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    Sony e SAG-AFTRA defendem Blake Lively após acusações contra Justin Baldoni

    24 de dezembro de 2024 /

    Estúdio e sindicato condenam campanha de difamação contra a atriz após denúncia de assédio de diretor

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    Astros de Hollywood criticam Sindicato dos Atores por falta de apoio a membros pró-Palestina

    11 de setembro de 2024 /

    Documento assinado por mais de 700 artistas protesta contra falta de ação diante de demissões e retaliações sofridas por quem defende o fim do massacre em Gaza

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    Para não pagar multa, Kleber Mendonça Filho se diz perseguido pelo MinC e recebe resposta

    30 de maio de 2018 /

    O cineasta Kleber Mendonça Filho voltou a se dizer perseguido pelo Ministério da Cultura. Em uma carta aberta publicada nas redes sociais, ele afirmou estar sofrendo “uma punição inédita no Cinema Brasileiro” com a exigência da devolução de R$ 2,2 milhões referentes a recursos captados para a realização do longa “O Som ao Redor” (2009), após descumprir regras do edital. Considerado pela crítica um dos melhores longas brasileiros desta década, “O Som ao Redor” foi feito com verba pública após vencer um edital do MinC que determinava que só seriam aceitos “projetos com orçamento de, no máximo, R$ 1,3 milhão”. Entretanto, a produtora do filme enviou para a Ancine (Agência Nacional do Cinema) um orçamento de R$ 1.494.991 — 15% superior ao limite máximo e, após vencer o edital, ainda redimensionou seus custos para R$ 1.949.690. A discrepância entre o custo do filme e o limite permitido pelo edital foi detectada pela área técnica da Ancine e informada à Secretaria do Audiovisual, do MinC, em 2010. Mas a irregularidade foi ignorada e “O Som ao Redor” obteve permissão para captar R$ 1.709.978. O filme acabou selecionado para representar o Brasil na disputa de uma indicação ao Oscar de Melhor Filme de Língua Estrangeira. O caso, no entanto, foi denunciado à ouvidoria do MinC e ao Ministério Público Federal, o que levou a uma investigação que confirmou que a obra havia recebido recursos “em desacordo com os limites previstos no edital”. Kleber Mendonça Filho afirma ter dado um jeitinho na época para enquadrar seu filme nas regras, com recursos complementares captados no âmbito estadual, via o Funcultura de Pernambuco. E que isso teria sido aprovado – o que explicaria a irregularidade ter sido ignorada durante o período em que Juca Ferreira foi ministro da Cultura do governo Lula. Após perder os prazos para recorrer à cobrança, o diretor foi às redes sociais reclamar. “No Brasil dos últimos tempos, a nossa capacidade de expressar indignação como cidadãos vem sendo diminuída, creio que por dormência. E é bem aqui onde assumo resignado uma posição habitual demais no nosso país, a de um cidadão que precisa defender-se de acusações injustas”, escreveu, numa carta aberta dirigida ao Ministro da Cultura Sérgio Sá Leitão. O diretor afirma que seu consultor jurídico chegou a procurar a Coordenação de Editais da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura para esclarecer se a captação extra seria considerada irregular. “A SAV afirmou, via e-mail oficial, que