Kim Ki-duk (1960 – 2020)
O polêmico cineasta sul-coreano Kim Ki-duk morreu de complicações decorrentes de covid-19 na madrugada desta sexta (11/12), num hospital da Letônia, aos 59 anos. Ele teria viajado para o país báltico com a intenção de comprar uma casa e obter uma autorização de residência. A notícia foi confirmada por Vitaly Mansky, o documentarista russo que mora na Letônia e dirige o ArtDocFest local, e o Ministério de Relações Exteriores da Coreia do Sul foi citado como tendo confirmado a morte do diretor em reportagens da mídia coreana. Nascido em 20 de dezembro de 1960, em Bonghwa, Coreia do Sul, Kim se estabeleceu como autor de cinema de arte premiado, com filmes de temas sombrios e polêmicos, sempre em evidência no circuito dos festivais internacionais. Mas nos últimos anos vivia um ostracismo forçado, após ser acusado de má conduta sexual por atrizes com quem trabalhou, durante a mudança sísmica da indústria cinematográfica, decorrente do movimento #MeToo. Ele sempre foi queridinho dos festivais europeus, fazendo premières no continente desde sua estreia cinematográfica de 1996. Seu debut de baixo orçamento, “Crocodile”, foi lançado no Festival Karlovy Vary, na Reública Tcheca, assim como os dois longas seguintes, “Animais Selvagens” (1997) e “Paran Daemun” (1998). Sua consagração veio com o quarto lançamento, “A Ilha” (2000), premiado nos festivais de Veneza, Bruxelas e Fantasporto. “A Ilha” também ganhou notoriedade por suas cenas terríveis de violência, inclusive contra animais – supostamente reais – , e conteúdo abertamente indigesto, um padrão que se tornaria marca do diretor. Reza a lenda que, durante a exibição em Veneza, o público abandonou as sessões entre surtos de vômitos e desmaios. O longa nunca foi exibido no Reino Unido, onde teve a projeção proibida. Também recebeu críticas extremamente negativas da imprensa sul-coreana, que o considerou de péssimo gosto. Mas os elogios europeus acabaram prevalecendo e a controvérsia ajudou a projetar seu nome. “Endereço Desconhecido” (2001) levou-o de volta a Veneza, “Bad Guy” (2001) inaugurou sua relação com o Festival de Berlim e “The Coast Guard” (2002) lhe rendeu três troféus em Karlovy Vary. Mas o filme que realmente o popularizou entre os cinéfilos acabou não tendo nada a ver com os caminhos que ele vinha trilhando. “Primavera, Verão, Outono, Inverno… e Primavera” (2003) abordava um mosteiro budista que flutuava num lago em meio a uma floresta intocada, e representava uma suavidade inédita em sua carreira. Venceu o Leopardo de Ouro e mais quatro troféus no Festival de Locarno, além do Prêmio do Público no Festival de San Sebástian, e graças à repercussão amplamente positiva – sem nenhum resquício de polêmica – conseguiu distribuição internacional da Sony. Só que seu lançamento seguinte voltou a mergulhar no horror. “Samaritana” (2004) acompanhava um prostituta amadora numa história de amor, morte e desespero, apontando um guinada sexual para o sadismo do diretor. Foi o começo de uma radicalização, que, no entanto, não se deu de uma hora para outra. Kim Ki-duk seguiu alimentando sua fama com a conquista do Leão de Prata de Melhor Diretor por “Casa Vazia” (2004), no Festival de Veneza. Ele ainda adentrou o Festival de Cannes com “O Arco” (2005), antes de retomar o cinema extremo com “Time – O Amor Contra a Passagem do Tempo” (2006), sobre uma mulher que decide sofrer cirurgia plástica extensa para salvar seu relacionamento. Este filme passou e foi premiado apenas em festivais de terror, como Fantasporto e Sitges. Após um par de dramas românticos incomuns, ele realizou seu primeiro documentário, “Arirang” (2011), refletindo sobre sua própria carreira. A obra autocongratulatória venceu a mostra Um Certo Olhar no Festival de Cannes. Só que o sangue voltou a rolar logo em seguida, no impressionante “Pieta” (2012). O filme venceu o Leão de Ouro, mas causou muita controvérsia devido a uma cena forte de estupro. Alguns espectadores abandonaram a première em Veneza, diante dos desdobramentos da relação entre um violento cobrador de dívidas, que fere devedores de forma brutal, e uma mulher que afirma ser sua mãe. Kim Ki-duk disse que as cenas polêmicas eram uma metáfora do capitalismo. A premiação de “Pieta” serviu de incentivo para o diretor explorar ainda mais seu sadismo cinematográfico. O lançamento seguinte, “Moebius”, foi recusado nos cinemas sul-coreanos, pelo conteúdo