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    Anna Muylaert retira Mãe Só Há Uma da disputa pela vaga brasileira no Oscar 2017

    25 de agosto de 2016 /

    A diretora Anna Muylaert revelou que pretende seguir o gesto de Gabriel Mascaro e também retirar seu filme “Mãe Só Há Uma” da disputa pela indicação do Brasil à categoria de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar 2017. Mascaro retirou “Boi Neon” para prestar solidariedade ao filme “Aquarius”, num protesto à parcialidade – ou “imparcialidade questionável”, como se expressou – com que o processo seletivo estaria sendo conduzido. A razão para as duas desistências seria a inclusão do crítico paulista Marcos Petrucelli na comissão do Ministério da Cultura que escolherá o representante brasileiro. Ele virou alvo por discordar da postura política e igualmente pública do diretor Kleber Mendonça Filho, de “Aquarius”. Com isso, já são dois cineastas que tomam para si a decisão que não foi tomada por Kleber Mendonça Filho, que se diz perseguido após a photo-op do Festival de Cannes para denunciar que “O Brasil não é mais uma Democracia”, devido a um “golpe de estado” – o processo de Impeachment de Dilma Rousseff. Em nome da defesa da liberdade de expressão da equipe de “Aquarius”, Muylaert, Mascaro e Filho lançam assim um inacreditável movimento contra a liberdade de expressão de um crítico, que discordou do uso político de verbas públicas no protesto realizado em Cannes. Como o próprio Filho assumiu, seu filme foi realizado com verbas incentivadas e sua viagem à França financiada pelo Programa de Apoio à Participação de Filmes Brasileiros em Festivais Internacionais e de Projetos de Obras Audiovisuais Brasileiras em Laboratórios e Workshops Internacionais, da Ancine. A propósito, estas são as frases do crítico, publicadas em seu Facebook, que geraram a polêmica. “Vergonha é o mínimo que se pode dizer sobre a equipe e o elenco de ‘Aquarius’”, ele opinou na data do protesto com os cartazes em Cannes. Cinco dias depois, quando saiu o anúncio dos vencedores, ele completou: “Então foi assim: filme feito com dinheiro público vai a Cannes representar o Brasil e não leva prêmio algum. Ou seja, a mentira sobre o suposto golpe no País por meio de frases em papel A4 no tapete vermelho não adiantou muito além de expor o Brasil ao ridículo.” Aparentemente, três dos nossos cineastas mais brilhantes acharam ruim que um dos eleitores do representante do Brasil no Oscar tenha feito o que se espera de sua profissão: um comentário crítico. Ou, de forma reducionista, manifestado-se publicamente a respeito de uma manifestação pública. Trata-se de um ataque mal-disfarçado à liberdade de expressão e opinião, a ponto de visar até o símbolo máximo da democracia: o direito ao voto. Não querem que um crítico vote, porque não gostarão de seu voto. É isso, simplesmente. “Achamos que este é o ano de ‘Aquarius’. É o filme certo”, disse Muylaert ao jornal Folha de S. Paulo, num prato cheio para quem gosta de teorias de conspiração e já delira com Kleber Mendonça Filho segurando placas de “Yankees Go Home” no tapete vermelho do Oscar 2017. Além da dupla de cineastas desistentes, o diretor e produtor mineiro Guilherme Fiúza Zenha, um dos nove integrantes da comissão do governo, também anunciou que não irá mais participar do comitê “por questões pessoais”. Procurado, o diretor de “O Menino no Espelho” (2014) disse que não falaria com a imprensa. Mas é pouco provável que muitos outros se juntem a eles. Ouvidos pela Folha de S. Paulo, os diretores de alguns dos filmes concorrentes mantiveram a postura de disputar a vaga. E encontram o caminho menos apinhado, com a saída de “Boi Neon” e “Mãe É Só Uma” do páreo. “Por que tirar o filme? Acredito nele. Respeito a atitude [dos outros diretores], mas não pretendo retirar. A decisão é do comitê”, disse Afonso Poyart, de “Mais Forte que o Mundo – A História de José Aldo”. Ele é ecoado pelo diretor David Schurmann, para quem seu filme “Pequeno Segredo” “tem uma temática que pode interessar ao Oscar”. “Investimos muito tempo e paixão para fazer um filme tecnicamente impecável e emocionante”, resumiu. Já Roberto Berliner decidiu manter “Nise: No Coração da Loucura”, mas não sem emitir um comunicado de solidariedade a Filho, dizendo que compartilha “das mesmas posições políticas”, sem esquecer de atacar o crítico em questão por suas “declarações infelizes” – em defesa da “liberdade de expressão”, é claro – , e incluindo até a um anedótico “Fora Temer!” no texto. Fazendo a ressalva que Muylaert e Mascaro preferiram ignorar, Berliner lembrou do respeito que deve “à equipe do filme, aos milhares de espectadores, aos outros jurados e demais concorrentes”, salientando a “confiança no filme que fizemos e pela importância de levar essa história ao conhecimento do maior público possível”. Mas completa propondo escorraçar o crítico da comissão, numa celebração de totalitarismo – ou, pelo menos, falta de capacidade de convívio democrático. Afinal, como se chama mesmo quem busca enquadrar opositores, calar os dissidentes e buscar impedir o direito de votar? De todo modo, o “martírio” dos colegas está sendo tratado, até aqui, com mesquinharia por Filho, que tem se aproveitado das desistências para reforçar sua posição na eleição e aparecer ainda mais na mídia. Após a desistência de Mascaro e Muylaert, em solidariedade à perseguição que o cineasta estaria sofrendo – e isto inclui a classificação etária elevada de seu filme – , ele mantém “Aquarius” na disputa.

