PIPOCAMODERNA
Pipoca Moderna
  • Filme
  • Série
  • Reality
  • TV
  • Música
  • Etc
  • Filme
  • Série
  • Reality
  • TV
  • Música
  • Etc

Nenhum widget encontrado na barra lateral Alt!

  • Etc,  Filme

    Primeiro festival de cinema de Petrópolis é interrompido por protestos políticos

    3 de setembro de 2016 /

    O primeiro festival de cinema da cidade de Petrópolis, batizado de Festcine Imperial, teve sua programação interrompida por protestos contra a presença do Ministro da Cultura Marcelo Calero num dos debates previstos. Realizado na noite de sexta (2/9), o debate sobre “O Futuro do Cinema Brasileiro” foi impedido por gritos de “golpista” e “fascista” disparados contra o Ministro. Segundo relato do jornal O Globo, o protesto foi inicialmente contido pelos organizadores do evento e por outros membros do público, mas, depois de cerca de 20 minutos, recomeçou em tom mais alto. O Ministro chegou a reagir, fazendo sinais com as mãos de que aqueles que protestavam apoiavam ladrões. Embora tenha tentado responder a provocação, no vídeo que circula na internet é impossível ouvir qualquer outra coisa além de berros intolerantes. Ele acabou deixando o debate, que reunia também a presidente do SICAV (Sindicato da Indústria Audiovisual), Silvia Rabello, a produtora Glaucia Camargos e Jorge Peregrino (presidente do Sindicato das Empresas Distribuidoras Cinematográficas). O site oficial do Partido dos Trabalhadores comemorou o embate, estimulando o tom de acirramento. “O Ministro da Cultura do governo usurpador de Michel Temer, Marcelo Calero, não aguentou ser chamado de golpista pela plateia e se exaltou, dando gritos, apontando o dedo e insinuando que aqueles que protestavam contra ele e o governo ilegítimo eram ladrões”. Em resposta, o Ministério da Cultura divulgou nota sobre os acontecimentos, em que “repudia a atitude de seis manifestantes de partidos políticos, que agiram de forma agressiva e intimidatória”. Diz o texto: “A atitude no cineteatro do Museu Imperial foi um desrespeito à classe artística petropolitana, que compareceu ao evento para debater e ouvir o Ministro, e um desserviço a Petrópolis, que pela primeira vez em sua história sedia um festival de cinema. O público presente ficou estarrecido com as manifestações de intolerância de uma minoria que tentou impedir que o debate chegasse ao fim, sem levar em consideração o esforço empreendido pela produção, cineastas, patrocinadores e Prefeitura de Petrópolis” A assessoria do Festcine também se manifestou em comunicado, lamentando que a programação “tenha sido interrompida por manifestação de cunho político”. “Com o intuito de discutir as novas diretrizes do Ministério da Cultura para o setor do Cinema e do Audiovisual do pais, o debate foi prejudicado por uma minoria que não parecia disposta a participar do diálogo proposto pelo Festcine Imperial. O Festcine Imperial – Festival de Cinema de Petrópolis, realizado com recurso privado, em parceria e apoio da população Petropolitana, preza pela democracia, pelo patrimônio cultural brasileiro e pelo debate em favor da cultura do Brasil. Aos debatedores convidados, ao Ministro da Cultura Marcelo Calero e a todos que buscam o diálogo, agradecemos a presença e a compreensão com o ocorrido.”

    Leia mais
  • Filme

    Novela Sol Nascente transporta para o Brasil a polêmica racial que vem sacudindo Hollywood

    1 de setembro de 2016 /

    A polêmica do embranquecimento de personagens de outras etnias chegou ao Brasil. Após Hollywood enfrentar reação crescente contra a escalação de atores brancos para viverem personagens supostamente negros e asiáticos, de “Deuses do Egito” ao vindouro “Ghost in the Shell”, a discussão sobre o que é racialmente correto desembarca na nova novela da rede Globo, “Sol Nascente”. Um manifesto assinado por cerca de 200 artistas brasileiros de ascendência oriental, identificado como coletivo Oriente-se, foi lançado na noite de quarta-feira (31/8) em São Paulo, pedindo o fim da “discriminação étnica que ocorre em algumas produções de audiovisual que retratam o oriental de forma estereotipada, preconceituosa e distorcida da realidade”. Embora o texto não mencione “Sol Nascente”, a novela que estreou na segunda-feira é o estopim de uma onda de protestos nas redes sociais, levando a enorme comunidade de descendentes de asiáticos do país considerarem um absurdo a escalação de atores brancos como se fossem japoneses no folhetim. A indignação se deve à escolha dos dois protagonistas do núcleo oriental da trama. Com o pano de fundo das imigrações japonesa e italiana ao Brasil, a trama aborda a amizade entre famílias das duas colônias, com foco na história de amor entre Mario de Angeli (Bruno Gagliasso) e Alice Tanaka (Giovanna Antonelli). A jovem de sobrenome japonês é adotada, o que contorna circunstancialmente o problema. Mas enquanto a família De Angeli é liderada por Gaetano, interpretado por Francisco Cuoco (ator criado no Brás, bairro italiana na capital paulista), o ator que vive Kazuo, o patriarca da família Tanaka, é Luis Melo (descendente de índios com italianos que nada tem a ver com a comunidade japonesa). Ou seja, todos os atores principais são descendentes de italianos, inclusive os intérpretes de “japoneses”. Para acirrar ainda mais os ânimos, o ator anteriormente convidado para o papel, Ken Kaneko, japonês naturalizado brasileiro (ou seja, um legítimo imigrante), foi desligado da produção sem maiores explicações. Vale lembrar que a Globo já tinha demonstrado falta de sensibilidade racial ao “transformar” Rodrigo Pandolfo no apresentador de TV coreano da novela “Geração Brasil” (2014), usando inacreditáveis fita adesiva e barbante para puxar seus olhos. Pior que isso, só se passassem pó negro em atores brancos para viverem personagens negros. A justificativa para disfarçar atores brancos como asiáticos, segundo explicou o roteirista de “Sol Nascente” Walther Negrão, em entrevista ao site Ego, é que não há artistas asiáticos com status de estrela no Brasil, situação que teria feito a equipe apelar para a “adoção” de Antonelli. A desculpa, por sinal, é a mesma desde os primórdios de Hollywood, que já mostrou até Marlon Brando de olhos puxados. Mas nem Hollywood está usando mais esse escudo. O diretor Alex Proyas pediu desculpas, em comunicado à imprensa, por seu filme “Deuses do Egito”. “O processo de lançar um filme tem muitas variáveis ​​complicadas, mas é claro que as nossas escolhas de elenco deveriam ter sido mais diversas. Eu sinceramente peço desculpas aos que estão ofendidos com as decisões que tomamos”, ele afirmou. A humildade de reconhecer que estamos no século 21 e não na metade do século passado, é a alternativa a não ser ridicularizado. Afinal, cada vez mais informado, o público sabe rejeitar um racismo mal disfarçado com óculos de fundo de garrafa. “Aposto como Luis Melo vai fazer a novela todinha com esse óculos fundo de garrafa para disfarçar os olhos e se passar por japa”, comentou um telespectador no Twitter. O manifesto Oriente-se está no Facebook, onde o grupo esclarece que “não é a favor de nenhum tipo de boicote ou movimento que vá contra a livre expressão e a democracia”, mas entende que, “frente às desigualdades existentes, não basta rejeitar as práticas de discriminação, mas sim realizar ações que possam corrigir distorções e aproximar indivíduos”. Assinam o texto, entre outros atores, Ken Kaneko, Marcos Miura, Keila Fuke, Jui Huang e Maya Hasegawa, que prometem publicar, semanalmente, um vídeo inédito com atores orientais brasileiros em papéis não estereotipados e sem sotaques forçados.

