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    Arnaldo Jabor (1940-2022)

    15 de fevereiro de 2022 /

    O cineasta Arnaldo Jabor, um dos diretores brasileiros de maior reconhecimento internacional, morreu na madrugada desta terça-feira (15/2), aos 81 anos. Ele estava internado desde o dia 17 de dezembro no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, após ter sofrido um acidente vascular cerebral (AVC). Ele fez parte da geração original do Cinema Novo, que revolucionou a arte cinematográfica brasileira com filmes marcados por críticas sociais, que buscavam levar os problemas do país às telas. Entre seus trabalhos iniciais estão o documentário “A Opinião Pública” (1967), sobre a classe média na época da ditadura militar, e a fantasia “Pindorama” (1970), uma alegoria sobre a alienação da população. Em 1973, enfrentou a censura da ditadura com o lançamento de “Toda Nudez Será Castigada”, adaptação de Nelson Rodrigues que foi considerada escandalosa para a época. O filme sofreu cortes para ser exibido e, ainda assim, teve cópias recolhidas por soldados após a estreia. Só que a obra se consagrou internacionalmente, ao dar a Jabor o Urso de Prata de Melhor Direção no Festival de Berlim. A repercussão fez o filme voltar aos cinemas, ainda que com mais cortes exigidos pela censura. Sem dar o braço a torcer, Jabor filmou outra obra de Rodrigues, “O Casamento”, em 1975, ganhando um prêmio especial no Festival de Gramado. Em seguida, consagrou-se com a vitória no Festival de Brasília com “Tudo Bem” (1978), sobre uma reforma que se transforma um pesadelo para uma família. A produção também rendeu a primeira consagração internacional das atrizes Fernanda Montenegro e Zezé Motta, que compartilharam o prêmio de interpretação feminina no Festival de Taormina, na Itália. Com Sônia Braga em “Eu Te Amo” (1981), Jabor começou uma nova fase em sua carreira, focada no amor, sexo e relacionamentos. O filme “Eu Sei Que Vou Te Amar” (1986) rendeu o prêmio de Melhor Atriz para Fernanda Torres no Festival de Cannes, e mostrou todo o potencial da guinada sentimental do cineasta. Mas o governo federal novamente interferiu em sua carreira. O sucateamento do cinema nacional na época de Fernando Collor de Mello, que extinguiu a estatal Embrafilme, responsável pelo financiamento dos filmes feitos no país, tolheu Jabor no auge de sua criatividade. Sem conseguir bancar orçamentos de filmes, Jabor foi trabalhar na imprensa. Ele se tornou colunista do jornal O Globo em 1995 e, mais tarde, passou a ser comentarista dos telejornais da rede Globo. Tratando de arte, política, economia e sexualidade, desenvolveu um estilo ácido que marcou época na TV, atraindo críticos e admiradores. Em 2010, após 24 anos sem lançar longas-metragens, ele retornou às telas com “A Suprema Felicidade”. A obra nostálgica, inspirada na família do diretor, foi seu último trabalho em vida, mas ele deixou um filme inédito, “Meu Último Desejo”, baseado num conto de Rubem Fonseca. Jabor também publicou livros como “Pornopolítica” (2006), “Amigos Ouvintes” (2007) e “O Malabarista” (2014). E ainda mantinha sua coluna no Jornal da Globo, em que se posicionava como um crítico ferrenho do governo Bolsonaro. Arnaldo Jabor deixa três filhos: João Pedro, Juliana e Carolina Jabor. A última segue seus passos, como cineasta premiada.

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  • Música

    Gato Barbieri (1932 – 2016)