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    Diretor tira Boi Neon da disputa da vaga brasileira ao Oscar 2017

    24 de agosto de 2016 /

    O cineasta pernambucano Gabriel Mascaro anunciou que retirou seu filme “Boi Neon” da disputa pela indicação do Brasil à categoria de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar 2017. A decisão foi feita em protesto pela parcialidade – ou “imparcialidade questionável” – com que o processo seletivo estaria sendo conduzido. Seu comunicado é sucinto. “Decidimos tornar pública a nossa decisão de não submeter o filme ‘Boi Neon’ à comissão brasileira que indica o representante nacional ao Oscar 2017. É lamentável que o Ministério da Cultura, por meio da Secretaria do Audiovisual, endosse na comissão de seleção um membro que se comportou de forma irresponsável e pouco profissional ao fazer declarações, sem apresentação de provas, contra a equipe do filme ‘Aquarius’, após o seu protesto no tapete vermelho de Cannes. ‘Aquarius’ foi o único filme latino-americano na competição oficial de Cannes, tendo sido aclamado pela crítica internacional. Diante da gravidade da situação e contrários à criação de precedentes desta ordem, registramos nosso desconforto em participar de um processo seletivo de imparcialidade questionável”. Mascaro tomou a decisão depois que o diretor de “Aquarius”, Kleber Mendonça Filho atacou o crítico citado, convidado pelo Ministério Público para participar da comissão de seleção. Já o filme “Aquarius”, claro, é a produção que motivou a photo-op em Cannes para denunciar que “O Brasil não é mais uma Democracia”, devido ao “golpe” conhecido como processo de Impeachment de Dilma Rousseff. Com prêmios nos festivais de Veneza, Toronto e muitos outros, “Boi Neon” foi também o grande vencedor do último Festival do Rio. Era o único filme brasileiro que fazia sombra a “Aquarius” no exterior. Sua desistência, teoricamente, estende o tapete vermelho para “Aquarius” conquistar a vaga, além de tirar a oportunidade dos intérpretes, técnicos e profissionais variados do filme, que não poderão incluir no currículo uma provável representação do país no Oscar. Claro que a revolta terceirizada, de um segundo diretor em relação a uma situação que supostamente atinge apenas um terceiro, não deixa de criar uma saia justa para o próprio terceiro. Afinal, como fica agora Filho, que vê seu principal rival à indicação sair da disputa, numa demonstração de solidariedade a seu discurso de perseguido político? Filho vai usar essa vantagem para garantir a classificação de “Aquarius” ou tomará a atitude ética de, para dar sentido às consequências de sua retórica e em nome do “fair play”, anunciar também sua desistência? Sempre é válido lembrar que não houve nenhuma revolta ou manifestação sobre “imparcialidade questionável” quando, há apenas seis anos, “Lula, o Filho do Brasil” foi selecionado pelo Ministério da Cultura do governo de Luis Inácio Lula da Silva como candidato do Brasil à mesma vaga. Não foi ético em 2010. E agora veremos o que é considerada uma atitude ética em 2016.

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    Aquarius: Filme ganha censura 18 anos e diretor volta a atacar o governo

    23 de agosto de 2016 /

    O diretor Kleber Mendonça Filho, que adotou o discurso de vítima de perseguição política desde que retornou ao Brasil, após se manifestar com cartazes contra “o golpe” na première de “Aquarius” no Festival de Cannes, voltou a atacar o governo ao reclamar da classificação etária recebida por seu filme. “Aquarius” recebeu classificação indicativa para maiores de 18 anos, pelo Ministério da Justiça, devido a “cenas de sexo explícito” e “drogas”. No Facebook, o cineasta ironizou a decisão. “Alguém no governo fortalecendo o marketing desse filme. Incrível”, escreveu Filho, dando a entender que a obra sofre perseguição federal. Na semana passada, o diretor atacou um crítico selecionado para integrar a comissão do Ministério da Cultura que definirá o candidato brasileiro ao Oscar 2016 de Melhor Filme Estrangeiro, porque o jornalista tem visão política contrária a sua. Além do comentário de Filho, a página oficial do filme também registrou “surpresa” com a decisão “controvertida” da classificação etária. “Surpresos com a Censura ’18 anos’ dada a ‘Aquarius’ pelo Ministério da Justiça. É incrível ver que ‘Aquarius’ está se tornando o filme mais controvertido do ano, aparentemente por celebrar a vida de maneira generosa, por ter um ponto de vista social e político e ainda trazer como personagem principal essa coisa assustadora para muita gente que é uma mulher forte, que não leva desaforo para casa. Com essa censura ’18 anos’, ‘Aquarius’ torna-se, estranhamente, ainda mais forte!”, diz o texto. É bom ressaltar, para quem “não sabe”, que o filme não tem super-heróis, não é um besteirol com atores da Globo nem um romance adolescente. Seu tema é “social”, seus personagens centrais tem mais de, digamos, 30 anos. Mas a ironia destilada na rede social dá a entender que a censura elevada possa prejudicar o “sucesso” de seu lançamento. Quem lembrar dos grandes sucessos recentes do país será capaz de perceber que dramas não se encontram entre os maiores vendedores de ingressos. “Aquarius”, ainda por cima, tem distribuição da pequena e alternativa Vitrine Filmes. Fica difícil imaginar um blockbuster desse jeito. Entretanto, é para filmes como o de Kleber Mendonça Filho que existem e devem ser usadas as leis de incentivo fiscal. Para possibilitar que obras de qualidade, em gêneros pouco populares, sejam produzidos no país, sem depender das bilheterias. Senão, a produção nacional se resumiria a comédias da Globo Filmes e longas religiosos. Kleber Mendonça Filho reclama de tudo o que tem direito, mas também usufrui de tudo a que tem direito, em termos de apoio público – desde o incentivo para filmar “Aquarius”, até a verba usada em sua viagem para a França, em que aproveitou para se manifestar politicamente. Claro que verba pública não deveria jamais patrocinar atos políticos, mas isso é uma discussão mais ampla, que envolve costumes dos partidários do aparelhamento do Estado. “Aquarius” vai abrir a 44ª edição do Festival de Gramado na sexta (26/8) e terá estreia comercial no dia 1 de setembro.