    Leia mais
  • Filme

    Secretário do Audiovisual garante Marcos Petrucelli na comissão do Oscar 2017

    30 de agosto de 2016 /

    A patrulha ideológica perdeu. O secretário do Audiovisual Alfredo Bertini disse ao jornal O Estado de S. Paulo que o crítico Marcos Petrucelli será mantido na comissão que vai escolher o representante brasileiro para disputar uma vaga na categoria de Melhor Filme Estrangeiro do Oscar 2017. “A polêmica entre Petrucelli e Kleber Mendonça é antiga e envolve questões políticas, não tem nada a ver com a avaliação do filme ‘Aquarius’, que Petrucelli só viu agora na abertura do Festival de Gramado”, declarou Bertini ao jornal. Ele se refere ao fato de Kleber Mendonça Filho ter pedido publicamente a cabeça do crítico, convencendo um grupo de cineastas a se engajarem em sua campanha. Por meio de uma Carta Aberta à Comissão Brasileira do Oscar, o diretor pernambucano exerceu pressão até sobre os membros do comitê. Dois deles pediram para sair, sendo que a atriz Ingra Lyberato desabafou no Facebook: “Estamos sendo extremamente pressionado por todas as notícias a ponto de ter gente pedindo para sair. Qual é o objetivo? Forçar o Petrucelli a sair? Forçar todos a sair?” Os dois membros foram substituídos pelos cineastas Bruno Barreto e Carla Camurati, mas três diretores retiram seus filmes da disputa, ecoando uma acusação de “imparcialidade questionável”, que colocaria a comissão em cheque. Segundo Filho, a inclusão do crítico Marcos Petrucelli, de visão política oposta a sua, refletiria uma perseguição que seu filme “Aquarius” estaria sofrendo por parte do governo, após sua equipe ter se manifestado politicamente durante o Festival de Cannes – com cartazes que afirmavam que “o Brasil não é mais uma democracia” devido a um “golpe de estado”. “Há muito falatório sobre a possibilidade do filme estar sendo sabotado pelo governo ilegítimo”, ele declarou, em entrevista à revista americana Variety, buscando internacionalizar a polêmica. Tudo isso porque Petrucelli teve a audácia de criticar a photo-op de Cannes, o que, na visão dos cineastas retirantes, “solapa sua imparcialidade e legitimidade” para integrar a comissão. Por esta lógica, como os filmes inscritos já passaram no cinema, nenhum crítico poderia participar do processo, já que a categoria costuma fazer exatamente o que acham um absurdo proibitivo: criticar. Questionado se pensou em retirar o nome do crítico por causa da pressão exercida publicamente por Filho e demais cineastas, Alfredo Bertini foi enfático. “Nem eu nem o ministro Marcelo Calero cogitamos em momento algum retirar o nome de Petrucelli.” Aceitando que a polêmica seja consequência do ambiente de polarização política que vive o País, Bertini ressalva que também está havendo uma má vontade de alguns profissionais do audiovisual, que não conseguem aceitar a pluralidade de opiniões. Ele ainda ressalta que seguiu as mesmas regras que vinham sendo usadas para compôr as comissões durante os governos Lula e Dilma, que, por sinal, levaram a uma das mais infames seleções da história deste país, quando “Lula, o Filho do Brasil”, financiado por empreiteiras incriminadas pela operação Lava Jato, foi escolhido por unanimidade pelo comitê do Ministério da Cultura do próprio Lula. Na ocasião, nenhum cineasta manifestou indignação. “Na composição, respeitamos o que vinha sendo feito aqui na Secretaria do Audiovisual, chamando nomes com currículo notoriamente reconhecido, olhando para toda a cadeia produtiva do cinema, com profissionais da área de exibição, produção, direção, etc e, acima de tudo, procurando pessoas de diversas regiões do País. Então, não consigo entender essa má vontade e polêmica”, o secretário explicou. Com as substituições na comissão e as saídas dos filmes que não tem interesse em representar o país no Oscar 2017, Bertini espera que a polêmica tenha acabado para que se passe a discutir os filmes propriamente ditos. “Vamos deixar essa polêmica estéril de lado e focar nos filmes. Me preocupa que as atenções tenham até agora se centrado apenas entre Petrucelli e Kleber Mendonça, e sobre seu filme ‘Aquarius’”, disse, reparando na tática de polarização enquanto marketing.

