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    Vida de Ronald Biggs no Brasil vai virar série documental

    3 de fevereiro de 2022 /

    O Canal Brasil prepara uma série documental sobre o Ronald Biggs (1929-2013), que fugiu para o Brasil depois de ter participado do famoso assalto ao trem pagador na Inglaterra, crime que ficou conhecido como “O assalto do século”. Biggs chegou ao Rio com passaporte falso pouco antes da Copa de 1970. E virou celebridade quando participou do filme “A Grande Farsa do Rock” (1980), com integrantes da banda inglesa Sex Pistols. Ele também cantou no disco da trilha sonora. “No One is Innocent” foi lançado como single no Reino Unido, alcançando o 6° lugar nas paradas britânicas. Só que sua impunidade inspirou uma aventura ousada de ex-militares ingleses. Um grupo clandestino o sequestrou e o levou até Barbados, esperando receber alguma recompensa. Não deu certo e, aproveitando-se de brechas na lei, Biggs conseguiu voltar ao Brasil. Nos anos 1980, inspirado pelo pós-punk britânico, abriu uma famosa casa noturna carioca com sócios ingleses, Crepúsculo de Cubatão, que fomentou a cena alternativa do Rio. Além disso, sua história virou filme, “Prisioneiro do Rio” (1988), com direção do polonês Lech Majewski (“O Moinho e a Cruz”) e participação de José Wilker e Zezé Motta. Ele ainda voltou ao rock em 1991, como cantor convidado na faixa “Carnival In Rio (Punk Was)”, da banda punk alemã Die Toten Hosen. E seu filho brasileiro, Mike Biggs, foi um dos membros do popular grupo musical infantil Balão Mágico. Sua lendária boa vida carioca chegou ao fim em 2001, quando Biggs aceitou uma oferta em dinheiro do tabloide The Sun para retornar à Inglaterra, mesmo sabendo que seria imediatamente preso. Acabou adoecendo na prisão, sendo libertado oito anos depois por conta de seu estado de saúde. Ele faleceu em 2013 num abrigo de idosos na Inglaterra, e foi enterrado junto com bandeiras de seu país natal e do Brasil. A série “Biggs in Rio – No One Is Innocent” tem direção de Roberto Berliner (“Nise: O Coração da Loucura”) e Cris Pickard (escritor e jornalista inglês que já escreveu três livros sobre Biggs). A produção é dividida pela TvZero e a Critical Divide, da Inglaterra, além do Canal Brasil. Ainda não há previsão de estreia.

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    É Tudo Verdade: Festival de documentários recomeça com filme premiado em Cannes

    23 de setembro de 2020 /

    A 25ª edição do É Tudo Verdade, maior festival de documentário da América Latina, abre a segunda fase de sua programação nesta quarta (23/9) com a exibição de “A Cordilheira dos Sonhos”, do chileno Patrício Guzmán, filme premiado no Festival de Cannes passado. Ele será exibido em sessão para convidados no Drive-in Belas Artes, em São Paulo, e disponibilizado em streaming a partir das 20h30 como parte da mostra online, que vai até o dia 4 de outubro, e apresentará um total de 61 títulos, entre longas e curtas-metragens, espalhados por mostras competitivas e informativas. Em sua fase inicial, realizada entre 25 de março e 15 de abril passado, o festival já apresentou 30 títulos, entre filmes e séries. Um dos principais títulos do evento, o filme de Guzmán fecha uma trilogia formada ainda por “Nostalgia da Luz” (2012) e “O Botão de Pérola” (2015) num ensaio entre o memorialístico e o político sobre os avanços sociais do governo Allende (1970-1973), a repressão brutal da ditadura Pinochet (1973-1990) e a dura herança atual da política econômica desenvolvida no período autoritário do Chile. Outros filmes estrangeiros bem cotados da programação incluem “Forman vs. Forman”, um tributo a Milos Forman, cineasta tcheco responsável por filmes como “Um Estranho no Ninho” (1975) e “Amadeus” (1984), “Golpe 53”, de Taghi Amirani, que analisa o golpe anglo-americano no Irã, e “1982”, de Lucas Gallo, que usa trechos do programa de TV “60 Minutos” para refletir sobre a “guerra das Malvinas”, declarada pela ditadura argentina contra o Reino Unido pelo controle das Ilhas Falkland. Na lista de filmes nacionais, destacam-se ainda “Libelu — Abaixo a Ditadura”, de Diógenes Muniz, sobre a história do grupo de jovens trotskistas que enfrentaram a ditadura no Brasil, “Jair Rodrigues — Deixa que Digam”, de Rubens Rewald, que retrata o artista e o país, “Os Quatro Paralamas”, de Roberto Berliner e Paschoal Samora, sobre a relação de amizade entre os Os Paralamas do Sucesso e o empresário do grupo, e “Utopia Distopia”, em que Jorge Bodanzky revive o período em que cursou a Universidade de Brasília para apresentar um painel da juventude nos anos 1960. O festival se encerra em outubro com a exibição de “Wim Wenders, Desperado”, documentário sobre o diretor alemão de “Paris, Texas” (1984) e “Asas do Desejo” (1987), dirigido pela dupla Eric Friedler e Andreas Frege. Toda a programação estará disponível em plataformas de streaming, de forma gratuita, mas com horários específicos como se fossem sessões de cinema convencional. Maiores informações e acessos aos filmes podem ser encontrados no site oficial: etudoverdade.com.br.