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    Diretor de Aquarius ataca crítico escolhido para integrar comissão que escolherá candidato brasileiro ao Oscar 2017

    19 de agosto de 2016 /

    O diretor Kleber Mendonça Filho publicou uma carta aberta no jornal Folha de S. Paulo e no Facebook nesta sexta (19/8) para, com a justificativa de defender seu filme “Aquarius” como candidato brasileiro ao Oscar 2017, atacar um crítico de cinema. O problema estaria no fato de Marcos Petrucelli, que discorda publicamente de suas posições políticas, ter sido convidado a participar da comissão do Ministério da Cultura que definirá o filme escolhido para representar o Brasil na busca de uma vaga na premiação da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. Mesmo dizendo que “tecnicamente” o jornalista “seria um nome adequado” para compôr a comissão, Mendonça ataca o posicionamento “estridente” de Petrucelli contra seu “protesto democrático” no Festival de Cannes. Ele se refere, obviamente, ao fato de ter levantado, junto a integrantes de sua equipe, placas em inglês e francês que afirmavam que “Um golpe ocorreu no Brasil”, “O Brasil não é mais uma democracia” e “O mundo não pode aceitar esse governo ilegítimo”, enquanto estava no tapete vermelho do festival francês. Segundo o cineasta, o comportamento do jornalista “faz da sua participação nesta comissão algo constrangedor”, dizendo que a questão se tornava ainda mais “séria”, porque “alguns desses ataques sugerem publicamente mentiras sobre a equipe de mais de 30 profissionais de ‘Aquarius’ ter ido a Cannes ‘de férias'”, com suas estadias “pagas pelo dinheiro público”. “É triste ter que corrigir com fatos, puros e simples, o tipo de mentira destrutiva que um comunicador tem espalhado de forma tão irresponsável. E essa pessoa está numa comissão que deveria defender os interesses do país, para julgar um filme que ele mesmo vem caluniando da forma mais torpe imaginável”, ele completa. A polêmica merece algumas considerações. Na verdade, Petrucelli escreveu no Facebook: “Vergonha é o mínimo que se pode dizer sobre a equipe e o elenco de ‘Aquarius’, filme que está em Cannes esse ano. Ao passar pelo tapete vermelho, os brasileiros protestaram contra o impeachment com cartazes que diziam ‘O Brasil não é mais uma democracia’. Ah não? Qual regime é esse, então, que permitiu ao diretor do filme levar 30 pessoas da equipe para tirar férias na Riviera Francesa? Nem blockbuster de Hollywood comparece a Cannes com tantas pessoas”. A comparação do contraste entre os protestos pela falta de democracia e a existência de liberdade para a equipe do filme ir à Cannes em peso, tratada ironicamente como “férias na Riviera Francesa”, ultrajou Filho, que ignorou a pergunta “Que regime é esse” e transformou o verbo “permitir” (antônimo de proibir, como numa ditadura) em “financiar”, para justificar um ataque num jornal de grande circulação e repercussão nacional. Além disso, a publicação da Carta Aberta à Comissão Brasileira do Oscar, que detalha frases nunca ditas ou escritas por Petrucelli, conquistou apoio de vários outros cineastas e repercutiu com a complacência do silêncio da Abraccine (a suposta Associação dos Críticos de Cinema do Brasil). Vale observar que, embora o crítico não tenha escrito nem mesmo em seu Facebook pessoal que a viagem para o Festival de Cannes foi paga pelo governo, o filme “Aquarius” recebeu, sim, verba da Ancine para participar do evento, dentro do Programa de Apoio à Participação de Filmes Brasileiros em Festivais Internacionais e de Projetos de Obras Audiovisuais Brasileiras em Laboratórios e Workshops Internacionais, que prevê pagamento de passagens, hospedagem, transportes, alimentação e “despesas afins” para diretor, produtor e ator/atriz. Levando em conta que o cineasta gostaria de corrigir o que chama de calúnia, seria interessante, em nome da transparência, que os valores destas despesas financiadas fossem tornados públicos, evitando assim “mentiras destrutivas” com a apresentação de “fatos, puros e simples”, para encerrar de vez a mera retórica inflamada – e inflamatória. Também seria interessante, em nome do “processo democrático”, respeitar a opinião de quem lhe contesta. Não é a primeira vez que o diretor bate boca publicamente com quem discordou de sua photo-op em Cannes. Mas, assim como Kleber Mendonça Filho teve o direito democrático de realizar seu protesto de gala, as vozes contrárias têm o mesmo direito de se manifestarem. Qualquer outra atitude não passa de autoritarismo com disfarce politicamente correto. Leia a carta de Kleber Mendonça Filho na edição da Folha e também no Facebook oficial do filme “Aquarius”.

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    Manifesto contra demissões na Cinemateca evidencia contradições do Ministério da Cultura

    28 de julho de 2016 /

    Um manifesto contra as demissões promovidas na Cinemateca Brasileira, assinado por cineastas e intelectuais, foi divulgado na internet, por meio de um site criado especialmente para mobilizar o protesto. O mais importante no texto é a forma ponderada e inequívoca com que evidencia as contradições da decisão chancelada pelo ministro Marcelo Calero, trazendo à luz evidências de hipocrisia e falácia política. Divulgado em forma de abaixo-assinado, o texto rebate o comunicado oficial do Ministério da Cultura com um desagravo à demissão da diretora da Cinemateca, Olga Futemma, e uma crítica à nomeação do produtor Oswaldo Massaini Filho. Lembrando a justificativa oficial oferecida para a demissão de 81 profissionais, que teria sido o “desaparelhamento” do Ministério da Cultura e a valorização do servidor de carreira, o manifesto destaca: “Olga Futemma é funcionária de carreira, tendo se dedicado à Cinemateca desde 1984, onde se aposentou em 2013. Retornou à Cinemateca como coordenadora há exatamente um ano. Não é filiada a partido político, nem milita politicamente. O seu sucessor, já anunciado, não é servidor público, nem atua no campo da cultura audiovisual. Pela primeira vez, a indicação de um coordenador-geral não partiu do Conselho Curador, violando prática adotada nos últimos 30 anos pelos sucessivos governos.” “O governo interino recentemente teve a sensatez de recuar na extinção do Ministério da Cultura. Podia agora demonstrar igual prudência ao revogar as demissões que impactaram seus órgãos. E no caso da Cinemateca Brasileira, em reconhecimento pelos seus 70 anos, e pelo centenário de seu fundador Paulo Emílio Sales Gomes, ambos celebrados neste ano, devolver-lhe a verdadeira identidade de um museu moderno, vinculando-o ao Instituto Brasileiro de Museus (Ibram).” Entre os primeiros nomes a assinar o documento, estão os professores Carlos Augusto Calil e Eduardo Morettin, os montadores Eduardo Escorel e Lauro Escorel, e a escritora Lygia Fagundes Telles, viúva do crítico e professor Paulo Emílio Salles Gomes (1916-1977), que foi justamente o fundador da Cinemateca (e do curso de cinema da Universidade de São Paulo).