a captação de recursos não-federais (no nosso caso, o Funcultura pernambucano) NÃO VIOLARIA os limitadores dispostos no edital de Baixo Orçamento em questão. Essa resposta está documentada (‘Sim, o edital só veta recursos federais acima de R$ 300 mil.’). Nós nunca faríamos alteração de orçamento sem o acompanhamento das agências responsáveis, elas próprias regidas por regras internas duras”, diz, na carta aberta. Dirigindo-se ao Ministro da Cultura, o cineasta questiona: “Pergunto ao senhor se houve comunicação entre o MinC e a Ancine para tentar esclarecer essa questão institucional que não deveria ser transformada numa punição inadequada para os produtores de um filme exemplar”. E acrescenta, apontando suposta “conspiração”: “Por que a denúncia feita por um funcionário da Ancine encontrou sentido dentro do MinC, mas não na própria Ancine, onde o processo interno não foi adiante?” Logo após a publicação de seu manifesto de muitas páginas, que pode ser lido abaixo na íntegra, a situação escalou a ponto de virar um movimento em defesa da “liberdade de expressão” e “uma questão própria da luta da Cultura no Brasil”, conforme assinala um abaixo-assinado encabeçado pelo ator Wagner Moura. O texto disponibilizado no começo da semana passou a receber diversas assinaturas ilustres para defender o diretor da cobrança e denunciar “com perplexidade e democrática preocupação a conduta do Ministério da Cultura”. O manifesto teve resposta do Ministério da Cultura, que voltou a destacar que a denúncia não partiu do MinC e que o enquadramento se deu por uma questão técnica, prevista em contrato assinado por representante legal da produtora do filme. Além disso, apesar da carta aberta e do abaixo-assinado reclamarem de falta de diálogo, o MinC afirmou ter recebido o advogado de Mendonça Filho a quem informou como deveria ser o procedimento legal para recorrer à cobrança. O MinC ainda informou ter dado mais 10 dias para o diretor ou seu representante encaminhar o recurso e diz rejeitar “veementemente a insinuação irresponsável e sem base nos fatos de que haveria ‘perseguição política’ e ‘atentado à liberdade de expressão’ no caso”. “A instituição está apenas cumprido a sua obrigação legal e ética, de modo técnico e isento”, diz o texto, que lamenta que a empresa do diretor, a Cinemascópio, não tenha exercido o direito de recorrer da decisão, e “em vez do caminho legal, institucional e administrativo”, tenha optado “por pessoalizar a questão e tratá-la em redes sociais, com insinuações”. Leia abaixo todos os comunicados do caso. 1. A carta aberta publicada por Kleber Mendonça Filho: “Recife, 29 de Maio de 2018. Caro Ministro de Estado da Cultura, Sr. Sergio Sá Leitão Dirijo-me ao senhor, através da presente Carta Aberta, por acreditar que essa troca tem um sentido democrático. Esse texto também está sendo compartilhado com o público, entidades de classe, a imprensa e profissionais da cultura no Brasil e no exterior. Como cidadão brasileiro, artista e trabalhador da Cultura, ainda vejo o nosso país como uma Democracia e entendo que o Ministério da Cultura tem como missão divulgar, zelar e fomentar nossa produção cultural, além de dialogar com os trabalhadores da Cultura. De forma institucional, o senhor deve nos representar, mesmo que talvez tenhamos