Estrela de Vicky Cristina Barcelona anuncia que não trabalhará mais com Woody Allen
A atriz Rebecca Hall, estrela de um dos maiores sucessos da carreira de Woody Allen, “Vicky Cristina Barcelona” (2008), anunciou que não trabalhará mais com o diretor. Ela acaba de filmar novamente com o cineasta, num papel em seu próximo filme, “A Rainy Day in New York”. A estrela britânica fez o anúncio em seu Instagram, um mês depois de Dylan Farrow, filha do diretor, escrever que sentia raiva de Hollywood e especialmente das atrizes que continuavam a apoiar seu pai, que ela acusa de abuso sexual. “Depois de ler e reler as declarações de Dylan Farrow alguns dias atrás e voltar e ler as mais antigas, eu vejo que este assunto não só é muito complicado, mas que minhas ações fizeram outra mulher se sentir silenciada e subestimada”, Hall escreveu. “Isso não é algo com o qual eu possa ficar bem no momento atual ou mesmo em qualquer momento, e estou profundamente arrependida”. Ela comentou a sensação surreal de trabalhar com Allen em meio à explosão do escândalo de Weinstein. “No dia seguinte em que a acusação contra Weinstein explodiu, eu estava filmando o último filme de Woody Allen em Nova York. Eu não podia imaginar estar num lugar mais estranho naquele dia. Quando me convidaram a filmá-lo, há cerca de sete meses, eu rapidamente disse que sim. Ele me deu um dos meus primeiros papéis significativos no cinema, pelo qual sempre fui grata, e era um dia de trabalho na minha cidade natal – fácil. Agora, porém, percebemos que não havia nada fácil nisso”. Ela conclui: “Lamento esta decisão e não farei mais isso”. Além de anunciar que não voltará a trabalhar com Woody Allen, ela declarou que doará o que recebeu para filmar “A Rainy Day in New York” para o fundo do movimento Time’s Up, criado para pagar despesas jurídicas de processos de assédio sexual. Hall é a terceira atriz a declarar que não trabalhará mais com Woody Allen, após Greta Gerwig, que participou de “Para Roma, Com Amor” (2012), e Mira Sorvino, que venceu o Oscar por seu trabalho em “Poderosa Afrodite” (1995), do diretor. O novo filme de Allen traz em seu elenco Timothée Chalamet (“Me Chame pelo Seu Nome”), Selena Gomez (“Spring Breakers”), Jude Law (“Rei Arthur: A Lenda da Espada”), Elle Fanning (“Demônio de Neon”), Liev Schreiber (série “Ray Donovan”) e Diego Luna (“Rogue One”). Ainda não há previsão para a estreia. The day after the Weinstein accusation broke in full force I was shooting a day of work on Woody Allen’s latest movie in New York. I couldn’t have imagined somewhere stranger to be that day. When asked to do so, some seven months ago, I quickly said yes. He gave me one of my first significant roles in film for which I have always been grateful, it was one day in my hometown – easy. I have, however subsequently realized there is nothing easy about any of this. In the weeks following I have thought very deeply about this decision, and remain conflicted and saddened. After reading and re-reading Dylan Farrow’s statements of a few days ago and going back and reading the older ones – I see, not only how complicated this matter is, but that my actions have made another woman feel silenced and dismissed. That is not something that sits easily with me in the current or indeed any moment, and I am profoundly sorry. I regret this decision and wouldn’t make the same one today. It’s a small gesture and not one intended as close to compensation but I’ve donated my wage to @timesup. I’ve also signed up, will continue to donate, and look forward to working with and being part of this positive movement towards change not just in Hollywood but hopefully everywhere. #timesup Uma publicação compartilhada por Rebecca Hall (@rebeccahall) em 12 de Jan, 2018 às 2:08 PST
