George Clooney faz doação milionária para combate aos grupos de ódio nos EUA
O ator George Clooney e sua esposa, a advogada humanitária Amal Clooney, doaram US$ 1 milhão ao Centro Legal de Pobreza do Sul, uma organização americana sem fins lucrativos que monitora grupos extremistas e de ódio nos Estados Unidos, em resposta aos protestos em Charlottesville, na Virgínia, neste mês. “O que aconteceu em Charlottesville, e o que está acontecendo em comunidades no nosso país, requer nosso engajamento coletivo para enfrentar o ódio”, disse o casal Clooney em comunicado conjunto. Em 12 de agosto, a cidade Charlottesville foi cenário de uma passeata organizada por neonazistas e outros supremacistas brancos , que desencadeou protestos e levou à morte uma mulher, atropelada por um carro dirigido por um neonazista contra a multidão. Os conflitos nas ruas geraram também uma crise política para o presidente Donald Trump, que elogiou “pessoas muito boas” em ambos lados do conflito e disse que a culpa dos incidentes era da esquerda que foi protestar. O presidente do Centro Legal de Pobreza do Sul, Richard Cohen, agradeceu aos Clooney por “estarem conosco neste momento crítico na luta de nosso país contra o ódio”.
4ª temporada de Transparent ganha trailer e equipe aproveita para protestar contra Trump
A Amazon divulgou o pôster e o trailer da 4ª temporada de “Transparent”, sua série mais premiada. E, a propósito, a Amazon não legenda suas séries para o Brasil como a Netflix, apesar de funcionar no Brasil como a Netflix. A prévia mostra dois novos desdobramentos para as aventuras transexuais de Maura (Jeffrey Tambor). Para começar, a família inteira viaja para Israel de férias, entrando em contato com suas raízes judaicas, numa jornada espiritual e política. Ao mesmo tempo, Maura dá um novo passo que voltará a chocar sua família já acostumada em ter um pai transexual. Ela começa a namorar novamente, e desta vez é um homem. Além da divulgação do vídeo, o elenco e os criadores da série também soltaram uma declaração conjunta para refletir a decisão do presidente Trump de proibir transgêneros nas forças armadas. “Compartilhar este trabalho em meio ao ataque contínuo do presidente Trump contra a comunidade transgênero é doloroso. Estamos indignados que ele tenha anunciado com um tuíte que as pessoas transgênero não poderiam ingressar ‘em qualquer capacidade’ no serviço militar dos EUA. É reprovável negar trabalho a estimados 15 mil membros trans atuais no serviço militar e a dignidade, o respeito e a segurança que 134 mil veteranos trans merecem”, afirma o comunicado. “Em ‘Transparent’, acreditamos na integridade da comunidade trans, que conhecemos de primeira mão, porque somos todos trans ou aliados da comunidade trans. É um ato revolucionário para uma pessoa trans simplesmente sair da casa e caminhar pela rua. Contamos a incrível história de sobrevivência da comunidade trans, conquistada contra todas as probabilidades, sabendo que nossa luta é nobre e estamos do lado da justiça e dos direitos humanos”, conclui o texto. A 4ª temporada de “Transparent” estreia em 22 de setembro.
James Cromwell é preso em protesto contra o SeaWorld de San Diego
O veterano ator James Cromwell, de 77 anos, voltou a ser preso nesta segunda-feira (24/7). Além de ser conhecido por papéis em “Babe, o Porquinho Atrapalhado” (1995), “Jornada nas Estrelas: Primeiro Contato” (1996) e “O Artista” (2011), entre outras produções, Cromwell é um assíduo militante de causas sociais, o que geralmente lhe rende visitas à prisão. Desta vez, ele participava de um protesto da organização PETA, que luta pela proteção dos animais, contra o parque aquático SeaWorld de San Diego. Segundo testemunhas, o ator usava um megafone para protestar contra o abuso de animais e mortes prematuras de baleias orcas, quando foi preso. O protesto foi exibido ao vivo pelo endereço da PETA no Facebook. Veja abaixo o vídeo da manifestação. No final do mês passado, Cromwell foi condenado a uma semana na prisão por se recusar a pagar uma multa de US$ 250, após ter sido detido num protesto contra uma usina de energia no estado de Nova York, e em 2013 ele foi preso por se manifestar contra testes em animais na Universidade do Wisconsin.
