Editora cede à pressão e cancela lançamento de livro de Woody Allen
O grupo editorial Hachette anunciou nesta sexta (6/3) que não publicará mais o livro de memórias do diretor Woody Allen, cujo lançamento estava previsto para o próximo 7 de abril. A empresa cedeu à pressão do filho do diretor, Ronan Farrow, e ao protesto de seus funcionários, que abandonaram o trabalho na tarde de quinta para manifestar sua contrariedade com a decisão. “A Hachette Book Group decidiu que não publicará as memórias de Woody Allen, intitulada ‘Apropos of Nothing'” e “devolverá todos os direitos ao autor”, disse Sophie Cottrell, porta-voz da editora, em comunicado. “A decisão de cancelar o livro do Sr. Allen foi difícil. Na HBG, levamos muito a sério nosso relacionamento com os autores e não cancelamos livros por nada. Publicamos e continuaremos a publicar muitos livros desafiadores. Como editores, garantimos que todos os dias em nosso trabalho, diferentes vozes e pontos de vista conflitantes podem ser ouvidos. Também, como empresa, estamos comprometidos em oferecer um ambiente de trabalho estimulante, solidário e aberto para todos os nossos funcionários. Nos últimos dias, a liderança da HBG teve longas conversas com nossa equipe e outras pessoas. Depois de ouvirmos, chegamos à conclusão de que avançar com a publicação não seria viável para a HBG”, completa o texto, repleto de contradições. O cancelamento de “Apropos of Nothing” está sendo comemorado no Twitter como uma vitória do “politicamente correto” e se trata realmente de uma importante manifestação no mundo real da prática do “cancelamento” virtual, que tem acirrado ânimos nas redes sociais. Também é uma manifestação, em pleno século 21, da mentalidade de turba, com foices e forcados – ou fogueiras e forcas – , que ilustram linchamentos públicos em filmes clássicos. Uma caça às bruxas, em outras palavras. Não se deixem enganar, trata-se de uma vitória da censura contra a cultura. Uma censura de esquerda, não menos perigosa que a das ditaduras fascistas. Na prática, uma grupo de pressão conseguiu jogar um livro na fogueira, porque não concorda com seu suposto conteúdo. Algo como os nazistas fizeram nos anos 1930. Além de atacar a liberdade de expressão, os protestos dos justos, que falam em defesa da ética, visam impedir a defesa real de uma pessoa que está sendo atacada por todos os lados por algo que pode nem sequer ter feito. O objetivo é tão somente impedir que se conheça o “outro lado” de uma história, que algumas pessoas não admitem que seja conhecida e, para isso, não medem esforços para impedir a existência do contraditório. A decisão da Hachette abre um precedente assustador, ao demonstrar que fake news capazes de mobilizar a opinião pública podem gerar censura. Não que a denúncia contra Woody Allen seja fake news. Mas não é news, nos dois sentidos da palavra em inglês – notícia e novidade. O repúdio contra Woody Allen se deve à uma acusação de abuso sexual que ele teria cometido contra a filha Dylan Farrow nos anos 1990. As acusações foram verificadas por um tribunal de justiça na época, com direito a duas investigações diferentes de seis meses. Ambas concluíram não ter havido abuso sexual. Allen alega que a denúncia foi fruto de raiva da ex, numa batalha legal pela guarda dos filhos, vencida por Farrow, e se manteve viva com o passar dos anos por lavagem cerebral diária promovida em Dylan Farrow. Outro de seus filhos, Moses Farrow, confirma a versão do diretor. Dez anos mais velho que Ronan Farrow, ele diz se lembrar melhor dos fatos que os irmãos, que eram crianças na época. Dylan, por exemplo, tinha apenas sete anos quando o suposto abuso aconteceu, e Moses, que virou terapeuta de famílias, lembra os fatos de forma muito diferente. Para ele, sua irmã mais nova jamais foi molestada pelo pai, mas isso não a impediu de ter sido uma vítima – da manipulação da mãe, Mia Farrow. Tomando as dores da irmã, Ronan costuma comparar Woody Allen, jamais acusado de abuso ou assédio por nenhuma atriz com quem trabalhou em mais de meio século de carreira, com Harvey Weinstein, denunciado por mais de 100 mulheres e recentemente condenado por crimes sexuais pela justiça de Nova York. Ronan foi um dos responsáveis por essa condenação, ao publicar uma das primeiras reportagens sobre a atividade predadora de Weinstein na revista The New Yorker, que, inclusive, lhe rendeu o prestigioso prêmio Pulitzer e um contrato para livros com o grupo Hachete, que ele decidiu renegar após saber do livro do diretor – iniciando a campanha que resultou na censura. Muito do atual repúdio contra Allen se deve à campanha nas redes sociais comandada por Dylan, que resolveu retomar a acusação de abuso no final de 2017, aproveitando a repercussão da reportagem de seu irmão sobre Weinstein. No auge do #MeToo, ela fez questão de comparar Allen com Weinstein, e suas denúncias conseguiram criar uma reação de “cancelamento” contra o diretor, apesar de não trazerem nenhum fato novo à tona. Mia Farrow tomou ódio de Allen porque ele a trocou pela filha adotiva dela (mas não dele), Soon-Yi Previn. O diretor e Soon-Yi se casaram e estão juntos até hoje. O casal adotou duas filhas, que já são jovens adultas com 20 e 21 anos, e jamais denunciaram Allen por qualquer comportamento. Também vale observar que algumas mensagens raivosas, postadas nas redes sociais nos últimos dias contra a reputação do diretor, aludem ao fato de que uma nova reportagem-denúncia estaria prestes a emergir contra Woody Allen. Pode ser que sim, o que ajudaria a explicar a decisão inesperada da Hachette – o surgimento de fatos mudariam o entendimento da desistência. Entretanto, não seria a primeira vez que fake news viram munição de detratores de Allen, que acusaram até “Um Dia de Chuva em Nova York” de ser uma apologia à pedofilia, antes do mundo poder assistir ao filme. Toda essa polêmica pode até render mais um capítulo no livro de memórias do cineasta, que agora deverá ser oferecido para outra editora – e possivelmente publicado primeiro no exterior. Até o título pode ser mudado. A publicação, que seria lançada com o nome de “Apropos of Nothing” (a propósito de nada), virou “tudo” para seus detratores.