ideias distintas sobre temas que nos são caros, como o Cinema, a Cultura e o país. Foi como cidadão e cineasta que recebi perplexo uma comunicação do seu Ministério, e isso ocorreu por email no dia 29 de março último, durante as 14 semanas de trabalho no meu filme novo, ‘Bacurau’, co-dirigido por Juliano Dornelles. ‘Bacurau’ é uma co-produção franco-brasileira. Estávamos no Sertão do Seridó, no Rio Grande do Norte, quando a comunicação do MinC nos informou que todo o dinheiro do Edital de Baixo Orçamento utilizado na realização de ‘O Som ao Redor’, meu primeiro longa metragem, realizado em 2010, teria de ser devolvido. Desde o fim das filmagens de ‘Bacurau’, há duas semanas, e isso inclui uma pesada desprodução, que tentamos agendar uma visita com o senhor para discutir essa questão. Tentamos de várias formas, contato pessoal e marcação de uma agenda oficial, sem sucesso. Para além disso, sempre nos colocamos à disposição de dialogar. A carta por nós recebida do MinC sugere uma punição inédita no Cinema Brasileiro e que nos pareceria mais adequada a produtores que não teriam sequer apresentado um produto finalizado, e isso após algum tempo de diálogo. A carta veio, inclusive, do mesmo Ministério da Cultura que indicou ‘O Som ao Redor’ para representar o Brasil no Oscar, em 2013. É de suma importância que esse meu escrito não perca de vista a natureza dessa situação. No Brasil dos últimos tempos, a nossa capacidade de expressar indignação como cidadãos vem sendo diminuída, creio que por dormência. E é bem aqui onde assumo resignado uma posição habitual demais no nosso país, a de um cidadão que precisa defender-se de acusações injustas. O valor exigido para devolução (com boleto já emitido) na carta do Ministério da Cultura é R$ 2.162.052,68 – Dois Milhões Cento e Sessenta e Dois Mil e Cinquenta e Dois Reais Com Sessenta e Oito Centavos – já corrigidos. ‘O Som ao Redor’ custou R$ 1,700,000,00 – Um milhão e setecentos mil reais – no seu processo de produção, nos anos de 2010 e 2011. Em câmbio corrigido do dia de hoje, ‘O Som ao Redor’ custou 465 mil (quatrocentos e sessenta e cinco mil) dólares. O MinC deveria premiar produtores que fazem tanto e que vão tão longe com orçamento de cinema tão reconhecidamente enxuto. Os recursos complementares foram captados no âmbito estadual, através do Edital de Audiovisual do Funcultura de 2009 no valor de R$ 410.000,00, sendo que esse valor foi devidamente declarado e autorizado pela ANCINE, após comunicação entre as duas instituições (Ancine e Secretaria do Audiovisual). São informações públicas e declaradas, já há oito anos: MinC/Edital: Um milhão de reais. — Petrobras: 300 mil reais. (Obs: o prêmio do edital da Petrobras era de 571 mil 805 reais, mas saiba que 271 mil 805 reais foram devolvidos para respeitar o limite definido claramente no edital para verbas federais – de um milhão e 300 mil reais). — Funcultura Pernambuco: 410 mil reais, verba estadual (não federal). ‘O Som ao Redor’ é fruto do Concurso de Apoio à Produção de Longas Metragens de Baixo Orçamento 2009. Destaco aqui o trecho do Edital: “11. DAS VEDAÇÕES 11.1 É expressamente vedada: (…) C) O acúmulo do apoio previsto neste Edital com recursos captados através das leis 8.313/91 e 8.685/93, bem como com recursos provenientes de