walken, Liam Neeson, John Goodman e Martin Sheen, entre outros, apenas 25% dos jogos contratam artistas sindicalizados. Entre as reivindicações feitas pelo SAG-Aftra, estão a participação no lucro dos jogos de sucesso comercial, melhores condições de dublagem, com redução das sessões de gravação sem perda de remuneração. Segundo os atores, as dublagens têm demandado cada vez mais esforços e há relatos de desmaios durante as sessões, profissionais vomitando e perdendo a voz por um dia até várias semanas. O relato apocalíptico, entretanto, fica hollywoodiano quando se repara que atualmente a carga de trabalho é de 4 horas por dia e o sindicato quer que ela se torne apenas 2 horas – “sem perda de remuneração”. A transparência nos contratos é outra reivindicação. O sindicato afirma que os atores são mal informados sobre o projeto que irão trabalhar e que há relatos de profissionais que, durante a sessão de trabalho, são solicitados a gravarem cenas de sexo simulado e insultos raciais, sem um consentimento prévio. Com a greve, grandes empresas são atingidas, como a Disney, Warner Bros., Blizzard, EA (Electronic Arts), Activision e Take Two. As companhias de games tentaram negociar outros termos, mas o SAG-Aftra não aceitou. A paralisação afeta grandes produções da indústria. Afinal, os jogos mais sofisticados levam anos para serem feitos e chegar ao mercado, e empregam um grande número de atores durante o processo de desenvolvimento. “É uma questão de justiça e da capacidade dos artistas para sobreviver nesta indústria”, diz um documento escrito pelas duas associações. A greve iniciada no fim de semana será a maior paralisação de Hollywood desde a greve do WGA, o Sindicato dos Roteiristas dos EUA, que durou cerca de 100 dias, entre 2007 e 2008, afetando várias séries, que tiveram temporadas encurtadas e até mudanças nas tramas, além de adiamentos na produção de filmes. Na época, o jornal The New York Times estimou que aquela greve gerou prejuízos de US$ 2 bilhões à economia de Los Angeles.