Ativistas de topless interrompem show de jazz de Woody Allen em protesto
Duas ativistas do grupo Femen interromperam um show da banda de Woody Allen, a New Orleans Jazz Band, durante uma apresentação em Hamburgo, na Alemanha, na noite de terça (11/7). Elas subiram ao palco de topless, com o corpo coberto por mensagens com críticas ao diretor, num protesto contra o que chamaram de “cultura do silêncio” em torno das alegações de abuso sexual contra o cineasta, e receberam vaias do público. As mulheres foram retiradas do palco por seguranças enquanto tentavam ler uma carta escrita pela filha adotiva de Allen, Dylan Farow, que acusa o cineasta de abuso sexual quando ela tinha sete anos. O texto foi publicado pelo jornal New York Times em fevereiro de 2014 e respondido pelo diretor no mesmo jornal, poucos dias depois. Esta acusação já rendeu processo judicial, movido por Mia Farrow após Woody, seu ex-marido, deixá-la por Soon-Yi Previn, que ela tinha adotado quando era casada com André Previn. O julgamento terminou inocentando Allen, após especialistas desacreditarem a criança, que estaria inventando ou reproduzindo informações alimentadas por sua mãe, devido às incongruências de suas lembranças. Recentemente, outro filho adotivo do diretor, Moses Farrow, veio a público dizer que se alguém era abusivo era sua mãe, que tinha coagido os filhos a mentirem e acusarem Woody Allen. Até hoje Dylan acusa Woody Allen de abuso sexual. O diretor, por sua vez, continua casado com a outra filha de Farrow. Ele e Soon-Yi estão juntos há 25 anos. Após o incidente, as integrantes do Femen divulgaram uma nota para a imprensa: “Apesar do incidente ter ocorrido décadas atrás, Dylan (hoje com 31 anos) ainda sofre as consequências. Woody Allen não é apenas o diretor, ator e músico neurótico e charmoso, mas também uma pai que gosta de colocar o dedo na filha. Nós queremos lembrar o mundo, e os fãs de jazz, desse fato.” O show continuou normalmente após o protesto. Veja o vídeo da manifestação abaixo.
Ator de 77 anos de O Artista é condenado à prisão nos Estados Unidos
O veterano ator James Cromwell, que brilhou em “O Artista” (2011) e foi indicado ao Oscar por seu papel em “Babe, o Porquinho Atrapalhado” (1995), foi condenado à uma semana de prisão. A sentença foi expedida por um juiz de Wawayanda, no interior de Nova York, como penalização pela recusa do ator de 77 anos de pagar uma multa de US$ 250, decorrente de outra sentença, por sido detido num protesto contra uma usina de energia da região em 2015. Cromwell integrava o grupo que foi considerado culpado por obstruir o trânsito durante uma manifestação em Wawayanda, num protesto contra a poluição e a ameaça ao meio-ambiente representada pela usina de gás. Ao se recusar a pagar, Cromwell disse que espera chamar atenção para a injustiça da sentença e inspirar outros a se juntarem aos piquetes contra a usina. Ele mora numa cidade vizinha ao local da construção. Não é a primeira vez que o ator enfrenta problemas por seu ativismo. Em 2013, ele foi preso por se manifestar contra testes em animais na Universidade do Wisconsin. Apesar da idade avançada e de seus problemas legais, Cromwell mantém-se ativo como ator. Ele integra o elenco da série “The Detour”, do canal pago TBS, e será visto a seguir no drama de época “Marshall”, que estreia em outubro nos EUA, e “Jurassic World: Fallen Kingdom”, previsto para junho de 2018.