outros programas e/ou apoios concedidos por entes públicos federais, acima do limite de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais)”. Isso parecia entrar em conflito com o item 2.1d acerca da definição de obra cinematográfica de baixo orçamento: “2.1. Para fins deste Edital, entende-se que: (…) d) OBRA CINEMATOGRÁFICA DE LONGA METRAGEM DE BAIXO ORÇAMENTO é aquela obra audiovisual cuja matriz original de captação é uma película com emulsão fotossensível ou matriz de captação digital, cuja destinação e exibição seja prioritariamente e inicialmente o mercado de salas de exibição, cuja duração seja superior a setenta minutos e cujo custo de produção e cópias não ultrapasse o valor de até R$ 1.300.000,00 (um milhão trezentos mil reais);” Nosso consultor jurídico à época levou à Coordenação de Editais da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura a dúvida sobre recursos não-federais. A SAV afirmou, via email oficial, que a captação de recursos não-federais (no nosso caso, o Funcultura pernambucano) NÃO VIOLARIA os limitadores dispostos no edital de Baixo Orçamento em questão. Essa resposta está documentada (“Sim, o edital só veta recursos federais acima de R$ 300 mil.”). Nós nunca faríamos alteração de orçamento sem o acompanhamento das agências responsáveis, elas próprias regidas por regras internas duras. Pergunto ao senhor se houve comunicação entre o MinC e a Ancine para tentar esclarecer essa questão institucional que não deveria ser transformada numa punição inadequada para os produtores de um filme exemplar. Por que a denúncia feita por um funcionário da Ancine encontrou sentido dentro do MinC, mas não na própria Ancine, onde o processo interno não foi adiante? Pergunto-lhe ainda o porquê de o MinC não ter nos respondido ao nosso pedido de compartilhar o processo relativo ao filme entre o Minc e a Ancine, fruto de um email oficial por nós enviado em 28 de agosto de 2017? O MinC também não observou a vedação acima, nem tampouco registra nossa prova de boa fé documentada de termos nos comunicado com a SAV para esclarecer essa questão. Também não observa a maneira correta com a qual tratamos o patrocínio da Petrobras, respeitando o limite claro de um milhão e trezentos mil reais às verbas federais. A interpretação também nos parece equivocada quando analisada a praxe do processo de captação no setor; a interpretação é absurda ainda por representar verdadeiro enriquecimento injustificado da União (a devolução de todo o valor do edital e com valores corrigidos) em virtude da entrega do filme (reconhecida pela própria AGU em parecer). Na época, outros filmes dos primeiros editais de Longas Metragens de Baixo Orçamento esclareceram da mesma forma ética a vedação destacada acima, complementando seus orçamentos com recursos estaduais ou municipais. São informações públicas disponíveis também há anos. Vale observar que o edital de Longas de Baixo Orçamento de 2011 viu o seu texto passar por alteração, finalmente vetando de fato qualquer tipo de recurso extra, municipal e/ou estadual. Caro senhor ministro, preciso ainda registrar que a carta recebida do vosso MinC veio como uma surpresa, especialmente por não termos tido a chance de dialogar com o Ministério. Como artista, o mínimo que espero de um Ministério como...