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    Elis lidera lista de indicados ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro de 2016

    14 de julho de 2017 /

    A Academia Brasileira de Cinema, que elege com bastante atraso os melhores artistas, técnicos e filmes nacionais do ano anterior, divulgou a lista de indicados à 16º edição de sua premiação, batizada singelamente de Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. Com 12 indicações, o drama biográfico “Elis”, de Hugo Prato, que conta a história da cantora Elis Regina, lidera a lista de produções selecionadas. Outros filmes que se destacam são “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho, “Boi Neon”, de Gabriel Mascaro, “Mãe Só Há Uma”, de Anna Muylaert, e “Nise — O Coração da Loucura”, de Roberto Berliner. Em compensação, “Sinfonia da Necrópole” e “O Roubo da Taça” foram subestimados com apenas uma indicação cada, o que ainda assim é melhor do que ter sido simplesmente ignorado, como aconteceu com “O Silêncio do Céu”, “Campo Grande”, “Para Minha Amada Morta” e “Ponto Zero”, quatro filmes melhores que, por exemplo, “Elis”. Já o pior filme brasileiro de 2016 está na lista, entre as comédias. Adivinhe qual. Além da distribuições de troféus, haverá homenagens ao ator Antonio Pitanga, à atriz e diretora Helena Ignez, ao centenário de empresa distribuidora Grupo Severiano Ribeiro (hoje Kinoplex) e à Cinemateca Brasileira. A cerimônia de premiação vai acontecer em 5 de setembro, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, sob direção de Bia Lessa. Confira abaixo a lista completa dos indicados. Indicados ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro de 2016 Melhor Filme “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho “Boi Neon”, de Gabriel Mascaro “Elis”, de Hugo Prata “Mãe Só Há Uma”, de Anna Muylaert “Nise – O Coração da Loucura”, de Roberto Berliner Melhor Documentário “Cícero Dias, o Compadre de Picasso”, de Vladimir Carvalho “Cinema Novo”, de Eryk Rocha. Curumim, de Marcos Prado. “Eu Sou Carlos Imperial”, de Renato Terra e Ricardo Calil “Marias”, de Joana Mariani “Menino 23 – Infâncias Perdidas no Brasil”, de Belisario Franca “Quanto Tempo o Tempo Tem”, de Adriana L. Dutra Melhor Comédia “BR716”, de Domingos Oliveira “É Fada!”, de Cris D’Amato “Minha Mãe É Uma Peça 2”, de César Rodrigues “O Roubo da Taça”, de Caito Ortiz “O Shaolin do Sertão”, de Halder Gomes Melhor Direção Afonso Poyart (“Mais Forte Que O Mundo – A História De José Aldo”) Anna Muylaert (“Mãe Só Há Uma”) David Schurmann (“Pequeno Segredo”) Gabriel Mascaro (“Boi Neon”) Kleber Mendonça Filho (“Aquarius”) Melhor Atriz Adriana Esteves (“Mundo Cão”) Andréia Horta (“Elis”) Glória Pires (“Nise – O Coração da Loucura”) Julia Lemmertz (“Pequeno Segredo”) Sonia Braga (“Aquarius”) Sophie Charlotte (“Reza a Lenda”) Melhor Ator Caio Blat (“BR716”) Cauã Reymond (“Reza a Lenda”) Chic Diaz (“Em Nome da Lei”) Domingos Montagner (“Um Namorado Para Minha Mulher”) Juliano Cazarré (“Boi Neon”) Lázaro Ramos (“Mundo Cão”) Melhor Atriz Coadjuvante Alice Braga (“Entre Idas e Vindas”) Andréa Beltrão (“Sob Pressão”) Laura Cardoso (“De Onde Eu Te Vejo”) Maeve Jinkings (“Aquarius”) Maeve Jinkings (“Boi Neon”) Sophie Charlotte (“BR716”) Melhor Ator Coadjuvante Caco Ciocler (“Elis”) Dan Stulbach (“Meu Amigo Hindu”) Flavio Bauraqui (“Nise – O Coração da Loucura”) Gustavo Machado (“Elis”) Irandhir Santos (“Aquarius”) Melhor Roteiro Original Afonso Poyart e Marcelo Rubens Paiva (“Mais Forte Que O Mundo – A História de José Aldo”) Anna Muylaert(“Mãe Só Há Uma”) Domingos Oliveira (“BR716”) Gabriel Mascaro (“Boi Neon”) Kleber Mendonça