Funcionários de editora protestam contra publicação do livro de memórias de Woody Allen
Funcionários do grupo editoral americano Hachette promoveram um walk out, um protesto em que deixaram seus escritórios na tarde desta quinta-feira (5/3), manifestando seu desacordo com o anúncio da publicação de um livro de memórias do cineasta Woody Allen. A reação dos funcionários aconteceu após as recentes declarações de Ronan Farrow, filho de Allen, que repudiou o contrato da editora, acusando-a de “falta de ética e de compaixão por vítimas de agressões sexuais”. Allen foi denunciado por abusar da filha Dylan Farrow quando ela era uma criança. O diretor sempre negou e o caso tem bastidores conturbados, pois foi trazido à tona durante a separação do diretor e da atriz Mia Farrow. Em comunicado, a Hachette afirmou que respeita a opinião de seus funcionários e que irá “iniciar uma discussão mais profunda sobre o assunto assim que possível”. Dylan foi ao Twitter agradecer a manifestação de solidariedade. “Obrigada do fundo do meu coração”, ela tuitou. Além dos cerca de 75 funcionários, que abandonaram o trabalho e desceram para frente do prédio da Hachette, vários escritores se manifestaram em apoio ao protesto. Até editoras rivais prestaram solidariedade, numa expressiva condenação pública da reputação – o chamado cancelamento social – de Woody Allen. E à favor da censura. O repúdio contra Woody Allen se deve à uma acusação de abuso sexual que ele teria cometido contra a filha Dylan Farrow nos anos 1990. As acusações foram verificadas por um tribunal de justiça na época, com direito a duas investigações diferentes de seis meses. Ambas concluíram não ter havido abuso sexual. Allen alega que a denúncia é fruto exclusivo de lavagem cerebral promovida pela mãe da jovem, Mia Farrow. Outro de seus filhos, Moses Farrow, confirma a versão do diretor. Dez anos mais velho que Ronan, ele diz se lembrar melhor dos fatos que os irmãos, que eram crianças na época. Dylan, por exemplo, tinha apenas sete anos quando o suposto abuso aconteceu, e Moses, que virou terapeuta de famílias, lembra os fatos de forma muito diferente. Para ele, sua irmã mais nova jamais foi molestada pelo pai, mas isso não a impediu de ter sido uma vítima – da manipulação da mãe, Mia Farrow. Tomando as dores da irmã, Ronan costuma comparar Woody Allen, jamais acusado de abuso ou assédio por nenhuma atriz com quem trabalhou em mais de meio século de carreira, com Harvey Weinstein, denunciado por mais de 100 mulheres e recentemente condenado por crimes sexuais pela justiça de Nova York. Ronan foi um dos responsáveis por essa condenação, ao publicar uma das primeiras reportagens sobre a atividade predadora de Weinstein na revista The New Yorker, que, inclusive, lhe rendeu o prestigioso prêmio Pulitzer e um contrato para livros com o grupo Hachete, que ele decidiu renegar após saber do livro do diretor. O repúdio contra Allen se deve à decisão de Dylan de retomar a acusação de abuso no final de 2017, aproveitando a repercussão da reportagem sobre Weinstein do irmão. No auge do #MeToo, ela fez questão de comparar Allen com Weinstein, e suas denúncias conseguiram criar uma reação de repúdio generalizado contra o diretor, apesar de não trazer nenhum fato novo à tona. Mia Farrow tomou ódio de Allen porque ele a trocou pela filha adotiva dela (mas não dele), Soon-Yi Previn. O diretor e Soon-Yi se casaram e estão juntos até hoje. Mas vale observar que algumas mensagens raivosas, postadas nas redes sociais na quinta (5/6) contra o diretor, aludem ao fato de que uma nova reportagem-denúncia estaria prestes a emergir contra Woody Allen. Pode ser que sim. Entretanto, não seria a primeira vez que fake news viram munição de detratores de Allen, que acusaram até “Um Dia de Chuva em Nova York” de ser uma apologia à pedofilia, antes do mundo poder assistir ao filme. Toda essa polêmica deve alimentar o livro de memórias do cineasta, intitulado “Apropos of Nothing” (a propósito de nada) e descrito como “um relato exaustivo da vida de Woody Allen, pessoal e profissional”. Até segunda ordem, a publicação tem previsão de lançamento para abril nos EUA.