com incesto, castração e outras formas de situações “impróprias”, segundo a Korea Media Rating Board (KMRB), responsável pela classificação etária dos filmes no país. A trama apresentava uma família destrutiva, questionando os seus desejos sexuais básicos. “One On One” (2014) buscou mais violência, com o assassinato em série de suspeitos da morte de uma jovem estudante. Dividido entre o desejo dos fãs por filmes cada vez mais radicais e a falta de interesse dos festivais na brutalidade gratuita, a carreira de Ki-duk acabou à deriva, como o protagonista de seu filme “A Rede” (2016), encontrado perdido entre as Coreias do Norte e do Sul. Uma reviravolta marcou o lançamento de “Humano, Espaço, Tempo e Humano” (2018) no Festival de Berlim, que foi marcado por protestos – não por imagens terríveis, mas pelo homem atrás das câmeras. Kim deixou de ser um cineasta de cenas sádicas para virar um cineasta sádico, ao ser condenado por agressão contra uma atriz durante as filmagens de “Moebius” (2013). A vítima, cuja identidade foi mantida em sigilo, acusou Kim em 2017 de lhe dar três tapas e forçá-la a realizar cenas sexuais sem roupa, que não estavam no roteiro, nos bastidores da produção. A acusadora afirmou que Kim forçou-a a pegar o pênis de um ator, apesar de uma garantia anterior de que uma prótese seria usada. Devido a seus protestos, ela foi substituída por outra atriz no filme. O que a levou a entrar na justiça. Um tribunal sul-coreano multou Kim em US$ 4,6 mil por agressão, mas os promotores não consideraram as acusações de abuso sexual citando a falta de provas. Foi uma quantia irrisória. Mas custou sua carreira. Kim tentou aproveitar o palco oferecido pelo Festival de Berlim para se defender, afirmando que os tapas foram dados como instruções para atuação. Mas, logo em seguida, mais duas atrizes denunciaram abusos ainda piores cometidos pelo diretor. Uma delas disse que Kim exigiu vê-la nua durante um processo “humilhante” de seleção, enquanto a outra contou que Kim e seu ator favorito, Cho Jae-hyeon, a estupraram após convocá-la para um encontro num hotel para “discutir detalhes de um roteiro”. O diretor ainda conseguiu exibir seu último filme, “Din” (2019), no Festival de Cannes, mas não houve interessados para lançá-lo comercialmente. Inconformado, ele tentou processar as atrizes denunciantes. Fracassou. As últimas notícias afirmavam que ele tinha entrado em depressão profunda e não tinha nenhum trabalho em desenvolvimento.
Kevin James surpreende com papel de vilão sádico em suspense ultraviolento
A distribuidora indie Quiver lançou nesta sexta (5/6) nos EUA o candidato a cult “Becky”, um suspense ultraviolento de baixo orçamento, que se diferencia da vasta quantidade de títulos similares em VOD pelo elenco famoso e inesperado. Para começar, o vilão é vivido pelo comediante Kevin James (“Segurança de Shopping”), que não só desempenha um raro papel dramático como o interpreta com excesso de sadismo. Ele encarna o líder de uma gangue neonazista que invade a casa de uma família para torturar os pais da personagem-título, uma adolescente rebelde que conhece o paradeiro de algo que os criminosos procuram. Outro comediante, Joel McHale (“Community”), vive o pai, enquanto Amanda Brugel (“The Handmaid’s Tale”) interpreta a madrasta. Mas o grande destaque da produção é Lulu Wilson, que já tinha chamado atenção em “Objetos Cortantes”, “A Maldição da Residência Hill” e “Annabelle 2: A Criação do Mal”. Com apenas 15 anos, ela tem uma filmografia maior que muitos veteranos e pode ser considerada o principal atrativo da produção. Na trama, Lulu é a terrível Becky, que dá enorme trabalho para os pais. Mas por pior que se comporte, isso não é nada perto do que a mini-Rambo faz com os invasores. Além de “Rambo”, outra comparação possível é com o Kevin de “Esqueceram de Mim”, num contexto de terror de sobrevivência. Filme B assumido em todos os seus exageros viscerais, “Becky” é o terceiro longa da dupla Cary Murnion e Jonathan Milott, que também assina os cultuados “Cooties: A Epidemia” (2014), com Elijah Wood, e “Ataque a Bushwick” (2017), com Dave Bautista. Ainda sem previsão para chegar ao Brasil, “Becky” dividiu a crítica, agradando mais aos jornalistas profissionais (67% de aprovação dos críticos top do Rotten Tomatoes) que aos blogueiros amadores (57%). Ficou curioso? Confira abaixo o trailer e o pôster, divulgados no começo da semana.