Filho (“Aquarius”) Melhor Roteiro Adaptado Fil Braz e Paulo Gustavo (“Minha Mãe É Uma Peça 2”) Hilton Lacerda e Ana Carolina Francisco (“Big Jato”) Lusa Silvestre e Julia Rezende (“Um Namorado Para Minha Mulher”) Neville D’Almeida e Michel Melamed (“A Frente Fria Que a Chuva Traz”) Walter Lima Jr (“Através da Sombra”) Melhor Direção de Fotografia Adrian Teijido (“Elis”) André Horta (“Nise – O Coração da Loucura”) Diego Garcia (“Boi Neon”) Marcelo Corpanni (“Reza a Lenda”) Mauro Pinheiro Junior (“Meu Amigo Hindu”) Melhor Direção de Arte Clovis Bueno, Isabel Xavier e Caroline Schamall (“Meu Amigo Hindu”) Daniel Flaskman (“Nise – O Coração Da Loucura”) Frederico Pinto (“Elis”) Juliana Ribeiro (“O Shaolin do Sertão”) Juliano Dornelles e Thales Junqueira (“Aquarius”) Melhor Figurino Cássio Brasil (“Reza A Lenda”) Cris Kangussu (“Nise – O Coração da Loucura”) Cristina Camargo (“Elis”) Flora Rebollo (“Boi Neon”) Luciana Buarque (“O Shaolin do Sertão”) Melhor Maquiagem Alex De Farias (“Boi Neon”) Anna Van Steen (“Elis”) Bruna Nogueira (“Meu Amigo Hindu”) Cristiano Pires (“O Shaolin do Sertão”) Tayce Vale (“Reza a Lenda”) Melhores Efeitos Visuais Binho Carvalho e José Francisco (“Reza a Lenda”) Eduardo Amodio (“Aquarius”) Guilherme Ramalho (“Elis”) Marcelo Siqueira (“Pequeno Segredo”) Mari Figueiredo (“Mais Forte Que O Mundo – A História de José Aldo”) Melhor Montagem Eduardo Serrano (“Aquarius”) Fernando Epstein e Eduardo Serrano (“Boi Neon”) Gustavo Giani (“Meu Amigo Hindu”) Karen Harley (“Big Jato”) Tiago Feliciano (“Elis”) Melhor Montagem de Documentário Alexandre Lima (“Curumim”) Gabriel Medeiros (“Geraldinos”) Jordana Berg (“Eu Sou Carlos Imperial”) Renato Vallone (“Cinema Novo”) Yan Motta (“Menino 23 – Infâncias Perdidas no Brasil”) Melhor Som Alfredo Guerra e Érico Paiva (“O Shaolin Do Sertão”) Fabian Oliver, Mauricio D’orey e Vicent Sinceretti (“Boi Neon”) Gabriela Cunha, Daniel Turini, Fernando Henna e Paulo Gama (“Sinfonia da Necrópole”) Jorge Rezende, Alessandro Laroca, Armando Torres Jr. e Eduardo Virmond Lima (“Elis”) Nicolas Hallet e Ricardo Cutz (“Aquarius”) Paulo Ricardo Nunes, Miriam Biderman, Ricardo Reis e Paulo Gama (“Reza a Lenda”) Melhor Trilha Sonora Original Alceu Valença (“A Luneta do Tempo”) Antonio Pinto (“Pequeno Segredo”) Dj Dolores (“Big Jato”) Jaques Morelenbaum (“Nise – O Coração da Loucura”) Otavio De Moraes (“Elis”) Melhor Trilha Sonora Alexandre Guerra (“O Vendedor de Sonhos”) Bernardo Uzeda (“Mate-Me por Favor”) Domingos Oliveira (“BR716”) Mateus Alves (“Aquarius”) Mauricio Tagliari (“Mundo Cão”) Melhor Longa-Metragem Estrangeiro “A Chegada”, de Denis Villeneuve “A Garota Dinamarquesa”, de Tom Hooper “Animais Noturnos”, de Tom Ford “Elle”, de Paul Verhoeven “O Filho de Saul”, de László Nemes “Spotlight – Segredos Revelados”, de Tom Mccarthy Melhor Curta “A Moça que Dançou com o Diabo”, de João Paulo Miranda Maria “Constelações”, de Maurílio Martins “E o Galo Cantou”, de Daniel Calil “Não Me Prometa Nada”, de Eva Randpolph “O Melhor Som do Mundo”, de Pedro Paulo De Andrade Melhor Curta de Documentário “A Morte do Cinema”, de Evandro De Freitas “Abissal”, de Arthur Leite “Aqueles Anos de Dezembro”, de Felipe Arrojo Poroger “Buscando Helena”, de Ana Amélia Macedo e Roberto Berliner “Índios no Poder”, de Rodrigo Arajeju “Orquestra Invisível Let’s Dance”, de Alice Riff Melhor Curta de Animação “Cartas, de David Mussel “O Caminho dos Gigantes, de Alois Di Leo “O Projeto do Meu Pai”, de Rosaria Maria “Quando os Dias Eram Eternos”, de Marcus Vinicius Vasconcelos “Tango”, de Francisco Gusso e Pedro Giongo “Vento”, de Betânia Furtado “Vida de Boneco”, de Flávio Gomes