Greta Gerwig diz que não voltará a trabalhar com Woody Allen
Em meio ao clima de denúncias de assédios em Hollywood, a atriz, roteirista e diretora Greta Gerwig, responsável pelo filme indie do ano, “Lady Bird”, anunciou que não voltará mais a trabalhar para Woody Allen. Ela atuou em “Para Roma com amor”, filme de 2012 do diretor, e foi pressionada a se manifestar sobre o cineasta durante as entrevistas que se seguiram ao Globo de Ouro 2018. Woody Allen é acusado de abuso sexual por sua filha adotiva Dylan Farrow. O diretor sempre negou as acusações, alegando que a história foi inventada pela ex-esposa Mia Farrow. O caso dividiu a família, com pelo menos um filho adotivo de Allen e Farrow ficando ao lado do diretor, enquanto o filho biológico do casal, Ronan Farrow, rompeu com o pai e se tornou ativista contra o abuso sexual — foram dele as matérias da revista New Yorker que denunciaram o produtor Harvey Weinstein. Gerwig comentou o caso após uma pergunta sobre o possível efeito de denúncias no legado artístico e futuras oportunidades de trabalho dos acusados, durante uma mesa redonda online do jornal New York Times. “Eu queria falar especificamente sobre Woody Allen, pois me fizeram essa pergunta algumas vezes recentemente. É algo que levo muito a sério e venho pensando muito sobre, então tive tempo de organizar meus pensamentos e dizer o que quero dizer. Só posso falar por mim mesma e cheguei a essa conclusão: Se eu soubesse na época o que sei hoje, não teria atuado no filme.Não trabalhei com ele desde então e não voltarei a trabalhar com ele”. Gerwig mencionou diretamente dois artigos escritos por Dylan Farrow, o de 2014 e outro de outubro de 2017, no qual ela critica o movimento #metoo por poupar Allen e cita especificamente atrizes que trabalharam com ele, como Gerwig, Kate Winslet e Blake Lively. “Os dois artigos de Dylan Farrow me fizeram perceber que eu havia agravado a dor de outra mulher e eu fiquei arrasada com isso”, disse a atriz. “Eu cresci com os filmes dele e eles me formaram enquanto artista, esse é um fato que não posso mudar. Mas posso tomar decisões diferentes de agora em diante.”
Impeachment de Donald Trump será tema da 2ª temporada de The Good Fight
A série “The Good Fight” vai investigar como fazer o Impeachment de Donald Trump. Os produtores Michelle e Robert King revelaram, durante o evento de imprensa semestral da TCA (Television Critics Association), que este será um dos temas das 2ª temporada do spin-off de “The Good Wife” na plataforma de streaming CBS All Access. Na trama, o comitê do Partido Democrata consulta algumas firmas jurídicas sobre a possibilidade de tirar Trump da Casa Branca. Entretanto, a história não será desenvolvida como ficção especulativa. O tema de um Impeachment hipotético renderá debates e análises de situações reais, mas nenhuma paródia de Trump aparecerá num tribunal, tendo que enfrentar Diane Lockhart (a personagem de Christine Baranski). Ainda assim, os absurdos do presidente americano estarão no centro das conversas. Além disto, “The Good Fight” também abordará os escândalos sexuais de Hollywood. Numa história inspirada pelo esforço de Ronan Farrow para denunciar Harvey Weinstein na rede NBC News, a série mostrará um jornalista tentando expor uma estrela famosa na TV e ser repreendido por seus chefes. Na vida real, Farrow pretendia denunciar Weinstein na época em que trabalhava para a NBC News, mas sua reportagem foi vetada. Ele acabou publicando suas descobertas na revista New Yorker, chocando o mundo. A 2ª temporada de “The Good Fight” ainda não tem previsão de estreia.
