Rennan da Penha proíbe músicas do TikTok em baile funk
Rennan da Penha dividiu as redes sociais após tomar uma medida polêmica no “Baile da Selva”, um dos grandes bailes de favela do Rio de Janeiro. Acontece que o DJ proibiu que os artistas toquem músicas virais do TikTok no evento, que aconteceu no último fim de semana. A decisão de Rennan entrou em vigor na atração com direito a símbolos de proibição no telão. O baile funk priorizou shows, como Major RD e Puterrier, e não teve nenhuma faixa viral da plataforma reproduzida. Os internautas ficaram divididos com a medida drástica adotada pelo DJ, já que alguns concordam que o evento deve priorizar artistas locais do gênero. “Esse assunto das músicas do Tiktok nos bailes é algo interessante de acompanhar. Óbvio que a atitude do Rennan da Penha em proibir choca, mas vejam o impacto que o Tiktok tem no mercado hoje em dia”, analisou um perfil do Twitter. “E num ponto o Rennan tá certo, estão lançando música a rodo para viralizar no app, mas zero diversidade ou trabalho técnico que não seja voltado pro app. Proibir as músicas no baile soa autoritário, mas também parede um movimento de protecionismo dos espaços culturais à influência do Tiktok”, completou. “Sempre defendi o DJ Rennan da Penha, mas achei muito nada a ver ele querer proibir músicas do TikTok em seus eventos. Lembrando que o funk já foi muito criminalizado no período em que o fascismo estava em alta no Brasil”, argumentou outro usuário. Sentiu a alfinetada? Mas não parou por aí, já que o Biel do Furduncinho também emitiu sua opinião e trocou insultos com o DJ no Twitter: “Como que esse cara aparece na internet falando mal do TikTok, um aplicativo que tá gerando vários empregos, ajudando várias pessoas, ajudando o movimento (funk), vários amigos de trabalho rodando o mundo por conta dessa rede social. Abre a mente senão fica [para] trás.” Rennan da Penha, por sua vez, retrucou que o funkeiro seria uma “fraude” por fazer parcerias com “Deus e o mundo”. “Sai daí, sua fraude. Estão tentando te empurrar goela a baixo, flow roubado do JL O Único”, esbravejou. “Faz o seguinte, pega todos esses DJs aí que estão defendendo o aplicativo, entra um por dentro do c* do outro e vamos ver quem é melhor tocando, e deixo tu tocar tudo do TikTok na frente. Lançou feat com Deus e o mundo, depois foi reclamar que a música dele com a Gloria Groove flopou. Claro, toda música a mesma, porr*.” 🚨VEJA: DJ Renan da Penha proibiu musicas relacionadas a "TikTok" em seu evento e dividiu opiniões. pic.twitter.com/aKj28d18Do — DIRETO DO MIOLO (@diretodomiolo) July 17, 2023 no app, mas zero diversidade ou trabalho técnico que não seja voltado pro app. Proibir as músicas no baile soa autoritário, mas também parede um movimento de protecionismo dos espaços culturais à influência do Tiktok. A questão é: há ainda na cena músicas para se divertir, se+ — advogato OGⓇ (@valneifils) July 19, 2023 Smp defendi o Dj Rennan da Penha, mas achei mto nada a ver ele querer proibir músicas tiktok em seus eventos. Lembrando que o funk já foi muito criminalizado no período em que o fascismo estava em alta no Brasil. — Thade (@021_thadex) July 20, 2023 Como que esse cara aparece na internet falando mal do “TIKTOK” um aplicativo que tá gerando vários empregos, ajudando várias pessoas, ajudando o movimento (FUNK), vários amigos de trabalho rodando o mundo por conta dessa rede social. Abre a mente se não fica trás!!! — BIEL DO FURDUNCINHO (@bieldofurdunci) July 18, 2023 Lançou feat com deus e o mundo depois foi reclamar que a música dele com a glória grove flopou kkkkk, claro toda a música é a mesma porra kkkkkk — Rennan da Penha (@rennan_penha) July 18, 2023
Os Melhores Clipes de 2021
Com Lil Nas X no inferno com o clipe mais gay de todos os tempos e Anitta no papel de Garota de Ipanema vinda do Piscinão de Ramos, 2021 foi marcado por imagens icônicas de vídeos musicais. Não só a multiplicação de visualizações atestou o sucesso mundial do K-pop como também testemunhou a volta do rock, com Olivia Rodrigo e a nova geração teen trocando o chororô do R&B romântico por guitarras distorcidas. Mulheres, em geral, foram as vozes mais importantes do ano, cantando sobre empoderamento, sororidade e autodeterminação, numa renovação bem-vinda após décadas de canções sobre conquistas masculinas. Já no Brasil, o funk saiu definitivamente dos bailes de periferia para virar o pop oficial do país – apesar dos esforços de emplacar o sertanejo como algo mais que country local. Além da lista com os 10 melhores clipes da música pop internacional e nacional, a relação também contempla destaques independentes, com mais dois Top 10 repletos de artistas criativos, lutando contra orçamentos limitados para se destacar no YouTube – e influenciar o futuro da música. Confira abaixo. Melhores Clipes – Pop BILLIE EILISH | Lost Cause BTS | Butter CARDI B | Up LIL NAS X | Montero (Call Me By Your Name) LORDE | Solar Power MÅNESKIN | Mammamia MEGAN THEE STALLION | Best Friend OLIVIA RODRIGO | brutal