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    Kleber Mendonça Filho diz que manterá Aquarius na disputa por uma vaga ao Oscar

    25 de agosto de 2016 /

    É oficial. O diretor Kleber Mendonça Filho disse que manterá a inscrição de “Aquarius” na disputa pela vaga brasileira no Oscar 2017. O cineasta pernambucano não vai aderir ao protesto que ele próprio incentivou, ao insinuar-se perseguido politicamente, e que culminou na desistência de dois de seus concorrentes, “Boi Neon”, de Gabriel Mascaro, e “Mãe Só Há Uma”, de Anna Muylaert. Mascaro e Muylaert anunciaram a retirada de seus filmes em solidariedade a Filho, que estaria sofrendo retaliações, após denunciar que “O Brasil não é mais uma democracia”, com placas contra um “golpe de estado” no país, durante o Festival de Cannes. Filho, porém, assumiu que não tem intenção de realizar o mesmo gesto. “Tenho interesse em ver o processo se completar dentro das regras democráticas”, ele afirmou ao jornal Folha de S. Paulo. Assim, se valerá da vantagem de não contar com dois de seus concorrentes mais destacados para tentar conquistar a vaga. E só não terá o caminho mais facilitado porque outros diretores optaram por não servir de tapete vermelho para seu “interesse”. Os três diretores e Roberto Berliner, que também mantém “Nise: No Coração da Loucura” na competição, protestam contra a inclusão do crítico Marcos Petrucelli na comissão que escolherá o candidato brasileiro ao Oscar. Para eles, é inadmissível que o jornalista tenha sido escolhido após emitir opinião contrária à manifestação de Filho e da equipe de “Aquarius” em Cannes, e assim decidiram denunciar a “imparcialidade questionável” da comissão, no dizer de Mascaro. É importante lembrar que os mesmos defensores da imparcialidade desta comissão do Ministério da Cultura, que perseguem e atacam um jornalista exclusivamente por conta de suas opiniões, não realizaram qualquer tipo de manifestação quando “Lula, o Filho do Brasil” foi vergonhosamente escolhido como representante do Brasil ao Oscar em 2010, em pleno governo Lula. Uma falta de ética como nunca se viu antes na história deste país. “Acho incrível o que [Mascaro e Muylaert] fizeram”, disse Filho à Folha de S. Paulo. “O governo interino não tem familiaridade com a área da cultura e com a forma como nós somos unidos.” Curiosamente, esta união parece ter limites, já que o incentivador não pretende pular no mesmo abismo, após ver a concorrência pular sozinha, de forma inocente e muito útil, por sinal. Por sua vez, o Ministério da Cultura emitiu um comunicado, reiterando sua “confiança na comissão de seleção do filme” e na “isenção do processo de escolha”. “A comissão é formada por nomes de reconhecida reputação e conhecimento técnico, que passaram, inclusive, pelo crivo da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Destaca-se que a seleção do filme representante será feita à margem de critérios de natureza política, sendo inócua a criação de ambiente de pressão ou constrangimento com vistas a favorecer ou prejudicar qualquer produção. Passada a etapa de seleção, o Ministério estará engajado na torcida para que nosso filme figure entre os cinco finalistas.”

