Família revela causa da morte de Diane Keaton
Atriz vencedora do Oscar por “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa” faleceu em 11 de outubro, aos 79 anos, em Los Angeles
Robert Blake, da série “Baretta”, morre aos 89 anos
O ator Robert Blake, conhecido por seus papéis no filme “A Sangue Frio” e na série “Baretta”, morreu nessa quinta-feira (9/3) em consequência de uma doença cardíaca. Ele tinha 89 anos. Além do seu trabalho como ator, que lhe rendeu alguns prêmios ao longo da carreira, Blake também teve uma vida envolta em polêmicas, que começaram com o vício em drogas e culminaram numa acusação de assassinato. Ele acabou sendo absolvido no julgamento criminal em 2005, mas em um julgamento civil posterior, Blake foi considerado responsável pela morte injusta da sua esposa, Bonny Lee Bakley, e ordenado a pagar US$ 30 milhões à família dela. Ele entrou com pedido de falência em 2006. Michael Gubitosi (seu verdadeiro nome) nasceu em 18 de setembro de 1933, em Nutley, Nova Jersey. Ele veio de uma família de artistas e, desde jovem, fazia apresentações com seus irmãos na trupe de vaudeville dos pais. Quando era criança, sua família se mudou para Los Angeles, onde ele e os irmãos começaram a trabalhar como figurantes em filmes. A estreia de Blake no cinema foi em “Não Se Ama por Encomenda” (1939), estrelado por Robert Young. Ele também apareceu nos curtas da franquia “Our Gang”, da MGM, sob o nome de Mickey Gubitosi. Entre 1939 e 1944, ele apareceu em mais de 40 desses curtas de humor com atores mirins. Aos poucos, Blake começou a ganhar mais espaço. Em 1940, teve um pequeno papel no filme “Nem Só os Pombos Arrulham”, com Myrna Loy e William Powell. Dois anos depois, interpretou um dos protagonistas em “Demônio de Palmo e Meio”, além de ter feito uma participação pequena, porém importante, no clássico “O Tesouro de Sierra Madre” (1948), de John Huston. A partir dos anos 1950, Blake passou a atuar em filmes de ação e westerns como “Brado de Perigo” (1952), “Ninho de Águias” (1956), “The Tijuana Story” (1957) e “O Herói do PT-109” (1963), além de dar seus primeiros passos na TV, em aparições em séries de western como “Roy Rogers”, “Cisco Kid”, “As Aventuras de Wild Bill Hickok”, “Caravana” e “Couro Cru” (Rawhide), estrelada por Clint Eastwood. Mas só foi chamar atenção em 1967, quando interpretou seu papel mais memorável no cinema, como um dos assassinos do filme “A Sangue Frio” (1967), adaptação do impactante livro de Truman Capote dirigida por Richard Brooks. O filme narra a história real de dois assassinos que invadiram uma casa no Kansas e mataram toda a família que morava lá. A atuação de Blake no papel de Perry Smith foi tão marcante que o ator Anthony Hopkins afirmou em certo momento que se baseou no trabalho dele para se preparar para o papel de Hannibal Lecter em “O Silêncio dos Inocentes” (1991). Em seguida, Blake participou do western “Willie Boy” (1969), em que interpretou um nativo americano que precisava fugir após matar alguém em legítima defesa. Outro papel de destaque foi em “A Polícia da Estrada” (1973), em que ele viveu um policial motociclista que atuava no deserto do Arizona e era prejudicado pelo sistema. Em “Mãos Sujas Sobre a Cidade” (1975), ele viveu um detetive durão com métodos não convencionais, que acabou servindo de protótipo para seu personagem mais famoso, que começou a interpretar no mesmo ano. O personagem-título da série “Baretta” era um policial durão que vivia com uma cacatua chamada Fred e trabalhava infiltrado entre criminosos nas ruas de Nova York. A atração foi exibida entre 1975 e 1978, e rendeu-lhe um Emmy de Melhor Ator em Série Dramática em 1975, além de uma segunda indicação em 1977. Embora estivesse no auge do seu sucesso, foi também nessa época que os problemas pessoais de Blake se agravaram. “Eu fiquei viciado em heroína por dois anos, roubei, bati motocicletas em árvores, bebi, tomei pílulas em grande quantidade”, disse ele