Netflix volta atrás e revive Sense8 com episódio especial de encerramento da série
A Netflix voltou atrás e anunciou um final mais feliz para os fãs da série “Sense8”. Diante da campanha criativa e incessante para que a série não ficasse sem desfecho, o serviço de streaming se comprometeu a produzir um episódio especial de duas horas para encerrar a história. “De forma improvável e inesperada, o amor de vocês trouxe ‘Sense8’ de volta à vida”, exaltou Lana Wachowski, num longo comunicado publicado na página do Facebook dedicada à série. “As cartas apaixonadas, petições, a voz coletiva que se levantou como o punho da Sun para lutar por essa série foram além do que qualquer um poderia esperar”, continua o texto da co-criadora da série. “Mas esse é um presente dos fãs que eu sempre vou carregar no meu coração: por mais que na maioria da vezes essas decisões sejam de fato irreversíveis, isso nem sempre é verdade”. O cancelamento da série gerou muitas reclamações, por ter deixado seus espectadores sem um final. As reações foram ruidosas, mas a própria Netflix chegou a dizer que não adiantava reclamar. Para justificar o cancelamento, executivos da plataforma sugeriram que a série possuía um custo elevado e uma produção complexa, por ser filmada em vários países. “Um programa grandioso e caro para um público minúsculo é difícil de manter por muito tempo, mesmo no nosso modelo de negócio”, disse Ted Sarandos, diretor de conteúdo da plataforma. Reed Hastings, cocriador da Netflix, chegou a afirmar que a Netflix cancelava poucas séries e precisava fazer isso mais vezes. E assim vieram também os cancelamentos de “The Get Down” e “Girlboss”. Mas os fãs não desistiram. E o ruído se tornou tão alto que a Netflix não pôde mais ignorá-lo. No final, a situação de “Sense8” passou a refletir a capacidade do serviço de engajar e dialogar com seu público. Será que os espectadores teriam a mesma disposição de seguir uma série nova, sabendo que ela poderia ser cancelada e ficar sem fim? Caso esse comportamento se tornasse padrão, a economia obtida com cancelamentos poderia se tornar prejuízo a médio prazo. Além da carta de Lana Wachowski, a Netflix também divulgou um vídeo confirmando o retorno da série. Veja abaixo as duas mensagens oficiais. "Querida família Sense8, Venho querendo escrever esta carta há algum tempo. O derramamento de amor e tristeza que veio… Publicado por Sense8 em Quinta, 29 de junho de 2017
Netflix responde aos fãs de Sense8 dizendo não ter como reviver a série
O cancelamento de “Sense8” motivou milhares de fãs a se manifestarem em protestos, petições, pegações, hashtags e campanhas de toda a espécie para tentar fazer o serviço de streaming voltar atrás ou, pelo menos, conseguir a produção de um episódio especial que conclua a trama inacabada pelo final abrupto na 2ª temporada. Todo este barulho chegou a Netflix, mas não adiantou nada. A plataforma usou seu tumblr oficial para emitir um comunicado, em que diz ter ouvido os apelos, mas, infelizmente, não puderam reverter a decisão do cancelamento. “Nos sabemos que vocês querem que renovem ‘Sense8’ e gostaríamos de poder trazer ‘Sense8’ de volta para vocês. E a razão pela qual demoramos tanto para responder essas mensagens de vocês é porque ficamos pensado longamente aqui Netflix como fazer isso acontecer, mas infelizmente não tivemos como”, diz o texto, sem dar maiores explicações sobre as supostas dificuldades encontradas. Vejam a mensagem original abaixo.
Fãs de Sense8 organizam “pegação coletiva” em protesto contra cancelamento da série
O cancelamento de “Sense8” deixou muitos fãs irritados em todo o mundo. Um site chamado renewsensate.com entrou no ar e uma petição para a Netflix rever sua decisão já conta com mais de 330 mil assinaturas no site Change.org. No Brasil, um dos mercados em que a série tinha mais adeptos, as redes sociais se encheram de memes e manifestações contra a decisão da Netflix, que deixou a produção sem final. E nesses dias de protestos políticos, os fãs decidiram levar sua indignação para as ruas. Um evento foi marcado para domingo (4/5), na Avenida Paulista, em São Paulo, onde a série gravou cenas de sua 2ª temporada. E é, no mínimo, diferente. O protesto propõe uma “pegação coletiva”, numa referências às cenas de orgia que aconteciam no seriado. Até agora, o evento no Facebook tem cerca de 8 mil pessoas confirmadas e outras 16 mil interessadas. O protesto está marcado para começar a partir das 17h do domingo no vão do Masp, na capital paulista. A página do evento também registra a tristeza e a revolta dos fãs com o cancelamento, mas também gente que nem conhecia a série, mas se interessou pela pegação. “Não sei o que é ‘Sense8’, mas sei o que é suruba. Tô dentro”, comentou um, mais irreverente.
Cine PE anuncia suas novas datas
Adiado após boicote de motivação política, o Cine PE ganhou uma nova data. O festival pernambucano vai acontecer de 27 de junho a 3 de julho. Em nota, os organizadores do evento esclarecem que os sete curtas e um longa-metragem retirados da programação foram substituídos por outros títulos, “que também fizeram suas inscrições de modo espontâneo, respeitando ordem classificatória da curadoria”. Segundo o comunicado, a programação completa será divulgada em breve. A polêmica começou quando um grupo de cineastas decidiu retirar seus filmes do festival, acusando a organização do evento de montar uma programação que “favorece um discurso partidário alinhado à direita conservadora e grupos que compactuam e financiaram o golpe ao Estado Democrático de Direito ocorrido no Brasil em 2016”. Apesar de não nomearem nenhum filme, a protesto visava o documentário “O Jardim das Aflições”, de Josias Teófilo, sobre o astrólogo ultraconservador Olavo de Carvalho, que integrava a competição, e a ficção “Real – O Plano por Trás da História”, de Rodrigo Bittencourt, que dramatiza os bastidores da criação do Plano Real, em 1994. Os dois filmes já entraram em cartaz no circuito comercial. Por conta da saída dos filmes, os organizadores decidiram adiar o evento, originalmente previsto para o final de maio. A 21ª edição do Cine PE vai acontecer no tradicional Cinema São Luiz, no Recife.
