Hit das manifestações de protesto no Brasil, samba de Boca Nervosa ganha clipe oficial
Uma das músicas mais celebradas na manifestação recorde de 13 de março ganhou clipe oficial. Trata-se de “Não É Nada Meu”, que começa a ser conhecida como o “melô do Lula”. A Radar Records divulgou o vídeo da canção composta e cantada por Boca Nervosa, sambista paulista das antigas, que traz Lula e Dilma sambando, enquanto os escândalos do ex-presidente são enumerados – o triplex na praia, a casa em Atibaia, os vôos em jatinhos particulares, a ilha, a corrupção na Petrobrás, o Mensalão, a crise econômica, o Instituto Lula e a súbita riqueza de seus filhos – , acompanhados por variações do bordão “é de um amigo meu”. O vídeo é pouquíssimo inspirado, considerando a letra. Até chato. Tanto que o clipe não oficial, criado pelo colunista da revista Veja Felipe Moura Brasil, ilustra melhor a narrativa (veja a seguir). Por sinal, também foi divulgado um improviso vocal, que junta Boca Nervosa a Neguinho da Beija-Flor, num dueto gravado na rua, como é bastante apropriado ao contexto. Deve ser, como dizem alguns, mais um manifesto da elite branca golpista, como pode ser atestado abaixo. “Não É Nada Meu” faz parte do disco mais politizado dos últimos anos, intitulado “Diário da Corrupção”. Nele, Boca Nervosa faz samba rock para ironizar “O Nero do ABC”, que quer incendiar o Brasil, transforma em carnaval o comício da honestidade do “Papa Luiz 51”, “mais santo que a Madre Teresa e mais honesto que Chico Xavier”, cai no chorinho para dar um “Recado a Dilma”, vai de marchinha para reivindicar o triplex sem dono do Guarujá (“O Triplex É Meu”) e ainda mira Fernando Haddad (“O Rei do Radar”), Marta Suplicy (“Relaxa e Goza”), o juiz Nicolau dos Santos Neto (“O Pagode do Lalau”) e até o assento vazio da Casa Civil (“A Casa Caiu”). Tudo com muito bom humor, sem dúvida o melhor jeito de lidar com tantas barbaridades que preenchem o noticiário político-policial brasileiro. Todas as músicas estão disponíveis no Canal do Boca, endereço oficial de Boca Nervosa no YouTube. Por enquanto, fique com o hit do momento:
Disney e Marvel assumem postura política e ameaçam boicote contra lei “religiosa” antigay nos EUA
A Disney e os estúdios Marvel decidiram tomar uma postura política e ameaçar de boicote o estado americano da Georgia, onde vêm rodando seus filmes – como “Homem-Formiga”, “Capitão América: Guerra Civil” e “Guardiões da Galáxia 2” – , caso uma controversa lei antigay seja aprovada pelo governador. “Disney e Marvel são empresas inclusivas e, por mais que tenhamos tido ótimas experiências filmando na Geórgia, nós planejamos levar nossos negócios para qualquer outro lugar caso qualquer legislação que permita práticas discriminatórias se torne lei estadual”, disse um porta-voz dos estúdios nesta quarta-feira. Outras subsidiárias do conglomerado Disney, como a rede ABC, também vão participar do boicote, informou o site The Hollywood Reporter. O motivo da controvérsia se deve à iniciativa de políticos da bancada evangélica local, que enviaram um controverso projeto de lei de liberdade religiosa ao governador Nathan Deal. Deal tem até o dia 3 de maio para decidir se deve ou não sancioná-lo. O projeto, oficialmente intitulado Lei de Proteção do Livre Exercício, diz que nenhum pastor/padre/ministro religioso pode ser forçado a realizar o casamento de pessoas do mesmo sexo e que nenhum indivíduo pode ser forçado a participar de um — disposições que, como apontam