Sleeping Giants mira operadoras que transmitem a Jovem Pan
O movimento Sleeping Giants Brasil resolveu mirar nas operadoras de TV por assinatura que transmitem o canal da Jovem Pan News. O objetivo é estender o combate à desinformação e aos discursos de ódio propagados pela emissora, responsabilizando também as empresas que permitem a exibição do canal. Segundo o diretor jurídico Humberto Ribeiro, as empresas Claro TV, Vivo TV, Sky e DGO serão acionadas de forma extrajudicial. O Sleeping Giants Brasil pretende entender a razão para a exibição do canal, antes de lançar uma campanha de desmonetização dessas empresas. “[Queremos] questionar a razão de, durante a pandemia da covid-19, incorporarem em seu portfólio de canais um veículo de comunicação que sabidamente difundia desinformação sobre a vacinação, tratamentos sem eficácia comprovada, uso de máscaras e distanciamento social”, disse. A notificação também tem o intuito de entender se a programação da Jovem Pan News está de acordo com as diretrizes das operadoras televisivas. A direção do Sleeping Giants considera que as empresas também são responsáveis pelos conteúdos, mesmo que de forma indireta. “Queremos saber se condiz com as boas práticas de governança dessas empresas a manutenção da disponibilidade dos conteúdos da TV Jovem Pan News aos seus consumidores”, declarou o advogado. “Mesmo diante das reiteradas e graves denúncias de que o veículo difunde desinformação sobre a rigidez do processo eleitoral, o papel de instituições de Estado, como as Forças Armadas, além de ataques ao STF e ao TSE”, completou. Até o momento, nenhuma das empresas citadas se posicionaram ou emitiram notas de repúdio aos atos terroristas do último domingo (8/1). Desde que começou sua campanha de desmonetização da Jovem Pan News em 21 de dezembro, o Sleeping Giants Brasil já convenceu 24 empresas a pararem de anunciar no canal.
Instagram marca post de Regina Duarte como fake news e Gabriela deixa de seguir a mãe
O Instagram classificou uma publicação da atriz Regina Duarte (“Por Amor”) como “informação falsa”. A postagem abordava os atos terroristas na Praça dos Três Poderes. Na publicação, a artista replicava a contranarrativa extremista comparando o local para onde foram levados os bolsonaristas, que estão presos após participarem dos atos de terrorismo em Brasília, a campos de concentração nazistas. A atriz também acusou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de não divulgar os códigos-fonte das urnas eletrônicas. Tudo isso é mentira. Na legenda, Regina afirmou que as detenções ocorreram “em condições sub-humanas e trazem de volta o assunto do famigerado código-fonte prometido nas últimas eleições para presidente da República”. Vale lembrar que o TSE disponibilizou o “famigerado” código-fonte para inspeção durante um ano inteiro antes das eleições presidenciais. E todos os partidos e instituições que tiveram acesso a ele garantiram a lisura do pleito e o fato de não haver nenhum indício de fraude no processo eleitoral. Curiosamente, o PL, de Jair Bolsonaro, teria sido o único partido que não se interessou em conhecer o tal famigerado. Diante da polêmica, a filha de Regina, a atriz Gabriela Duarte, tomou uma decisão drástica e deixou de seguir a mãe na rede social. Ela também publicou um protesto contra os terroristas. “Vandalismo e ignorância são inimigos da Liberdade. [Que] tristeza”, desabafou nas redes sociais. Os novos posts de Regina Duarte não estão apenas acabando com a paz em família, mas também enterrando sua carreira de vez. Segundo rumores, a atriz tentava conseguir apoio para voltar a trabalhar, mas os poucos interessados em lhe oferecer papéis teriam desistido após o atentado de 8 janeiro. Fontes dizem que ela não entende porque segue afastada dos projetos artísticos desde que saiu da Secretaria Especial de Cultura de Bolsonaro. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por gabriela duarte (@gabidu)
Globo não vai renovar contrato com Cássia Kis