Festival Cine PE é adiado após saída de sete filmes em protesto
A saída de sete filmes da competição do festival Cine PE, em protesto contra as obras “alinhados à direita conservadora” da seleção oficial, causou um curto-circuito nos bastidores da organização, que decidiu adiar o evento. Marcado inicialmente para acontecer entre os dias 23 e 29 de maio, a 21ª edição do Cine PE, em Recife, vai refazer sua programação e só depois terá sua nova data anunciada. Em comunicado, a organização do festival lamenta a “surpresa por essa represália” em “tempo impróprio da pré-produção do evento”, que “proporcionou um ônus fora do planejamento”. Assinado pela diretora do Cine PE, Sandra Maria Ramos Bertini Bandeira, o texto aponta o histórico do festival, que jamais se pautou por priorizar uma linha política. “Com uma simples pesquisa sobre as edições passadas, facilmente será revelado que o Festival sempre se pautou em mostrar tendências, linguagens, estéticas e ideologias da forma mais coerente possível, por entender e evidenciar que o conceito da diversidade dever ser de todos e para todos”. Reiterando a confiança no trabalho da curadoria, ela explica que serão incluídos outros filmes que se inscreveram no evento, ressaltando o compromisso com “a liberdade de produzir e o sentimento de consideração pelas obras realizadas, na maioria das vezes, com enormes esforços”. O texto se encerra anunciando o adiamento. “Essa adequação da situação à nova grade de programação, por razões técnicas e burocráticas, demanda por um tempo superior ao prazo do período de realização agendado, de tal modo que, pelo dever da prudência que sempre inspirou o Festival, será necessária postergar a execução do evento, cuja nova data será divulgada oportunamente” Na quarta-feira (10/5), sete cineastas anunciaram a decisão de retirarem seus respectivos filmes da competição – cinco curtas e um longa-metragem. Em carta aberta, os dissidentes afirmam que a decisão foi tomada após a divulgação da programação na íntegra, quando foi revelada a presença de filmes que “favorecem um discurso partidário alinhado à direita conservadora e grupos que compactuaram e financiaram o golpe ao Estado democrático de direito ocorrido no Brasil em 2016”. Não foram apontados quais são os “filmes golpistas”, mas o Cine PE incluiu em sua mostra competitiva o documentário “O Jardim das Aflições”, sobre o astrólogo ultraconservador Olavo de Carvalho, que foi feito sem incentivo público, mas com cotas de patrocínio de uma editora que prepara uma biografia do deputado Jair Bolsonaro. Além disso, o festival anunciou a exibição fora da competição de “Real – O Plano por Trás da História”, de Rodrigo Bittencourt, que resgata a criação da moeda em 1993. Vale observar que “O Jardim das Aflições” foi recusado por vários festivais anteriormente. Em entrevista ao UOL, no ano passado, o diretor Josias Teófilo chegou a reclamar de censura. “Os critérios exclusivamente políticos se mesclam com julgamentos estéticos”, defendeu.