certa vez. “Autodestruição? Eu poderia escrever um livro sobre isso”. Depois de “Baretta”, Blake trabalhou em diversos projetos televisivos, incluindo uma adaptação do clássico da literatura “Ratos e Homens” (1981). Ele também recebeu uma indicação ao Emmy por sua interpretação como Jimmy Hoffa no telefilme “Blood Feud” (1983), dirigido por Mike Newell. E também criou e estrelou a série “Cidade do Inferno” (1985). Depois disso, o ator ficou afastado da mídia por quase uma década, retornando no telefilme “A Marca de um Assassino” (1993), num papel que lhe rendeu outra indicação ao Emmy. As últimas aparições de Blake foram no filme “Assalto Sobre Trilhos” (1995), em que interpretou o vilão, e em “A Estrada Perdida” (1997), de David Lynch, num papel memorável como o bizarro Mystery Man, um sujeito que aparece com maquiagem branca e um sorriso assustador. Em maio de 2001, o ator voltou aos holofotes, mas dessa vez por um motivo negativo. A esposa dele, Bonny Lee Bakley, foi assassinada no seu carro no estacionamento de um restaurante italiano onde o casal havia acabado de jantar. Blake foi preso pelo crime em 2002. O consenso geral na época foi que a acusação não conseguiu construir um caso sólido contra ele e, por conta disso, ele foi absolvido. No entanto, o caso acabou com a carreira do ator, que se aposentou e, desde então, só apareceu na tela em programas de entrevistas. Em julho de 2012, ele participou do programa de Piers Morgan na CNN para promover sua autobiografia, “Tales of a Rascal: What I Did for Love”, mas ficou alterado quando o entrevistador questionou se ele estava dizendo a verdade sobre o caso. Numa entrevista em 2011, Blake falou sobre os seus problemas pessoais, e disse que “se eu não fosse tão doente e tão perturbado, talvez não fosse um ator”.
Norman Lloyd (1914-2021)
O ator, produtor e diretor norte-americano Norman Lloyd, que em mais de 80 anos de carreira colaborou com lendas do cinema como Charles Chaplin e Alfred Hitchcock, morreu dormindo aos 106 anos de idade nesta terça-feira (11/5), em sua casa em Los Angeles. O ator era uma parte da história de Hollywood. Ele adorava entreter colegas e o público de festivais com histórias de suas partidas de tênis com Chaplin, sua amizade com Alfred Hitchcock, o trabalho com o diretor francês Jean Renoir, a beleza da atriz Ingrid Bergman, e sobre com deu a Stanley Kubrick um de seus primeiros empregos na TV. Lloyd começou a se destacar como ator na conhecida Mercury Theatre, companhia de teatro fundada em 1937 pelo ator e diretor Orson Welles. Ele chegou a ser convidado a estrear no cinema em “Cidadão Kane” (1941), primeiro filme dirigido por Welles, mas recusou. Em vez disso, chegou às telas como o personagem-título de “Sabotador”, filme de espionagem dirigido pelo mestre Hitchcock em 1942, onde representou uma cena icônica, ao pular da Estátua da Liberdade no clímax da história. Ele foi outro vilão logo em seguida, em “Amor à Terra” (1945), co-escrito pelo lendário escritor William Faulkner e dirigido por Jean Renoir. Ainda voltou a trabalhar com Hitchcock no clássico noir “Quando Fala o Coração” (Spellbound, 1945), vivendo um paciente na clínica psiquiátrica de Ingrid Bergman. Também foi um soldado no célebre drama de guerra “Um Passeio ao Sol” (1945), de Lewis Milestone. E isso apenas em 1945. Nos anos seguintes, foi dirigido por outros mestres do cinema, como Jules Dassin (“Uma Carta para Eva”, 1946), Anthony Mann (“A Sombra da Guilhotina”, 1949), Jacques Tourneur (“O Gavião e a Flecha”), Joseph Losey (“O Maldito”, 1951), Richard Brooks (“O Milagre do Quadro”, 1951) e, claro, Chaplin. Ele interpretou um coreógrafo em “Luzes da Ribalta” (1952), o segundo longa falado de Chaplin. Inquieto, Lloyd não queria apenas atuar. Depois de participar de mais um filme dirigido por Lewis Milestone, “O Pintor de Almas” (1948), convenceu o cineasta a contratá-lo como assistente de produção, vindo a trabalhar nos bastidores de