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    Pastoral Americana: Estreia de Ewan McGregor na direção ganha belo trailer

    25 de junho de 2016 /

    A Lionsgate divulgou o pôster e o trailer de “Pastoral Americana”, primeiro filme dirigido pelo ator Ewan McGregor (“O Impossível”). Sem utilizar diálogos, a prévia evoca um videoclipe, com cenas editadas ao som do clássico new wave “Mad World” (em cover de Jasmine Thompson) para destacar o impacto emocional da premissa, ao mesmo tempo em que valoriza o figurino e a direção de arte na recriação dos anos 1960. Adaptação do livro homônimo de Philip Roth (autor de “Revelações”), a trama explora o abismo de gerações a partir de uma situação extrema, acompanhando como os pais bem-sucedidos de uma garota rebelde são surpreendidos quando ela se torna suspeita de uma ataque terrorista. Dakota Fanning (“The Runaways – Garotas do Rock”) interpreta a jovem que se rebela contra a vida perfeita dos pais, uma rainha de concurso de beleza, vivida por Jennifer Connelly (“Noé”), e um executivo de sucesso, interpretado pelo próprio Ewan McGregor, e acaba se envolvendo em protestos contra a Guerra do Vietnã, até o radicalismo a levar a ser acusada por crimes políticos. No livro, a história é contada em flashback, depois que um reencontro de escola revela o destino de Seymour “Swede” Levov, o personagem de McGregor. Sua história é apresentada por meio de fragmentos, que atravessam anos, num painel que ilustra o desencanto de uma geração. Curiosamente, o papel de “Pastoral Americana” é a segunda aparição consecutiva de Fanning como rebelde radical, após a participação no thriller indie “Movimentos Noturnos” (2013), em que viveu uma ecoterrorista. “Pastoral Americana” tem estreia prevista para 28 de outubro nos Estados Unidos – época que coloca o drama na trilha do Oscar 2017. Ainda não há previsão para o lançamento no Brasil.

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    Editorial: A politização da cultura brasileira na era de Aquarius