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    Secretário do Audiovisual garante Marcos Petrucelli na comissão do Oscar 2017

    30 de agosto de 2016 /

    A patrulha ideológica perdeu. O secretário do Audiovisual Alfredo Bertini disse ao jornal O Estado de S. Paulo que o crítico Marcos Petrucelli será mantido na comissão que vai escolher o representante brasileiro para disputar uma vaga na categoria de Melhor Filme Estrangeiro do Oscar 2017. “A polêmica entre Petrucelli e Kleber Mendonça é antiga e envolve questões políticas, não tem nada a ver com a avaliação do filme ‘Aquarius’, que Petrucelli só viu agora na abertura do Festival de Gramado”, declarou Bertini ao jornal. Ele se refere ao fato de Kleber Mendonça Filho ter pedido publicamente a cabeça do crítico, convencendo um grupo de cineastas a se engajarem em sua campanha. Por meio de uma Carta Aberta à Comissão Brasileira do Oscar, o diretor pernambucano exerceu pressão até sobre os membros do comitê. Dois deles pediram para sair, sendo que a atriz Ingra Lyberato desabafou no Facebook: “Estamos sendo extremamente pressionado por todas as notícias a ponto de ter gente pedindo para sair. Qual é o objetivo? Forçar o Petrucelli a sair? Forçar todos a sair?” Os dois membros foram substituídos pelos cineastas Bruno Barreto e Carla Camurati, mas três diretores retiram seus filmes da disputa, ecoando uma acusação de “imparcialidade questionável”, que colocaria a comissão em cheque. Segundo Filho, a inclusão do crítico Marcos Petrucelli, de visão política oposta a sua, refletiria uma perseguição que seu filme “Aquarius” estaria sofrendo por parte do governo, após sua equipe ter se manifestado politicamente durante o Festival de Cannes – com cartazes que afirmavam que “o Brasil não é mais uma democracia” devido a um “golpe de estado”. “Há muito falatório sobre a possibilidade do filme estar sendo sabotado pelo governo ilegítimo”, ele declarou, em entrevista à revista americana Variety, buscando internacionalizar a polêmica. Tudo isso porque Petrucelli teve a audácia de criticar a photo-op de Cannes, o que, na visão dos cineastas retirantes, “solapa sua imparcialidade e legitimidade” para integrar a comissão. Por esta lógica, como os filmes inscritos já passaram no cinema, nenhum crítico poderia participar do processo, já que a categoria costuma fazer exatamente o que acham um absurdo proibitivo: criticar. Questionado se pensou em retirar o nome do crítico por causa da pressão exercida publicamente por Filho e demais cineastas, Alfredo Bertini foi enfático. “Nem eu nem o ministro Marcelo Calero cogitamos em momento algum retirar o nome de Petrucelli.” Aceitando que a polêmica seja consequência do ambiente de polarização política que vive o País, Bertini ressalva que também está havendo uma má vontade de alguns profissionais do audiovisual, que não conseguem aceitar a pluralidade de opiniões. Ele ainda ressalta que seguiu as mesmas regras que vinham sendo usadas para compôr as comissões durante os governos Lula e Dilma, que, por sinal, levaram a uma das mais infames seleções da história deste país, quando “Lula, o Filho do Brasil”, financiado por empreiteiras incriminadas pela operação Lava Jato, foi escolhido por unanimidade pelo comitê do Ministério da Cultura do próprio Lula. Na ocasião, nenhum cineasta manifestou indignação. “Na composição, respeitamos o que vinha sendo feito aqui na Secretaria do Audiovisual, chamando nomes com currículo notoriamente reconhecido, olhando para toda a cadeia produtiva do cinema, com profissionais da área de exibição, produção, direção, etc e, acima de tudo, procurando pessoas de diversas regiões do País. Então, não consigo entender essa má vontade e polêmica”, o secretário explicou. Com as substituições na comissão e as saídas dos filmes que não tem interesse em representar o país no Oscar 2017, Bertini espera que a polêmica tenha acabado para que se passe a discutir os filmes propriamente ditos. “Vamos deixar essa polêmica estéril de lado e focar nos filmes. Me preocupa que as atenções tenham até agora se centrado apenas entre Petrucelli e Kleber Mendonça, e sobre seu filme ‘Aquarius’”, disse, reparando na tática de polarização enquanto marketing.

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    Cineastas brasileiros acusam “governo ilegítimo” de conspirar contra Aquarius em publicação americana