Filho de Woody Allen diz que livro do diretor é “falta de ética e compaixão por vítimas de agressões sexuais”
Há alguns anos não há anúncio de projeto de Woody Allen sem manifestação bombástica de seus filhos. E, sem tardar, o jornalista Ronan Farrow criticou a decisão do grupo editoral Hachete de publicar o livro de memórias de seu pai, anunciado na segunda-feira passada (2/3). Fez mais. Em retaliação, afirmou que deixará de publicar suas obras pela Hachette, porque não deseja estar na mesma editora do diretor. “A Hachette não fez as verificações sobre o conteúdo deste livro”, disse Farrow, denunciando o fato de a editora não ter entrado em contato com sua irmã, Dylan Farrow, que acusa Woody Allen de abusos, o que constitui, segundo ele, uma “falta enorme de profissionalismo”. “Isto demonstra a falta de ética e de compaixão por vítimas de agressões sexuais”, acrescentou Farrow. A declaração, entretanto, é digna de atenção pela “vendetta” que embute, não pelo que afirma. Porque as palavras de Farrow não fazem sentido. É preciso dizer o óbvio: um “livro de memórias” não inclui as “memórias” de quem não o escreveu. Não se trata de jornalismo, obviamente, mas de uma obra de cunho pessoal. A única verificação feita pela editora é de ordem jurídica, visando checar trechos que possam render processos. Fora isso, não se “edita” fatos narrados em primeira pessoa com censura prévia. Ronan deveria saber a diferença entre livro de memórias e reportagem, já que é jornalista. Mas também é raro ver jornalista defendendo a censura. Como se trata de uma acusação forte, também é importante ressaltar que, ao contrário do que Ronan Farrow afirma, as acusações contra Woody Allen foram, sim, verificadas: por um tribunal de justiça nos anos 1990, após duas investigações distintas que duraram vários meses e que não encontraram causa para procedimento legal contra o diretor. Mas o porta-voz da ética não aceita esse resultado. Seu tribunal de opinião pública só permite um veredito: culpado, independente das provas. Tomando o caso de forma pessoal, Ronan costuma comparar Woody Allen, jamais acusado de abuso ou assédio por nenhuma atriz com quem trabalhou em mais de meio século de carreira, com Harvey Weinstein, denunciado por mais de 100 mulheres e recentemente condenado por crimes sexuais pela justiça de Nova York. Ronan foi um dos responsáveis por essa condenação, ao publicar uma das primeiras reportagens sobre a atividade predadora de Weinstein na revista The New Yorker, que, inclusive, lhe rendeu o prestigioso prêmio Pulitzer e o contrato para livros com o grupo Hachete. Dylan Farrow, que tem o apoio da mãe adotiva, Mia Farrow, e de Ronan, voltou a acusar Allen no final de 2017, aproveitando a repercussão da reportagem do irmão. No auge do #MeToo, suas denúncias conseguiram criar uma reação de repúdio generalizado contra o diretor, como se houvesse fato novo. Allen sempre negou tudo, retrucando que a denúncia é fruto exclusivo de lavagem cerebral promovida pela mãe da jovem, Mia Farrow. Outro de seus filhos, Moses Farrow, confirma a versão de Allen. Dez anos mais velho que Ronan, ele diz se lembrar melhor dos fatos que os irmãos, que eram crianças na época. Dylan, por exemplo, tinha apenas sete anos quando o suposto abuso aconteceu, e Moses, que virou terapeuta de famílias, lembra os fatos de forma muito diferente. Para ele, sua irmã mais nova jamais foi molestada pelo pai, mas isso não a impediu de ter sido uma vítima de abuso. Vítima de uma campanha de manipulação da mãe, Mia Farrow. O cineasta deve abordar essa polêmica em seu livro, intitulado “Apropos of Nothing” (a propósito de nada) e descrito como “um relato exaustivo da vida de Woody Allen, pessoal e profissional”. A publicação será lançada em abril nos EUA.
Woody Allen lança livro de memórias em abril
A editora Grand Central Publishing, uma divisão do Hachette Book Group, anunciou na segunda (2/3) que vai publicar um livro de memórias de Woody Allen. Envolto em boatos por anos e até considerado impublicável no auge do cancelamento do diretor pelo movimento #MeToo, a obra, batizada em inglês de “Apropos of Nothing” (a propósito de nada), será lançado em 7 de abril nos EUA. “O livro é um relato abrangente de sua vida, pessoal e profissional, e descreve seu trabalho em filmes, teatro, televisão, boates e publicações”, de acordo com comunicado da editora. “Allen também escreve sobre seus relacionamentos com a família, amigos e os amores de sua vida”. Os termos financeiros do acordo editoral entre o cineasta e a Grand Central não foram revelados. Além dos EUA, “Apropos of Nothing” será lançado no Canadá, Itália, França, Alemanha e Espanha, seguido por lançamentos em “países ao redor do mundo”. Ainda segundo o comunicado, Allen fará “várias entrevistas” para promover o livro. A publicações de suas memórias servirão como nova oportunidade para o diretor contar sua versão dos fatos mais polêmicos de sua vida, como o envolvimento com Soon-Yi Previn, a filha de sua então companheira Mia Farrow, com quem é casado até hoje, e a acusação de sua filha adotiva, Dylan Farrow, de tê-la molestado na infância. As acusações não são novas, mas elas ressurgiram em 2017, quando Dylan aproveitou o auge do #MeToo para resgatar a história, conseguindo criar uma reação de repúdio generalizado, como se houvesse fato novo. Allen sempre negou tudo, retrucando que a denúncia é fruto exclusivo de lavagem cerebral promovida pela mãe da jovem, Mia Farrow. Ele não foi condenado quando o caso foi levado a tribunal nos anos 1990, durante a disputa da guarda das crianças, e nunca foi acusado de abuso por nenhuma atriz com quem trabalhou ao longo de meio século de carreira. Dizendo que pretendia acabar com a carreira de Allen, Dylan patrulhou todos os atores que trabalharam com ele e bombardeou as redes sociais até fazer a Amazon renegar seu acordo para distribuir os novos filmes do diretor. Graças a isso, “Um Dia de chuva em Nova York” não foi lançado nos Estados Unidos. O diretor processou a Amazon e chegou a um acordo, lançando o filme no exterior. Ele também decidiu continuar a carreira fora dos EUA, filmando um novo longa na Espanha, “Rifkin’s Festival”, com participação de Christoph Waltz (“007 Contra Spectre”), Elena Anaya (“A Pele que Habito”), Louis Garrel (“Adoráveis Mulheres”), Gina Gershon (“Não Vai Dar”) e lançamento previsto para este ano. Ao fechar com uma empresa do grupo Hachette, Allen passou a compartilhar a mesma editora de um de seus heróis literários, JD Salinger, e também de um de seus maiores detratores, seu filho Ronan Farrow, que ganhou um prêmio Pulitzer por sua reportagem sobre o produtor Harvey Weinstein, que foi responsável por impulsionar o #MeToo. Há anos Ronan se distanciou de seu pai, ao adotar a defesa da irmã.