    Leia mais
  • Filme

    Cineastas brasileiros acusam “governo ilegítimo” de conspirar contra Aquarius em publicação americana

    30 de agosto de 2016 /

    Kleber Mendonça Filho aumentou o tom e voltou a desancar o governo brasileiro no exterior, chamando-o de “ilegítimo” e, com auxílio de outros cineastas, alimentando uma narrativa de “sutil conspiração” (no dizer de Anna Muylaert) contra seu filme “Aquarius”. Em reportagem da revista americana Variety, linkada no domingo (28/8) pelo Facebook oficial do filme, os cineastas brasileiros insinuaram que o governo está retaliando “Aquarius”, em consequência da manifestação realizada no Festival de Cannes, quando o diretor e seu elenco ergueram cartazes para denunciar que “O Brasil não é mais uma democracia” após sofrer um “golpe de estado”. “Junte os pontos”, Filho disse na reportagem, em referência à classificação etária de 18 anos do filme, devido a um pênis ereto numa cena de sexo grupal, e à inclusão do crítico Marcos Petrucelli, de visão política oposta a sua, na comissão que vai selecionar o candidato brasileiro à disputa de vaga de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar 2016. “Há muito falatório sobre a possibilidade do filme estar sendo sabotado pelo governo ilegítimo”, ele declarou. Para “juntar os pontos”, Filho voltou a atacar publicamente Petrucelli com calúnias. “Ele disse que fomos à Cannes de férias, pagos pelo governo. Isto é absurdo e louco”, declarou. Na verdade, Petrucelli escreveu no Facebook: “Vergonha é o mínimo que se pode dizer sobre a equipe e o elenco de ‘Aquarius’, filme que está em Cannes esse ano. Ao passar pelo tapete vermelho, os brasileiros protestaram contra o impeachment com cartazes que diziam ‘O Brasil não é mais uma democracia’. Ah não? Qual regime é esse, então, que permitiu ao diretor do filme levar 30 pessoas da equipe para tirar férias na Riviera Francesa? Nem blockbuster de Hollywood comparece a Cannes com tantas pessoas”. A comparação do contraste entre os protestos pela falta de democracia e a existência de liberdade para a equipe do filme ir à Cannes em peso, tratada ironicamente como “férias na Riviera Francesa”, ultrajou Filho, que ignorou a pergunta “Que regime é esse” e transformou o verbo “permitir” (antônimo de proibir, como numa ditadura) em “financiar”, para justificar uma perseguição brutal e infame, que supera os limites da patrulha ideológica. Para montar sua narrativa de vítima de perseguição, Filho alimenta campanha aberta contra a reputação de um crítico de cinema, com direito a uma Carta Aberta à Comissão Brasileira do Oscar, que detalha frases nunca ditas ou escritas por Petrucelli, num ataque pessoal declarado, ecoado por vários outros cineastas e diante do silêncio cúmplice da Abraccine (a suposta Associação dos Críticos de Cinema do Brasil). Recentemente, o nadador olímpico Ryan Lochte perdeu patrocínios por inventar a narrativa de um assalto inexistente, que ele e outros três nadadores teriam sofrido durante as Olimpíadas do Rio de Janeiro, acreditando que a má imagem internacional do país lhe permitiria se safar com impunidade. Vale observar que, embora o crítico não tenha escrito que a viagem para o Festival de Cannes foi paga pelo governo, o filme “Aquarius” recebeu, sim, verba da Ancine para participar do evento, dentro do Programa de Apoio à Participação de Filmes Brasileiros em Festivais Internacionais e de Projetos de Obras Audiovisuais Brasileiras em Laboratórios e Workshops Internacionais, que prevê pagamento de passagens, hospedagem, transportes, alimentação e “despesas afins” para diretor, produtor e ator/atriz. Mas, para Filho, falar isso é um absurdo, uma loucura. Alimentando a polêmica, a produtora Rachel Ellis, de “Boi Neon”, um dos filmes que pediu para ser excluído da disputa do Oscar em solidariedade ao perseguido Filho, enviou um email para a Variety confirmando que a presença na comissão do jornalista, que “expressou suas opiniões de maneira inapropriada”, fez a equipe de seu filme se “sentir extremamente desconfortável sobre participar no processo de seleção, já que [Petrucelli] solapa sua imparcialidade e legitimidade”. Também em email, Anna Muylaert, que igualmente retirou “Mãe Só Há Uma” da disputa, denunciou a existência de uma “sutil conspiração” contra “Aquarius”. “Como eu acredito que ‘Aquarius’ é o candidato certo para o Brasil neste ano, eu decidi não submeter meu filme, para tornar [o de Filho] mais forte”, ela disse, assumindo mais claramente a tentativa de manipulação do resultado da comissão. De fato, parece haver mesmo uma “sutil conspiração”, mas ela não faz parte da denúncia. Seria a própria denúncia. Afinal, o cineasta que mais protesta não pretende retirar seu filme da disputa. Filho acrescentou que irá escrever uma “carta muito democrática” ao Ministro da Justiça, exigindo explicação para a classificação para maiores de 18 anos recebida por “Aquarius”. Ao final, a reportagem da Variety, que não se deu ao trabalho de checar as informações, acabou polarizando seus leitores, a maioria brasileiros. De 16 comentários publicados após a publicação, 9 foram contra a posição de Filho e 7 favoráveis. Um dos comentários chegou a ecoar Petrucelli, falando em “vergonha de ser brasileiro”. Espera-se que, uma hora, o cinema volte a dar orgulho aos brasileiros.