A Globo teria decidido se distanciar de Cássia Kis. Segundo informações da revista Veja, após o fim da novela “Travessia”, de Gloria Perez, a emissora dará “um tempo” na imagem da atriz, que se queimou entre funcionários e grande parcela dos telespectadores por seu engajamento nos atos antidemocráticos de bolsonaristas, embriões do ataque terrorista em Brasília no domingo passado (8/1). Antes disso, ela já tinha causado polêmica ao dar declarações homofóbicas numa live. Há relatos de que Cássia Kis acumula uma série de reclamações por parte de funcionários no compliance da emissora, que a acusam de intolerância política, religiosa e homofobia. Entre outros apelidos, ela teria se tornado conhecida como Perpétua nos bastidores da Globo, numa referência à personagem de Joana Fomm, em “Tieta” (1989). Na novela clássica, a vilã era uma beata reacionária que defendia valores ultrapassados, embora ela própria não se comportasse assim. A intérprete de Cidália teria retaliado, denunciando integrantes do elenco de “Travessia” por assédio moral. Como a Globo adotou uma política de contratos por obra, a ideia é não chamá-la para novos projetos. De todo modo, Cássia já tinha anunciada que “Travessia” seria sua última novela. Ela só aceitou participar porque o texto era de Gloria Perez, que também demonstra simpatia por Jair Bolsonaro. Vale lembrar que a atriz ainda faz parte do elenco da série “Desalma”, exibida na Globoplay, que deveria ganhar uma 3ª temporada, mas parece ter ido parar no limbo. O grupo Globo nunca se manifestou oficialmente a respeito da atriz. Mesmo durante o questionamento das declarações homofóbicas de Cássia, soltou uma nota genérica, afirmando apenas: “A Globo tem um firme compromisso com a diversidade e a inclusão e repudia qualquer forma de discriminação”.
Jovem Pan afasta Constantino, Paulo Figueiredo e Zoe Martinez
A Jovem Pan decidiu afastar alguns de seus comentaristas mais radicais: Rodrigo Constantino, Paulo Figueiredo e Zoe Martinez. Eles são considerados defensores das manifestações antidemocráticas e teriam apoiado o ato golpista, ocorrido em Brasília no último domingo (8/1). A decisão aconteceu após o Ministério Público Federal de São Paulo abrir investigação contra o canal por apoio aos atos golpistas. “O foco da investigação será a veiculação de notícias falsas e comentários abusivos pela emissora, sobretudo contra os Poderes constituídos e a organização dos processos democráticos do país”, disse o MPF-SP em comunicado. A emissora escalou o extremista Paulo Figueiredo para sua cobertura dos atos terroristas. É o mesmo comentarista que defendeu, recentemente, uma guerra civil no país. Em sua primeira manifestação ao entrar no ar durante o ataque de domingo (8/1), Figueiredo disse que era “compreensível a revolta popular”, e mesmo criticando a destruição causada pelos bolsonaristas, buscou retratar os agressores como supostas vítimas do sistema. “A revolta é legítima”, ele afirmou sobre a barbárie terrorista. Zoe Martinez, por sua vez, defendeu que as Forças Armadas destruíssem os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), em participação na emissora no dia 21 de dezembro, enquanto Constantino insistiu na tese de que as eleições foram forjadas por um “um malabarismo do Supremo”, ideia difundida a partir de 14 de novembro e reiterada várias vezes desde então. Além deles, os jornalistas da emissora não pronunciaram, desde a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva, as palavras golpistas e antidemocráticos para se referir aos protestos que deram origem ao atentado contra a democracia na Praça dos Três Poderes de Brasília. Segundo apurou o Notícias da TV, até a definição “bolsonaristas” teria sido vetada pelos editores da Jovem Pan News. A situação mudou após os atos de domingo, que levaram à liberação dos termos. Mesmo assim, não se ouve no canal a expressão “terroristas”, adotada pela Globo, o presidente Lula e a presidente do STF Rosa Weber. A pressão contra a Jovem Pan não é apenas política e judicial. A campanha do perfil Sleeping Giants Brasil já fez a empresa perder 22 anunciantes. A emissora também teve a monetização de seu canal suspensa pelo YouTube – assim como a revista Oeste, que reunia ex-funcionários da Jovem Pan. Por enquanto, os comentaristas afastados foram suspensos por tempo indeterminado, mas não desligados da empresa. A Jovem Pan já demonstrou anteriormente que não leva punições a sério, tendo demitido o próprio Constantino, envolvido em outra polêmica, para recontratá-lo logo depois. E não foi um caso isolado. A suspensão desta terça (10/1) se segue à renúncia do presidente do Grupo Jovem Pan do comando da empresa. O empresário Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, conhecido como Tutinha, será substituído por Roberto Araújo, antes CEO, que agora terá que responder ao MPF-SP. Apesar de abrir mão do comando da empresa, Tutinha segue sendo o acionista majoritário da Jovem Pan.