dois filmes do diretor, “Arco do Triunfo” (1948) e “O Vale da Ternura” (1949). Ao migrar para a TV nos anos 1950, decidiu começar a dirigir. Mas se sentia inseguro na nova função. Por isso, convocou um jovem estagiário para virar diretor de segunda unidade e ajudá-lo a gravar uma minissérie sobre Abraham Lincoln. O rapaz se chamava Stanley Kubrick. Depois disso, ele foi atrás de outro diretor amigo, Alfred Hichcock, para entrar na equipe da série que levava o nome do cineasta. Lloyd acabou virando produtor de “Alfred Hitchcock Apresenta”. Não só isso. Ele dirigiu 19 episódios da série de suspense, consolidando sua carreira de diretor de TV, que se estendeu até os anos 1980. Lloyd também foi o showrunner da série “Alfred Hitchcock Hour” nos anos 1960 e chegou a desenvolver a produção de um filme do diretor, “Short Night”, que Hitchcock filmaria após “Trama Macabra” (1976), mas uma piora na saúde do cineasta nunca permitiu que o projeto saísse do papel. Hitchcock morreu em 1980. Paralelamente a seus trabalhos atrás das câmeras, Lloyd continuou atuando em séries e filmes. Na TV, pareceu em “Galeria do Terror”, “Kojak”, “O Homem da Máfia” e “Jornada nas Estrelas: A Próxima Geração”, além de ter integrado o elenco central da série médica “St. Elsewhere”, responsável por popularizar Denzel Washington. No papel do Dr. Daniel Auschlander, Lloyd participou de todas as seis temporadas da atração, exibidas entre 1982 e 1988. No cinema, continuou colecionando grandes filmes e cineastas maiores, vivendo um médico no terror “As Duas Vidas de Audrey Rose” (1977), de Robert Wise, o diretor da escola do cultuadíssimo “A Sociedade dos Poetas Mortos” (1990), de Peter Weir, o dono de uma firma jurídica em “A Época da Inocência” (1993), de Martin Scorsese, etc. Até se despedir das telas com uma participação em “Descompensada”, de Judd Apatow, em 2015. “Lloyd acendia cada momento em que estivesse presente”, escreveu Apatow na revista Vanity Fair à época. Apesar dessa carreira tão ilustre, Norman Lloyd nunca virou um astro do primeiro time, tanto que um documentário de 2007 sobre sua vida chegou às telas com o título de “Who Is Norman Lloyd?” (Quem é Norman Lloyd).
Shirley Knight (1936 – 2020)
A atriz americana Shirley Knight, que viveu adolescentes e mulheres rebeldes nos anos 1960 e foi duas vezes indicada ao Oscar, morreu nesta quarta (22/4) aos 83 anos, de causas naturais. Filha de um executivo de empresa de petróleo do Kansas, ela nasceu em Mitchell, uma cidadezinha com 13 casas, uma escola e uma igreja, e ensaiava desde os 11 anos virar uma cantora de ópera. Mas então o diretor Josh Logan escolheu sua pacata vizinhança para filmar “Férias de Amor” (1955). Após sua família e vizinhos participarem como figurantes da produção, ela se encantou com a atuação, assistindo aos atores William Holden e Kim Novak em seu trabalho. Assim que completou a maioridade, Knight foi estudar teatro na Califórnia, o que lhe rendeu sua estreia na TV, um papel de mãe solteira de 15 anos, ao lado de Michael Landon num episódio do programa “Matinee Theatre”, da rede NBC, em 1957. Knight decidiu ficar em Hollywood. Ela se matriculou na UCLA e estudou teatro, tendo como colegas de classe ninguém menos que Jack Nicholson, Robert Blake, Dean Stockwell, Sally Kellerman e Millie Perkins. Durante uma de suas primeiras peças, foi vista por Ethel Winant, a famosa chefe de elenco da CBS, que decidiu colocá-la “em tudo”, como ela própria definiu, anos depois numa entrevista. “Tudo em que ela poderia me colocar na CBS, ela me colocou”. A atriz também assinou um contrato com a mesma agência que cuidava das carreiras de Elizabeth Taylor, Audrey Hepburn, Grace Kelly e Eva Marie Saint. Mas foi mesmo seu talento que lhe deu o empurrão definitivo para o estrelato no cinema. Num de seus primeiros episódios televisivos, no teleteatro ao vivo “Playhouse 90”, da CBS, a jovem atriz foi dirigido pelo cineasta Delbert Mann, que procurava por um