    Leia mais
  • Filme

    Carla Camurati entra na comissão que definirá o candidato brasileiro ao Oscar 2017

    29 de agosto de 2016 /

    Um dos maiores ícones da retomada do cinema nacional, a diretora e atriz Carla Camurati vai ocupar a vaga de Ingra Lyberato na comissão que selecionará o candidato brasileiro para disputar uma vaga na categoria de Melhor Filme Estrangeiro do Oscar 2017. Convidada a integrar a comissão pelo próprio Ministro da Cultura Marcelo Calero e pelo secretário de Audiovisual Alfredo Bertini, Carla surpreendeu-se com o questionamento de sua “classe” (na definição de Lyberato) sobre a imparcialidade dos integrantes, afirmando que o convite não foi acompanhado de qualquer orientação política – como, por sinal, já tinha sido dito por Lyberato. “Eu estou do lado do cinema brasileiro, e estarei sempre. Minha preocupação é com a nossa cultura de forma geral”, disse a cineasta, cujo filme “Carlota Joaquina” é apontado como divisor da cinematografia nacional. Seu sucesso de bilheteria, numa fase em que o cinema nacional andava desacreditado, marcou o início do renascimento do mercado para as produções brasileiras, a ponto de servir como referência. É o marco zero da retomada. Camurati vê com bons olhos a produção brasileira. “Temos uma variedade muito interessante tanto em termos de conteúdo como de liguagem. A comissão vai ter um bom momento para fazer sua escolha”, avaliou. Na sexta-feira (26/8), Lyberato anunciou pelas redes sociais que deixaria o comitê de seleção após ter “começado a sofrer”. Ela se referiu à “retirada de alguns filmes preciosos”, que não seriam submetidos à comissão por decisão de seus cineastas, em protesto político, e também à pressões extremas da “classe”. Esta foi a segunda substituição na comissão, que já havia perdido o cineasta Guilherme Fiúza Zenha na quinta-feira (25/8). Segundo sua alegação, “por questões pessoais”. Ele foi substituído pelo cineasta Bruno Barreto, que já chegou disputar o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro por “O Que é Isso, Companheiro?”, em 1998. Com as mudanças, a comissão ficou ainda mais forte e representativa, ainda que o espírito de confronto tenha prejudicado a escolha. Três cineastas retiraram seus filmes da disputa pela vaga ao Oscar 2017 em protesto político contra a própria comissão, devido à sua “imparcialidade questionável”, como se expressou Gabriel Mascaro, que retirou “Boi Neon” da disputa. Em comunicado, a equipe de “Para Minha Amada Morta”, de Aly Muritiba, resumiu: “Não reconhecemos a legitimidade da comissão constituída pela SaV (Secretaria do Audiovisual) para escolher o representante brasileiro na disputa do Oscar 2017”. Além deles, Anna Muylaert também retirou “Mãe Só Há Uma” da apreciação da comissão. Na ocasião, ela deu a entender, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, que se tratava de uma tática para forçar a escolha de “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho. “Achamos que este é o ano de ‘Aquarius’. É o filme certo”, disse. Outros diretores alinhados com o mesmo discurso não chegaram tão longe, mas assumiram participar de uma conspiração. O objetivo seria, segundo consta num texto publicado no Facebook pelo cineasta Roberto Berliner, tentar forçar a “retirada” de um membro da comissão, que desagrada a “classe” por sua postura mais crítica. Lyberato chegou a dar nome à vítima, em seu desabafo, antes de pedir para sair. “Estamos sendo extremamente pressionado por todas as notícias a ponto de ter gente pedindo para sair. Qual é o objetivo? Forçar o Petrucelli a sair? Forçar todos a sair?”, ela escreveu. O alvo era o crítico Marcos Petrucelli. Desde que seu nome foi incluído na comissão, o cineasta Kleber Mendonça Filho abriu uma frente de ataque à sua participação. Petrucelli não poderia participar da comissão, na visão dos diretores citados, por ter criticado a photo-op da equipe de “Aquarius” em Cannes, quando Filho e seus atores ergueram cartazes para denunciar, em inglês e francês, que “o Brasil não é mais uma democracia” após sofrer um “golpe de estado”. Ele não seria isento, portanto, para escolher o filme que representará o país no Oscar. Além disso, a inclusão do crítico na comissão reforçaria a tese de vitimação de Filho, que estaria sofrendo perseguição pelo protesto no país do caviar. Outro exemplo disso seria a censura de 18 anos que seu filme recebeu do Ministério da Justiça, por mostrar um pênis ereto numa cena de orgia. O diretor escreveu em seu Facebook: “Alguém no governo fortalecendo o marketing desse filme. Incrível”. Apesar de todo o jogo de cena, Filho tirou o corpo fora do protesto, vendo seus colegas-rivais saírem da disputa, sem retirar “Aquarius” da comissão. “Tenho interesse em ver o processo se completar dentro das regras democráticas”, ele afirmou ao jornal Folha de S. Paulo. Seu interesse não deixa de ser um bom exemplo e uma bela lição.

    Leia mais
  • Série

    Polícia Militar do Rio protesta contra minissérie Justiça

    27 de agosto de 2016 /

    A Polícia Militar do Rio de Janeiro divulgou um comunicado, via rede social, manifestando repúdio ao fato de a minissérie “Justiça”, da rede Globo, trazer um policial militar como vilão. “Justamente aquele profissional que defende a sociedade com a própria vida, que zela pela segurança do cidadão, que garantiu a tranquilidade dos Jogos Olímpicos”, diz a nota, assinada pelo coordenador de comunicação social da polícia, Oderlei Santos. “O que estará pensando a viúva ou um órfão de policial, herói de verdade, que perdeu sua vida no combate ao crime?”, questiona a nota. Na minissérie, o ator Enrique Diaz interpreta Douglas, um policial que planta drogas na casa da vizinha Fátima (Adriana Esteves) para se vingar do tiro que a mulher deu em seu cachorro, matando o animal. Fátima fica sete anos presa por causa da armação. Vale observar que a história se passa em Recife e não traz nenhuma referência à polícia do Rio. Mas para a PM carioca, esse tipo de programa “deseduca” as pessoas e estimula o desrespeito aos policiais. O comunicado termina sugerindo que os policiais militares e seus familiares mudem de canal e não assistam à minissérie. O protesto é válido, desde que se limite ao convite ao boicote. Mas já imaginou se vira moda e acirra? Vilão advogado: OAB ameaça tirar canal do ar com ação de inconstitucionalidade. Vilão jornalista: imprensa golpista faz chamamento para manifestação na Av. Paulista. Vilão operário: sindicato promete greve geral se tiver comparação com Lula. Vilão político: não passarão. Vilão na comissão do Oscar 2017: cineastas retiram candidaturas e pressionam por saída de membros. Já pensou?