Apresentador americano faz piada com Bolsonaro e golpistas após ataque em Brasília
O apresentador Stephen Colbert, do talk show “The Late Show”, comentou os recentes ataques terroristas em Brasília durante o monólogo de abertura do seu programa na segunda-feira (9/1). Na ocasião, Colbert também fez piada com a aparência do ex-presidente Jair Bolsonaro. Durante sua fala, Colbert explicou que o país passou por uma eleição e “o perdedor é o político da extrema direita e tartaruga que acabou de ver você deixar cair uma cenourinha, Jair Bolsonaro”, brincou o apresentador, que costuma fazer piadas com a aparência das pessoas. “Bolsonaro argumenta que ele perdeu as eleições no país devido a uma fraude”, continuou o apresentador. “Se isso nos soa familiar, escute só essa: ontem, vândalos apoiadores de Bolsonaro invadiram o Congresso brasileiro e o edifício onde está o gabinete presidencial”. Colbert continuou, dizendo: “Não! Não! Eu não posso assistir a esse filme novamente. Sei como termina! Com todos gostando da versão brasileira de Liz Cheney”, brincou ele, referindo-se à deputada americana que se posicionou contra Trump, apesar de tê-lo apoiado firmemente enquanto ele estava na Casa Branca. “Não posso gostar dela novamente. Sou muito emocional”. “Os vândalos foram retirados pela polícia, e esse foi um dia sombrio para a democracia brasileira, levando os especialistas a dizerem: ‘8 de janeiro é o 6 de janeiro do Brasil'”, afirmou o comediante, referindo-se ao dia em que o Capitólio americano foi invadido por apoiadores de Trump. “Assim como o nosso 6 de janeiro, a insurreição brasileira teve vândalos invadindo os prédios do governo, atacando policiais com os mastros da bandeira do país e quebrando as janelas”, contou ele. “Espere um pouco! Eles já estão dentro do prédio. Por que eles estão quebrando as janelas? É para serem acusados de invasão e fuga?”, brincou ele. Brazil's January 8th is looking a lot like America’s January 6th…🫢 #Colbert pic.twitter.com/RWX41UA23V — The Late Show (@colbertlateshow) January 10, 2023
Ex-BBB sugere ataque à Globo após cobertura do vandalismo bolsonarista
O ex-BBB Marcos Harter se irritou com ao ver a rede Globo chamar os invasores bolsonaristas de “terroristas” durante o “quebra-quebra” na Praça dos Três Poderes. Segundo o ex-brother, os apoiadores de Bolsonaro deveriam invadir a sede da emissora, localizada no Rio de Janeiro. O médico deu a “sugestão aos terroristas” numa postagem nos Stories do Instagram, onde também compartilhou imagens dos crimes do último domingo (8/1). “Já pensaram em invadir alguma emissora?”, instigou. “Globo sendo Globo”, esbravejou Harter em uma das imagens postadas, circulando a definição de “terroristas” dada aos golpistas, que depredaram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto. Após a repercussão negativa do vandalismo, ele seguiu o exemplo de outros bolsonaristas e deletou as postagens, mas não sem antes sugerir aos brasileiros perplexos diante do extremismo terrorista de que poderiam “enrolar a opinião esquerdista” e “introduzir na cavidade anal” Marcos Harter enfrenta maus lençóis com a rede Globo desde que foi expulso do “Big Brother Brasil”. O caso aconteceu em 2017, quando o médico cometeu violência psicológica contra Emily Araújo, que venceu a edição. Na época, o ex-brother moveu um processo contra a emissora após se declarar como um dos favoritos do programa. Como indenização, Harter exigiu R$ 375 mil por danos morais e outros R$ 375 mil por danos materiais. Em maio de 2022, o médico perdeu a ação judicial em primeira e segunda instância contra a Globo. O desembargador relator João Baptista Galhardo Júnior entendeu que a emissora apenas cumpriu as normas do reality show. Mas teve um prêmio de consolação: foi incluído no reality da Record TV “A Fazenda: Nova Chance”, onde ele conquistou o segundo lugar. Filiado ao partido Podemos, Marcos reclama que ainda sofre com “o escracho público e a alcunha de agressor de mulheres” devido a expulsão do “BBB 17”. Ele agora também pode ser chamado de bolsonarista e apoiador dos atos que a Globo, o presidente da República e a presidente do STF chamam de terroristas.