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    Anna Muylaert retira Mãe Só Há Uma da disputa pela vaga brasileira no Oscar 2017

    25 de agosto de 2016 /

    A diretora Anna Muylaert revelou que pretende seguir o gesto de Gabriel Mascaro e também retirar seu filme “Mãe Só Há Uma” da disputa pela indicação do Brasil à categoria de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar 2017. Mascaro retirou “Boi Neon” para prestar solidariedade ao filme “Aquarius”, num protesto à parcialidade – ou “imparcialidade questionável”, como se expressou – com que o processo seletivo estaria sendo conduzido. A razão para as duas desistências seria a inclusão do crítico paulista Marcos Petrucelli na comissão do Ministério da Cultura que escolherá o representante brasileiro. Ele virou alvo por discordar da postura política e igualmente pública do diretor Kleber Mendonça Filho, de “Aquarius”. Com isso, já são dois cineastas que tomam para si a decisão que não foi tomada por Kleber Mendonça Filho, que se diz perseguido após a photo-op do Festival de Cannes para denunciar que “O Brasil não é mais uma Democracia”, devido a um “golpe de estado” – o processo de Impeachment de Dilma Rousseff. Em nome da defesa da liberdade de expressão da equipe de “Aquarius”, Muylaert, Mascaro e Filho lançam assim um inacreditável movimento contra a liberdade de expressão de um crítico, que discordou do uso político de verbas públicas no protesto realizado em Cannes. Como o próprio Filho assumiu, seu filme foi realizado com verbas incentivadas e sua viagem à França financiada pelo Programa de Apoio à Participação de Filmes Brasileiros em Festivais Internacionais e de Projetos de Obras Audiovisuais Brasileiras em Laboratórios e Workshops Internacionais, da Ancine. A propósito, estas são as frases do crítico, publicadas em seu Facebook, que geraram a polêmica. “Vergonha é o mínimo que se pode dizer sobre a equipe e o elenco de ‘Aquarius’”, ele opinou na data do protesto com os cartazes em Cannes. Cinco dias depois, quando saiu o anúncio dos vencedores, ele completou: “Então foi assim: filme feito com dinheiro público vai a Cannes representar o Brasil e não leva prêmio algum. Ou seja, a mentira sobre o suposto golpe no País por meio de frases em papel A4 no tapete vermelho não adiantou muito além de expor o Brasil ao ridículo.” Aparentemente, três dos nossos cineastas mais brilhantes acharam ruim que um dos eleitores do representante do Brasil no Oscar tenha feito o que se espera de sua profissão: um comentário crítico. Ou, de forma reducionista, manifestado-se publicamente a respeito de uma manifestação pública. Trata-se de um ataque mal-disfarçado à liberdade de expressão e opinião, a ponto de visar até o símbolo máximo da democracia: o direito ao voto. Não querem que um crítico vote, porque não gostarão de seu voto. É isso, simplesmente. “Achamos que este é o ano de ‘Aquarius’. É o filme certo”, disse Muylaert ao jornal Folha de S. Paulo, num prato cheio para quem gosta de teorias de conspiração e já delira com Kleber Mendonça Filho segurando placas de “Yankees Go Home” no tapete vermelho do Oscar 2017. Além da dupla de cineastas desistentes, o diretor e produtor mineiro Guilherme Fiúza Zenha, um dos nove integrantes da comissão do governo, também anunciou que não irá mais participar do comitê “por questões pessoais”. Procurado, o diretor de “O Menino no Espelho” (2014) disse que não falaria com a imprensa. Mas é pouco provável que muitos outros se juntem a eles. Ouvidos pela Folha de S. Paulo, os diretores de alguns dos filmes concorrentes mantiveram a postura de disputar a vaga. E encontram o caminho menos apinhado, com a saída de “Boi Neon” e “Mãe É Só Uma” do páreo. “Por que tirar o filme? Acredito nele. Respeito a atitude [dos outros diretores], mas não pretendo retirar. A decisão é do comitê”, disse Afonso Poyart, de “Mais Forte que o Mundo – A História de José Aldo”. Ele é ecoado pelo diretor David Schurmann, para quem seu filme “Pequeno Segredo” “tem uma temática que pode interessar ao Oscar”. “Investimos muito tempo e paixão para fazer um filme tecnicamente impecável e emocionante”, resumiu. Já Roberto Berliner decidiu manter “Nise: No Coração da Loucura”, mas não sem emitir um comunicado de solidariedade a Filho, dizendo que compartilha “das mesmas posições políticas”, sem esquecer de atacar o crítico em questão por suas “declarações infelizes” – em defesa da “liberdade de expressão”, é claro – , e incluindo até a um anedótico “Fora Temer!” no texto. Fazendo a ressalva que Muylaert e Mascaro preferiram ignorar, Berliner lembrou do respeito que deve “à equipe do filme, aos milhares de espectadores, aos outros jurados e demais concorrentes”, salientando a “confiança no filme que fizemos e pela importância de levar essa história ao conhecimento do maior público possível”. Mas completa propondo escorraçar o crítico da comissão, numa celebração de totalitarismo – ou, pelo menos, falta de capacidade de convívio democrático. Afinal, como se chama mesmo quem busca enquadrar opositores, calar os dissidentes e buscar impedir o direito de votar? De todo modo, o “martírio” dos colegas está sendo tratado, até aqui, com mesquinharia por Filho, que tem se aproveitado das desistências para reforçar sua posição na eleição e aparecer ainda mais na mídia. Após a desistência de Mascaro e Muylaert, em solidariedade à perseguição que o cineasta estaria sofrendo – e isto inclui a classificação etária elevada de seu filme – , ele mantém “Aquarius” na disputa.