novo rosto para viver a filha de Robert Preston no drama “Sombras no Fim da Escada” (1960). E foi com esse papel que ela recebeu a sua primeira indicação ao Oscar, como Melhor Atriz Coadjuvante. Seu próximo filme foi ainda mais marcante, o emocionante “Doce Pássaro da Juventude” (1962), de Richard Brooks, no qual interpretou Heavenly Finley, a filha do chefe corrupto da cidade (Ed Begley, que venceu o Oscar pelo papel) e namorada de infância de uma ator aspirante, vivido por Paul Newman. Baseado em uma peça de Tennessee Williams, o filme foi indicado a três Oscars, um deles para a performance de Shirley Knight, novamente como Melhor Atriz Coadjuvante. Em vez das indicações lhe subirem a cabeça, a experiência em “Doce Pássaro da Juventude” lhe deu maior humildade. “Durante as filmagens, percebi que Geraldine Page, Paul Newman e todo o elenco eram muito experientes”, disse ela em 2014. “Eu senti que havia algo que eles sabiam que eu não sabia.” E ela percebeu que tinham sido aulas no Actors Studio, em Nova York. Após estrelar como protagonista em “Prisão de Mulheres” (1962), Knight mudou-se para Nova York, matriculou-se no Actors Studio e foi trabalhar na Broadway. Ao interpretar Blanche DuBois em uma montagem de “Uma Rua Chamada Pecado”, o autor Tennessee Williams foi aos bastidores abraçá-la em êxtase. “Finalmente, eu vi a minha Blanche. A minha Blanche perfeita”, teria dito o célebre dramaturgo. Ele então escreveu a peça “Um Domingo Encantador para Creve Coeur” especialmente para ela. Ousada, Knight não atuou apenas em peças de autores consagrados. Ela também estrelou a montagem de “Holandês” (Dutchman), do dramaturgo negro e crítico de jazz Amiri Baraka (na época, ainda conhecido como LeRoi Jones). Não satisfeita, ainda resolveu produzir e estrelar a versão cinematográfica da peça, resultando num de seus papéis mais arriscados. Lançado em 1966, “Holandês” trazia a atriz como uma mulher promíscua que seduz um homem negro (Al Freeman Jr.) e o leva a loucura. Dirigido por Anthony Harvey, o filme rendeu a Knight o troféu de Melhor Atriz no festival de Veneza. Ela também participou de “Petúlia, um Demônio de Mulher” (1968), de Richard Lester, e estrelou “Caminhos Mal Traçados” (1969), num papel escrito por Francis Ford Coppola para ela, como uma dona de casa grávida que se envolve com um ex-jogador de futebol americano. A carreira cinematográfica ainda incluiu um novo filme de Lester, “Juggernaut: Inferno em Alto-Mar” (1974), e o blockbuster romântico “Amor Sem Fim” (1979), de Franco Zeffirelli, mas a partir dos anos 1970, ela se dedicou mais ao teatro, vencendo um Tony pela peça “Kennedy’s Children” (1976). Outros prêmios importantes de sua carreira foram conquistados por trabalhos televisivos, com três Emmys por participações especiais nas séries “Thirtysomething” (em 1988) e “Nova Iorque Contra o Crime” (NYPD Blu, em 1995), além do telefilme “Acusação” (1995). Sua longa filmografia ainda inclui “A Cor da Noite” (1994), com Bruce Willis, “Melhor é Impossível” (1997), com Jack Nicholson, “Olhar de Anjo” (2001) com Jennifer Lopez, “A Sombra de um Homem” (2002), com Val Kilmer, e “Divinos Segredos” (2002), com Sandra Bullock. Entre seus últimos trabalhos estão a série “Desperate Housewives” (2004–2012), na qual viveu a sogra intrometida de Bree Van De Kamp (Marcia Cross), papel que lhe valeu sua última indicação ao Emmy, e a mãe de Kevin James nos dois filmes da franquia de comédia “Segurança de Shopping”, lançados em 2009 e 2015. Em entrevista de 2012, Shirley Knight disse que ser atriz era o que sempre sonhou, e agradecia não ter ficado tão famosa. “Eu sempre digo que a fama não é algo que você deve buscar. As pessoas muito famosas são ridículas, olhe para as Kardashians. Enquanto isso, há pessoas por aí que não sabem quem foram os Beatles. Então, o que eu sempre digo é: ‘Se sua comida é a fama, você vai morrer de fome’. Sua comida precisa ser o trabalho, e fazê-lo cada vez melhor”.