    7 de junho de 2016 /

    A politização de cineastas e atores brasileiros tem se mostrado um fenômeno saudável, pois os recentes choques de opinião e manifestação de artistas contrários ao governo federal transmitem sinais inequívocos da estabilidade institucional no pais. Não há convulsão social nem governo de exceção censurando protestos, como seria característica de um golpe de Estado. Há, inclusive, um clima de tolerância com a ocupações de espaços públicos e uma mídia disposta a ouvir quem quiser afirmar que se vive um golpe. Obviamente, o direito de opinião e manifestação não é exclusivo de uma classe ou apenas de quem pensa igual. Quem discorda do que é dito ou feito também vai opinar e se manifestar em contrariedade. Um ambiente democrático se enriquece com essa pluralidade de opiniões. Mas nesses tempos de redes sociais se vive com mais força o acirramento. A repercussão da polêmica iniciada pela equipe do filme “Aquarius” no Festival de Cannes é um exemplo de como as posições estão acirradas. No tapete vermelho do evento francês, o diretor Kleber Mendonça Filho, os atores Sonia Braga, Humberto Carrão e Maeve Jinkings, entre outros envolvidos na produção, levantaram cartazes que chamavam de golpe de estado o processo de impeachment de Dilma Rousseff. Um dos cartazes chegava a afirmar, em inglês, que “O Brasil não é mais uma democracia”. Na ocasião, os principais integrantes da produção também deram entrevistas, reiterando o ponto de vista de que a democracia brasileira teria sofrido um golpe político. Como reação, grupos contrários manifestaram a intenção de organizar um boicote ao filme. Ao mesmo tempo, a tese de criminalização da Lei Rouanet, que incentiva filmes como “Aquarius”, ganhou terreno. Houve até uma tentativa de incluir produtores culturais na malha da Lava Jato, rechaçada pelo juiz Sérgio Moro. A raiva despertada pelo protesto francês tem, embutida, o discurso da defesa da imagem do Brasil. Esta tese foi reverberada em entrevista do Ministro da Cultura ao programa “Preto no Branco”, exibido no domingo (5/5) no Canal Brasil. “Como qualquer manifestação, tem que ser respeitada, isso está fora de questionamento”, disse o ministro Marcelo Calero, demarcando o limite democrático. “Agora, acho ruim, em nome de um posicionamento político pessoal, causar prejuízos à reputação e à imagem do Brasil”, ele esclareceu, evocando a tese de que afirmar que houve um golpe é alinhar o Brasil às repúblicas de bananas dos clichês latinos. Calero elevou o tom. “Estão comprometendo [a imagem do país] em nome de uma tese política, e isso é ruim. Eu acho até um pouco totalitário, porque você quer pretender que aquela sua visão específica realmente cobre a imagem de um país inteiro. Eu acho que a democracia precisa ser respeitada e acho que é um desrespeito falar em golpe de Estado com aqueles que viveram o golpe realmente, o de 1964. Pessoas morreram. E as pessoas esquecem isso. Então eu acho [o protesto] de uma irresponsabilidade quase infantil.” As críticas aconteceram no contexto de uma entrevista a um programa de TV, no qual o ministro foi incentivado a dar sua opinião sobre o assunto. Anteriormente, a equipe de “Aquarius” também deu, em entrevistas, suas opiniões sobre a situação do Brasil e a breve extinção do Ministério da Cultura. Passou batido, porém, a ocasião em que Kleber Mendonça Filho afirmou que o país era uma democracia e que, por isso, poderia se manifestar como quisesse. “A gente vive numa democracia. Essa é a minha resposta”, ele disse em maio, logo após o protesto, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, respondendo se temia retaliação – além de cineasta, ele tem um cargo numa fundação ligada ao Ministério da Cultura. “A gente vive numa democracia, e eu tenho direito de expressar o que acho sobre temas políticos”, reforçou, poucas horas após sua equipe levantar cartazes em se podia ler que o Brasil já não era uma democracia. E quando o repórter insistiu, veio a confirmação final: “Queria entender se o Brasil que era quando eu viajei para cá já mudou. Ainda continuo me comportando como se estivesse numa democracia”, discursou. Em suma, Kleber Mendonça Filho defende seu legítimo direito de manifestação por viver numa democracia, mesmo que seja para dizer no exterior que não vive numa democracia. Com o que o próprio ministro Marcelo Calero concorda, “fora de questionamento”. Entretanto, a opinião do ministro sobre o protesto foi questionada pelo diretor e pela atriz Sonia Braga nas redes sociais, como se ele, por sua vez, não tivesse esse direito, nem sequer no contexto de uma entrevista. Mas o ministro goza da mesma liberdade de expressão que é assegurada ao cineasta e à atriz, que, inclusive, replicam como querem, comprovando que há anos a democracia não é tão discutida e vivenciada neste país. Entretanto, chama atenção o tom de “calaboca” nos posts replicantes, onde se percebe uma arrogância do tipo “saiba com quem está falando” que não condiz com o ideal democrático defendido, supostamente, por ambos os lados. “Caro Ministro Calero, talvez isso aqui redefina sua noção de o nosso país passar vergonha internacionalmente”, escreveu Mendonça, incluindo em seu post um link para um texto sobre um editorial do jornal The New York Times, que versa sobre a corrupção no governo Temer. “O The New York Times é o mesmo jornal de influência mundial que incluiu meu filme anterior – ‘O Som ao Redor’ -, fruto do MinC, entre os 10 Melhores de 2012, um orgulho para a Cultura Brasileira”. Nunca é demais lembrar que a corrupção citada no post do cineasta não começou após o afastamento da presidente Dilma Rousseff há poucas semanas, sendo fruto de 13 anos de governo petista, em aliança com os partidos de Temer e Maluf. E que “O Som ao Redor” é mesmo um ótimo filme. Mas o que isso acrescenta na discussão, além de ego e tegiversação? Sonia Braga foi ainda mais fundo em seu post, arrancando urros de júbilo nas redes sociais, além de render algumas manchetes reveladoras. “A diva e o guri: Sonia Braga manda ‘ministro’ Marcelo Calero se situar”, descreveu o blog de Luis Nassif, festejando a enquadrada. “Estrela de filme pernambucano, Sonia Braga dá ‘aula de história’ a ministro da Cultura”, ponderou o jornal Diário de Pernambuco, sugerindo ironia. E, em outro espectro: “Sonia Braga não aceita ser criticada por ministro mais novo: ‘É inadmissível'”, titulou o Blasting News, mais divertido que os demais. Vale a pena conferir o subtítulo da matéria: “De acordo com atriz, Ministro é muito novo para entender problemas dos artistas”. De rolar de rir. Publicado no Facebook, o texto da atriz tem a intenção de ser sério. Ele começa dando uma “aula de história para o senhor Marcelo Calero, 33 anos de idade. Eu, só de profissão, tenho 50”. E passa a narrar a luta pelo reconhecimento da profissão de ator nos anos 1970, embutindo no meio realizações pessoais. “Naquela época, acredito, o senhor Marcelo ainda não havia nascido. Por isso, não deve ainda ter tido tempo de aprender sobre os nossos problemas e os nossos direitos”, ela diz, de forma impressionante. E nisso encaixa uma crítica à entrevista de Calero. “Como pode um Ministro dizer que um ato democrático como o nosso é a representação de um País inteiro? Isso é desconhecimento do que significa plena democracia. Se estivéssemos falando em nome de todos não precisaríamos, evidentemente, fazer o ato. Uma coisa é certa: estamos juntos”. O trecho que chama mais atenção tem enunciado mais claro e impactante. “O Ministro da Cultura ofendendo artistas é inadmissível. O senhor está nesse cargo para dialogar, para nos ajudar, para fazer a ponte com quem nos explora”. Entra-se num terreno muito delicado. Uma opinião passa a ser tratada como ofensa. “O Ministro da Cultura ofendendo artistas” é uma frase forte e, convenhamos, tão sensacionalista quanto a manchete do Blasting News. Mas não poderia o mesmo ministro dizer que artistas brasileiros ofendendo o Brasil é inadmissível? A narrativa do golpe se diferencia da narrativa do Impeachment neste quesito. Dependendo do ponto de vista, dizer que houve golpe, que não há democracia no Brasil e conclamar nações a não reconhecerem o governo pode, sim, ser considerado ofensivo – no mínimo. Felizmente, a democracia brasileira já está madura o suficiente, com apenas 28 anos – mais jovem, portanto, que o ministro – para fazer prevalecer a tolerância. Para completar seu raciocínio, Sonia cita as críticas “fabulosas” que “Aquarius” recebeu no exterior como um “ponto grande para a imagem da cultura brasileira no exterior”. E encerra com o que não tem outro nome: uma lição de moral. “Senhor Ministro, não podemos perder as nossas conquistas. Sobretudo a mais importante delas, o respeito”. A Pipoca Moderna sempre apoiou o cinema brasileiro de qualidade, como os filmes de Kleber Mendonça Filho, e pretende continuar usando sua pequena ressonância para lutar por maior espaço no circuito para essas obras. Boicotes são legítimos numa democracia, assim como nossa postura assumida e conhecida de rechaçar grupos intolerantes. Para ficar claro: jamais promoveremos boicotes e sempre destacaremos filmes de conteúdos sociais relevantes, assim como apoiamos o direito de manifestações pacíficas, como têm sido as realizadas em torno de “Aquarius”. Do mesmo modo e pelas mesmas razões, tampouco simpatizamos com patrulhas ideológicas. Quando o discurso em prol da democracia embute desprezo ao contraditório, escancara o que esquerda e direita têm em comum: um viés totalitário, na busca de uma visão hegemônica de mundo. Ao contrário disso, a democracia se fortalece com a convivência de vozes divergentes. O protesto em Cannes só é legítimo na medida em que se pode criticá-lo. Talentosos como são Kleber e Sonia, eles sabem que narrativas maniqueístas só convencem quem quer ser convencido, enquanto, para os demais, mostram-se inverossímeis, sem muito acrescentar.