TAYLOR SWIFT | All Too Well SAWEETIE ft. DOJA CAT | Thot Shit Melhores Clipes – Pop Brasil ANITTA | Girl From Rio KAROL CONKÁ | Dilúvio DUDA BEAT ft. TREVO | Nem Um Pouquinho GLORIA GROOVE | A Queda GIULIA BE | Lokko IZA | Gueto JÃO | Coringa MARCELO JENECI ft. MUSE MAYA | Vem Vem MC KEVIN O CHRIS, R3HAB & LUCK MUZIK | Deixa Se Envolver (Spring Love) PABLLO VITTAR, RENNAN DA PENHA | Number One Melhores Clipes – Indie/Alternative ATARASHII GAKKO! | Pineapple Kryptonite BEABADOOBEE | Last Day On Earth GREENTEA PENG | Nah It Ain’t The Same JAPANESE BREAKFAST | Be Sweet KILLS BIRDS | Rabbid LITTLE SIMZ ft. OBONGJAYAR | Point And Kill MØAA | Jaw SNAIL MAIL | Valentine SQUIRREL FLOWER | Hurt A Fly WET LEG | Chaise Longue Melhores Clipes – Indie Brasil BAIANASYSTEM ft. B NEGÃO | Reza Forte DÄRKEE | Quimera FRAN, CARLOS DO COMPLEXO, BIBI CAETANO | Visceral LETRUX | Cuidado, Paixão MALLU MAGALHÃES | America Latina TERNO REI | Medo RETROMORCEGO | Satano-Comunistas do Além SOPHIA CHABLAU E UMA ENORME PERDA DE TEMPO | Delícia/Luxúria THE BAGGIOS | Deixa Raiar ZAINA | Não Quero Ninguém
Festival Verão Sem Censura vai celebrar filmes e artistas atacados por Bolsonaro
A Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo anunciou a programação do Festival Verão Sem Censura, que reunirá na capital paulista atrações culturais atacadas pelo governo federal. O evento terá ao todo 45 atividades gratuitas de 17 a 31 de janeiro, que abrangem shows, filmes e peças. O idealizador do festival, o secretário de Cultura Alexandre Youssef, diz que o projeto não nasceu de algum antagonismo em relação ao governo de Jair Bolsonaro, mas por protagonismo em algo maior. “É uma medida de valorização da nossa cultura”, ele disse, em comunicado à imprensa, acrescentando que o objetivo é valorizar “uma resistência que luta pelo bem mais valioso da nossa cultura, a liberdade de expressão”. Apesar da prefeitura paulistana ser governada pelo PSDB, partido que “endireitou” muito nos últimos anos, aproximando-se de Bolsonaro após realizações históricas (Plano Real, medicamentos genéricos, Bolsa Família) como principal representante da centro-esquerda brasileira, o prefeito Bruno Covas tem desafinado o coro conservador, ao apoiar e elogiar eventos como a Parada LGBTQIA+ em São Paulo, e investir na expansão da Spcine, iniciativa do petista Fernando Haddad, que deu um grande salto qualificativo sob seu mandato. O Festival Verão Sem Censura terá abertura, na Praça das Artes, a cargo de Arnaldo Antunes, que teve um clipe, “O Real Resiste”, proibido na TV Brasil, segundo denúncia de funcionários da empresa. Na mesma noite, na sacada do Theatro Municipal, tocará o DJ Rennan da Penha, funkeiro que criou o Baile da Gaiola e passou sete meses preso pelo crime de associação para o tráfico, numa tentativa, segundo a OAB-RJ (Ordem dos Advogados do Brasil do Rio), de criminalizar o funk – ele agora vai produzir parceria de Ludmilla com a rapper americana Cardi B (do filme “As Golpistas”). Outro destaque da programação musical é o grupo russo de rock feminista Pussy Riot, que também teve integrantes presas na Rússia – e virou documentário da HBO – , com participação da cantora e atriz transexual Linn da Quebrada (da série da Globo “Segunda Chamada”). Na lista de filmes, está prevista uma exibição do já clássico “Bruna Surfistinha” (2011), que foi atacado nominalmente por Bolsonaro. Ele disse: “Não posso admitir que, com dinheiro público, se façam filmes como o da Bruna Surfistinha. Não dá”. Programada para o dia 18, na Praça das Artes, a sessão terá debate com a atriz Deborah Secco e a ex-prostituta Raquel Pacheco, a Bruna Surfistinha real, cuja história inspirou o filme. No dia seguinte, o Centro Cultural São Paulo exibirá “A Vida Invisível” (2019), de Karim Aïnouz, que foi cotado para representar o Brasil no Oscar. Em dezembro, uma sessão para funcionários da Ancine foi cancelada sem maiores considerações. Em protesto, os servidores da agência organizaram uma projeção na rua, no centro do Rio. Também está prevista no CCSP uma mostra com diversos pôsteres de filmes brasileiros, em resposta à retirada, no começo de dezembro, de cartazes da sede e do site da Ancine por ordem da nova direção da entidade. O espaço também apresentará uma Sessão de curtas LGBTQIA+ e os longas “Bixa Travesty” (2018) e “Corpo Elétrico” (2017), ambos com Linn da Quebrada, lembrando uma das lives mais perturbadoras de Bolsonaro em 2019 – na qual ele falou em “degolar” os integrantes da Ancine por “jogar dinheiro fora” com financiamento de produções LGBTQIA+. A programação, que inclui várias peças e até eventos literários, será encerrada pela montagem teatral de “Roda Viva”, do Teatro Oficina, com direção de José Celso Martinez Corrêa, que ganhou notoriedade pelo ataque violento e censura sofridos durante a ditadura militar. A programação completa do Festival Verão Sem Censura está disponível no site da Prefeitura de São Paulo. Informações para a retirada de ingressos ainda não foram divulgadas.


