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    Clash confina tensões da Primavera Árabe num camburão

    26 de maio de 2017 /

    O filme egipcio “Clash” trata das turbulências que têm atingido o país após o que se convencionou chamar de Primavera Árabe e a revolução egípcia de 2011. O diretor Mohamed Diab focaliza momentos que se seguiram à deposição do presidente eleito Mohamed Morsi, da Irmandade Muçulmana, derrubado pelos militares em 2013 por meio de um golpe, que produziu muitos protestos nas ruas e confrontos que marcaram um país dividido. Para abordar a questão da radicalização política que envolve os dois grupos principais – os militares e a Irmandade Muçulmana – , além da participação de grupos minoritários – como os cristãos e os judeus – e até a atuação da imprensa, a estratégia do cineasta foi agrupá-los num único dia de protestos intensos, pela cidade do Cairo, dentro de um camburão. Presos extraídos dos protestos, os diferentes personagens convivem obrigatoriamente uns com os outros e têm de lidar com suas diferenças e seus ódios recíprocos. Tudo se passa, claustrofobicamente, dentro do camburão, o tempo todo. A rua é vista de lá, os muitos protestos, a repressão policial, os tiroteios, as bombas, tudo está lá, mediado pela velha caminhonete-prisão. Quando a porta do camburão se abre, o horizonte se insinua, mas logo ela se fecha e voltamos à tensa dinâmica desse carro-prisão. A filmagem é muito tensa e intensa. A agitada câmera na mão chega a incomodar, mas isso é intencional, nos põe no olho do furacão. O tempo decorrido é o de um dia de protestos no centro de Cairo, absolutamente revelador do ambiente de confronto, aparentemente intransponível, que tomou conta do Egito. O encontro dos detidos no camburão mostra a face humana, óbvia, que todos têm, encastelados em suas verdades políticas, religiosas, comportamentais. É, pelo menos, uma tentativa de empatia, de se colocar no lugar do outro. Única forma de procurar compreender algo para além das verdades ideológicas estabelecidas por cada grupo. A imprensa, que se arrisca nesse ambiente conturbado, em busca do registro dos fatos, se sai bem, na visão do filme. Não sem registrar suas discordâncias, representadas pelos dois jornalistas trancafiados. O diretor Mohamed Diab já é conhecido do público brasileiro pelo filme ”Cairo 678”, de 2010, que tratava do machismo e do assédio sexual às mulheres da cidade do Cairo, nos ônibus. Um trabalho muito bom. Mas “Clash”, do ponto de vista cinematográfico, é mais criativo na concepção e execução dos planos. Indica, portanto, uma evolução técnica do trabalho desse cineasta, que merece toda a atenção. Se mais não for, por sua capacidade de lidar no cinema com questões pungentes do seu tempo e do seu país.

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    O Presidente oferece uma fábula para a primavera árabe