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    Sonia Braga e Kleber Mendonça Filho polemizam com Ministro da Cultura

    7 de junho de 2016 /

    A atriz Sonia Braga e o diretor Kleber Mendonça Filho responderam às críticas feita pelo Ministro da Cultura Marcelo Calero ao protesto político da equipe de “Aquarius” no tapete vermelho do Festival de Cannes. O Ministro fez seu comentário durante entrevista no programa “Preto no Branco”, do Canal Brasil, o cineasta e a atriz responderam com um posts no Facebook. O motivo da nova polêmica foram as expressões usadas por Calero, que classificou o protesto de “quase infantil” e “até um pouco totalitário”. Vale lembrar o caso. No tapete vermelho do Festival de Cannes, o diretor Kleber Mendonça Filho, os atores Sonia Braga, Humberto Carrão e Maeve Jinkings, entre outros envolvidos na produção, levantaram cartazes que chamavam de golpe de estado o processo de impeachment de Dilma Rousseff. Um dos cartazes chegava a afirmar, em inglês, que “O Brasil não é mais uma democracia”. Calero disse que o ato pode ter prejudicado a imagem do país internacionalmente. “Como qualquer manifestação, tem que ser respeitada, isso está fora de questionamento. Agora, acho ruim, em nome de um posicionamento político pessoal, causar prejuízos à reputação e à imagem do Brasil”, ele afirmou durante a entrevista. “Estão comprometendo [a imagem do país] em nome de uma tese política, e isso é ruim. Eu acho até um pouco totalitário, porque você quer pretender que aquela sua visão específica realmente cobre a imagem de um país inteiro. Eu acho que a democracia precisa ser respeitada e acho que é um desrespeito falar em golpe de Estado com aqueles que viveram o golpe realmente, o de 1964. Pessoas morreram. E as pessoas esquecem isso. Então eu acho [o protesto] de uma irresponsabilidade quase infantil.” Em seu Facebook, Mendonça Filho respondeu com o post de uma reportagem a respeito de um editorial do jornal “The New York Times” que questiona o compromisso do presidente Michel Temer em combater a corrupção. O texto menciona a ficha suja de ministros do governo. Junto do link, o cineasta escreveu: “Caro Ministro Calero, talvez isso aqui redefina sua noção de o nosso país passar vergonha internacionalmente. O The New York Times é o mesmo jornal de influência mundial que incluiu meu filme anterior – ‘O Som ao Redor’ -, fruto do MinC, entre os 10 Melhores de 2012, um orgulho para a Cultura Brasileira. Abs, Kleber”. Sonia Braga foi ainda mais aguda. “Como pode um Ministro dizer que um ato democrático como o nosso é a representação de um País inteiro?”, indagou Sonia. “Isso é desconhecimento do que significa plena democracia. Se estivéssemos falando em nome de todos não precisaríamos, evidentemente, fazer o ato”, disse. Ela é mais clara na parte que sobe o tom: “o Ministro da Cultura ofendendo artistas é inadmissível. O senhor está nesse cargo para dialogar, para nos ajudar, para fazer a ponte com quem nos explora”. A atriz abre o texto lembrando da diferença de idade entre os dois — Calero tem 33 anos, enquanto Sonia completa 66 nesta quarta-feira, 50 deles dedicados à profissão. “Na época da Abertura, os artistas não tinham sequer uma lei que regulasse a profissão. Essa lei foi promulgada em 1978, depois de muita luta, da qual tive a honra de participar. Naquela época, acredito, o senhor Marcelo ainda não havia nascido. Por isso, não deve ainda ter tido tempo de aprender sobre os nossos problemas e os nossos direitos”, relembrou, em tom professoral. Por fim, Sonia lembra que “Aquarius”, longa dirigido por Kleber Mendonça Filho, foi um sucesso de crítica no 69º Festival de Cannes: “A propósito, as críticas para ‘Aquarius’ foram fabulosas. Quatro estrelas em jornais franceses, italianos, poloneses, russos e três citações no The New York Times. Ponto grande para a imagem da cultura brasileira no exterior”. Ela encerra o texto com uma lição de moral: “senhor ministro, não podemos perder as nossas conquistas. Sobretudo a mais importante delas, o respeito”.