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    Nise – O Coração da Loucura restaura a fé na humanidade

    23 de abril de 2016 /

    “Nise – O Coração da Loucura” mostra que a comédia “Julio Sumiu” (2014) foi apenas um deslize na carreira de Roberto Berliner, que já tinha feito bons trabalhos como documentarista – em filmes como “A Pessoa É para o que Nasce” (2004), “Herbert de Perto” (2009) e “A Farra do Circo” (2014). Em sua segunda ficção, ele opta pelo uso da câmera na mão, característica de documentarista, para imprimir mais verdade à cinebiografia da Dra. Nise da Silveira, a psiquiatra que ousou tratar de pacientes de um hospício da década de 1940 de maneira digna, usando o afeto e a arte como objetos de trabalho. Falando assim, pode parecer que “Nise” tende ao melodrama piegas, mas a sensibilidade do cineasta e o bom trabalho do elenco em momento nenhum prejudicam os aspectos dramáticos, sem falar que a obra também serve para apresentar, para muitos brasileiros que não conheciam, essa pessoa fantástica que foi Nise da Silveira (1905-1999). Além de estimular a tolerância e a criatividade de seus pacientes, ela levou as artes criadas em suas sessões de terapia ocupacional para museus, e chegou a trocar correspondência com Carl Jung, em um tempo em que a lobotomia e os eletrochoques eram considerados as técnicas mais avançadas e revolucionárias no tratamento dos doentes mentais. A convivência do elenco e direção com pacientes esquizofrênicos e a conversa com uma das assistentes de Nise foram bastante importantes para a construção da personagem e do enredo. Mas não há como ignorar o destaque individual de Gloria Pires. A atriz que incorpora Nise tem seu melhor desempenho no cinema desde “É Proibido Fumar” (2009), de Anna Muylaert. Um dos momentos mais intensos do filme, em seu terço inicial, é quando a Dra. Nise se apresenta aos seus clientes (é assim que ela prefere lhes chamar, demonstrando que estava ali para servi-los) e pede para que eles se sentem para conversar. A câmera rodopia ao seu redor, passando uma impressão de perda de controle, ao mesmo tempo em que começa a adaptar o olhar do público àquele caos cotidiano. O trabalho de direção de arte da equipe de Berliner, ainda que muito discreto, é digno de nota, com uma opção pela predominância da cor marrom impessoal na apresentação do local de trabalho, que aos poucos se torna ensolarado e em um lugar de harmonia para os pacientes, que antes eram tratadas com frieza e crueldade. Quando exibido no Festival do Rio no ano passado, “Nise – O Coração da Loucura” teve em sua plateia ex-pacientes da verdadeira Nise, que se emocionaram com suas representações na tela. O filme acabou ovacionado e conquistando o prêmio do público do festival. A história de “Nise” também permite refletir que, apesar de as técnicas cruéis daqueles tempos já serem consideradas ultrapassadas, o tratamento mais humano de pessoas confinadas, sejam elas doentes mentais ou sadias, continua enfrentando resistência e preconceito até hoje, por quem as considera inferiores ou indignas da mínima consideração. É um ótimo filme, mas mais que isso, “Nise – O Coração da Loucura” faz o espectador sair do cinema com fé restaurada na humanidade.