Clássico sádico e polêmico, A Vingança de Jennifer ganhará continuação
Um dos filmes mais violentos e polêmicos dos Estados Unidos vai ganhar continuação, 40 anos depois de sua estreia. Lançado em 1978, “A Vingança de Jennifer” (I Spit on Your Grave) provocou a ira dos críticos e do público, ao mesmo tempo em que entrou na história do cinema e virou cultuadíssimo pelos fãs de terror slasher, ao mostrar como uma vítima de estupro caçava e matava, com requintes de crueldade, os cinco homens que a atacaram. Segundo o site Bloody Disgusting, a continuação será chamada de “I Spit on Your Grave: Deja Vu” e voltará a trazer a atriz Camille Keaton de volta ao papel de Jennifer. Quatro décadas depois, a personagem se tornou uma autora de best-seller com uma filha adolescente, Christy, em Nova York. A trama trará a dupla de mãe e filha “caçada” pela família dos homens que Jennifer matou no primeiro filme. Até o diretor original, o isralense Meir Zarchi, estará de volta para a sequência, apesar de só ter dirigido mais um filme depois da polêmica de “A Vingança de Jennifer” – “Family and Honor”, em 1985. A continuação irá ignorar o remake feito em 2010, que foi lançado com o título de “Doce Vingança” no Brasil. Esse remake, por sinal, também teve continuações, em 2013, e 2015. Ainda não há previsão de lançamento para “I Spit on Your Grave: Deja Vu”.
Brimstone: Dakota Fanning enfrenta pastor sádico em trailer violento de western europeu
A Momentum Pictures divulgou os pôsteres, novas fotos e o trailer de “Brimstone”, western europeu estrelado por Dakota Fanning (“Movimentos Noturnos”), Guy Pearce (“The Rover – A Caçada”) e Kit Harington (série “Game of Thrones”). Primeiro filme falado em inglês do cineasta holandês Martin Koolhoven (“AmnesiA”), “Brimstone” conta a história de uma mulher muda chamada Liz (Fanning), vítima do sadismo exacerbado de um pastor cruel (Pearce), que ao reencontrar o torturador planeja sua vingança. O elenco também inclui a inglesa Emilia Jones (“High-Rise”), a suiça Carla Juri (“Zonas Úmidas”), a sueca Vera Vitali (“Blind”) e a holandesa Carise Van Hotten (também de “Game of Thrones). O filme teve première no Festival de Veneza e estreia em 10 de março nos EUA. Não há previsão para seu lançamento no Brasil. Clique nas imagens abaixo para ampliá-las e aproveite para ver outras fotos e três cenas do filme aqui.