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  • Filme

    Ministro da Justiça critica protesto de artistas em Cannes

    6 de junho de 2016 /

    O Ministro da Cultura Marcelo Calero criticou o protesto que a equipe do filme “Aquarius” realizou durante o Festival de Cannes, em maio, classificando-o como “quase infantil” e “até um pouco totalitário”. No tapete vermelho do evento, o diretor Kleber Mendonça Filho, os atores Sonia Braga, Humberto Carrão e Maeve Jinkings, entre outros envolvidos na produção, levantaram cartazes que chamavam de golpe de estado o processo de impeachment de Dilma Rousseff. Um dos cartazes chegava a afirmar, em inglês, que “O Brasil não é mais uma democracia”. Calero disse que o ato pode ter prejudicado a imagem do país internacionalmente. “Como qualquer manifestação, tem que ser respeitada, isso está fora de questionamento. Agora, acho ruim, em nome de um posicionamento político pessoal, causar prejuízos à reputação e à imagem do Brasil”, ele afirmou durante entrevista realizada no programa “Preto no Branco”, do Canal Brasil, exibida no domingo (5/6). “Estão comprometendo [a imagem do país] em nome de uma tese política, e isso é ruim. Eu acho até um pouco totalitário, porque você quer pretender que aquela sua visão específica realmente cobre a imagem de um país inteiro. Eu acho que a democracia precisa ser respeitada e acho que é um desrespeito falar em golpe de Estado com aqueles que viveram o golpe realmente, o de 1964. Pessoas morreram. E as pessoas esquecem isso. Então eu acho [o protesto] de uma irresponsabilidade quase infantil.” Em entrevista ao jornal ‘Folha de S.Paulo’ após a manifestação em Cannes, Kleber Mendonça ignorou os próprios cartazes que levantou (lembrando: “O Brasil não é mais uma democracia”), afirmando que o país é uma democracia e que, por isso, tem o direito de expressar o que acha sobre temas políticos. “O protesto em Cannes foi um gesto simbólico. O país está dividido”, ele avaliou. Em sua entrevista, Calero teve o cuidado de não demonizar a Lei Rouanet, responsável pelo incentivo fiscal à Cultura no Brasil, após o ato de “Aquarius” ampliar um preconceito cada vez mais disseminado contra artistas que viveriam às custas do Estado. Fazendo críticas à gestão de seu antecessor, Juca Ferreira, que aprovou projetos claramente comerciais, ao mesmo tempo em que usou isso como exemplo contra a própria a lei, na busca de aprovar um substitutivo controverso, o Ministro da Cultura defendeu a importância dos incentivos fiscais. “A gente não pode pegar um ou outro caso, de um musical que poderia ter conseguido, sem a Lei Rouanet, a sua viabilidade, e dizer que a lei é uma porcaria e jogar tudo na lata do lixo. Hoje, a Lei Rouanet patrocina orquestras Brasil afora, museus importantíssimos. Se não fosse a Rouanet, a Orquestra Sinfônica Brasileira não existiria.” O Ministro informou ainda que estuda fazer ajustes no mecanismo de incentivo cultural, mas destacou que, do total de isenções fiscais concedidas pela União, apenas 0,6% são para a Cultura. “É muito pouco. Não justifica esse discurso do ódio contra a Lei Rouanet.”

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  • Etc

    Artistas brasileiros lançam manifesto em vídeo contra o governo

    24 de maio de 2016 /

    Artistas que apoiam as ocupações nas sedes do Ministério da Cultura (MinC) divulgaram na segunda-feira (23/5) um manifesto em vídeo contra o presidente em exercício Michel Temer. Mesmo após a posse do novo Ministro da Cultura, eles anunciaram que continuarão com as manifestações, que já não se restringe mais a um protesto contra a extinção do órgão. Atrizes como Marieta Severo, Patrícia Pillar e Andréa Beltrão aparecem no vídeo e afirmam que não reconhecem o atual governo. “Qualquer tipo de negociação com o planalto é uma forma de legitimar o golpe. Golpe de Estado! Faremos a governança real e simbólica na luta por nossos direitos. Ocupando de forma pacifica, mas contundente, sedes do MinC em todo o Brasil”, diz o texto, lido pelos artistas. Além do Rio, as imagens mostraram ocupações em Belo Horizonte, Brasília e Recife. Eles citaram retrocessos em áreas como direitos humanos e políticas para povos indígenas, mulheres e igualdade racial. “Não se trata só de garantir a sobrevivência de um setor. As ocupações nas sedes do MinC no Brasil são sobretudo contra o fim do governo ilegítimo”, diz o texto. No fim, Marieta Severo afirma: “A luta pela democracia não tem data para terminar”. O tom solene, ao som de Carl Orff, capricha no clima tenebroso.