Cássia Kis chama bolsonaristas que devastaram Brasília de esquerdistas “infiltrados”
A atriz Cássia Kis, bolsonarista assumida, aderiu à contranarrativa dos terroristas de Brasília, culpando “infiltrados” de esquerda pelo rastro de destruição deixado na Praça dos Três Poderes no domingo passado (8/1). Segundo a atriz, até notórios apoiadores de Jair Bolsonaro, que convocaram o quebra-quebra nas redes sociais, são “infiltrados” nos movimentos golpistas, que atuaram para atrair “patriotas” com o único objetivo de culpá-los pelo vandalismo. A “tese” foi defendida pela atriz por meio de oito vídeos, que encaminhou para a seção F5 da Folha de S. Paulo. Em um deles, a bolsonarista Ana Priscila Azevedo – responsável por um grupo de apoio ao ex-presidente, com mais de 55 mil membros no Telegram – , que foi vista no quebra-quebra, é apontada como esquerdista. “Uma infiltrada que fez vandalismo e colocou a culpa nos patriotas que se manifestaram pacificamente”, diz a legenda de uma das publicações compartilhadas por Cassia. Curiosamente, o último post de Ana Priscila, antes de excluir suas redes sociais nesta segunda (9/1), também acusava “infiltrados” pela baixaria de domingo. De acordo com o relato do jornal, Cássia ainda teria compartilhado as imagens de um homem com o rosto coberto por uma camiseta dentro do Congresso Nacional, a quem batizou de Hugo, um suposto membro do MST infiltrado. A afirmação soou aleatória por não vir acompanhada de qualquer prova. Esta contranarrativa foi identificada pelo jornal americano Washington Post, em reportagem publicada nesta segunda, como plágio da defesa feita pelos trumpistas da insurreição de 6 de janeiro de 2021 nos EUA, “quando muitos apoiadores de Trump culparam ativistas de esquerda pela violência” durante a invasão do Capitólio, o Congresso dos EUA. Questionada sobre o que realmente achou dos atos e se queria dar uma entrevista, ela teria dito apenas que “a verdade é uma só”. Cassia Kis participou de atos antidemocráticos em pelo menos duas oportunidades. Em 6 de novembro, na Praça Duque de Caxias, centro do Rio de Janeiro, ela carregou uma imagem de Nossa Senhora Aparecida e fez orações na manifestação, que pedia um golpe militar no Brasil. Em 2 de novembro, participou das manifestações golpistas no Rio de Janeiro, ocasião em que foi recebida como uma heroína por ter “enfrentado o sistema” da Globo e novamente se juntou aos bolsonaristas numa oração.
Ministério Público abre investigação contra Jovem Pan
O Ministério Público Federal de São Paulo abriu uma investigação sobre a conduta do grupo Jovem Pan na cobertura dos atos terroristas de domingo (8/1) em Brasília. Em nota, a Procuradoria afirma que a empresa “tem veiculado sistematicamente fake news e discursos que atentam contra a ordem institucional” e cita especificamente a transmissão feita durante a invasão e depredação aos prédios do STF, do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto. “O foco da investigação será a veiculação de notícias falsas e comentários abusivos pela emissora, sobretudo contra os Poderes constituídos e a organização dos processos democráticos do país”, disse o MPF-SP em comunicado. A Jovem Pan News escalou o extremista Paulo Figueiredo para sua cobertura dos atos terroristas. É o mesmo comentarista que defendeu, recentemente, uma guerra civil no país. Em sua primeira manifestação ao entrar no ar, Figueiredo disse que era “compreensível a revolta popular”, e mesmo criticando a destruição causada pelos bolsonaristas, buscou retratar os agressores como supostas vítimas do sistema. “A revolta é legítima”, ele afirmou sobre a barbárie terrorista. Além de Figueiredo, o MPF-SP cita nominalmente Alexandre Garcia e Fernando Capez em sua ação. O MPF cita falas proferidas durante a cobertura dos atos para embasar a tese de que a Jovem Pan veiculou falas que “minimizaram o teor de ruptura institucional dos atos e tentaram justificar as motivações dos criminosos que invadiram e depredaram as sedes dos três Poderes”. O órgão acusa, por exemplo, Alexandre Garcia de fazer uma “leitura distorcida” da Constituição para atribuir legitimidade às ações