Woody Allen lembra carreira sem acusações de assédio e pagamentos igualitários para atrizes
O cineasta Woody Allen voltou a se defender dos ataques de militantes do movimento #MeToo em entrevista ao canal francês France24, destacando que poderia ser citado como um exemplo positivo na relação entre diretores e atrizes da indústria cinematográfica dos Estados Unidos. Ele lembrou que nunca enfrentou problemas com nenhuma atriz com quem trabalhou, em meio século de carreira. Além disso, nunca distinguiu entre homens e mulheres na hora de pagar os cachês pelos papéis em seus filmes. “Eu trabalhei com centenas de atrizes e nenhuma delas se queixou de mim, nem uma única reclamação. Eu trabalho com mulheres há anos e sempre pagamos a elas exatamente o mesmo que pagamos aos homens”, afirmou ele. “Fiz tudo o que o movimento #MeToo gostaria de alcançar.” A declaração foi feita poucos dias após Scarlett Johansson romper o piquete virtual do movimento #MeToo para defender o cineasta, com quem trabalhou em três filmes, numa entrevista de capa para a revista The Hollywood Reporter, dizendo que acreditava em Woody Allen e voltaria a atuar para ele “a qualquer momento”. A polêmica que cerca o diretor se deve à denúncia de sua filha, Dylan Farrow, de que ele a teria molestado quando tinha um relacionamento com sua mãe, a atriz Mia Farrow. As acusações não são novas, mas ganharam mais força após Dylan aproveitar o movimento #MeToo para desenterrar suas denúncias, reafirmando ter sido molestada quando criança por Allen, em 1992. Allen sempre negou tudo, creditando a acusação à lavagem cerebral promovida pela mãe da jovem, Mia Farrow, desde a infância. Outro de seus filhos, Moses Farrow, confirma a versão de Allen, que não foi condenado quando o caso foi levado a tribunal em 1990, durante a disputa da guarda das crianças. A denúncia, porém, fez com que perdesse a guarda dos filhos, objetivo de Mia Farrow. O diretor disse ainda que as consequências das acusações não afetaram seus planos de vida e ele não teme ser “cancelado” em Hollywood. “Eu não poderia me importar menos. Eu nunca trabalhei em Hollywood. Eu sempre trabalhei em Nova York e isso não importa para mim. Se amanhã ninguém financiar meus filmes, minhas peças de teatro ou ninguém publicar meus livros, eu ainda me levantaria e escreveria, porque é isso que faço. Então eu sempre vou trabalhar. O que acontece comercialmente é outra questão”, afirmou. O cineasta ainda informou que já terminou de rodar seu novo filme na Espanha e está atualmente escrevendo o próximo. Veja abaixo o vídeo da entrevista, que ainda destaca a estreia de “Um Dia de Chuva em Nova York” nos cinemas franceses. O longa, que teve seu lançamento cancelado nos Estados Unidos pela Amazon, devido ao ressurgimento das acusações de 1992, vai chegar ao Brasil em dezembro.
Scarlett Johansson apoia Woody Allen contra denúncias de abuso da filha
A atriz Scarlett Johansson rompeu o piquete virtual do movimento #MeToo para defender o cineasta Woody Allen em entrevista de capa da revista The Hollywood Reporter. Estrela de três filmes do cineasta nos anos 2000, ela disse acreditar na inocência do diretor em relação à denúncia da filha, Dylan Farrow, de que ele a teria molestado quando tinha um relacionamento com sua mãe, a atriz Mia Farrow. Johansson trabalhou com Allen em “Match Point” (2005), “Scoop – O Grande Furo” (2006) e “Vicky Cristina Barcelona” (2008), numa fase criativa que representou o renascimento da carreira do diretor em contato com paisagens europeias. “Eu amo Woody. Eu acredito nele e trabalharia com ele a qualquer momento”, declarou a estrela. “Eu vejo Woody sempre que posso, e tive conversas com ele sobre isso. Eu fui muito direta com ele, e ele foi muito direto comigo. Ele mantem a sua inocência, e eu acredito nele”, completou. Johansson reconhece que esta não é uma opinião capaz de vencer concurso de popularidade em Hollywood neste momento. Vários astros de filmes de Allen, como Marion Cotillard, Mia Sorvino, Greta Gerwig, Colin Firth e até Rebeca Hall, com quem Scarlett contracenou em “Vicky Cristina Barcelona”, expressaram arrependimento por trabalhar com o diretor, e ele entrou em litígio com a Amazon, que se recusou a lançar seu filme mais recente, “Um Dia de Chuva em Nova York” (2019), e optou por descumprir contrato firmado de distribuição de novos projetos. “É difícil, porque as pessoas estão muito envolvidas [em ativismo] no momento, e isso é compreensível. As coisas precisavam mudar, e então as pessoas estão muito apaixonadas, têm muitos sentimentos e estão com raiva, o que faz sentido. É um momento muito intenso”, definiu. As acusações, porém, não são novas, apesar de ganharem mais força após Dylan Farrow aproveitar o movimento #MeToo para desenterrar suas denúncias, reafirmando ter sido molestada quando criança por Allen, há cerca de três décadas. Allen sempre negou tudo, creditando a acusação à lavagem cerebral promovida pela mãe da jovem, Mia Farrow. Outro de seus filhos, Moses Farrow, confirma a versão de Allen, que não foi condenado quando o caso foi levado a tribunal em 1990, durante a disputa da guarda das crianças. A denúncia, porém, fez com que perdesse a guarda dos filhos, objetivo de Mia Farrow. O mais importante a destacar é que ele nunca foi acusado de abuso ou assédio por nenhuma outra mulher, tendo levado várias atrizes a vencerem o Oscar por desempenhos em seus filmes. Mesmo as que juram jamais voltar a trabalhar com ele não tem nada negativo a relatar, além do extremo distanciamento do diretor. São meio século de carreira sem uma queixa sequer. Sem outras histórias que reforcem a acusação, o caso se resume à recordação de Dylan, aos sete anos de idade, durante o período tenso de separação entre Mia Farrow e Woody Allen, que trocou a ex pela filha adotiva dela, Soon-Yi (que não era adotada por Allen, como Dylan). Foi realmente um período polêmico e escandaloso, mas Allen e Soon-Yi se casaram, estão juntos desde então e também adotaram duas filhas que parecem adorar os pais. O fato é que os amigos de Woody Allen diminuíram muito após o ressurgimento das denúncias, mas alguns mais antigos, como Diane Keaton, e outros que reconhecem a contribuição de Allen para suas carreiras, como Penelope Cruz, ficaram do lado do diretor. Cruz, que venceu o Oscar por “Vicky Cristina Barcelona”, voltará inclusive a trabalhar com o diretor em seu próximo filme, atualmente em produção na Espanha. O último filme rodado por Allen, “Um Dia de Chuva em Nova York”, chega ao Brasil em 26 de dezembro.