The Walking Dead: Estreia da temporada foi tão violenta que inspirou campanha por boicote e censura nos EUA
A estreia da 7ª temporada de “The Walking Dead” foi uma das horas mais brutais já vistas na TV americana, lembrando a todos que, apesar de produzida para a televisão, trata-se de uma trama de terror visceral. E não apenas por ter zumbis. Mas se os esfacelamentos de miolos, mostrados em detalhes sanguinolentos, satisfez o apetite dos fãs pelo clima de desesperança que caracteriza a produção, também disparou alarmes da organização mais atuante na vigília da programação televisiva dos EUA. O Parents Television Council (conselho televisivo de pais) criticou ferozmente o episódio e ameaçou com a sugestão de um boicote contra o canal pago AMC, e pedido de maior censura na televisão americana. “A estréia da temporada de ‘The Walking Dead’ foi um dos programas mais graficamente violentos que já vimos na televisão”, avaliou o presidente da PTC, Tim Winter, em comunicado. “Não é o suficiente ‘mudar de canal’, como algumas pessoas gostam de dizer, porque assinantes de TV paga – independentemente de se eles querem a AMC ou assistir à sua programação – ainda são forçados a subsidiar conteúdo violento. Este programa brutalmente explícito é uma poderosa demonstração de porque as famílias devem ter um maior controle sobre os canais que compram nos pacotes de seus provedores de cabo e satélite.” Em entrevista ao site The Hollywood Reporter, Winder disse que o episódio inteiro, “do início ao fim”, “estabeleceu um novo limite” para a violência na TV paga básica, lembrando que o AMC não é premium nos EUA como a HBO, que nunca foi tão longe. Ele observou especialmente que, embora o episódio tenha sido exibido com avisos constantes de classificação “MA” (Mature Audiencies, ou seja, para público adulto), sua violência “levanta a questão se não deveria haver uma classificação acima de MA”, que ele passou a defender, como forma de censurar o conteúdo da série. “Programas com conteúdo violento já provaram ser prejudiciais, especialmente para as crianças, e a maioria dos pais concorda que ter um maior controle sobre o conteúdo violento que entra em suas casas é vital para proteger a sua família”, disse ele. “Quando um canal a cabo de pacote básico, como AMC, supera as redes premium em termos de conteúdo explícito, os consumidores devem pressionar por um maior controle sobre o que compram e o que não querem comprar”.
Brimstone: Veja três cenas e dez fotos do western ultraviolento estrelado por Dakota Fanning
Com a première de “Brimstone” no Festival de Veneza, a Paradiso Entertainment divulgou três cenas e dez fotos do filme, dirigido pelo holandês Martin Koolhoven (“AmnesiA”). As prévias dão uma mostra do clima tenso, sádico e ultraviolento da produção, com cenas de tortura psicológica, um assassinato escatológico e o açoitamento de uma mulher. Primeiro filme falado em inglês do cineasta, que também assina o roteiro, “Brimstone” conta a história de sobrevivência de uma mulher muda chamada Liz, interpretada por Dakota Fanning (“Movimentos Noturnos”). Na trama, ela é vítima da violência exacerbada de um padre vingativo, vivido por Guy Pearce (“The Rover – A Caçada”), e sofre na carne tormentos de um inferno na Terra. O elen co também inclui os ingleses Kit Harington (série “Game of Thrones”) e Emilia Jones (“High-Rise”), a suiça Carla Juri (“Zonas Úmidas”), a sueca Vera Vitali (“Blind”) e a holandesa Carise Van Hotten (também de “Game of Thrones). Após Veneza, o filme ainda será exibido nos festivais de Toronto e Londres, mas ainda não tem previsão de estreia comercial.