os críticos da discriminação, já estão garantidas pela Primeira Emenda. Mas não é só isso. A lei também prevê que nenhuma organização religiosa seja “obrigada a fornecer serviços sociais, educacionais ou de caridade que violem as crenças destas organizações baseadas na fé”. Tais organizações não poderiam ser forçadas a “contratar ou manter como empregada qualquer pessoa cuja crença ou prática religiosa ou a falta delas esteja em desacordo com o que essas organizações acreditam”. Em suma, se sancionada, a lei 757 permitirá que associações religiosas possam se negar a realizar casamentos, dar empregos ou mesmo a prestar serviços a homossexuais. Caso seja aprovada, o precedente criado pela lei pode ser estendido para outros estados e ampliar seus limites para além da “liberdade de religião”. Do jeito que está, já cria discriminação, podendo afetar, inclusive, o atendimento a estudantes e, caso mais extremo, pacientes homossexuais em instituições hospitalares ligadas à igrejas/templos. Grupos de direitos humanos conclamaram que representantes de grandes estúdios de Hollywood se manifestassem contra o projeto de lei, pedindo um boicote ao estado caso a lei seja sancionada. “Como outros estados, a Geórgia oferece incentivos fiscais para produções de cinema e TV, e como resultado, a indústria do entretenimento tem uma pegada econômica imensa no estado. Mas, se esta lei for sancionada, seus funcionários, seus contratados, todos aqueles que trabalham em suas produções estão em risco de sofrer discriminação chancelada pelo Estado. Isso está errado. É anti-americano. É uma afronta a todos os valores dos quais Hollywood se orgulha”, disse Chad Griffin, presidente da Human Rights Campaign, em um evento no último dia 19. Ele continuou: “Vocês têm a influência e a oportunidade de não apenas derrotar esse projeto, mas para enviar uma mensagem de que há consequências para leis perigosas e odiosas como essa”. O governador republicano já havia criticado versões anteriores do projeto, afirmando que vetaria qualquer medida que permitisse a discriminação no estado “a fim de proteger as pessoas de fé”. Porém, no último dia 18 ele afirmou estar “agradavelmente surpreso” com a nova versão que lhe foi enviada. Deal ainda não indicou se intenciona assinar ou não o projeto. Em 22 de fevereiro deste ano, o governador participou das celebrações do Dia do Filme, que celebrava os mais de US$ 1,7 bilhão gastos por produções audiovisuais no estado entre 1 de junho de 2014 a 30 de junho de 2015. Apesar de seu entusiasmo com a lei, Nathan Deal precisa dar satisfação a grandes empresas que já se posicionaram contra a lei. Além da Disney, Coca-Cola, Home Depot e UPS ameaçam boicotar o estado, que pode entrar em crise financeira. “Para as empresas da Geórgia competirem pelos melhores talentos, temos que ter locais de trabalho e comunidades diversas e acolhedoras para todas as pessoas, não importando raça, sexo, cor, nacionalidade, etnia, religião, idade, deficiência, orientação sexual ou gênero”, disseram as megacorporações em comunicado conjunto. Até a NFL, Liga Nacional de Futebol Americano, advertiu, no último dia 18, que se o projeto passar, a decisão de realizar o Super Bowl em Atlanta em 2019 ou 2020 pode ser afetada. O estado é um dos finalistas para sediar a partida, um dos eventos mais importantes do calendário esportivo americano. Times locais como os Atlanta Braves, Atlanta Falcons e Atlanta Hawks também engrossam a lista dos que se opõem à lei.