    3 de abril de 2016 /

    Morreu Gato Barbieri, saxofonista argentino que ficou mundialmente conhecido pela trilha do filme “O Último Tango em Paris” (1972). Ele faleceu no sábado (2/4) aos 83 anos, de pneumonia num hospital em Nova York, depois de recentemente ter sido submetido a uma cirurgia por causa de uma trombose. Leandro “Gato” Barbieri nasceu em Rosário, na Argentina, em 28 de Novembro de 1932, em uma família de músicos, e decidiu virar jazzista depois de ouvir Charlie Parker. Começou tocando clarinete e só aos 18 anos, quando se mudou para Buenos Aires, é que se dedicou ao saxofone. A opção definitiva pelo instrumento aconteceu durante uma excursão com o pianista argentino Lalo Schifrin (criador do tema de “Missão Impossível”) nos anos 1950. Ele se tornou conhecido como “Gato” neste período, devido à forma como saltava de clube em clube em Buenos Aires, acompanhado pelo seu saxofone para tocar com diversos artistas. Seu relação com o cinema começou logo em seguida, compondo trilhas para o cinema argentino. Uma de suas primeiras composições deu ritmo e melodia à adaptação de Julio Cortázar “El Perseguidor” (1965). Na vidada da década, ele desenvolveu uma forte ligação com o Brasil, passando meses no país. O período acabou registrado nos cinemas. Barbieri tocou seu sax em três filmes brasileiros. Juntou-se a Lenny Gordin e Naná Vasconcelos como músico de “Pindorama” (1970), de Arnaldo Jabor, serviu como diretor musical da comédia “Minha Namorada” (1970), de Armando Costa e Zelito Viana, e compôs a trilha sonora de “Na Boca da Noite”, de Walter Lima Jr, em parceria com as feras do jazz Ron Carter e James Spaulding. Após um começo influenciado por John Coltrane e outros saxofonistas do free jazz, Barbieri passou, a partir de então, a fundir a música tradicional sul-americana em seu estilo, do tango ao samba. A guinada coincidiu com a obra que lhe deu maior visibilidade, a trilha sonora de “O Último Tango em Paris”, de Bernardo Bertolucci. “Foi como um casamento entre o filme e a música”, descreveu Barbieri em uma entrevista de 1997 para a agência de notícias Associated Press. “Bernardo me disse: ‘Eu não quero que a música seja muito Hollywood ou muito europeia, que é mais intelectual. Quero um tom mediano.'” Foi o que levou ao tango e a redescoberta de sua alma argentina. “O tango sempre é uma tragédia”, ele explicou. “A mulher deixa o homem ou o mata. É como uma ópera, mas se chama tango… e é muito sensual.” O álbum derivado do filme rendeu-lhe um prêmio Grammy e impulsionou sua adoção de um estilo mais latino, levando-o a se consagrar como pioneiro do chamado “alma-jazz” ou jazz latino. O ponto alto desta transformação se deu com o sucesso comercial da gravação de “Europa (Earth’s Cry Heaven’s Smile)”, de Carlos Santana, em 1976. Preferindo se concentrar no universo musical, Barbieri acabou deixando de lado o cinema. Seguiram-se poucos trabalhos cinematográficos, como as trilhas de “Poder de Fogo” (1979), de Michael Winner, e “Uma Estranha Paixão” (1983), de Matthew Chapman. Mas a morte de sua esposa Michelle o levou a se retirar até do circuito jazzista durante um longo período. Ele foi reemergir em duas trilhas realizadas para cineastas iranianos nos anos 1990, “Manhattan by Numbers” (1993), de Amir Naderi, e “Seven Servants” (1996), de Daryush Shokof, suas últimas composições para o cinema. Os trabalhos ajudaram a devolver-lhe a energia e preparam terreno para o lançamento de um de seus discos mais populares, “Que Pasa”, que atingiu o 2º lugar da parada de jazz da revista Billboard em 1997. Apesar de afastado das trilhas, ele permaneceu ativo com gravações e shows nos últimos anos. Desde 2013, fazia apresentações regulares no tradicional clube de jazz nova-iorquino Blue Note, que emitiu uma nota lamentando seu falecimento. “Hoje perdemos um ícone, um pioneiro e um querido amigo. A contribuição significativa do Gato para a música e para as artes foram uma inspiração para todos nós.” Com um estilo geralmente definido como “torrencial e quente”, Barbieri era considerado um dos grandes saxofonistas contemporâneos e, para muitos, o segundo maior músico argentino do jazz moderno, atrás apenas de Lalo Schifrin, em cuja orquestra também tocou. Em 2015, Barbieri recebeu um prêmio pela carreira do Grammy Latino, em reconhecimento a seu talento, que cobriu “virtualmente toda a paisagem do jazz”.

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