Editoras americanas não querem publicar novo livro de Woody Allen
Não foi apenas Hollywood que virou as costas para Woody Allen. A indústria editorial, que já faturou muito com os livros do diretor, também. Uma reportagem do jornal New York Times revelou que Allen tentou vender um livro de memórias e foi rejeitado por pelo menos quatro grandes editoras. A rejeição é resultado da campanha de sua filha Dylan Farrow, que aproveitou o movimento #MeToo para desenterrar acusações contra o cineasta. Ela afirma ter sido molestada quando criança por Allen, há cerca de três décadas. Allen nega tudo e acusa sua ex, Mia Farrow, de lavagem cerebral. Outro de seus filhos, Moses Farrow, confirma a defesa do diretor, que não foi condenado quando o caso foi levado tribunal em 1990, durante a disputa da guarda das crianças, e nunca foi acusado de abuso por nenhuma atriz com quem trabalhou ao longo de meio século de carreira. Mas nada disso faz diferença para a opinião pública. Dylan prometeu, em entrevista televisiva, que iria acabar com a carreira de Woody Allen. E cumpriu. Antes de sua campanha, as memórias do diretor desencadeariam uma guerra de ofertas entre editoras rivais, considerando sua importância cultural. Agora, porém, o New York Times ouviu de executivos de várias editoras, na condição de anonimato, que não publicariam qualquer livro de Allen por causa da publicidade negativa que o lançamento poderia gerar. Alguns editores até se recusaram a receber o material, que aparentemente consistia em um manuscrito completo, oferecido por um agente do diretor. Chamaram Woody Allen de “tóxico”. O agente de longa data de Allen, John Burnham, da ICM Partners, se recusou a comentar, além de dizer: “Nos 30 anos que trabalho com Woody, o mantra sobre qualquer coisa é: ‘não posso discutir seus negócios'”. A rejeição marca um novo golpe na carreira de Allen, que atualmente está envolvido em uma batalha judicial com a Amazon. A empresa descumpriu o contrato que previa a produção de quatro filmes do diretor e mantém o último trabalho, “A Rainy Day in New York”, sem previsão de lançamento. Allen processou a empresa, pedindo pelo menos US$ 68 milhões. A Amazon contra-atacou citando comentários inadequados de Allen sobre o movimento #MeToo, junto com declarações públicas de vários atores que disseram que lamentavam trabalhar com ele como prova de que seria impossível lucrar com seus filmes. O clima só não é de fim de carreira porque há planos para a realização de um novo filme na Espanha, onde Allen rodou com sucesso “Vicky Cristina Barcelona”. Ele fechou acordo com a produtora espanhola Mediapro, uma das maiores distribuidoras independentes da Europa. Mesmo diante disso, o cenário permanece sombrio para Allen nos Estados Unidos. “Pessoalmente, não vejo qualquer trabalho em seu futuro” disse Tim Gray, um dos editores da revista especializada Variety, para a reportagem do NYT. Mas ele acrescentou que acredita que a História será “mais gentil com Woody Allen do que o momento atual parece ser”. “Hollywood adora voltas por cima. Ingrid Bergman, Charlie Chaplin e Elizabeth Taylor foram denunciados no plenário do Congresso americano por problemas em suas vidas privadas, mas acabaram sendo recebidos de braços abertos por Hollywood e pelo público”, comparou.
Woody Allen vai retomar a carreira com novo filme rodado na Espanha
Woody Allen decidiu retomar sua carreira na Europa, longe das pressões do movimento #MeToo. Após abrir processo contra a Amazon para encerrar seu contrato com o estúdio, que não planeja lançar mais seus filmes, ele fechou acordo com a produtora espanhola Mediapro, uma das maiores distribuidoras independentes da Europa. As negociações entre Allen e a Mediapro vieram à tona em setembro, quando o sócio-fundador da produtora, Jaume Roures, revelou que pretendia produzir um novo filme do diretor na Espanha. Será a segunda vez que o cineasta americano de 82 anos filmará na cidade espanhola. A primeira vez foi com o sucesso “Vicky, Cristina, Barcelona” (2008), que rendeu o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante para Penélope Cruz. Na ocasião, a produção também contou com apoio da Mediapro, responsável ainda pelas filmagens de “Meia-Noite em Paris” (2011), na França. Segundo o jornal espanhol El País, Allen e sua equipe já estão procurando locações para a filmagem na Espanha. Allen teve a carreira interrompida após a Amazon decidir não lançar “A Rainy Day in New York”, o 48º filme dirigido pelo cineasta, que foi rodado em 2017 e se tornou dano colateral do movimento #MeToo. A filha de Allen, Dylan Farrow, aproveitou o movimento de denúncias de assédios sexuais para retomar suas acusações de pedofilia contra Allen, pressionando especificamente a Amazon para que não bancasse mais o diretor. Na véspera do lançamento de “Roda Gigante”, último filme de Allen a chegar aos cinemas, Dylan publicou uma carta aberta no jornal The Los Angeles Times, questionando o tratamento diferenciado dado a ele em relação a Weinstein. “Qual o motivo de Harvey Weinstein e outras celebridades acusadas de abuso terem sido banidas de Hollywood enquanto Allen recentemente conseguiu um contrato milionário de distribuição para seu próximo filme?”, ela questionou, referindo-se, justamente, à Amazon. Embora a pergunta tenha sido retórica, a grande diferença entre Allen e Weinstein sempre foi que apenas Dylan acusa o diretor, enquanto Weinstein acumulou uma centena de acusadoras. Dylan sabe disso, a ponto de dizer: “Estou falando a verdade e acho importante que as pessoas entendam que uma vítima importa e é suficiente para mudar as coisas”, ela disse. O caso chegou a ir parar na Justiça nos anos 1990, durante a separação do diretor de sua ex-mulher Mia Farrow, mas nada foi provado. Allen sempre se disse inocente e culpou Mia por fazer lavagem cerebral em sua filha. Moses Farrow, outro filho do diretor, recentemente contestou a irmã, apontando inconsistências na denúncia, culpando a mãe por violência física e psicológica e testemunhando que Allen jamais ficou sozinho com Dylan durante o alegado abuso. Nenhuma atriz ou ator filmados por Woody Allen ao longo de meio século de carreira acusou o diretor de qualquer coisa que não fosse extremo distanciamento. No entanto, a campanha de Dylan fez vários deles dizerem que não voltariam a filmar com o diretor, inclusive os integrantes de “A Rainy Day in New York”. Timothée Chalamet e Rebecca Hall chegaram a doar seus salários após participarem do filme. Para complicar, “A Rainy Day in New York” tem tema controverso, contando a história do relacionamento entre um homem de 44 anos e uma adolescente de 15 anos. O que torna seu lançamento ainda mais delicado diante de toda a polêmica revivida por Dylan Farrow. Graças à campanha da filha, Woody Allen teve a carreira interrompida. O ano de 2018 foi o primeiro em quase quatro décadas que o diretor ficou sem realizar uma nova produção. O último hiato tinha sido em 1981, após o fracasso comercial de “Memórias” (1980), seu primeiro filme sem a parceira Diane Keaton. O contrato de Allen com a Amazon foi assinado em 2014, e o estúdio já havia lançado dois de seus filmes anteriores, “Café Society” e “Roda Gigante”, além da minissérie “Crisis in Six Scenes”. Além disso, havia previsão para outros títulos após “A Rainy Day in New York”.