Filha de Woody Allen questiona porque o pai foi poupado dos escândalos de Hollywood
Dylan Farrow, filha do cineasta Woody Allen, assinou uma coluna no jornal Los Angeles Times, criticando Hollywood e a mídia por minimizarem e não darem importância para as alegações de agressão sexual que ela fez contra o pai no começo dos anos 1990. Publicado na quinta (7/12), o artigo intitulado “Por que a revolução #MeToo poupou Woody Allen?” questiona por que figuras proeminentes da indústria — o ex-magnata Harvey Weinstein, o executivo da Amazon Roy Price, o ator Kevin Spacey e outros — foram “expulsas de Hollywood” após as revelação de casos de assédio e violência sexual, enquanto seu pai continua a ter um acordo de distribuição multimilionário com a Amazon, vários atores disponíveis para seus filmes e ninguém parece se sentir incomodado. “Estamos no meio de uma revolução. São acusações contra chefes e executivos de estúdio, jornalistas… As mulheres estão expondo a verdade e os homens estão perdendo seus empregos, mas essa revolução tem sido seletiva”, escreveu Farrow. Ela acusou o próprio pai de tê-la atacado sexualmente quando ela tinha sete anos de idade. Em seu texto, ela afirmou que os detalhes do incidente, a batalha de custódia familiar e o “padrão de comportamento inadequado” do diretor não foram revelados adequadamente ao público. “É um feito da equipe de relações públicas de Allen e de seus advogados que poucos conheçam esses fatos. Isso também diz respeito às forças que historicamente têm protegido homens como Allen: o dinheiro e o poder usados para transformar o simples em algo complicado, a fim de modelar a história”. Farrow continua: “Nesta névoa deliberadamente criada, atores top concordam em aparecer nos filmes de Allen e os jornalistas tendem a evitar o assunto”. Ela observa: “Embora a cultura pareça estar se transformando rapidamente, minhas alegações aparentemente ainda são muito complicadas, muito difíceis e também ‘perigosas’ demais para se enfrentar… É difícil negar a verdade, mas é fácil ignorá-la. Parte o meu coração quando vejo mulheres e homens que eu admiro aceitando trabalhar com Allen. O sistema funcionou para Harvey Weinstein há décadas. Mas ainda trabalha e funciona para Woody Allen”. A denúncia de Dylan foi trazida à tona durante a separação do diretor e, após a opinião pública se voltar contra Allen, sua equipe legal virou o jogo, deixando mal sua ex, Mia Farrow, acusada de mentir e ensaiar os próprios filhos para se vingar do ex. Mas o juiz do caso não se deixou convencer e não permitiu que Allen tivesse custódia da menina. Na ocasião, ele tinha começado um relacionamento com outra filha de Farrow, Soon-Yi Previn, adotada durante o casamento anterior da mulher, o que alimentou rumores. Allen está até hoje casado como Soon-Yi. Dylan é irmã de Ronan Farrow, que desempenhou um papel importante na revelação dos escândalos de Weinstein, ao publicar uma reportagem na revista The New Yorker que reuniu os primeiros testemunhos de estupros sofridos por vítimas do produtor. Há dois anos, Ronan também questionou a impunidade de Allen num artigo publicado na época da participação do diretor no Festival de Cannes. Na ocasião, ele cobrou o silêncio da imprensa, que o paparicou no evento. Diante disso, Allen chegou a comentar que temia uma “caça às bruxas” após o estouro do escândalo de Weinstein. “Você não vai querer entrar numa atmosfera de caça às bruxas, uma atmosfera de Salem, onde qualquer cara que pisca para um garota em seu escritório de repente tem que ligar para seu advogado para se defender”, declarou. “Isso também não é certo. Mas claro, eu espero que tudo isso transforme em benefício para as pessoas ao invés de apenas uma história trágica”.
Harvey Weinstein usava agentes do serviço secreto israelense para calar denúncias de abusos sexuais
A revista The New Yorker revelou como o produtor Harvey Weinstein conseguiu manter as denúncias sobre o seu comportamento de predador sexual abafadas até recentemente. Ele teria gasto uma fortuna contratando uma empresa formada por ex-agentes do serviço secreto israelense para investigar e pressionar suas vítimas e os jornalistas que enveredassem pelo assunto, de modo a chantagear e ameaçar, evitando que as acusações viessem à tona. Segundo a publicação, uma dessas agentes entrou em contato com uma das principais acusadoras, a atriz Rose McGowan, se fazendo passar por uma militante dos direitos da mulher. Funcionária da agência de segurança Black Cube, a mulher gravou em segredo horas de conversas com a atriz, que estava a ponto de publicar suas memórias, com o título “The Brave”, cujo conteúdo preocupava Weinstein. O autor da reportagem, Ronan Farrow, o filho de Mia Farrow e Woody Allen que há um mês publicou as primeiras denúncias de estupro contra o produtor, cita dezenas de documentos e pelo menos sete pessoas envolvidas diretamente nos esforços de Weinstein para evitar qualquer publicação contra ele. A agente que procurou McGowan também entrou em contato com jornalistas que investigavam o caso, como Ben Wallace da New York Magazine, para descobrir as informações que tinham. Weinstein e sua equipe queriam saber as informações com as quais a imprensa trabalhava e, ao mesmo tempo, investigavam os próprios repórteres, com perguntas sobre sua vida pessoal para ter material que permitisse contradizer, desacreditar ou intimidar os jornalistas. No caso de Wallace, buscaram