    Leia mais
  • Filme

    Bruno Barreto entra na comissão que indicará candidato brasileiro ao Oscar 2017

    26 de agosto de 2016 /

    Diretor de um dos últimos longas nacionais a emplacar uma indicação ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, o cineasta Bruno Barreto entrou na comissão avaliadora do Ministério da Cultura, que determinará o candidato brasileiro a tentar uma vaga na categoria em 2017. A informação foi confirmada pelo Secretário do Audiovisual Alfredo Bertini, após publicação no jornal O Globo. Barreto concorreu ao Oscar com “O Que É Isso, Companheiro?”, em 1997, e assumirá o lugar originalmente oferecido ao produtor Guilherme Fiúza Zenha, que alegou motivos pessoais para não continuar no júri. Zenha se recusou a dar detalhes, mas a atriz Ingra Lyberato, que também pediu para sair, publicou um longo desabafo no Facebook, mencionando pressões extremas da “classe” para abandonar a comissão. O objetivo seria, segundo consta num texto publicado no Facebook pelo cineasta Roberto Berliner, tentar forçar a “retirada” de um membro da comissão, que desagrada a “classe” por sua postura mais crítica. Lyberato chegou a dar nome à vítima, em seu desabafo. “Estamos sendo extremamente pressionado por todas as notícias a ponto de ter gente pedindo para sair. Qual é o objetivo? Forçar o Petrucelli a sair? Forçar todos a sair?”, ela escreveu. O alvo é o crítico Marcos Petrucelli. Desde que seu nome foi incluído na comissão, o cineasta Kleber Mendonça Filho abriu uma frente de ataque à sua participação. Petrucelli não poderia participar da comissão, na visão do diretor, por ter criticado a photo-op da equipe de “Aquarius” em Cannes, quando Filho e seus atores ergueram cartazes para denunciar, em inglês e francês, que “o Brasil não é mais uma democracia” após sofrer um “golpe de estado”. Ele não seria isento, portanto, para escolher o filme que representará o país no Oscar. Este discurso foi encampado por três outros diretores, que anunciaram a retirada de seus filmes da apreciação da comissão: “Boi Neon”, de Gabriel Mascaro, “Mãe Só Há Uma”, de Anna Muylaert, e “Para Minha Amada Morta”, de Aly Muritiba. Em comunicado sucinto, postado no Facebook, Muritiba resumiu a situação, ao afirmar, em nome da equipe de “Para Minha Amada Morta”, que “não reconhecemos a legitimidade da comissão constituída pela SaV (Secretaria do Audiovisual) para escolher o representante brasileiro na disputa do Oscar 2017”. Pela lógica de panelinha, portanto, qualquer crítico de cinema que tiver se manifestado, ainda mais por escrito, como é da profissão, sobre qualquer filme nacional, a favor ou contra, estaria automaticamente impedido de participar da comissão, eliminando assim uma classe inteira do processo. Seria a vingança final dos diretores contra os críticos? A Abraccine, que surgiu como uma espécie de sindicato dos críticos de cinema, não fez, até o momento, nenhum comentário a respeito da situação. Claro que, com Bruno Barreto, fica difícil continuar falando em falta de legitimidade. Ainda mais quando se lembra do filme de seu irmão Fábio, “Lula, o Filho do Brasil”, escolhido para representar o país no Oscar em 2010, durante o mandato de Lula, em votação unânime da comissão do Ministério da Cultura do governo do próprio Lula. Faz só seis anos, mas nossos cineastas democratas, que se mostram tão engajados contra a falta de transparência, legitimidade e ética, podem ter se esquecido, já que não se manifestaram na ocasião. Bruno Barreto, por sinal, foi quem entregou, na noite de sexta (26/8), o prêmio pela carreira para Sonia Braga, durante o Festival de Gramado. Os dois trabalharam juntos em “Dona Flor e Seus Dois Maridos” (1976) e se reencontraram durante a projeção de “Aquarius” no festival. “Ela é a minha musa eterna”, disse o cineasta, abraçando a atriz. Será que nossos cineastas paladinos vão questionar a legitimidade de seu voto por essa manifestação pública da afeto para a estrela de “Aquarius”, na véspera da votação da comissão? Imagine só.