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    O Caçador e a Rainha do Gelo é o maior lançamento e também o pior filme da semana

    21 de abril de 2016 /

    “O Caçador e a Rainha do Gelo” é o lançamento mais amplo da semana, distribuído em 920 salas pelo país. Espécie de quimera, que junta prólogo e sequência na mesma criatura, o filme retoma os personagens de Chris Hemsworth e Charlize Theron em “Branca de Neve e o Caçador” (2012), mas em vez de aprofundar a fábula de Branca de Neve leva sua trama para o mundo de “Frozen – Uma Aventura Congelante” (2013). O resultado parece um episódio de “Once Upon a Time” mal escrito e obcecado por efeitos visuais dourados. O longa também estreia neste fim de semana nos EUA, onde foi eviscerado pela crítica (19% de aprovação no site Rotten Tomatoes). A outra estreia infantil, a animação “No Mundo da Lua”, é mais criativa, ao acompanhar um adolescente, filho e neto de astronautas, em sua luta para preservar o programa espacial americano e impedir um bilionário excêntrico de virar dono da lua. A produção mantém o espírito aventureiro do primeiro longa do diretor espanhol Enrique Gato, “As Aventuras de Tadeo” (2012), com exibição em 290 salas (126 em 3D). “Milagres do Paraíso” também foca famílias com sua história, sobre uma criança doente que consegue uma cura milagrosa. Típica produção religiosa, sua trama reforça a insignificância da ciência, desautoriza coincidências e prega que Deus sempre atende aos que acreditam. A crítica americana considerou medíocre, com 47% de aprovação. A diretora mexicana Patricia Riggen é a mesma do drama “Os 33” (2015) e o elenco destaca Jennifer Garner (“Clube de Compra Dallas”) como a mãe que padece no paraíso. Chega em 180 salas do circuito. Dois filmes nacionais completam a programação dos shoppings. E, por incrível que pareça, nenhum deles é uma comédia boba. Com maior alcance, “Em Nome da Lei” marca a volta do diretor Sergio Rezende ao gênero policial, sete anos após seu último longa, “Salve Geral” (2009). O lançamento em 380 salas sinaliza a expectativa positiva do estúdio à história de um juiz federal incorruptível, que evoca esses dias de operação Lava Jato (dá-lhe zeitgeist). Mas o personagem de Mateus Solano (“Confia em Mim”) não é Sergio Moro nem a trama enfrenta a corrupção política, optando por situações clichês de máfia de fronteira, narradas de forma novelesca, com direito a “núcleo romântico”. Não prende sequer a atenção. A melhor opção nacional é o drama “Nise – O Coração da Loucura”, fruto de um roteiro mais maduro (escrito a 14 mãos!), que encontra um meio-termo entre o didatismo e o desenvolvimento de personagem. Glória Pires (“Flores Raras”) se destaca no papel central, a doutora Nise da Silveira, figura importante da psiquiatria brasileira, que merecia mesmo virar filme. O longa dirigido por Roberto Berliner (do péssimo “Julio Sumiu”) mostra seu confronto com os tratamentos violentos dos anos 1940 e a bem-sucedida adoção da terapia ocupacional, que passa a humanizar os doentes de um hospício público. Além de competente cinebiografia, o filme possuiu uma bela mensagem contra a intolerância. Em apenas 59 telas. Intolerância também é o tema de “Amor por Direito”, drama indie americano que ocupa uma faixa intermediária, em pouco menos de 50 salas. Baseado em fatos reais, a história mostra a batalha jurídica de uma policial (Julianne Moore, de “Para Sempre Alice”), diagnosticada com uma doença terminal, que enfrenta preconceitos para deixar sua pensão para sua parceira de vida (Ellen Page, de “X-Men: Dias de um Futuro Esquecido”). O caso teve repercussão nacional nos EUA, mas, apesar das boas intenções, a trama cinematográfica não ressoa como “Filadélfia” (1993), do mesmo roteirista. Ironicamente, o drama lésbico teve a mesma nota do drama crente da semana, 47% de aprovação no Rotten Tomatoes. Dois dramas europeus e dois documentários brasileiros ocupam o circuito limitado. O principal título europeu é o romeno “O Tesouro”, de Corneliu Porumboiu (“Polícia, Adjetivo”), em que dois vizinhos enfrentam a amarga realidade da crise econômica com um sonho infantil, de encontrar um suposto tesouro escondido. Venceu vários prêmios em festivais internacionais, inclusive Cannes. O outro lançamento é o francês “Uma História de Loucura”, de Robert Guédiguian (“As Neves do Kilimanjaro”), que acompanha as histórias dois jovens: um terrorista e sua vítima colateral num atentado contra o embaixador da Turquia em Paris, nos anos 1980. Ambos chegam em quatro salas. Entre os documentários, o destaque pertence a “O Futebol”, de Sergio Oksman, vencedor do recente festival É Tudo Verdade. O diretor tem uma longa lista de prêmios no currículo. Já tinha vencido até o Goya (o Oscar espanhol) e o prêmio de Melhor Documentário do festival Karlovy Vary com o curta “A Story for the Modlins” (2012). “O Futebol”, por sua vez, foi exibido também nos festivais de Locarno e Mar Del Plata. E, apesar do título, tem o futebol apenas como pano de fundo para um reencontro entre um pai e um filho que não se viam a 20 anos, e que marcam de passar um mês juntos para acompanhar os jogos da Copa do Mundo de 2014. Os planos, porém, não se realizam como previsto. A estreia também acontece em quatro salas. Por fim, “Meu Nome É Jacque”, de Angela Zoé (“Nossas Histórias”) foca uma mulher transexual, portadora do vírus da aids, que precisa superar grandes obstáculos para viver sua vida da melhor forma possível. Chega em apenas uma sala no Rio.