Woody Allen decide processar a Amazon por não lançar seu novo filme
O diretor Woody Allen decidiu processar a Amazon após o estúdio desistir de lançar o seu próximo filme, “A Rainy Day in New York”, quando ele já estava filmado e editado. O cineasta entrou com processo nesta quinta-feira (7/2), pedindo US$ 68 milhões de indenização. Os advogados de Allen alegam que a Amazon informou o diretor, em junho de 2018, que não lançaria mais o drama estrelado por Timothée Chalamet (“Me Chame Pelo Seu Nome”), Elle Fanning (“Malévola”) e a cantora Selena Gomez (“Spring Breakers”). Allen diz que cobrou explicações da Amazon sobre o cancelamento da estreia, e que o estúdio respondeu que os motivos para a quebra de contrato incluíam “o retorno à tona de acusações de abuso sexual” e “declarações polêmicas” feitas pelo diretor. “A Rainy Day in New York”, o 48º e até aqui derradeiro filme dirigido pelo cineasta, foi rodado em 2017 e se tornou dano colateral do movimento #MeToo. Curiosamente, a onda de protestos femininos nas redes sociais foi precipitada com a ajuda do filho do diretor, Ronan Farrow, autor da reportagem da revista New Yorker que denunciou o produtor Harvey Weinstein em outubro do ano passado. A filha de Allen, Dylan Farrow, aproveitou o movimento de denúncias de assédios sexuais para retomar suas acusações de pedofilia contra Allen. Na véspera do lançamento de “Roda Gigante”, último filme de Allen a chegar aos cinemas, Dylan publicou uma carta aberta no jornal The Los Angeles Times, questionando o tratamento diferenciado dado a ele em relação a Weinstein. “Qual o motivo de Harvey Weinstein e outras celebridades acusadas de abuso terem sido banidas de Hollywood enquanto Allen recentemente conseguiu um contrato milionário de distribuição para seu próximo filme?”, ela questionou, referindo-se, justamente, à Amazon. Embora a pergunta tenha sido retórica, a grande diferença entre Allen e Weinstein sempre foi que apenas Dylan acusa o diretor, enquanto Weinstein acumulou uma centena de acusadoras. Dylan sabe disso, a ponto de dizer: “Estou falando a verdade e acho importante que as pessoas entendam que uma vítima importa e é suficiente para mudar as coisas”, ela disse. O caso chegou a ir parar na Justiça nos anos 1990, durante a separação do diretor de sua ex-mulher Mia Farrow, mas nada foi provado. Allen sempre se disse inocente e culpou Mia por fazer lavagem cerebral em sua filha. Moses Farrow, outro filho do diretor, recentemente contestou a irmã, apontando inconsistências na denúncia, culpando a mãe por violência física e psicológica e testemunhando que Allen jamais ficou sozinho com Dylan durante o alegado abuso. Nenhuma atriz ou ator filmados por Woody Allen ao longo de meio século de carreira acusou o diretor de qualquer coisa que não fosse extremo distanciamento. No entanto, a campanha de Dylan fez vários deles dizerem que não voltariam a filmar com o diretor, inclusive os integrantes de “A Rainy Day in New York”. Timothée Chalamet e Rebecca Hall chegaram a doar seus salários após participarem do filme. Para complicar, “A Rainy Day in New York” tem tema controverso, contando a história do relacionamento entre um homem de 44 anos e uma adolescente de 15 anos. O que torna seu lançamento ainda mais delicado diante de toda a polêmica revivida por Dylan Farrow. Graças à campanha da filha, Woody Allen teve a carreira interrompida. O ano de 2018 foi o primeiro em quase quatro décadas que o diretor ficou sem realizar uma nova produção. O último hiato tinha sido em 1981, após o fracasso comercial de “Memórias” (1980), seu primeiro filme sem a parceira Diane Keaton. O contrato de Allen com a Amazon foi assinado em 2014, e o estúdio já havia lançado dois de seus filmes anteriores, “Café Society” e “Roda Gigante”, além da minissérie “Crisis in Six Scenes”. Além disso, havia previsão para outros títulos após “A Rainy Day in New York”.