Atores e cineastas fazem abaixo-assinado contra liminar que isenta empresas de telefonia do pagamento do Condecine
Diversos profissionais do cinema e da TV assinaram um abaixo-assinado contra a liminar conseguida, há duas semanas, pelo SindiTeleBrasil, que isentou as empresas de telefonia do pagamento da Condecine (Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional). São, ao todo, 136 nomes, entre diretores, atores, produtores e roteiristas, condenando a decisão da Justiça, que eles estimam representar uma perda de R$ 1,1 bilhão para o orçamento gerido pela Ancine (Agência Nacional do Cinema). Intitulado “Abaixo-assinado em defesa do audiovisual brasileiro”, o documento traz assinaturas de, entre outros, cineastas como Fernando Meirelles, Guel Arraes, Cacá Diegues, Roberto Santucci, Alê Abreu e Anna Muylaert, e atores como Selton Mello, Lázaro Ramos, Wagner Moura, Marieta Severo, Leandro Hassum e Fernanda Montenegro. O texto lembra o acordo, feito há cinco anos entre o setor de telefonia e o governo, para as teles ingressarem no segmento da TV paga, em troca do recolhimento do Condecine. Conhecida como “Lei da TV Paga”, a lei 12.485/2011 destravou a concorrência do setor, permitindo que as empresas de telefonia passassem a oferecer assinaturas de televisão. O governo alegou que a taxa do Condecine seria uma “contrapartida” à redução que fez no Fistel (Fundo de Fiscalização das Telecomunicações). Entretanto, em dezembro o Ministério da Fazenda autorizou um reajuste de quase 28,5% no valor do Condecine, no momento em que o setor sangra com perda de assinantes, colocando em risco o modelo de negócios. Isto levou as empresas a buscarem uma saída jurídica, que encontrou apoio no juiz Itagiba Catta Preta Neto, da Quarta Vara Federal da Justiça Federal do Distrito Federal, responsável por conceder a liminar contra a cobrança, argumentando, no processo, que se tratava de “intervenção estatal” na economia. Embora a lei não faça distinção, em seu despacho o juiz apontou que as teles são agentes de distribuição e não de produção de conteúdo, portanto não poderiam ser enquadrados como tais. “Ainda que se vislumbre uma tênue vinculação entre os setores em questão, tal vinculação não se apresenta como caráter estrito, e isto justifica o afastamento da norma instituidora do tributo, ao menos em princípio”, ele se pronunciou. A questão só deve ser resolvida em outras instâncias jurídicas, eventualmente chegando ao STF (Supremo Tribunal Federal), mas até a Justiça chegar a uma decisão definitiva, as teles não serão obrigadas a repassar a taxa do Condecine, razão pela qual os artistas de cinema e TV protestam, prevendo encolhimento no orçamento federal disponível para seus projetos. Leia abaixo a íntegra do abaixo-assinado: O Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel de celular e Pessoal – SindiTeleBrasil – que representa as empresas Claro, Oi, Telefonica/Vivo, Tim, dentre outras, entrou e obteve liminar na Justiça contra o pagamento da chamada CONDECINE, fonte principal de recursos que alimenta o setor audiovisual através do FUNDO SETORIAL DO AUDIOVISUAL. Esta contribuição é prevista na lei 12.485/2011 e graças a ela o setor audiovisual brasileiro vive um momento virtuoso traduzido em produções que se destinam às salas de cinema, televisões por assinatura e banda larga. Por ocasião da promulgação da lei, as teles aceitaram pagar essa contribuição e, em contrapartida, elas, que antes eram impedidas de atuar na distribuição de TV, tiveram permitida sua entrada nesse mercado. A veiculação de produtos audiovisuais em suas redes contribui para a expansão dos negócios da telefonia brasileira. Assim, não deixa de ser surpreendente e inaceitável que às vésperas do recolhimento anual da CONDECINE, o setor de telefonia rompa o acordo feito há 5 anos, através de uma liminar, que caso não seja cassada, terá o poder de paralisar todo setor audiovisual brasileiro. Somente em 2014 e 2015, 713 empresas de audiovisual produziram em todo o país 2.867 horas de conteúdos, 306 longas-metragens, 