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    Trailer e cenas de Nise: O Coração da Loucura trazem Glória Pires revolucionando a psiquiatria

    9 de março de 2016 /

    A TVZero divulgou o trailer e duas cenas impactantes de “Nise: O Coração da Loucura”, cinebiografia da psiquiatra Nise da Silveira, estrelada por Glória Pires (“Linda de Morrer”). As prévias mostram a atitude desafiadora e o pioneirismo da médica, que confrontou os padrões desumanos vigentes nos anos 1940 para revolucionar o tratamento psiquiátrico no Brasil. Com ela, saíram o eletrochoque e a violência dos enfermeiros e entraram a pintura e os passeios lúdicos – a chamada “terapia ocupacional”, referenciada até hoje. Tudo isso é bem retratado nos vídeos, que, por outro lado não evitam um tom de docudrama televisivo. Filmado durante dois meses no Instituto Nise da Silveira, no Engenho de Dentro, local onde ficava o Hospital Psiquiátrico Pedro II, “Nise: O Coração da Loucura” tem direção de Roberto Berliner (“Júlio Sumiu”), até então mais bem-sucedido como documentarista do que como diretor de ficção. O filme foi exibido no Festival do Rio, onde venceu o Prêmio do Público, e ainda conquistou destaque no Festival de Tóquio, rendendo troféus para Glória Pires e Berliner no Japão. A estreia está marcada para 21 de abril.

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    Drama brasileiro Nise – O Coração da Loucura vence Festival de Tóquio

    16 de novembro de 2015 /

    O filme brasileiro “Nise – O Coração da Loucura”, de Roberto Berliner (“Julio Sumiu”), foi o grande vencedor do 28º Festival de Tóquio. Além do troféu de Melhor Filme, a obra rendeu o prêmio de Melhor Atriz a Glória Pires (“Flores Raras”), por seu papel como a psiquiatra Nise da Silveira. Em seu agradecimento, Berliner disse que a alagoana Nise (1905-1999) era sua “heroína”, destacando ela não era muito conhecida quando começou a fazer o filme, há três anos. “Era minha responsabilidade mostrar a história dela para o mundo”, afirmou, ao receber o troféu na noite de sábado (31/10), conquistando o júri internacional presidido pelo diretor americano Bryan Singer (“X-Men: Dias de um Futuro Esquecido”). Glória Pires não estava presente no evento. O filme mostra o trabalho de Nise com os internos do Cento Psiquiátrico Pedro 2º, no Rio dos anos de 1940, quando propôs aos pacientes atividades lúdicas, como pintura e cuidados de animais domésticos. A proposta foi recebida como atitude comunista pelos colegas e chocou as alas mais conservadoras da psiquiatria tradicional, que defendiam métodos como eletrochoque e lobotomia. “Nise – O Coração da Loucura” teve sua première mundial em outubro, durante o Festival do Rio, mas ainda não tem previsão de lançamento comercial.

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