Woody Allen negocia realizar novo filme na Espanha
Se Woody Allen enfrenta dificuldades para lançar seus filmes nos Estados Unidos, em meio à campanha de difamação da filha Dylan Farrow, que o acusa de ter abusada dela uma vez, quando tinha sete anos de idade, o diretor continua a ser bem-vindo na Europa. Menos de um mês após a Amazon anunciar a suspensão do lançamento, por prazo indeterminado, do mais recente filme do cineasta Allen (“A Rainy Day in New York”), a produtora espanhola Mediapro anunciou que está negociando com Allen a realização de um novo filme na Espanha. Em entrevista concedida à estação de rádio RAC1, o sócio-fundador da produtora, Jaume Roures afirmou que irá se reunir com o diretor na semana que vem, em Nova York, para fechar o negócio. De acordo com o produtor, o filme deverá ser rodado em 2019, e Allen ainda está trabalhando em ideias para o roteiro. Se o acordo for fechado, será a segunda vez que o cineasta americano, de 82 anos, irá realizar um filme passado na Espanha — a primeira vez foi com o sucesso “Vicky, Cristina, Barcelona” (2008), que rendeu o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante para Penélope Cruz.
Mulher de Woody Allen fala pela primeira vez das alegações de pedofilia contra o diretor e ataca Mia Farrow
Soon-Yi Previn, esposa de Woody Allen, falou pela primeira vez na imprensa sobre seu relacionamento com o cineasta e as acusações feitas por Mia Farrow contra ele. Em uma entrevista-perfil publicada pelo New York Magazine e compartilhada pelo site Vulture, da mesma empresa, ela afirmou categoricamente que as alegações de que Woody Allen teria molestado a própria filha Dylan Farrow são falsas e que Mia Farrow foi quem abusou dela, com violência, quando criança. “Mia nunca foi maternal comigo desde o começo”, disse Previn a Daphne Merkin, autora do artigo e amiga de Allen há quatro décadas. “Eu nunca me interessei em escrever um ‘Mamãezinha Querida’ focado em Mia – nada disso”, explicou Previn, que foi adotada na Coreia do Sul por Farrow e seu então marido Andre Previn quando ela tinha seis anos de idade. “Mas o que aconteceu com Woody é tão perturbador, tão injusto. [Mia] aproveitou o movimento #MeToo e desfilou Dylan como uma vítima. E toda uma nova geração está ouvindo sobre isso da forma errada, quando não deveria”. E daí passou a descrever como foi sua infância com Mia Farrow. “Ela tentou me ensinar o alfabeto com blocos de madeira. Se eu não os acertasse, às vezes ela os jogava em cima de mim ou no chão. Quem pode aprender sob essa pressão? Previn afirmou que, como não falava inglês, teve uma “pequena dificuldade de aprendizagem” e Farrow passou a escrever palavras em seus braços para fazê-la se lembrar delas, “o que era humilhante, então eu sempre usava camisas de mangas compridas”. A mãe adotiva também tinha o costume de pendurá-la de cabeça para baixo por períodos de tempo, porque “ela pensou – ou talvez leu, Deus sabe onde ela tirou essa ideia – que o sangue correr para à minha cabeça me tornaria mais esperta ou algo assim”. Ela disse que Mia Farrow também a esbofeteava e a espancava com uma escova de cabelo, enquanto a chamava de “estúpida”. A atriz teria, inclusive, pedido para ela gravar numa fita uma declaração de que era realmente uma filha da p*ta, mas ela se recusou. Sua mãe biológica era uma prostituta que a abandonou. Contou ainda que Mia que elegia filhos favoritos, entre os mais inteligentes e mais loiros, tratando os demais como empregados, que deveriam fazer as tarefas da casa para ela. Sobre o início de seu relacionamento com Allen, ela observou que os dois eram adultos na época – ela tinha 21 anos – e se aproximaram porque ela o via como outro “loser” (perdedor) e ele simplesmente via ela. “Mia nunca foi gentil comigo. E de repente eu tive a chance de encontrar alguém que demonstrava afeição e era gentil, e é claro que adorei”. Ela diz que, no começo, nenhum dos dois pensava que o caso duraria, mas com o tempo eles se aproximaram. “Eu conheceria alguém na faculdade, e isso acabaria”, contou Soon-Yi sobre o relacionamento. “Só se tornou realmente um relacionamento quando nós fomos jogados juntos em público por causa da acusação de abuso sexual”. Depois que Farrow descobriu sobre o caso, encontrando fotos nuas de Previn, a relação de Previn com Farrow se deteriorou ainda mais. “Eu lembro do telefonema quando ela encontrou as fotos”, disse Previn. “Peguei o telefone e Mia disse: ‘Soon-Yi’. Isso é tudo que ela precisava dizer, naquele tom de voz arrepiante. Eu sabia que minha vida terminara e que ela sabia, apenas pelo modo como ela dizia meu nome. Quando ela chegou em casa, me perguntou sobre isso, e eu – por instinto de sobrevivência – neguei. Mas ela disse: “Eu tenho fotos”. Então eu sabia que tinha sido pega. Claro, ela me deu um tapa, você sabe o rumo dessas coisas. E então ela ligou para todos. Ela não conteve a situação. Ela espalhou como fogo”. Previn expressou remorso pelo efeito que seu caso com Woody Allen teve em Farrow, chamando o relacionamento de “uma enorme traição de ambas as partes, uma coisa terrível de se fazer, um choque terrível para infligir a ela”. Mesmo assim, ficou surpresa pela forma como o público em geral viu o caso, como se tivesse sido incesto. Soon-Yi garante que nunca viu Allen como um figura paterna. “Eu já tinha um pai”, ressalta. “Ele era André Previn e Mia nunca se casou com Woody, nem eles moravam juntos. Ele era o namorado da minha mãe, pura e simplesmente. Ele era como uma entidade separada. Eu achava que Mia tinha o fazia de tolo, fazendo-o acreditar que ela era uma ótima mãe. Eu achei que ele não era muito observador, não era alguém que valesse a pena conhecer. É por isso que foi o maior choque para mim quando acabamos juntos”. Ela está casada até hoje com Woody Allen, nunca passou uma noite sequer longe dele desde então e também adotou crianças. Meninas. Bechet, atualmente com 19 anos, e Manzie, de 18. Nenhuma fez qualquer denúncia contra o pai. A autora do artigo