informações sobre sua ex-esposa. O jornalista disse que nunca sofreu tanta pressão para interromper uma reportagem, que por fim a revista decidiu não publicar em janeiro de 2017 porque ninguém quis arriscar a lhe dar declarações gravadas. Além da Black Cube, dirigida por ex-agentes de inteligência de Israel, o produtor contratou outra empresa similar, a Kroll, que encontrou 11 fotos do produtor com McGowan, depois da suposta agressão, para desacreditar a atriz. Trata-se da mesma empresa contratada pela CPI da Petrobrás para desacreditar os delatores da Operação Lava-Jato. O produtor também recebeu informações de Dylan Howard, diretor de conteúdo da American Media Inc. que publica o tabloide National Enquirer, que usou um de seus repórteres para ligar para a ex-esposa de um diretor, que teve um romance com McGowan, visando conseguir declarações negativas sobre a atriz. “Tenho algo MARAVILHOSO”, escreveu Howard em e-mail. “Excelente, sobretudo se minhas impressões digitais não estão nisso”, respondeu Weinstein, segundo Ronan Farrow. Farrow ainda publicou que Weinstein “monitorava pessoalmente o progresso das investigações”, usando inclusive ex-funcionários de seu estúdio para conseguir nomes e fazer ligações que alguns consideraram “intimidadoras”. Mais de 90 mulheres já acusam publicamente Harvey Weinstein de assédio, agressão ou estupro, segundo levantamento da atriz italiana Asia Argento, desde que Ashley Judd tomou coragem para ser a primeira a falar com a imprensa sobre o comportamento do magnata, em reportagem do jornal The New York Times publicada em 5 de outubro. A denúncia encorajou diversas estrelas famosas a compartilharem suas experiências de terror com Weinstein, entre elas Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow, Rose McGowan, Léa Seydoux e Cara Delevingne. Uma reportagem ainda mais polêmica, da revista New Yorker, apresentou as primeiras denúncias de estupro, inclusive de Asia Argento. E há três semanas o jornal Los Angeles Times desnudou a conexão de Weinstein com o mundo da moda, com denúncias de modelos. Após o escândalo ser revelado, Weinstein foi demitido da própria produtora, The Weinsten Company, teve os créditos de produtor retirado de todos os projetos em andamento de que participa e foi expulso da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos, responsável pelo Oscar, do BAFTA (a Academia britânica), do PGA (Sindicato dos Produtores) e da Academia de Televisão, responsável pelo Emmy. Sua esposa, Georgina Chapman, estilista da grife Marchesa, pediu divórcio e ele ainda deve enfrentar um processo criminal. Desde então, outros casos foram denunciados, abrindo as portas para inúmeras acusações de assédios, abusos e até estupros na indústria do entretenimento.
Woody Allen considera escândalo sexual de Harvey Weinstein “trágico”, mas teme “caça às bruxas”
Em entrevista publicada pela BBC neste domingo (15/10), o diretor Woody Allen declarou estar “muito triste” com as acusações de assédio sexual contra Harvey Weinstein, com quem chegou a trabalhar nos anos 1990. Mas apesar de considerar trágico para as vítimas, ele teme que o escândalo inicie uma caça às bruxas em Hollywood. “Toda essa coisa com Harvey é muito triste para todos os envolvidos”, disse Woody. “Trágico para as pobres mulheres envolvidas, e triste para Harvey que teve toda a sua vida arruinada. Não há vencedores nisso, é apenas muito, muito triste e trágico”, ele afirmou. A lista de filmes que Allen rodou para a Miramax, antiga empresa de Weinstein, inclui “Poderosa Afrodite” (1995), estrelado por Mira Sorvino, uma das atrizes que denunciou o produtor por abuso. Mas o diretor garante nunca ter ouvido nenhum tipo de acusação a respeito do comportamento de Weinstein. “Ninguém jamais veio até mim contar histórias horrorosas com qualquer seriedade”, ele disse, antes de minimizar. “E também não iriam, porque você não está interessado nisso. Você está interessado em fazer seu filme. Mas você ouve um milhão de rumores fantásticos o tempo todo. E alguns se revelam verdadeiros e alguns – muitos – são apenas histórias sobre essa atriz ou aquele ator”, declarou. Allen conhece escândalos sexuais de perto, após ter sido denunciado pela ex-mulher Mia Farrow de ter molestado a própria filha, Dylan. Por sinal, seu filho Ronan Farrow foi o autor da reportagem da revista New Yorker que apresentou as primeiras vítimas de estupro de Weinstein. Há dois anos, Ronan também escreveu um artigo na revista The Hollywood Reporter questionando o silêncio da imprensa sobre as acusações que pesam contra o próprio pai, que teria abusado de Dylan quando ela tinha 7 anos, no começo dos anos 1990. O caso foi tema de um julgamento de custódia durante a separação do diretor e, após a opinião pública se voltar contra Allen, sua equipe legal virou o jogo, deixando mal Mia Farrow, acusada de mentir e ensaiar os próprios filhos para se vingar do ex. Recentemente, a atriz insinuou que Ronan não era filho legítimo de Allen, mas de Frank Sinatra. Agora, o diretor teme uma “atmosfera de caça às bruxas”. “Você não vai querer entrar numa atmosfera de caça às bruxas, uma atmosfera de Salem, onde qualquer cara que pisca para um garota em seu escritório de repente tem que ligar para seu advogado para se defender”, declarou. “Isso também não é certo. Mas claro, eu espero que tudo isso transforme em benefício para as pessoas ao invés de apenas uma história trágica”.