dos manifestantes. Ele teria dito que tratava-se do “poder do povo” e que as pessoas ficaram “paradas esperando por tutela da Forças Armadas. A tutela não veio. Então resolveram tomar a iniciativa”. Segundo a procuradoria, as ilegalidades viriam desde o ano passado. Para embasar a tese, cita três episódios. Em 14 de novembro, o comentarista Rodrigo Constantino desacreditou o resultado das eleições, atribuindo a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva a um “malabarismo do Supremo”. Em 21 de dezembro, Zoe Martinez defendeu “que as Forças Armadas destituíssem os ministros do STF”. E no dia seguinte, Paulo Figueiredo defendeu “então que tenha uma guerra civil”. Vale lembrar ainda que Tiago Pavinato debochou e fez gestos obscenos durante a transmissão de um discurso do ministro Alexandre de Moraes, do STF e do STE, na diplomação de Lula. Nesta segunda (9/1), o presidente do Grupo Jovem Pan renunciou ao comando da empresa. O empresário Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, conhecido como Tutinha, será substituído por Roberto Araújo, antes CEO, que agora terá que responder ao MPF-SP. Apesar de abrir mão do comando da empresa, Tutinha segue sendo o acionista majoritário da Jovem Pan.
Redes sociais são postas em cheque após atos terroristas de Brasília
Os ataques terroristas que ocorreram em Brasília no domingo (8/1) foram realizados com suporte das redes sociais. A convocação do atentado foi feita através do WhatsApp, Telegram, TikTok, Twitter, Instagram, YouTube e Facebook. Diante disso, a Meta, dona do Facebook, Whatsapp e Instagram, afirmou nesta segunda-feira (9/1) ter decidido remover todo “conteúdo que apoia ou elogia as ações [bolsonaristas/criminosas]”. “Estamos acompanhando ativamente a situação e continuaremos removendo conteúdo que viole nossas políticas”, declarou a empresa em comunicado oficial. Mas é por prever esse tipo de reação que os usuários de extrema-direita optam por serviços sem sede no Brasil. A maior parte de ação de domingo foi planejada em grupos do Telegram, que definiram datas, horários e rotas para a chegada das caravanas para o ataque. Num dos prints vazados, um financiador chegou a dizer que precisavam de “2 milhões de pessoas em Brasília”. O TikTok é outro recurso visado e já virou foco de denúncias de supostas fraudes eleitorais, que não aconteceram em nenhuma das votações brasileiras. Pesquisas pelo termo “bolsonaro” levam a vídeos negacionistas. No YouTube, canais que divulgam alegações de fraude eleitoral receberam dezenas de milhões de visualizações antes de domingo. A empresa do grupo Alphabet (Google) prefere manter o conteúdo, mas desmonetizar seus propagadores, evitando que lucrem com golpismo. Até o canal da Jovem Pan foi demonetizado. Usando livremente as redes sociais, influenciadores que negam os resultados das eleições presidenciais do país usaram uma frase específica para convocar “patriotas” para o vandalismo, convidando-os para a “Festa da Selma” – ajustando a palavra “selva”, um termo militar para grito de guerra, na esperança de evitar a detecção das autoridades brasileiras. O extremismo nas redes é tão brutal que, no Telegram, um vídeo pedindo que patriotas assassinassem os filhos de esquerdistas do país chegou a viralizar. Os casos estão fazendo os próprios algoritmos das redes serem questionados. Visando aumentar engajamento, eles privilegiam assuntos polêmicos e seguem direcionando os usuários para grupos que questionam a integridade das eleições e pedem golpe militar. A Meta, aparentemente, está ciente do problema. “Antes da eleição, nós entendemos o Brasil como um local de alto risco temporário e estivemos removendo os conteúdos que incentivam o uso de armas ou a invasão ao Congresso, ao Palácio presidencial e outros prédios federais”, declarou a plataforma. O Twitter, porém, vai na direção oposta. Elon Musk, seu novo proprietário, chegou a dizer que foi sensibilizado por extremistas a acreditar que “o pessoal do Twitter tenha dado preferência a candidatos de esquerda”. Para piorar, o jornal americano Washington Post apurou que ele demitiu, após os atos terroristas de domingo, os