Scott Wilson (1942 – 2018)
Morreu o ator Scott Wilson, que interpretou o personagem Hershel Greene na série “The Walking Dead”. Ele tinha leucemia e faleceu em sua residência no sábado (6/10), em Los Angeles, aos 76 anos. Embora seja mais lembrado pela série de zumbis, Wilson teve uma longa carreira cinematográfica, iniciada em 1967 como coadjuvante no clássico “No Calor da Noite” (1967), que venceu o Oscar de Melhor Filme. E já em segundo trabalho se tornou protagonista, interpretando o assassino Dick Hickock em “A Sangue Frio” (1967), adaptação da famosa obra de Truman Capote, baseada em fatos reais. O diretor Richard Brooks apostou no desconhecido jovem ator de 24 anos porque ele era fisicamente semelhante com Hickock. “Todos os atores de Hollywood queriam esses papéis, incluindo [Paul] Newman e [Steve] McQueen”, Wilson recordou em uma entrevista em 1996 ao Los Angeles Times. “Brooks contratou dois ‘desconhecidos’ [o outro foi Robert Blake, o futuro ‘Baretta’], e ele queria que fossem ‘assassinos’ que ele, de alguma forma, encontrou.” Brooks montou uma exibição privada para Wilson e Blake depois que as filmagens foram concluídas, e “depois de ver o filme, eu fui ao banheiro e vomitei”, ele disse em uma entrevista de 2017. “Percebi o que acabara de ver. Fiz parte de algo que resistiria por um período de tempo, um clássico.” Este começo empolgante de carreira o levou a trabalhar com vários cineastas importantes, como Sydney Pollack (“A Defesa do Castelo”, 1969), John Frankenheimer (“Os Paraquedistas Estão Chegando”, 1969), Robert Aldrich (“Resgate de uma Vida”, 1971), Richard Fleischer (“Os Novos Centuriões”, 1972), Richard C. Sarafian (“Quando o Ódio Explode”, 1973), etc., além de levá-lo à primeira versão de “O Grande Gatsby” (1974), estrelada por Robert Redford. Entretanto, seu talento demorou a ser reconhecido, o que só aconteceu no terror “A Nona Configuração” (1980), de William Peter Blatty (o autor de “O Exorcista”), pelo qual foi indicado ao Globo de Ouro de Melhor Ator Coadjuvante. Wilson ainda apareceu em “Os Eleitos: Onde o Futuro Começa” (1983), de Philip Kauffman, no thriller “Um Rosto sem Passado” (1989), de Walter Hill, e no western “Jovem Demais para Morrer” (1990), de Geoff Murphy, antes de voltar a se reunir com Blatty em “O Exorcista III” (1990). A variedade de sua filmografia também incluiu os dramas “Os Últimos Passos de um Homem” (1995), de Tim Robbins, “Até o Limite da Honra” (1997), de Ridley Scott, e as estreias de três cineastas importantes: Christopher McQuarrie (“A Sangue Frio”, 2000), Patty Jenkins (“Monster: Desejo Assassino”, 2003) e o sul-coreano Bong Joon Ho (“O Hospedeiro”, 2006). Seu envolvimento com a televisão começou com um papel recorrente em “CSI”, que o fez aparecer em nove episódios da série, entre 2001 e 2006, mas foi seu desempenho como o fazendeiro Hershel Greene, ao longo de três temporadas de “The Walking Dead”, que conquistou a maior quantidade de fãs de sua carreira. O mais curioso é que o ator nunca fez teste para o papel. “Meu empresário ligou e disse que queriam que eu fizesse dois ou três episódios”, ele contou à revista The Hollywood Reporter. “Eu perguntei do que se tratava e ele disse zumbis. Eu respondi: ‘Me dê uma boa notícia’.” Depois de assistir a 1ª temporada, Wilson acabou topando. “Eu ainda não tinha feito muita TV na época, só ‘CSI’, como o pai de Marg Helgenberger, e achei muito interessante trabalhar em ‘The Walking Dead’, porque nunca tinha interpretado o mesmo personagem por tanto tempo, o que é muito diferente de fazer uma peça ou filme”. Um dos principais aliados do protagonista Rick Grimes (Andrew Lincoln) na série de zumbis, Hershel foi apresentado aos telespectadores na 2ª temporada, como o fazendeiro que salva a vida do jovem Carl (Chandler Riggs) e acolhe os sobreviventes originais em sua propriedade. Pai das personagens Maggie (Lauren Cohan) e Beth (Emily Kinney), Hershel seria eliminado logo em seguida, mas o personagem agradou e logo se estabeleceu como a voz da sabedoria que guiava a série. Ele acabou sobrevivendo por três temporadas, mas sua despedida chocou o público no quarto ano da produção, quando foi brutalmente assassinado pelo Governador (David Morrissey), um dos grandes vilões de “The Walking Dead”. Após o sucesso de sua passagem pelo apocalipse zumbi, Wilson integrou novas séries: “Bosch”, “Damien” e “The OA”. E ainda voltou ao cinema, integrando o western “Hostis” (2017), de Scott Cooper, ao lado de Christian Bale. Durante a New York Comic Con neste fim de semana, a showrunner de “The Walking Dead” Angela Kang revelou que o ator ainda poderá ser visto pelos fãs na série. Ele deixou gravadas suas últimas cenas na 9ª temporada, em que personagens do passado retornam para a despedida de Rick. A participação também foi a despedida de sua carreira.