Diretor da Amazon é suspenso após acusação de assédio da filha do autor de Blade Runner
A Amazon suspendeu o diretor responsável por sua unidade de filmes e séries após acusações de assédio sexual feitas por uma produtora de televisão. Um porta-voz da empresa afirmou que o diretor do Amazon Studios, Roy Price, recebeu uma “licença efetiva imediatamente”. A medida foi adotada depois que Isa Hackett, produtora da série “The Man in the High Castle”, principal sucesso da Amazon, contou à revista The Hollywood Reporter que o executivo lhe fez várias propostas sexuais, em julho de 2015. Hackett é filha do escritor Philip K. Dick, autor da história adaptada no filme “Blade Ranner” e na série “The Man in the High Castle”, além de inspirador da antologia “Philip K. Dick’s Electric Dreams”, que estreia em 2018 no serviço de streaming. Ela afirmou que Price lhe fez insinuações indecentes em um táxi a caminho da Comic-Con em San Diego, na Califórnia. Ela disse que deixou claro que não estava interessada – pois é lésbica, com mulher e filhos -, mas que Price insistiu, de acordo com a revista, e inclusive se aproximou dela durante o evento e gritou “sexo anal” em seu ouvido. Hackett disse ao Hollywood Reporter que relatou o comportamento de Price aos executivos do estúdio, que teriam iniciado uma investigação. Mas, após dois anos, ela nunca foi informada sobre o que aconteceu após isso, nem observou nenhuma punição. Price, por sinal, não foi demitido. Apenas ganhou uma “licença”. A revelação acontece horas após a atriz Rose McGowan disparar diversos tuítes para o fundador da Amazon Jeff Bezos. No primeiro, ela disse: “Jeff Bezos, eu contei ao chefe do seu estúdio que HW me estuprou. Eu disse diversas vezes. Ele me respondeu que isso não tinha sido provado. Eu disse que eu era a prova”. O chefe do estúdio era Roy Price. A nova polêmica acontece poucos dias após o estouro do escândalo sexual de Harvey Weinstein, um dos produtores mais famosos do cinema americano, que teria assediado e abusado de atrizes e funcionárias ao longo de várias décadas, aproveitando-se de estrelas em começo de carreira, entre elas Angelina Jolie e Gwyneth Paltrow. Ele também foi acusado de estupro por algumas vítimas, conforme a história foi ganhando novas vozes, ao longo da semana passada. Várias mulheres alertaram que o caso de Weinstein não era único, mas um padrão de comportamento nos bastidores da indústria de entretenimento, e que outros escândalos viriam à tona após Ashley Judd ter tomado coragem para tornar-se a primeira atriz a romper o pacto de silêncio, denunciando Weinstein publicamente na reportagem do jornal The New York Times que escancarou a história sórdida. Para complicar a situação da Amazon, a plataforma estava desenvolvendo duas séries caras com a Weinstein Company, que já consumiram milhões de dólares em produção: “The Romanoffs”, de Matthew Weiner (criador de “Mad Men”), e um projeto ainda sem título de David O. Russell (diretor de “O Lado Bom da Vida”, “Trapaça” e “Joy”). “Estamos revendo as opções que temos em relação aos projetos com a Weinstein Company”, disse o porta-voz da companhia, no mesmo contato sobre o executivo licenciado.