433 séries e telefilmes, gerando empregos qualificados, aumentando nossa presença na TV, salas de cinema e ainda trazendo prestígio internacional para o país, como atestam os prêmios recebidos por filmes como “Que Horas Ela Volta?” e “O Menino e o Mundo”, filme este que, além de vários prêmios mundo afora, concorre ao Oscar de Melhor Animação, ao lado de obras que custaram 300 vezes mais que a animação brasileira. A geração de empregos no setor expande-se a olhos vistos. Técnicos e técnicas, atores e atrizes, diretores e diretoras, produtores e produtoras, roteiristas trabalham com afinco imprimindo nas telas brasileiras, de todos tamanhos, a identidade de nosso povo. Disputamos um mercado extremamente competitivo onde a presença maciça de produtos hegemônicos encontra diversidade justamente pela significância da produção nacional. Ou seja, temos vocação para esse negócio, respeito internacional e comunhão com o público que prestigia nossas obras. Estas obras circulam cada vez mais em celulares, tablets e computadores. Quem as distribui são justamente as teles, portanto, o recolhimento da CONDECINE é naturalmente inerente a este setor. Contribuir para o fortalecimento do audiovisual brasileiro é uma justa contrapartida pelo conteúdo que trafega e incrementa o seu negócio. Nós, abaixo-assinados, repudiamos esta ação judicial promovida pelas teles através do SindiTeleBrasile reiteramos nosso compromisso com o desenvolvimento do setor audiovisual brasileiro. Para tanto, esperamos que a Justiça Brasileira casse esta tentativa torpe de obstruir o nosso crescimento ou mesmo que o SindiTeleBrasil retire sua impensada ação judicial. Em nome de milhares de brasileiros que constroem e consomem nossas obras que geram emoções, risos, reflexões, além de empregos e receitas, manifestamos nossa certeza que o setor audiovisual brasileiro não recuará de seu movimento de expansão. Assinam o documento: Atores: Adriana Esteves Alice Braga Aline Moraes Andréa Beltrão Bruna Lombardi Bruno Gagliasso Bruno Mazzeo Caio Blat Camila Pitanga Carlos Alberto Ricelli Carolina Dieckmann Cauã Reymond Cleo Pires Daniel Oliveira Dira Paes Emilio Dantas Enrique Díaz Fabio Porchat Fernanda Montenegro Fernanda Torres Gisele Fróes Gloria Pires Gregório Duvivier Ingrid Guimarães José Abreu Juliano Cassarré Lazaro Ramos Leandro Hassum Lucio Mauro Malu Galli Márcio Garcia Marcos Frota Marcos Rica Maria Flor Maria Luisa Mendonça Maria Paula Maria Ribeiro Mariana Lima Mariana Ximenes Marieta Severo Miguel Falabela Ney Latorraca Otávio Müller Patrícia Pillar Paulinho Vilhena Paulo Betti Paulo Gustavo Regina Casé Renato Aragão Rodrigo Santoro Selton Melo Silvia Buarque Ulisses Ferraz Vladimir Britcha Wagner Moura Diretores, Produtores e Roteiristas: Alê Abreu Andrucha Waddington Anna Muylaert Antonio Prata Arnaldo Jabor Arthur Fontes Assunção Hernandes Bianca Villar Breno Silveira Cacá Diegues Caio Gullane Cao Hamburger Carlos Cortez Carolina Jabor Claudio Torres Daniel Rezende Daniela Thomas David França Mendes Di Moretti Eliana Soárez Eliane Ferreira Estevão Ciavatta Fabiano Gullane Fábio Mendonça Fernando Gronstein Fernando Meireles Georgia Costa Glaucia Camargos Guel Arraes Gustavo Rosa de Moura Hector Babenco Helena Solberg Hugo Janeba Iafa Britz João Daniel Tikomirof José Alvarenga Jr. Julia Rezende Juliana Reis Karim Ainouz Kiki Lavigne Laís Bodansky Leonardo Monteiro de Barros LG Bayão Luciano Moura Luiz Bolognesi Lula Buarque de Hollanda Malu Andrade Marcos Bernstein Maria Ionesco Maria Amelia Leão Teixeira Maria Camargo Marina Person Marisa Leão Maurício Farias Mauro Mendonça Filho Michel Tikhomiroff Mini Kerti Nando Olival Paulo Morelli Paulo Thiago Pedro Buarque de Hollanda Pedro Morelli Quico Meirelles Reinaldo Moraes Renata Brandão Roberto Santucci Rodrigo Meirelles Ruy Guerra Sara Silveira Sergio Machado Sergio Resende Stephano Capuzzi Suzana Villas Boas Tata Amaral Tati Bernardi Thiago Dottori Tomás Portela Toni Venturi Van Fresnot Walter Lima Jr. Zita Carvalhosa