    Leia mais
  • Filme

    Para Minha Amada Morta abandona disputa à vaga no Oscar 2017

    26 de agosto de 2016 /

    A pressão da panelinha aumenta. Após “Boi Neon”, de Gabriel Mascaro, e “Mãe Só Há Uma”, de Anna Muylaert, o filme “Para Minha Amada Morta”, de Aly Muritiba, também saiu da disputa à vaga brasileira para buscar indicação na categoria de Melhor Filme Estrangeiro do Oscar 2017. Em comunicado sucinto, postado no Facebook, Muritiba diz, em nome da equipe de “Para Minha Amada Morta”, que “não reconhecemos a legitimidade da comissão constituída pela SaV (Secretaria do Audiovisual) para escolher o representante brasileiro na disputa do Oscar 2017”. Quando anunciou sua desistência, Muylaert disse que “era o ano de ‘Aquarius'”, dando a entender a existência de um arranjo de bastidores para eleger o filme de Kleber Mendonça Filho à vaga. Visando se distanciar dessa polêmica, Muritiba ainda postou um esclarecimento na rede social: “Nós não retiramos nosso filme da disputa por filme A ou B. Nós retiramos por não reconhecer o modo como a comissão foi constituída. E acredito que os diretores que contestam a comissão deveriam fazer o mesmo”. Quem iniciou a contestação foi justamente Kleber Mendonça Filho, que atacou a participação do crítico Marcos Petrucelli na comissão. Petrucelli não poderia participar da comissão, na visão dos cineastas, por ter criticado a photo-op da equipe de “Aquarius” em Cannes, quando Filho e seus atores ergueram cartazes para denunciar, em inglês e francês, que “o Brasil não era mais uma democracia” após sofrer um “golpe de estado”. Nenhum deles enxerga ironia no ato de defender o direito de Filho protestar contra o que quiser, enquanto atacam a liberdade de expressão de um crítico, no momento em que ele faz o que lhe é mais natural em sua profissão: criticar. Ao exercer pressão para manipular a formação da comissão para “vetar” desafetos, os cineastas deixam claro que buscam o confronto, confundindo demonstração pública de intolerância e incapacidade de convivência democrática com ato libertário, num desvio nutrido pelo pior tipo de patrulhamento ideológico. Afinal, onde estava esta indignação seletiva quando, em 2010, “Lula, o Filho do Brasil” foi escolhido para representar o país no Oscar, em plena vigência do governo Lula? Em vez de protestos, Tata Amaral chegou a elogiar a politização da escolha, feita de forma unânime pela comissão da época, aparentemente mais ao gosto dos nossos cineastas democratas. Detalhe: o filme teve sua produção bancada pelas empreiteiras Odebrecht, Camargo Corrêa e OAS, todas suspeitas de propina e lavagem de dinheiro, que tiveram seus dirigentes detidos durante a Operação Lava Jato. “Lula, o Filho do Brasil”, que teria custado R$ 17 milhões, seria fruto de um projeto criminoso? Na pior das hipóteses, representou perfeitamente o Brasil de Lula e a “classe” para o mundo inteiro. Muritiba também defende que os diretores que contestam a comissão deveriam retirar seus filmes da disputa. Mas Kleber Mendonça Filho já anunciou que não pretende renunciar, uma vez que tudo o que está acontecendo é de seu interesse. “Tenho interesse em ver o processo se completar dentro das regras democráticas”, ele afirmou ao jornal Folha de S. Paulo. Além dos três cineastas desistentes, dois integrantes da comissão também pediram para sair. Embora o diretor e produtor mineiro Guilherme Fiúza Zenha tenha alegado “questões pessoais” e dito que não falaria com a imprensa, a atriz Ingra Lyberato fez um longo desabafo no Facebook, mencionando pressões extremas da “classe”. “Estamos sendo extremamente pressionado por todas as notícias a ponto de ter gente pedindo para sair. Qual é o objetivo? Forçar o Petrucelli a sair? Forçar todos a sair?”, ela escreveu. Aparentemente, o objetivo é este mesmo. Dar a indicação a “Aquarius” por W.O. Mas isso também reforça, como opção de repúdio à tática de panelinha, a candidatura alternativa de “Chatô, o Rei do Brasil”. “‘Chatô’ tem grandes qualidades e foi feito com muito esforço. Acho que meus técnicos e atores, que tanto se empenharam, merecem”, acredita o diretor Guilherme Fontes, ao contrário do que acham os diretores desistentes a respeito de seus próprios filmes.

    Leia mais
  • Filme

    Festival de Gramado confrontará Kleber Mendonça Filho e Marcos Petrucelli

    26 de agosto de 2016 /

    O Festival de Gramado começa na noite desta sexta-feira (26/8) com a exibição de “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho. E o timing não podia ser midiático para o evento, que ainda homenageará a atriz do filme, Sonia Braga, com um troféu por sua belíssima carreira. No centro de uma ação política de “classe”, na definição usada pela atriz Ingra Lyberato, Kleber Mendonça Filho vem acusando o governo de persegui-lo. Provas disso seriam a classificação etária de “Aquarius” para maiores 18 anos (“Se, em 2016, um pênis ereto, filmado à distância, é motivo para ser 18 anos, eu entrego os pontos”) e o convite para o crítico Marcos Petrucelli participar da comissão que definirá o candidato brasileiro a uma vaga na categoria de Melhor Filme Estrangeiro do Oscar 2017. “Petrucelli nos caluniou ao dizer que fizemos o protesto em Cannes pagos pelo governo”, disse Filho à coluna Gente Boa, do jornal O Globo, durante a pré-estreia de “Aquarius” no Rio de Janeiro. Ele se refere a uma crítica à photo-op realizada durante o festival francês, quando a equipe de “Aquarius” levantou cartazes para denunciar que “O Brasil não é mais uma democracia” por ter sofrido um “golpe de estado”. Desde que seu nome apareceu na comissão, o crítico tem sido sistematicamente atacado por Kleber Mendonça Filho, pelo atrevimento de ter usado o Facebook para chamar a manifestação na terra do caviar de “palhaçada”. Quando “Aquarius” saiu de mãos vazias do festival francês, o jornalista completou: “Então foi assim: filme feito com dinheiro público vai a Cannes representar o Brasil e não leva prêmio algum. Ou seja, a mentira sobre o suposto golpe no País por meio de frases em papel A4 no tapete vermelho não adiantou muito além de expor o Brasil ao ridículo.” Kleber diz que esse trecho é calunioso, embora seu filme tenha, sim, sido produzido com dinheiro público, via leis de incentivo, e a própria viagem de sua equipe à França foi bancada por um programa da Ancine de financiamento para a divulgação de filmes brasileiros em festivais internacionais, que prevê o pagamento de passagens, hospedagem, transportes, alimentação e “despesas afins” para diretor, produtor e ator/atriz. Calúnias, claro, se resolvem em processos civis, junto ao judiciário. Aparentemente, Mendonça não levou adiante a acusação. Em vez disso, lançou mão da retórica para buscar humilhar o crítico, formando uma panelinha para forçar sua expulsão da comissão, num ato de bullying explícito e de ataque xiita à liberdade de expressão no país. Nos dias que precederam a chegada do filme a Gramado, dois cineastas retiraram seus longa-metragens da apreciação da comissão do Oscar, em solidariedade a Filho: “Boi Neon”, de Gabriel Mascaro, e “Mãe Só Há Uma”, de Anna Muylaert. Mascaro chegou a assinar um comunicado de tom ultrajado, citando a “gravidade da situação” e questionando, no seu dizer, a “imparcialidade questionável” do processo seletivo. “É lamentável que o Ministério da Cultura, por meio da Secretaria do Audiovisual, endosse na comissão de seleção um membro que se comportou de forma irresponsável e pouco profissional ao fazer declarações, sem apresentação de provas, contra a equipe do filme ‘Aquarius’, após o seu protesto no tapete vermelho de Cannes”, resumiu, referindo-se ao aparentemente gravíssimo comentário já citado. E logo após Muylaert confirmar a intenção de fortalecer o filme de Filho (“Achamos que este é o ano de ‘Aquarius’. É o filme certo”) com sua desistência, dois integrantes da comissão também pediram para sair. Embora o diretor e produtor mineiro Guilherme Fiúza Zenha tenha alegado “questões pessoais” e dito que não falaria com a imprensa, a atriz Ingra Lyberato fez um longo desabafo no Facebook, mencionando pressões extremas da “classe”. “Estamos sendo extremamente pressionado por todas as notícias a ponto de ter gente pedindo para sair. Qual é o objetivo? Forçar o Petrucelli a sair? Forçar todos a sair?”, ela escreveu. O próximo round está programado para esta noite em Gramado, onde o crítico Marcos Petrucelli deve encontrar Kleber Mendonça Filho. O jornalista paulista já publicou uma foto em seu Facebook informando que estava a caminho.