poucos responsáveis pela moderação de conteúdo da rede social no Brasil. A revista Exame confirmou pelo menos 10 demissões nesta segunda (9/1). Reflexo dessas atitudes, os negacionistas das eleições brasileiras tem aumentado seu número de seguidores no Twitter, de acordo com uma análise do Rest Of World, uma organização jornalística sem fins lucrativos. Apesar disso, a Justiça segue derrubando perfis na plataforma, denunciados por difundirem teorias conspiratórias e fomentarem o golpismo no país. Nesta segunda (9/1), os extremistas começaram a tentar emplacar uma contranarrativa com a ajuda das redes, que culpa o governo Lula e petistas por se infiltrarem nas “manifestações pacíficas” e causarem a destruição vista no domingo, visando virar o país contra os apoiadores de Bolsonaro. O Washington Post viu paralelos nessa iniciativa com a insurreição de 6 de janeiro de 2021 nos EUA, “quando muitos apoiadores de Trump culparam ativistas de esquerda pela violência”. A diferença no Brasil é que os terroristas se filmaram cometendo os atos de barbárie e publicaram em suas redes sociais, demonstrando claramente o que fizeram. Um desses autoproclamados “patriotas”, inclusive, defecou num dos símbolos da Pátria. Por outro lado, Jiore Craig, que dirige pesquisas eleitorais para o Institute for Strategic Dialogue, um think tank com sede em Londres que rastreia a desinformação online, acredita que o Brasil enfrenta um problema de disseminação epidêmica de fake news. “Elas não se concentram num lugar específico como nos EUA”, disse Craig para a Bloomberg, lembrando o uso do Facebook para sabotar Hilary Clinton, e do Twitter para espalhar hashtags em inglês como #StopTheSteal. “Grande parte da atividade é multiplataforma”, ele explicou, citando que grupos de Whatsapp e Telegram incluem vídeos do YouTube e do TikTok. “Em um lugar, você pode ver a narrativa e no outro você amplifica a narrativa. Derrubar um não derruba o outro.”
Bernardo Küster tem redes sociais bloqueadas após decisão do STF
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o bloqueio de 17 perfis bolsonaristas após os ataques de vândalos em Brasília. O youtuber Bernardo Küster, ex-comentarista da Jovem Pan, foi um dos que tiveram suas contas derrubadas no Facebook e no Twitter. Na madrugada desta segunda-feira (9/1), o ministro declarou que os canais de comunicação estariam sendo acusados de instigar os atos golpistas. Portanto, Moraes expediu um ofício ao Facebook, ao TikTok e ao Twitter para que em duas horas fizessem a exclusão das contas apontadas, sob pena de multa diária de cem mil reais. Além disso, o ministro declarou que as redes sociais deverão fornecer os dados cadastrais das contas ao STF e preservar os conteúdos bolsonarista na íntegra. Embora a decisão de romper com a rede social de Küster tenha sido acatada pelo Twitter, Bernardo segue com um perfil secundário ativo na plataforma. Ele também possui uma conta no Youtube com cerca de 964 mil inscritos. Na conta alternativa, Bernardo Küster afirma que “a maior repressão do país” está por vir, junto com uma “ditadura avassaladora e cruel”. O youtuber também exalta frases do falecido Olavo de Carvalho. Outro perfil bloqueado foi o do candidato Fabrizio Cisneros, que tentou disputar uma vaga de deputado estadual no Mato Grosso. Ele apareceu encapuzado e fez diversas transmissões ao vivo durante a invasão no plenário do STF. “Estou com os pés calejados, cheio de bolha. Mas, é isso aí: Consciência limpa, consciência tranquila. Vou dormir tranquilo sabendo que eu dei o máximo de mim”, declarou. Bernardo Kuster teve conta retida no Twitter. Pra mim essa galera tinha que ser suspensa de todo canto, o youtube desse desgraçado é gigante. E sobre o Monark, apesar de tudo, tem gente sendo explicitamente mais golpista que ele, mas bem que poderia ir nessa leva… pic.twitter.com/CYVu293PXI — OITODOIS*org (@oitodois) January 9, 2023 A partir de agora veremos a maior repressão deste país. A esquerda conseguiu o que queria e as forças de segurança, que espancaram o povo na pandemia, irão reprimir como nunca o povo em Brasília. Não esperem nada menos que uma ditadura avassaladora e cruel. Acabou. — Bernardo P Küster LIVRE (@bernardokuster2) January 8, 2023
