Pai do criador de “Riverdale” está desaparecido após ser preso na Nicarágua
O roteirista-produtor Roberto Aguirre-Sacasa, criador de “Riverdale”, “O Mundo Sombrio de Sabrina” e do vindouro reboot de “Pretty Little Liars”, revelou que seu pai Francisco encontra-se desaparecido, vítima da ditadura da Nicarágua. Francisco Aguirre-Sacasa, de 76 anos, serviu como embaixador da Nicarágua nos Estados Unidos por três anos até 2000 e, posteriormente, como ministro das Relações Exteriores do país. Ele não é visto desde o final de julho, quando foi detido pela Polícia Nacional da Nicarágua. “Normalmente não abordo política nas minhas redes sociais”, ele escreveu no Instagram, antes de revelar a prisão do pai. “Minha mãe está bem, mas não vimos nem ouvimos falar de meu pai desde aquele dia terrível. Acreditamos que ele esteja em uma prisão em Manágua, mas a verdade é que… não sabemos. O que sabemos é que meu pai foi preso porque, como jornalista, criticava abertamente o atual regime político da Nicarágua – a ditadura do presidente Ortega. Meu pai quer que a Nicarágua seja um país livre e democrático. Ele dedicou sua vida à melhoria de sua pátria e de seus cidadãos. Isso o colocou em apuros antes, mas nunca tão terríveis como este. Tememos o pior”, desabafou. “Infelizmente, meu pai não é a única pessoa com quem isso aconteceu na Nicarágua. Existem mais de 30 presos políticos e prisões ilegais continuam a ser feitas. Homens, mulheres, estudantes e políticos que falaram contra a ditadura da Nicarágua e suas táticas de terror”, continuou. “Se você reza, inclua-os em suas orações. Meu pai tem 76 anos. Só o queremos em casa em segurança”. Roberto deu mais detalhes sobre a prisão do pai num comunicado à imprensa. “Cerca de 10 dias atrás, eu estava voando de volta para Los Angeles da Costa Leste, onde estava procurando locais para encenar ‘Pretty Little Liars’, quando recebi um telefonema de emergência de minha irmã Georgiana. Ela me disse que nosso pai havia sido preso ou sequestrado, enquanto ele e nossa mãe estavam dirigindo para a Costa Rica para embarcar em um voo para Washington, onde meu pai faria uma cirurgia.” “Cerca de 15-20 minutos depois de seu passaporte ter sido apreendido, um comunicado foi divulgado dizendo que nosso pai estava sob investigação por traição e por ser um inimigo do estado”. No caminho de volta para casa, o casal de idosos foi parado pela segunda vez por policiais, que levaram Francisco embora e desde então não se ouviu mais falar dele. “Ao nos manifestarmos, estamos tentando fazer o que nosso pai estava fazendo. Queremos chamar a atenção para o que está acontecendo na Nicarágua. Esperamos que ele não sofra porque estamos nos manifestando”, acrescentou Roberto. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Roberto Aguirre-Sacasa (@writerras)
Estrela iraniana de O Apartamento é condenada a cinco meses de prisão
Taraneh Alidoosti, estrela de “O Apartamento”, de Asghar Farhadi, e uma das atrizes mais populares do Irã, foi condenada a cinco meses de prisão por ativismo antigoverno, informou a BBC Persia e o canal de notícias Iran International TV, ambos do Reino Unido. Nas redes sociais, o advogado de Alidoosti, Kaveh Rad, afirmou que a sentença estava suspensa por dois anos e será anunciada oficialmente em 1º de julho. A notícia também foi confirmada à revista Variety pelo ator iraniano Babak Karimi, que co-estrelou com Alidoosti “O Apartamento”, vencedor do Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira de 2017. Karimi chamou a sentença de um ato de intimidação pelas autoridades iranianas depois que ela compartilhou um vídeo no Twitter de um membro da “polícia da moral” do Irã insultando e atacando uma mulher na rua por não usar o véu hijab. Em janeiro, Alidoosti criticou duramente as autoridades iranianas quando disse a seus 5,8 milhões de seguidores no Instagram que “não somos cidadãos, somos cativos, milhões de cativos”, em um post que foi removido posteriormente. A Iran International TV, com sede em Londres, informou que, por ocasião dos posts, Alidoosti foi convocada para comparecer à Promotoria de Cultura e Mídia, acusada de “atividades de propaganda contra o Estado” e libertada sob fiança. Considerada pelos fãs como a “Natalie Portman do Irã”, ela boicotou a cerimônia do Oscar vencida por “O Vendedor” para protestar contra a proibição de visto a iranianos, decretada por de Donald Trump, chamando a medida de “racista” no Twitter. A atriz se tornou ícone da juventude iraniana ao interpretar a garota alegre e desinibida que desaparece misteriosamente em “Procurando Elly”, filme que projetou Asghar Farhadi mundialmente em 2009. Como Elly, ela ajudou a demonstrar ao mundo a existência de uma classe média moderna em choque com os valores antiquados do regime político-religioso vigente no Irã.