    Leia mais
  • Filme

    Atriz Ingra Lyberato abandona comissão do Oscar após citar pressão extrema

    26 de agosto de 2016 /

    A atriz Ingra Lyberato jogou mais lenha na fogueira, abandonando oficialmente a comissão que vai definir o indicado brasileiro para tentar uma vaga no Oscar 2017, após falar em “pressão” extrema. O anúncio foi feito pela própria atriz em seu Facebook, na manhã desta sexta (26/8), horas depois dela comentar na rede social a polêmica envolvendo o filme “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho. Lyberato diz que tomou a decisão depois que alguns “filmes preciosos” foram retirados da disputa por seus diretores, referindo-se a “Boi Neon”, de Gabriel Mascaro, e “Mãe Só Há Uma”, de Anna Muylaert. Antes dela, o diretor e produtor mineiro Guilherme Fiúza Zenha, convidado para a comissão do governo, também anunciou que não iria participar do comitê “por questões pessoais”. Ela aponta que, “como a comissão tem sua legitimidade questionada por grande parte de nossa classe, me retiro em respeito a minha própria tribo”. O questionamento se deve à inclusão na comissão do crítico Marcos Petrucelli, cuja escolha foi atacada por Kleber Mendonça Filho porque teria se atrevido a escrever no Facebook que a photo-op da equipe de “Aquarius” no Festival de Cannes – com cartazes dizendo que “O Brasil não é mais uma democracia” após sofrer “um golpe de estado” – era uma “palhaçada”. Quando “Aquarius” saiu de mãos vazias do festival francês, o jornalista completou: “Então foi assim: filme feito com dinheiro público vai a Cannes representar o Brasil e não leva prêmio algum. Ou seja, a mentira sobre o suposto golpe no País por meio de frases em papel A4 no tapete vermelho não adiantou muito além de expor o Brasil ao ridículo.” Esta é, em suma, a justificativa para o protesto da “classe”, na expressão usada pela própria Lyberato, temperada ainda pela classificação etária elevada de “Aquarius” – um suposto ato de censura. Mas como esta última questão não é critério de seleção para o Oscar, todos os protestos buscam enquadrar Petrucelli. Aparentemente, há uma mentalidade de sindicato, estilo stalinista, nos bastidores da cultura brasileira, que trabalha ferozmente contra qualquer crítica, achando-se acima do bem e do mal. A ponto de a atriz escrever, num desabafo: “Estamos sendo extremamente pressionado por todas as notícias a ponto de ter gente pedindo para sair. Qual é o objetivo? Forçar o Petrucelli a sair? Forçar todos a sair?” “Diante da minha classe insatisfeita e clamando por justiça”, porém, ela própria pediu para sair. Curiosamente, na saída Lyberato se disse “contra o golpe da cena política atual”, comprovando a pluralidade de opiniões que marcava a comissão. Mas a pressão a que ela alude deixa clara a falta de capacidade para a convivência democrática da dita “classe”, que, como típica panelinha, trabalha no tom da intolerância, fazendo bullying contra um crítico de cinema por exercer a condição básica de sua profissão: criticar. Chama atenção que, antes de se submeter à pressão, Lyberato chegou a demonstrar confiança na comissão selecionada pelo Ministério da Cultura. “O único motivo do aceite foi querer prestar um serviço guiada pelo amor ao nosso cinema. Mas diante de tal reação contra atitudes do Ministério, o que devemos fazer? Vamos cruzar os braços e não mandar filme para o Oscar esse ano, porque o país foi tomado? Não me parece coerente, porque continuamos nossas produções já que esse é nosso trabalho. Escolher um filme também é nosso trabalho. Vamos nos unir contra qualquer tipo de manipulação e a gritaria tenta impedir que isso aconteça. Acho válido, mas já estão todos mais do que atentos e prontos para cobrar competência. Para fazer justiça onde sei, o Bertini só me fez um pedido: imparcialidade total”, escreveu, referindo-se a Alfredo Bertini, da Secretaria do Audiovisual, órgão responsável pela seleção. O desenrolar dessa novela, ao menos, traz às claras a ação de uma panelinha, que parece reagir quando seu jogo de cartas marcadas corre risco de dar resultado diferente do combinado previamente. “Achamos que este é o ano de ‘Aquarius’. É o filme certo”, disse Anna Muylaert ao jornal Folha de S. Paulo, justificando a retirada de “Mãe Há Sá Uma”. E, não por acaso, Kleber Mendonça Filho afirmou em seguida que, mesmo com a debandada, manterá “Aquarius” na disputa, pois é de seu “interesse”. Tudo indica que uma panelinha pode, sim, ter dominado todo o período recente em que o cinema brasileiro não foi capaz de emplacar nenhum representante na categoria de Melhor Filme Estrangeiro. Basta lembrar que, em 2010, a comissão do Ministério da Cultura escolheu “Lula, o Filho do Brasil” por unanimidade. Isto em pleno mandato de Lula, e não houve um protesto sequer, numa demonstração do quanto a “classe” preza a ética e decisões apolíticas. “Eu gostaria que a figura do Lula influenciasse a Academia. Nesse sentido, seria ótima a influência política da escolha”, defendeu a cineasta Tata Amaral, na época. O tempo ajuda a contar toda a História, aproveitando a luz da fogueira das vaidades para iluminar o que antes era só obscuridade.