    30 de agosto de 2016 /

    Kleber Mendonça Filho aumentou o tom e voltou a desancar o governo brasileiro no exterior, chamando-o de “ilegítimo” e, com auxílio de outros cineastas, alimentando uma narrativa de “sutil conspiração” (no dizer de Anna Muylaert) contra seu filme “Aquarius”. Em reportagem da revista americana Variety, linkada no domingo (28/8) pelo Facebook oficial do filme, os cineastas brasileiros insinuaram que o governo está retaliando “Aquarius”, em consequência da manifestação realizada no Festival de Cannes, quando o diretor e seu elenco ergueram cartazes para denunciar que “O Brasil não é mais uma democracia” após sofrer um “golpe de estado”. “Junte os pontos”, Filho disse na reportagem, em referência à classificação etária de 18 anos do filme, devido a um pênis ereto numa cena de sexo grupal, e à inclusão do crítico Marcos Petrucelli, de visão política oposta a sua, na comissão que vai selecionar o candidato brasileiro à disputa de vaga de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar 2016. “Há muito falatório sobre a possibilidade do filme estar sendo sabotado pelo governo ilegítimo”, ele declarou. Para “juntar os pontos”, Filho voltou a atacar publicamente Petrucelli com calúnias. “Ele disse que fomos à Cannes de férias, pagos pelo governo. Isto é absurdo e louco”, declarou. Na verdade, Petrucelli escreveu no Facebook: “Vergonha é o mínimo que se pode dizer sobre a equipe e o elenco de ‘Aquarius’, filme que está em Cannes esse ano. Ao passar pelo tapete vermelho, os brasileiros protestaram contra o impeachment com cartazes que diziam ‘O Brasil não é mais uma democracia’. Ah não? Qual regime é esse, então, que permitiu ao diretor do filme levar 30 pessoas da equipe para tirar férias na Riviera Francesa? Nem blockbuster de Hollywood comparece a Cannes com tantas pessoas”. A comparação do contraste entre os protestos pela falta de democracia e a existência de liberdade para a equipe do filme ir à Cannes em peso, tratada ironicamente como “férias na Riviera Francesa”, ultrajou Filho, que ignorou a pergunta “Que regime é esse” e transformou o verbo “permitir” (antônimo de proibir, como numa ditadura) em “financiar”, para justificar uma perseguição brutal e infame, que supera os limites da patrulha ideológica. Para montar sua narrativa de vítima de perseguição, Filho alimenta campanha aberta contra a reputação de um crítico de cinema, com direito a uma Carta Aberta à Comissão Brasileira do Oscar, que detalha frases nunca ditas ou escritas por Petrucelli, num ataque pessoal declarado, ecoado por vários outros cineastas e diante do silêncio cúmplice da Abraccine (a suposta Associação dos Críticos de Cinema do Brasil). Recentemente, o nadador olímpico Ryan Lochte perdeu patrocínios por inventar a narrativa de um assalto inexistente, que ele e outros três nadadores teriam sofrido durante as Olimpíadas do Rio de Janeiro, acreditando que a má imagem internacional do país lhe permitiria se safar com impunidade. Vale observar que, embora o crítico não tenha escrito que a viagem para o Festival de Cannes foi paga pelo governo, o filme “Aquarius” recebeu, sim, verba da Ancine para participar do evento, dentro do Programa de Apoio à Participação de Filmes Brasileiros em Festivais Internacionais e de Projetos de Obras Audiovisuais Brasileiras em Laboratórios e Workshops Internacionais, que prevê pagamento de passagens, hospedagem, transportes, alimentação e “despesas afins” para diretor, produtor e ator/atriz. Mas, para Filho, falar isso é um absurdo, uma loucura. Alimentando a polêmica, a produtora Rachel Ellis, de “Boi Neon”, um dos filmes que pediu para ser excluído da disputa do Oscar em solidariedade ao perseguido Filho, enviou um email para a Variety confirmando que a presença na comissão do jornalista, que “expressou suas opiniões de maneira inapropriada”, fez a equipe de seu filme se “sentir extremamente desconfortável sobre participar no processo de seleção, já que [Petrucelli] solapa sua imparcialidade e legitimidade”. Também em email, Anna Muylaert, que igualmente retirou “Mãe Só Há Uma” da disputa, denunciou a existência de uma “sutil conspiração” contra “Aquarius”. “Como eu acredito que ‘Aquarius’ é o candidato certo para o Brasil neste ano, eu decidi não submeter meu filme, para tornar [o de Filho] mais forte”, ela disse, assumindo mais claramente a tentativa de manipulação do resultado da comissão. De fato, parece haver mesmo uma “sutil conspiração”, mas ela não faz parte da denúncia. Seria a própria denúncia. Afinal, o cineasta que mais protesta não pretende retirar seu filme da disputa. Filho acrescentou que irá escrever uma “carta muito democrática” ao Ministro da Justiça, exigindo explicação para a classificação para maiores de 18 anos recebida por “Aquarius”. Ao final, a reportagem da Variety, que não se deu ao trabalho de checar as informações, acabou polarizando seus leitores, a maioria brasileiros. De 16 comentários publicados após a publicação, 9 foram contra a posição de Filho e 7 favoráveis. Um dos comentários chegou a ecoar Petrucelli, falando em “vergonha de ser brasileiro”. Espera-se que, uma hora, o cinema volte a dar orgulho aos brasileiros.

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