    18 de março de 2016 /

    No final dos anos 1980, o cinema iraniano despontava como a grande novidade da sétima arte. Retomando o neorrealismo como expressão cinematográfica e produzindo narrativas que focavam, principalmente, as crianças, para, de um lado, evitar a censura e, de outro, retratar a realidade do país, produziram-se pequenos grandes filmes e revelaram-se grandes diretores. A Mostra Internacional de Cinema de São Paulo foi grande responsável pela difusão dos primeiros filmes iranianos no país, trazendo, entre outras, obras de Mohsen Makhmalbaf, como o filme “O Ambulante” (1989), que impressionava pela qualidade do trabalho e seu teor crítico e político, vindo de onde vinha. Desde então, o cineasta nunca decepcionou. “Gabbeh” (1995), “O Silêncio” (1998), “A Caminho de Kandahar” (2001) e “O Jardineiro” (2012) são apenas alguns dos belos filmes que ele criou, cada um a seu modo, em diferentes partes do mundo. Makhmalbaf foi ativista de direitos humanos contra o regime do antigo Xá Reza Pahlavi e chegou a ficar anos preso por isso. Mas o regime dos aiatolás, em vez de celebrá-lo, o perseguiu com sua censura, a partir do momento em que ele se destacou mundialmente. Ele acabou no exílio e relata que já tentaram matá-lo, mesmo fora do Irã. Seu novo trabalho, “O Presidente”, foi realizado na Geórgia e conta a história de um ditador que é derrubado e circula incógnito por seu país, com seu neto de 5 anos, tentando fugir e escapar de um linchamento ou execução. Tudo parecia estar no lugar e no melhor dos mundos, na vigência de seu poder discricionário. A opressão do povo não era sentida, ou notada, por ele e por sua família, vivendo no luxo dos palácios. Quando derrubado, percebeu mais claramente a força do ódio contra ele e seu regime, mas, ao se esconder, também conheceu a verdadeira miséria e desgraça que assolavam seu povo. A fábula que remete a uma velha história do governante que desconhecia como era e como vivia seu povo não é nova. No filme, o périplo do rei, no caso, ex-rei, é revelador do sofrimento que o povo sempre amargou para que o governante pudesse viver no luxo. Mas discute-se também o que acontece após a destituição do ditador, o que substitui a violência do antigo regime. O ódio dos vencedores e a desordem social geram tanto ou mais violência, passando uma ideia de desesperança a respeito de qualquer solução de força. Isso nos remete aos caminhos da chamada primavera árabe, que resultou em tantas guerras e opressões como as que buscou superar. Makhmalbaf cita em entrevista sobre o filme o que se passa com a Síria atual, como exemplo. Poderia remeter-nos à Revolução Francesa ou à Revolução Cultural da China, de Mao Tsé-Tung ou, ainda, a muitas outras situações contemporâneas, em que a solução “violenta” gerou mais problemas, ainda que o mote das ações fosse o combate ao autoritarismo ou à corrupção. “O Presidente” se passa num país fictício. A fábula é universal e, a rigor, vale para qualquer lugar e qualquer tempo. Makhmalbaf sabe bem disso. Vive entre Londres e Paris, mas já viveu e trabalhou até no Afeganistão. Filmou também no Paquistão, em Israel, na Turquia, no Tadjiquistão e, agora, na Geórgia. Pôde ver e vivenciar muito dessa espiral de violência para a qual busca nos alertar nesse “O Presidente”.

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    13 Horas: Michael Bay explode terroristas em trailer de filme de ação

    17 de novembro de 2015 /

    Já pensou como seria um filme de “Transformers” sem os robôs gigantes? O trailer de “13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi”, responde a essa questão crucial. A prévia do novo filme do diretor Michael Bay, a mente e o ego por trás da franquia “Transformers”, é repleta de explosões, fogo, bandeiras tremulando, tiros para todo o lado, correrias, gritaria, situações impossíveis e heróis capazes de enfrentar uma ameaça muito maior que suas possibilidades. Só que em vez de Decepticons, os vilões são terroristas muçulmanos. O filme é a versão hollywoodiana do ataque à Embaixada dos EUA em Bengasi, na Líbia, que aconteceu durante a chamada Primavera Árabe em 2012, no 11º aniversário dos atentatos de 11 de setembro. Durante a escalada de violência e anarquia da rebelião que derrubou o ditador Muammar Gaddafi, o rastro de destruição se voltou contra os símbolos do “grande satã”, culminando na invasão da Embaixada e no assassinato do embaixador dos EUA J. Christopher Stevens, primeiro embaixador americano morto em serviço desde 1979. O roteiro de Chuck Hogan (série “The Strain”) adapta um livro de Mitchell Zuckoff, que centra a ação na tropa de elite que tentou proteger a Embaixada do ataque muçulmano. O elenco inclui John Krasinski (série “The Office”), James Badge Dale (“Homem de Ferro 3”), Max Martini (“Círculo de Fogo”), David Costabile (“Lincoln”), Pablo Schreiber (série “Orange Is the New Black”), David Denman (série “The Office”) e Toby Stephens (série “Black Sails”). “13 Horas” estreia em 15 de janeiro nos EUA, esperando repetir o sucesso de “Sniper Americano”, que chegou ao grande circuito nesta mesma data em 2015. No Brasil, o lançamento acontece seis dias depois, em 21 de janeiro

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