Spike Lee e Jada Pinkett Smith protestam contra a falta de diversidade do Oscar 2016
O diretor Spike Lee e a atriz Jada Pinkett Smith usaram as redes sociais para protestar contra a ausência de negros entre os indicados ao Oscar 2016, fato que se repetiu pelo segundo ano consecutivo. “Como pode em dois anos consecutivos todos os 20 indicados serem brancos? E nem vamos falar de outras etnias. Nós não podemos atuar? Que p… é essa?”, escreveu Lee no Instagram, avisando que, por conta disso, vai boicotar a cerimônia de premiação. “Dr. [Martin Luther] King disse: ‘Chega um momento em que você deve tomar uma posição que não é nem segura, política ou popular, mas deve tomá-la porque a consciência lhe diz que está certa”, ele postou, justificando-se. Por sua vez, Jada usou o Facebook para protestar. “Nós somos dignos e poderosos, não vamos esquecer isso”, disse em vídeo. Seu marido, Will Smith, era cotado para ser indicado como melhor ator por “Um Homem Entre Gigantes”, mas ficou de fora das nomeações. A própria presidente da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, Cheryl Boone Isaacs, disse ter ficado desapontada logo após o anúncio dos indicados, na última quinta-feira (14/1), afirmando que a Academia precisa “acelerar o processo” no que diz respeito ao aumento da diversidade do Oscar.
Jornal francês protesta contra o lado negro da força de Star Wars
O importante jornal francês Le Monde resolveu protestar contra o lado negro da força de “Star Wars”, decidindo não credenciar jornalistas para a sessão exclusiva de imprensa e não publicar uma crítica de “Star Wars: O Despertar da Força” no dia da sua estreia. Segundo o jornal, é preferível assistir ao filme junto do público, após a estreia, do que ter a liberdade de expressão tolhida. O longo texto revela as condições exigidas pela Disney, chamada de “a empresa das ‘orelhas redondas'”, para o credenciamento dos jornalistas que assistiram a sessão prévia, realizada na terça (15/12). Taxando as exigências de “inaceitáveis”, o texto enumera a “profusão de precauções que beiram o grotesco”. Entre elas, estão “obtenção de um código ‘QR de acesso pessoal’ após a assinatura de um termo de responsabilidade, local e horário mantidos em segredo e comunicados na véspera pelo celular, presença anunciada de agentes de segurança equipados de binóculos de visão noturna, ‘embargo a críticas’ até as 9h01 do dia seguinte…” Mas o que Le Monde considera a gota d’água é a “vontade demonstrada pela distribuidora de controlar o conteúdo dos artigos”. Assinalando que os jornalistas precisam assinar um formulário que lhes pede que “não revelem os elementos-chave da trama do filme para não prejudicar a diversão dos futuros espectadores”, a nota cita textualmente o documento da Disney: “Atesto que qualquer revelação de minha parte a respeito desse filme a pessoas que não o tenham assistido constituirá um prejuízo à Disney/LucasFilm sujeito a reparação”, diz o documento. Além disso, o jornal revela que, junto desse formulário, um email “chega a ordenar que se mantenham em segredo ‘as ligações entre os personagens'”. “Na história do jornalismo, nunca nenhuma produtora havia se intrometido dessa forma no conteúdo dos artigos e das conversas privadas dos jornalistas com seus parentes e amigos, ainda por cima ameaçando entrar com processos”, acusa o jornal francês, que conclui que tudo isso deixa de representar arte, cinema ou mesmo entretenimento, para virar simplesmente manipulação sob pressão corporativa. “Tudo isso ilustra a natureza da franquia ‘Star Wars’, que precisa justificar para os acionistas da Disney o colossal investimento de US$ 4,4 bilhões que custou a compra da LucasFilm. Cada decisão, inclusive a restrição às críticas, é tomada seguindo essa necessidade mais do que pela vontade de criar ou de entreter”, avalia o Le Monde. “Podemos concordar com o Mickey que ‘spoilers’ são um pecado. Mas, se não se pode falar sobre o que se passa na tela nem sobre os personagens que a povoam, só restam cenários e efeitos especiais”, reflete o texto francês, convidando o leitor a pensar.