Polícia quer que atrizes façam denúncia formal contra Harvey Weinstein
As polícias de Nova York, Los Angeles e Londres se manifestaram sobre acusações de assédio contra o produtor Harvey Weinstein, anunciando que pretendem abrir investigações sobre o escândalo. De acordo com a imprensa internacional, as autoridades estão convidando as mulheres citadas nas reportagens e que se manifestaram nas redes sociais a realizarem denúncias formais para o processo criminal ter início. O produtor de Hollywood teve sua carreira enterrada por uma reportagem devastadora do jornal The New York Times, que trouxe à tona 30 anos de abusos sexuais sistemáticos com atrizes, colaboradoras e funcionárias de suas produtoras, Miramax e The Weinstein Company. Desde então, o número de mulheres que decidiram romper o silêncio não para de aumentar, envolvendo atrizes famosas como Angelina Jolie e Gwyneth Paltrow. Mas o que tem despertado mais interesse da polícia são as acusações de estupro contidas numa segunda reportagem bombástica, publicada pela revista New Yorker e escrita por Ronan Farrow (filho da atriz Mia Farrow). Além da atriz italiana Asia Argento, outras duas mulheres acusam o magnata de estupro. Em 2015, a polícia de Nova York chegou a abrir uma investigação, a partir da denúncia da modelo italiana Ambra Battilana Gutierrez, mas na ocasião, mesmo com gravações incriminadoras, a promotoria considerou não ter provas suficientes para abrir um processo. As gravações foram utilizadas na reportagem de Farrow.
Cannes: Woody Allen diz que acusações de abuso sexual da filha são “besteira”
O diretor Woody Allen participou de um almoço com a imprensa internacional em Cannes, em que abordou o suposto abuso sexual de sua filha adotiva, Dylan Farrow, em resposta às críticas de seu outro filho, Ronan Farrow, publicadas nesta semana na revista The Hollywood Reporter. Ronan escreveu um longo texto questionando o silêncio da imprensa presente em Cannes a respeito das acusações que pesam sobre o cineasta, que teria abusado de Dylan quando ela tinha 7 anos, no começo dos anos 1990. Há dois anos, a própria Dylan publicou uma carta no jornal The New York Times relatando o suposto abuso. Dias depois, na mesma publicação, Woody Allen negou ter cometido o crime. E foi tão contundente que ninguém mais falou a respeito. A polêmica teria acabado ali, se Ronan não insistisse em ressuscitá-la. Diante da volta do assunto, Allen foi sucinto. “Eu não falo sobre isso. Fiz a minha declaração há muito tempo no The New York Times, eles me deram bastante espaço para isso. A coisa toda é uma besteira muito grande. Não me incomoda. Não penso a respeito. Trabalho”. Woody Allen tampouco alimenta outra controvérsia, que Ronan Farrow prefere não trazer à tona. Sua mãe, a atriz Mia Farrow, recentemente confessou que talvez ele não fosse filho de Woody Allen, mas sim de Frank Sinatra, seu ex-marido, com quem ela traiu o cineasta. Ronan é bem parecido com Sinatra, mas não fala sobre isso. Prefere criticar “sobre o que vamos fechar os olhos, o que vamos ignorar, o que se conta e o que não se conta”. Durante o almoço, Allen também foi questionado se teria se ofendido com uma piada do apresentador Laurent Laffite na cerimônia de abertura do festival. Em uma referência a Roman Polanski e ao próprio Allen, o comediante francês se dirigiu ao cineasta com a seguinte piada: “Você filma tantos filmes aqui na Europa e nem foi condenado nos Estados Unidos por estupro”. “Precisa de muita coisa para me ofender. O que me incomodou mais na noite passada foi a duração da apresentação antes do filme”, Allen comentou, mais educado que a esposa de Polanski, a atriz Emmanuelle Seigner, que chamou Lafitte de “patético”. Polêmicas recicladas à parte, o novo filme do diretor, “Café Society”, foi muito bem recebido no festival, ganhando elogios rasgados da crítica internacional, que o considerou um dos melhores filmes de abertura de Cannes dos últimos cinco anos – mais exatamente, desde que o próprio Allen abriu o evento com “Meia-Noite em Paris” (2011).