CEO da Netflix responde às redes de cinema e ao Festival de Cannes: “Vejam na Netflix”
A decisão do Festival de Cannes de barrar filmes da Netflix a partir de 2018 ganhou uma resposta de Reed Hastings, fundador e CEO do serviço de streaming. Ele fez um breve comentário, em tom desafiador, na sua página no Facebook: “O establishment fechando o cerco contra nós. Vejam ‘Okja’ na Netflix em 28 de junho, filme incrível que as redes de cinema querem impedir que participe da competição do Festival de de Cannes”, disse. O festival deste ano, que começa na semana que vem, terá dois filmes da Netflix em sua mostra competitiva pela primeira vez, mas esta inclusão causou revolta entre os exibidores de cinema da França, já que esses filmes só estarão disponíveis em streaming para assinantes. Ao anunciar a mostra competitiva deste ano, o diretor do festival, Thierry Fremaux, chegou a sugerir que a Netflix providenciaria algum tipo de lançamento cinematográfico dos dois filmes na competição, “Okja”, de Bong Joon-Ho, e “The Meyerowitz Stories”, de Noah Baumbach. Mas nesta quarta (10/5) os organizadores do festival disseram que tal acordo não foi feito e que, embora os dois filmes tenham recebido permissão de continuar na competição deste ano, no futuro nenhum filme será aceito sem uma garantia de distribuição nos cinemas franceses. “O Festival de Cannes está ciente da ansiedade despertada pela ausência de lançamento desses filmes nos cinemas franceses”, justificaram os responsáveis pelo evento, em comunicado, no qual tentam afirmar que a situação era “invisível” até virar polêmica. “O festival tem o prazer de acolher um novo operador que decidiu investir no cinema, mas quer reiterar seu apoio ao modo tradicional de exibição na França e no mundo. Consequentemente, após consultar os membros do seu conselho, o Festival de Cannes decidiu adaptar suas regras a esta situação, invisível até agora: qualquer filme que pretenda competir em Cannes terá que se comprometer a ser distribuído nos cinemas franceses. Esta nova medida será aplicada a partir da edição de 2018”, conclui o texto. A decisão de Cannes está sendo comemorada pelo setor de distribuição de filmes tradicional. Na França, um filme só pode ser exibido em um serviço de streaming 36 meses após sua saída dos cinemas. “Estamos certos de que os amantes franceses de cinema não vão querer ver esses filmes três anos depois do resto do mundo”, chegou a dizer a Netflix em um comunicado, quando tentava negociar a exibição dos filmes nos cinemas franceses. Mas não houve acordo com os exibidores. Aliás, nem agora nem nunca. A Netflix chegou a tentar exibir seus filmes no cinema, quando entrou nesse mercado. O plano original da empresa para “Beasts of No Nation” em 2015 era exibir a produção em alguns cinemas selecionados dos Estados Unidos, mas as redes de exibidores boicotaram a distribuição, proibindo que seu circuito fosse utilizado e o filme só entrou em 31 salas independentes. Por conta disso, o serviço de streaming passou a lançar seus filmes diretamente na plataforma. A questão tem desdobramentos interessantes, desde a discussão do que é cinema – as salas ou o filme – e até mesmo o que é filme – afinal, o processo de filmagem tradicional há muito foi abandonado pela gravação digital, e hoje os “filmes” chegam em todas as telas em arquivos de mídia.
Cineastas retiram filmes do festival Cine PE em protesto contra a “direita conservadora” e “o golpe”
Sete dos filmes que fariam parte da 21ª edição do Cine PE foram retirados da programação do evento. Os diretores dos filmes “pediram pra sair” do festival por, segundo comunicado, não quererem estar atrelados a uma programação que “favorece um discurso partidário alinhado à direita conservadora e grupos que compactuaram e financiaram o golpe ao Estado democrático de direito ocorrido no Brasil em 2016”. A carta aberta, divulgada na tarde desta quarta-feira (10/5), explica que “apenas no dia 8 de maio, através de veículos de imprensa, tomamos conhecimento da grade completa dos filmes que foram selecionados para o festival”, e a partir daí decidiram retirar-se. “Esperamos poder participar de edições futuras e mais conscientes”, completa o manifesto. Não foram apontados quais são os “filmes golpistas”, mas o Cine PE incluiu em sua mostra competitiva o documentário “O Jardim das Aflições”, sobre o astrólogo ultraconservador Olavo de Carvalho, que foi feito sem incentivo público, mas com cotas de patrocínio de uma editora que prepara uma biografia do deputado Jair Bolsonaro. Além disso, o festival anunciou a exibição fora da competição de “Real – O Plano por Trás da História”, de Rodrigo Bittencourt, que resgata a criação da moeda em 1993. Da lista de ausências anunciadas, apenas um filme fazia parte da competição de longas: o documentário pernambucano “O Silêncio da Noite É que Tem Sido Testemunha das Minhas Amarguras”, de Petrônio Lorena. Os demais eram curta-metragens. O festival está marcado para acontecer entre os dias 23 e 29 de maio no cinema São Luís, no centro do Recife. O evento conta com uma mostra competitiva entre longas e curtas, e também exibições de filmes fora de concurso, infantis e clássicos brasileiros. Para completar, neste ano estão previstas homenagens para os atores Rodrigo Santoro e Cássia Kis Magro e o crítico pernambucano Luiz Joaquim.