Veneza: Dakota Fanning sofre horrores em western sádico “feminista”
Até parece que western feminista é novidade, pela recepção de parte da crítica a “Brimstone” no Festival de Veneza. Feminismo dirigido por um homem? Hollywood faz isso desde os anos 1950, com “Johnny Guitar”, do mestre Nicholas Ray, cujo cartaz trazia Joan Crawford de roupa “masculina” (calças e botas) e prestes a tirar o revólver do coldre. Mas foi assim que o diretor holandês Martin Koolhoven (“AmnesiA”) vendeu “Brimstone”, durante a entrevista coletiva do Festival de Veneza, onde disse ter escolhido mostrar “uma mulher no papel principal para finalmente apresentar o universo masculino do Velho Oeste sob o ponto de vista feminino”. Se sadismo puder ser confundido com “ponto de vista feminino”, é claro. “Brimstone” é o primeiro filme falado em inglês do cineasta, e o tema não poderia ser mais americano: uma história de vingança passada no Velho Oeste. “Sempre fui muito fã do gênero, mas também fiquei um pouco intimidado, porque há muitos grandes filmes de western”, explicou Koolhoven. Além de dirigir, ele assina o roteiro, que conta a história de sobrevivência de uma mulher muda chamada Liz, interpretada por Dakota Fanning (“Movimentos Noturnos”). Na trama, ela é vítima da violência exacerbada de um padre vingativo, vivido por Guy Pearce (“The Rover – A Caçada”), e sofre na carne tormentos de um inferno na Terra. Segundo Fanning, os horrores da tela foram prazerosos, na hora de filmar. “Todo o filme foi uma aventura completamente nova para mim, porque nunca vi nada parecido, então fiquei feliz em poder participar deste desafio. Acho que todos nos superamos, encontrando novos limites, e adoro isso, porque não gosto de coisas fáceis”, disse a atriz, que apesar da longa filmografia ainda tem apenas 22 anos. Os créditos da produção revelam financiamento de empresas de meia dúzia de países europeus, quase num reflexo da escalação do elenco, que também inclui os ingleses Kit Harington (série “Game of Thrones”) e Emilia Jones (“High-Rise”), a suiça Carla Juri (“Zonas Úmidas”), a sueca Vera Vitali (“Blind”) e a holandesa Carise Van Hotten (também de “Game of Thrones). Não deve ser mera coincidência, mas Koolhoven valorizou a coprodução por lhe permitir mais flexibilidade “para fazer o que quisesse”, do que, na sua opinião, se o filme fosse realizado por um estúdio americano. As locações também aconteceram na Europa, como nos velhos tempos dos spaghetti western. Mas o que se vê em “Brimstone” ultrapassa até a ultraviolência dos clássicos de Sam Peckinpah. É torture porn. Pior: torture porn com menores. A jovem Emilia Jones, que aos 14 anos interpretou a versão infantil da heroína, revelou que algumas das cenas eram tão violentas que Guy Pearce hesitou em fazer o que estava previsto no roteiro. “Mas eram muito importantes para o roteiro e, no momento em que falavam ‘corta’, ele me abraçava e pedia desculpas”, disse. “Seria moralmente duvidoso filmar a violência de forma suave”, justificou-se o diretor. “Tem que ser desconfortável, e se for muito fácil de ver, então fiz algo errado”, completou. Filme sádico, repleto de violência contra mulheres, e que se define “feminista”… De todo modo, a fotografia em grande scope, a estrutura narrativa inversa (a história acontece de trás para frente, sem avisos) e os arroubos estilísticos são de fato tecnicamente impressionantes.
Filme promete a maior orgia já vista no cinema brasileiro
O filme “A Filosofia na Alcova”, adaptação do clássico literário homônimo, dirigido por Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez, vai incluir uma cena em que 60 pessoas participam de uma orgia. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o número de envolvidos na cena de sexo é recorde nacional, até mesmo diante da voracidade das produções da era da pornochanchada. A cena traz diversos figurantes nus e entretidos com apetrechos sadomasoquistas. “A gente anunciou nas redes sociais e aí foi aparecendo gente”, disse Ivan Cabral, em entrevista à Folha. “A ideia não era fazer um filme explícito, mas os atores se entregaram, uns treparam para valer”, completou. “Filosofia na Alcova” é baseado no romance publicado clandestinamente pelo Marquês de Sade sobre dois libertinos, que se propõem a ensinar educação sexual a uma garota virgem. Tendo como pano de fundo a França revolucionária, a obra popularizou o vocabulário sadomasoquista com conceitos derivados da aristocracia da época, como “posição” e “submissão”. A adaptação brasileira, porém, é passada em São Paulo e irá contrastar os trajes e costumes do século 18 com o mundo contemporâneo, em que limusines trafegam cheias de jovens nus, mas charretes ainda resistem, puxadas por escravos gêmeos. Segundo Vasquez, a ideia foi “fugir do realismo que marca o cinema brasileiro”, valorizando a linguagem teatral. Este é o segundo longa de Cabral e Vázquez, fundadores da companhia de teatro experimental Os Satyros, após a estreia com “Hipóteses Para o Amor e a Verdade”, lançado em agosto de 2015. Eles planejam filmar seu terceiro filme ainda em 2016: “Pessoas Perfeitas”, baseado num texto original do grupo teatral. “Filosofia na Alcova” não tem previsão de estreia comercial, mas deve participar de festivais antes de encarar o circuito.