Tutinha renuncia presidência do grupo Jovem Pan
O empresário Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, conhecido como “Tutinha”, renunciou ao cargo de presidente da Jovem Pan nesta segunda-feira (9/1). Ele estava à frente da emissora há 10 anos. A direção de Jornalismo do grupo afirmou que o novo presidente será Roberto Araújo, que é CEO do grupo e atual presidente da Rádio Jovem Pan. Apesar disso, a empresa não confirmou institucionalmente a saída de Tutinha, que segue no conselho executivo como o maior acionista da empresa. Diante da guinada radical à direita no jornalismo do grupo, o ex-presidente tenta salvar a empresa do colapso. Nos últimos meses, a JP perdeu as principais fontes de renda, que eram o apoio financeiro de Bolsonaro e a monetização dos canais no YouTube. Vale considerar também que a emissora está perdendo patrocinadores graças a movimentação intensa do Sleeping Giants Brasil. Ao todo, mais de 16 empresas e marcas já abriram mão de seus anúncios na Jovem Pan desde 2022. Tutinha abandonou seu posto após a Jovem Pan News ser acusada de fomentar e minimizar a gravidade dos atos terroristas, que aconteceram no domingo (8/1) nos prédios dos Três Poderes, em Brasília. Durante a cobertura do atentado, o canal escalou um de seus comentaristas mais radicais, Paulo Figueiredo, para comentar as ações terroristas. E ele chegou a declarar de que as invasões eram resultado de um descontentamento com o sistema eleitoral brasileiro e com ações do ministro Alexandre de Moraes. Na sequência, milhares de pessoas enviaram denúncias contra a Jovem Pan ao Ministério da Justiça e ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Âncora da CNN Brasil viraliza ao impedir bolsonarista de defender atos terroristas
A jornalista Daniela Lima, da CNN Brasil, viralizou no domingo (8/1) ao interromper um bolsonarista que tentou defender os atos terroristas em Brasília. Responsável pela ancoragem da cobertura do canal sobre a invasão e depredação do Congresso Nacional, do STF e do Palácio do Planalto, ela conversava com o deputado Ricardo Barros (PP-PR) ao vivo, quando o aliado de Bolsonaro tentou culpar o ministro do STE e STF Alexandre de Moraes pelos atos, porque impôs “a credibilidade da urna eletrônica”. “Ele tentou impor a credibilidade da urna eletrônica, proibindo criticar a urna eletrônica, ele calou parlamentares, ele calou vários jornalistas que queriam criticar, ele não convenceu a sociedade de que a urna era confiável, se não fosse assim, não teríamos essas pessoas que estão aí de cara limpa. Não tem ninguém mascarado aí”. A fala foi interrompida pela jornalista, que não o deixou usar a TV para difundir fake news. “Deputado, deputado, deputado, eu vou interromper o senhor, sabe por quê? Esse discurso que o senhor traz aí, a confiança nas urnas, a confiança nas urnas ela é imposta pelos fatos, deputado. A irresponsabilidade retórica, gente que o senhor chama de jornalista, deputado, e que pedia a guerra civil, e que chamava de frouxa gente que não fosse pra rua…” “Jornalistas, deputado”, continuou Lima, “perdão, somos eu, somos meus colegas, que estão na rua, muitos deles apanhando dos homens de bem, pessoas de família que o senhor veio defender. Eu acho que no dia de hoje, deputado, diante desse cenário de terra arrasada, do Supremo Tribunal Federal depredado, do seu Congresso Nacional, e o senhor tem décadas [de Congresso] depredado, do Palácio do Planalto depredado, de um governador que não conseguiu reverberar esse tipo de discurso que levou essas pessoas à raia da loucura, deputado, é um pouco… É questionável. Eu vou, lógico, dar espaço para o senhor concluir o seu raciocínio e seguir aqui com a nossa cobertura.” DANIELA LIMAÂncora interrompe deputado bolsonarista que defendia terroristas na CNN Brasil. "Jornalistas somos eu e meus colegas que estamos nas ruas, muitas vezes apanhando dos 'homens de bem' que o senhor veio defender."#CNNBrasil #CNN360 | @DanielaLima_ pic.twitter.com/Op0velPiCM — Luiz Ricardo (@excentricko) January 9, 2023