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  • Filme

    Cannes: Brasileiros levam protestos de esquerda para a terra do caviar

    17 de maio de 2016 /

    Elenco e diretor de “Aquarius”, filme brasileiro em competição no Festival de Cannes, aproveitaram o tapete vermelho para mostrar ao mundo o que é a chamada “esquerda caviar” nacional. Os artistas que usam “black-tie” (para ficar na expressão da peça de Gianfrancesco Guarnieri) marcaram sua passagem pela terra do caviar empunhando cartazes contra o “golpe” no Brasil, escritos em inglês. Muito chiques e politizados, chamaram atenção internacional para a República de Bananas, onde golpes vitimam a liberdade da expressão e por isso resulta imprescindível sair do país para denunciá-los. “Brazil is not a democracy anymore”, dizia um dos cartazes mais estarrecedores, erguidos de forma heroica pelos novos exilados da ditadura brasileira. Outro defendia o repúdio mundial ao estado de exceção: “The world cannot accept this illegitimate government”. The world. E Cuba e Venezuela já se manifestaram em coro, países onde os sabiás não gorjeiam como cá. “We will resist”, prometeram os guerrilheiros de grife. 68% da população brasileira não vê golpe algum, segundo pesquisa do Datafolha, mas ir à França e não se deixar levar pela “imaginação ao poder” seria como ir ao Rio e não passear pela poluída Copacabana, achando-se chique no último. A esquerda no país do caviar deve se imaginar em maio de 1968, uma época em que as tensões políticas levaram o próprio Festival de Cannes a ser interrompido. Azar se a principal liderança brasileira daquela época hoje esteja na cadeia, amargando duas sentenças consecutivas por corrupção. O guerreiro do povo brasileiro. The warrior from the brazilian people. Em Cannes, teve até punho erguido. O gesto que guerreiro faz quando vai pra prisão por roubar dinheiro do the people. “Eu moro nos Estados Unidos, mas também no Brasil, tenho família e amigos lá e penso que o que está acontecendo, a manipulação da tomada do poder, tem que ser exposto ao mundo inteiro”, disse Sonia Braga, estrela de “Aquarius”, às principais agências internacionais de notícias. Mas logo adiante, um ato falho surge em seu caminho. “Tudo o que se fez desde o fim da ditadura, desde a abertura do Brasil, fizemos juntos. Temos que entender que em dois anos, de todas as formas, vamos votar para presidente. Temos que voltar a fazer as coisas juntos”, ela apela, esquecendo que “Brazil is not a democracy anymore”. O diretor de “Aquarius”, contudo, não vê essa contradição. “O que está acontecendo é um golpe de Estado”, definiu Kleber Mendonça Filho, imperativo, segurando um cartaz com o texto “Un coup d’état a eu lieu au Brésil”, em francês para ficar tão chique quanto seu black-tie. Dressed so sharp, dressed so neat, como descrevia a letra punk de “Coup d’État”, o clássico do Circle Jerks que falava em militares nas ruas e prisões políticas indiscriminadas, o provável retrato do Brasil atual, conforme representam os brasileiros canninos. Por certo, não voltarão ao país, temerosos que devem estar de serem presos e torturados por sua denúncia contundente. Como é elegante ser guerreiro de black-tie e protestar à vontade sem receio. A liberdade de expressão é garantia da desacreditada, mas felizmente real democracia brasileira. Curioso é que não se viu cartazes contra a extinção do Ministério da Cultura. Talvez porque esta questão não possa ser expressada por palavras de ordem dos anos 1960 e seja realmente de interesse nacional. Uma discussão, ressalte-se, plenamente justificada, que até foi abordada em entrevistas, como “um reflexo do grande retrocesso que está acontecendo no Brasil”, no dizer de Eryk Rocha, que trouxe seu documentário “Cinema Novo” ao festival. “Há dois erros gravíssimos. O primeiro é desarticular um ministério da Cultura que em todos os países do mundo – como na França – é um eixo fundamental do desenvolvimento. O outro é desarticular o da Educação”, ele disse, de forma racional, ainda que, ao cometer generalização, desconheça que a França não tenha um Ministério da Cultura exclusivo – é integrado com a Comunicação – , como também não tem os EUA, o Reino Unido e a maioria dos países do Primeiro Mundo. A extinção do MinC também foi evocada como um paradoxo, nas palavras de Maeve Jinkins em entrevista ao UOL, o “paradoxo tão grande (de) estar em Cannes representando o cinema nacional nesse momento”. “Existe um trabalho colossal por trás dessa seleção do filme em Cannes. O cinema só está produzindo uma média de 130 longas por ano porque tivemos leis de incentivo”, disse a atriz, acreditando que isso possa mudar, embora o governo garanta que não será o caso. “Na última vez em que sofremos um grande baque, na era Collor, produzimos um ou dois filmes por ano apenas. Não podemos nunca voltar a isso”, manifestou-se Maeve, provavelmente referindo-se ao fim da Embrafilme, sucata-símbolo da época em que o Estado patrocinava o cinema. Porém, ai porém… O fim da Embrafilme e a era Collor, por outro lado, também legaram a Lei Rouanet, responsável pela “retomada” do cinema nacional e os incentivos que agora são defendidos pela própria atriz tão apaixonadamente. A falta de sentido entrega a fragilidade do discurso ideológico.

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  • Filme

    Após repercussão negativa, Will Ferrell desiste de viver Ronald Reagan no cinema

    30 de abril de 2016 /

    Após protestos da família de Ronald Reagan, o ator Will Ferrell desistiu de participar de uma comédia que mostraria o ex-presidente dos EUA com demência. Escrita por Mike Rosolio (série “Sean Saves the World”), a comédia pretendia focar o segundo mandato do presidente, quando Reagan começa a manifestar os primeiros sintomas de Alzheimer e um estagiário tenta convencê-lo que ele é um ator interpretando o papel do presidente em uma obra de ficção. O roteiro chegou a ter tanta popularidade dentro da famosa “lista negra” de Hollywood – um catálogo anual dos melhores roteiros ainda não produzidos na indústria – que em março inspirou uma leitura pública por Lena Dunham, James Brolin, Nathan Fillion e John Cho. Ferrell já havia satirizado anteriormente políticos americanos, tendo feito várias paródias de George W. Bush na época em que integrava o elenco do programa humorístico “Saturday Night Live”. A caracterização foi levada, inclusive, ao teatro, na peça “You’re Welcome America”. Mas ficou sensibilizado com as críticas da família de Reagan, que alegaram que Alzheimer e demência não eram tema para comédia. Patti Davis, e Michael Regan, filhos do ex-presidente, assim como a Fundação Presidencial Ronald Reagan e a Associação de Alzheimer, lamentaram a ideia de fazer humor com uma desordem cerebral progressiva que destrói a memória. “Eu vi quando o medo invadiu os olhos do meu pai, esse homem que nunca havia temido nada. Eu ouvi a sua voz tremer quando ele estava na sala de estar e disse: ‘Eu não sei onde estou’”, escreveu Patti Davis numa carta aberta para Ferrell. Diante da reação, a United Talent Agency, que representa o ator, emitiu um comunicado dissociando Ferrell da produção. “O roteiro de ‘Reagan’ é um dos vários que foram submetidos a Will Ferrell e que ele havia considerado. Embora não se trate de uma ‘comédia sobre Alzheimer’ como foi sugerido, Ferrell não está buscando esse projeto”, afirma o texto. Anteriormente, ele estava até cogitando produzir o longa. Não se sabe agora se o projeto sairá do papel.

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