    Leia mais
  • Filme

    Guilherme Fontes pretende inscrever Chatô à vaga brasileira no Oscar

    25 de agosto de 2016 /

    Enquanto alguns cineastas retiram as candidaturas de seus filmes, Guilherme Fontes anunciou que pretende inscrever “Chatô, o Rei do Brasil” na comissão que irá definir o candidato brasileiro ao Oscar 2017. E pode vencer, considerando a forma antipática que está tomando a tática de politização escolhida pelo diretor de “Aquarius”, Kleber Mendonça Filho, para conquistar a vaga. Colocando-se como vítima de retaliações, após denunciar que “O Brasil não é mais uma democracia”, com cartazes durante o Festival de Cannes, Filho passou a atacar um crítico escolhido para integrar a comissão, por ele ter se manifestado contra a photo-op francesa, e conseguiu engajar outros cineastas, culminando na desistência de “Boi Neon”, de Gabriel Mascaro, e “Mãe Há Só Uma”, de Anna Muylaert, em protesto solidário. Embora alguns imaginassem que ele próprio pudesse renunciar à candidatura de “Aquarius”, aumentando o tom de denúncia, Filho aproveitou para dizer que se mantém na disputa, agora sem dois rivais de peso. Só não contava com um filme mítico, surgindo das cinzas. “Assim como os concorrentes, ‘Chatô’ tem grandes qualidades e foi feito com muito esforço”, disse Fontes ao jornal Folha de S. Paulo. “São mais de 30 críticas excepcionais. Acho que meus técnicos e atores, que tanto se empenharam, merecem.” O diretor não quis comentar a polêmica envolvendo a comissão, mas considera que a conquista da vaga seria uma reviravolta completa da trajetória da produção. A cinebiografia de Assis Chateaubriand virou lenda na história do cinema nacional por ter demorado 20 anos para ser concluída, desde que Fontes começou a produzir o projeto, em 1995. O diretor foi acusado de irregularidade no uso de dinheiro público pela demora em concluir o filme, que a certa altura parecia não existir, chegando a ser multado em R$ 66,2 milhões. Mas a estreia no fim de 2015 mudou tudo. Elogiado pela crítica, isentado pelo Tribunal de Contas da União, uma eventual escolha de “Chatô” seria um epílogo digno da mitologia que cerca sua produção.

    Leia mais
  • Filme

    Kleber Mendonça Filho diz que manterá Aquarius na disputa por uma vaga ao Oscar

    25 de agosto de 2016 /

    É oficial. O diretor Kleber Mendonça Filho disse que manterá a inscrição de “Aquarius” na disputa pela vaga brasileira no Oscar 2017. O cineasta pernambucano não vai aderir ao protesto que ele próprio incentivou, ao insinuar-se perseguido politicamente, e que culminou na desistência de dois de seus concorrentes, “Boi Neon”, de Gabriel Mascaro, e “Mãe Só Há Uma”, de Anna Muylaert. Mascaro e Muylaert anunciaram a retirada de seus filmes em solidariedade a Filho, que estaria sofrendo retaliações, após denunciar que “O Brasil não é mais uma democracia”, com placas contra um “golpe de estado” no país, durante o Festival de Cannes. Filho, porém, assumiu que não tem intenção de realizar o mesmo gesto. “Tenho interesse em ver o processo se completar dentro das regras democráticas”, ele afirmou ao jornal Folha de S. Paulo. Assim, se valerá da vantagem de não contar com dois de seus concorrentes mais destacados para tentar conquistar a vaga. E só não terá o caminho mais facilitado porque outros diretores optaram por não servir de tapete vermelho para seu “interesse”. Os três diretores e Roberto Berliner, que também mantém “Nise: No Coração da Loucura” na competição, protestam contra a inclusão do crítico Marcos Petrucelli na comissão que escolherá o candidato brasileiro ao Oscar. Para eles, é inadmissível que o jornalista tenha sido escolhido após emitir opinião contrária à manifestação de Filho e da equipe de “Aquarius” em Cannes, e assim decidiram denunciar a “imparcialidade questionável” da comissão, no dizer de Mascaro. É importante lembrar que os mesmos defensores da imparcialidade desta comissão do Ministério da Cultura, que perseguem e atacam um jornalista exclusivamente por conta de suas opiniões, não realizaram qualquer tipo de manifestação quando “Lula, o Filho do Brasil” foi vergonhosamente escolhido como representante do Brasil ao Oscar em 2010, em pleno governo Lula. Uma falta de ética como nunca se viu antes na história deste país. “Acho incrível o que [Mascaro e Muylaert] fizeram”, disse Filho à Folha de S. Paulo. “O governo interino não tem familiaridade com a área da cultura e com a forma como nós somos unidos.” Curiosamente, esta união parece ter limites, já que o incentivador não pretende pular no mesmo abismo, após ver a concorrência pular sozinha, de forma inocente e muito útil, por sinal. Por sua vez, o Ministério da Cultura emitiu um comunicado, reiterando sua “confiança na comissão de seleção do filme” e na “isenção do processo de escolha”. “A comissão é formada por nomes de reconhecida reputação e conhecimento técnico, que passaram, inclusive, pelo crivo da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Destaca-se que a seleção do filme representante será feita à margem de critérios de natureza política, sendo inócua a criação de ambiente de pressão ou constrangimento com vistas a favorecer ou prejudicar qualquer produção. Passada a etapa de seleção, o Ministério estará engajado na torcida para que nosso filme figure entre os cinco finalistas.”

    Leia mais
 Mais Pipoca
Mais Pipoca 
@Pipoca Moderna 2025
Privacidade | Cookies | Facebook | X | Bluesky | Flipboard | Anuncie