lembra que Moses Farrow, irmão de Soon-Yi, descreveu recentemente suas lembranças de infância com Mia Farrow da mesma maneira, com lembranças de violência física contra a irmã e ele próprio. “Ela até trancou meu irmão Thaddeus, paraplégico de polio, no quintal durante a noite por punição por alguma transgressão”, ele disse, referindo-se ao irmão que se suicidou aos 27 anos. Outra filha adotiva de Mia, uma órfã cega vietnamita chamada Tam, morreu aos 19 anos. De acordo com Mia, de ataque cardíaco. De acordo com o que Thaddeus teria dito a Moses: suicídio por overdose. A irmã de Allen, Letty Aronson, completou a história com uma declaração à Vulture, lembrando o que Mia lhe disse naquela época: “’Ele levou minha filha, eu vou levar a dele’. Eu disse: ‘Não seja ridícula. [Dylan] ama Woody. Uma criança deveria ter um pai. Ela disse: ‘Eu não me importo'”. E assim teria começado a acusação de que Woody Allen molestou a própria filha. Em agosto de 1992, Mia levou Dylan para a justiça para declarar que Allen havia abusado dela, o que Allen negou e continua negando até hoje, afirmando que tudo começou com uma manipulação de Mia, que virou lavagem cerebral em Dylan. As alegações levaram a uma batalha de custódia muito divulgada e prolongada, que não encontraram evidências contra Allen, mas resultaram na perda da guarda de seus filhos. É, de fato, notório que o diretor gosta de filmar histórias de relacionamentos entre homens mais velhos e mulheres muito mais novas, e que ele próprio se envolveu com uma garota de 21 anos quando tinha mais de 50. Mas também é fato que nenhuma atriz jamais o acusou de assédio, em mais de meio século de carreira. Dylan Farrow é a única mulher que acusa Woody Allen de abuso, baseada em memórias de sua infância. Ela rebatou a publicação do artigo voltando ao Twitter para reforçar sua acusação. AS primeiras palavras de seu texto são “Woody Allen me molestou quando eu tinha sete anos de idade”. Ela e seu irmão Ronan Farrow reforçaram que foram criados por uma mãe amável e condenaram a publicação por simplesmente realizar a entrevista. “Eu tenho uma mensagem para a mídia e os aliados de Woody Allen: ninguém está me ‘desfilando como vítima’. Eu continuo sendo uma mulher adulta fazendo uma alegação plausível que não se alterou em duas décadas, sustentada por evidências”, escreveu Dylan. “Eu devo tudo o que sou a Mia. Ela é uma mãe devotada que passou pelo inferno para criar os filhos e um lar amável para nós. Mas isto nunca impediu Woody Allen e seus aliados de plantar histórias que atacam e vilipendiam minha mãe para desviar de uma acusação plausível de abuso contra minha irmã”, escreveu Ronan. Ele ainda se disse chocado, como jornalista, pela cumplicidade do New York Magazine, que não teria ouvido o outro lado nem contraditórios de testemunhas, e ainda permitiu que o artigo fosse escrito por uma amiga notória de Woody Allen. O New York Magazine rebateu Ronan, lembrando que deixou claro no texto o relacionamento entre a jornalista e Allen, e que a entrevista só aconteceu por conta dessa amizade, porque Soon-Yi jamais tinha falado com a imprensa antes. Este fato apenas já tornava o material jornalisticamente relevante. Além disso, o perfil queria mostrar um lado diferente da história que ele e a irmã tornaram tão conhecida e que até então tinha tão poucos contraditórios. Um porta-voz da família de Mia Farrow também refutou todas as alegações de abuso físico, negligência e as demais acusações feitas na entrevista. Após a publicação, várias pessoas se alinharam a Ronan Farrow no Twitter atacando o artigo pela falta de isenção da entrevistadora. A porta-voz do New York Magazine, Lauren Starke, defendeu a história dizendo: “Esta é uma história sobre Soon-Yi Previn, e apresenta sua perspectiva sobre o que aconteceu em sua família. Acreditamos que ela tem direito a ser ouvida. O relacionamento de Daphne Merkin com Woody Allen é revelado e é uma parte da história, como foi a razão de Soon-Yi aceitar ser entrevistada. Esperamos que as pessoas leiam por si mesmas”.
Presidente da rede CBS vai perder o cargo após novas acusações de assédio sexual
O executivo Leslie Moonves, um dos homens mais poderosos de Hollywood, vai deixar o cargo de CEO da rede CBS após novas acusações de assédio virem à tona, informaram vários órgãos da imprensa americana neste domingo (9/9). Ele comanda a empresa desde 2003, quando tornou a CBS a rede de TV mais assistida dos Estados Unidos. Os detalhes da mudança de cúpula de um dos maiores grupos de comunicação do mundo devem ser anunciados na segunda-feira (10). Oficialmente, a CBS ainda não comentou as novas acusações, publicadas pelo jornalista Ronan Farrow na revista The New Yorker deste domingo, ou a situação de Moonves na empresa. Moonves é o executivo mais poderoso tolhido pelo movimento #MeToo, que surgiu no final do ano passado, após a exposição dos casos de abuso praticados pelo produtor Harvey Weinstein ao longo de três décadas. Sim, o CEO da CBS é muito mais influente que o dono do estúdio The Weinstein Company, por comandar um império que inclui, além da CBS, metade da rede The CW (joint venture da CBS com a Warner), a plataforma de streaming CBS All Access, estúdios de TV e cinema e estações de rádio, além de participar do conglomerado Viacom, dono da Paramount Pictures, MTV, Nickelodeon, etc. Em julho, seis mulheres entrevistadas por Farrow (responsável também por uma das reportagens que derrubou Weinstein) afirmam terem sido vítimas de abusos de Moonves. Quatro delas disseram que ele as tocou ou beijou à força enquanto outras duas afirmam ter sido intimidadas fisicamente ou com ameaças de que suas carreiras seriam arruinadas. Os fatos teriam acontecido entre a década de 1980 e os anos 2000. Moonves admitiu ter feito avanços sobre as mulheres “há várias décadas”, mas negou tê-las assediado sexualmente. Neste domingo, outras seis mulheres acusaram Moonves de assédio, abuso e violência, em mais uma reportagem de Farrow para a New Yorker.







