José Padilha vai produzir filme sobre o rapper Sabotage
A produtora Zazen, do cineasta José Padilha (“Tropa de Elite”), vai realizar um filme sobre a vida do rapper paulista Sabotage, nome artístico de Mauro Mateus dos Santos Filho. Orçado em R$ 9 milhões, o longa-metragem vai chegar aos cinemas em 2020, 17 anos após a morte do cantor, uma das figuras mais importantes do rap nacional. Sabotage inspirou milhares de jovens ao gravar um rap consciente e carregado de realidade. Ela saiu do tráfico para criar rimas sobre a vida violenta na periferia e lançou um álbum elogiadíssimo em 2000, “Rap É Compromisso!”. Com a carreira em ascensão, chegou a participar dos filmes “O Invasor” (2002), dirigido por Beto Brant, e do premiado “Carandiru” (2003), de Hector Babenco. Mas foi alvejado com quatro tiros em via pública, após deixar sua esposa no trabalho, na manhã de 24 de janeiro de 2003. O suspeito Sirlei Menezes da Silva tentou colocar a culpa no PCC, mas acabou condenado a 14 anos de prisão pelo assassinato do artista. Relembre abaixo o clipe “Um Bom Lugar”, uma das músicas mais conhecidas do rapper, que teve entre seus diretores Beto Brant.
In-Edit protesta contra decreto de liberação de armas em vídeo oficial do festival
O vídeo que divulga o In-Edit Brasil, Festival Internacional do Documentário Musical que começa na quarta (12/6) em São Paulo, traz um mensagem embutida contra o Projeto de Decreto n° 9785, de 2019, que facilita a venda de armas de fogo para a população brasileira. A peça traz imagens de quatro músicos que perderam suas vidas após receberem tiros: Sabotage, MC Daleste, Speedfreaks e Evaldo Rosa. Eles aparecem em meio de imagens de munição, com os rostos formados por uma montagem de balas. Sabotage foi morto por quatro tiros, em São Paulo, em janeiro de 2003, aos 29 anos, após provocar uma revolução no rap nacional com seu primeiro álbum solo, “Rap é Compromisso”, além de ter atuado nos filmes “Carandiru” e “O Invasor”. MC Daleste foi morto durante uma apresentação, em Paulínia, em 2013, aos 20 anos. Um dos precursores do funk paulista, ajudou a popularizar o gênero com canções como “Angra dos Reis”, “Água na Boca” e “Mina de Vermelho”. Speedfreaks foi encontrado em um valão, com marcas de tiros, em Niterói, em 2010, aos 36 anos. Considerado um dos pioneiros do hip-hop no Rio de Janeiro, gravou com Black Alien, Planet Hemp, Fernanda Abreu e Marcelo D2, entre outros, e teve canções remixadas por artistas como Afrika Bambaataa e Fat Boy Slim. Evaldo Rosa teve o carro alvejado por mais de 200 tiros, dados por militares do Exército, em frente ao quartel de Guadalupe, no Rio de Janeiro, quando passeava com sua família em abril passado, aos 51 anos. Era cavaquinista no grupo de pagode Remelexo da Cor. Todos eles deixaram um vazio enorme em suas famílias e no mundo artístico. Com esta ação, o In-Edit Brasil pretende convidar a sociedade a refletir melhor sobre o decreto e também se posicionar em pesquisa do Portal e-Cidadania do Senado Federal – este é o link para para dar sua opinião. Veja o vídeo abaixo.
Mostra exibe filmes clássicos de hip-hop em São Paulo
A 3ª Mostra de Filme Hip-Hop vai exibir 14 filmes dedicados ou inspirados pelo gênero musical no CineSesc, em São Paulo, com entrada gratuita a partir desta quarta (28/9). A abertura acontece com “Wave Twisters” (2001), de Syd Garon e Eric Henry, o primeira longa de animação do hip-hop. Mas a maior parte da seleção foca a “old school”, com filmes clássicos dos anos 1980. Há, por exemplo, “Breakin'” (1984), que revelou Ice-T, “Krush Groove” (1985), estrelado por Run-DMC, LL Cool J, Kurtis Blow, Fat Boys e Beastie Boys, e “Beat Street – A Loucura do Ritmo” (1984), que tem uma história não muito diferente da série “Get Down” e traz o lendário b-boy Crazy Legs mostrando porque é considerado o maior dançarino de break de todos os tempos e… Vin Diesel como figurante! Além disso, há o documentário mais recente dos Beastie Boys, “Awesome; I Fuckin’ Shot That!” (2006), que registra um show do trio em Nova York, e um filme de Adam Yauch, o integrante falecido da banda, “Gunnin’ for that #1 Shot”, sobre um time de basquete. A mostra, que tem curadoria do ex-VJ da MTV Rodrigo Brandão, também presta homenagem a Bobbito Garcia, lendário radialista, jogador de basquete de rua e cineasta, com três de seus filmes. E fecha, no dia 5 de outubro, lembrando um ícone do rap brasileiro, com o doc “Sabotage: Maestro do Canão” (2015), de Ivan Vale Ferreira.

