Peter Simonischek, ator premiado de “Toni Erdmann”, morre aos 76 anos
O ator austríaco Peter Simonischek morreu nesta terça-feira (30/5) aos 76 anos. Ele ficou mundialmente conhecido pelo papel-título em “Toni Erdmann” (2016), que lhe rendeu inúmeros prêmios. Natural da cidade de Graz, na Áustria, o ator também é uma referência no teatro europeu, além de ter participado de diversas produções cinematográficas e televisivas. Ao longo da carreira, Simonischek esteve no elenco de mais de 80 produções audivisuais. A partir dos anos 1970, ele ganhou notoriedade estrelando a peça “Jendermann”, grande sucesso na Europa. Com o passar dos anos, reprisou o papel do protagonista repetidas vezes no Festival de Salzburgo, na Áustria – e num telefilme de 2004. Na mesma época, ele surgiu na televisão, participando de minisséries e filmes televisivos nacionais. Sua estreia no cinema aconteceu em “Três Irmãs” (1988), da renomada diretora austríaca Margarethe von Trotta. O filme competiu no Festival de Cannes e ganhou diversos prêmios pelo circuito europeu. Ele passou os anos seguintes alternando-se entre peças e produções audiovisuais reconhecidas no continente europeu, trabalhando sempre no idioma alemão. O longa “Hierankl”, de 2003, recebeu sete indicações pelas premiações europeias e o próprio Simonischek conquistou suas primeiras indicações como ator pelo telefilme “Mit einem Schlag” (2008), no Bavarian TV Awards. Mas foi o sucesso “Toni Erdmann” (2016), da diretora alemã Maren Ade, que o catapultou para a fama. No papel de um pai brincalhão, que tenta se reconectar com sua filha trabalhadora criando um alter-ego ultrajante, que fingia ser um coach de vida, Simonischek ganhou o Lola (o Oscar alemão) de Melhor Ator da Academia Alemã de Cinema e o troféu de Melhor Ator da Europa no European Film Awards. O longa também foi indicado ao Oscar e venceu a categoria de Melhor Filme Internacional do Spirit Awards (o Oscar do cinema independente). Com o reconhecimento alcançado pelo filme, a carreira de Simonischek ganhou novo impulso. Ele voltou a ser premiado pelo drama eslovaco “O Intérprete” (2018), que lhe rendeu o troféu de Melhor Ator pela Academia Eslovaca de Cinema e TV. E estreou em Hollywood com um papel no “Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore” (2022). Na trama, Simonischek viveu o guarda de uma prisão mágica de onde Newt Scamander (Eddie Redmayne) precisa resgatar seu irmão. Seus últimos filmes foram a comédia dramática “Lieber Kurt” (2022) e o drama “Measures of Men (Der vermessene Mensch)”, que estreou em março deste ano na Alemanha. Junto ao seu legado no teatro, na TV e no cinema, Simonischek deixou a esposa Brigitte Karner e seus dois filhos também atores, Max Simonischek e Kaspar Simonischek.
Toni Erdmann é um filme de pegadinhas que surpreende pela profundidade
A primeira sugestão do que esperar das 2 horas e 32 minutos de “Toni Erdmann”, o candidato alemão ao Oscar 2017 de Melhor Filme em Língua Estrangeira, é dada logo nos primeiros segundos da trama: uma câmera foca uma porta. Nada acontece durante um minuto e meio até que um carteiro chega, toca a campainha e é atendido por Winfried Conradi, um homem grisalho que comenta: “O que meu irmão comprou desta vez? Ele acabou de sair da prisão. Foi preso por mandar um pacote-bomba”. O carteiro segue impassível, Winfried sai de cena e retorna como se fosse o tal irmão. Essa “pequena peça sem graça” que ele tenta pregar no carteiro e a gordura exagerada da cena são um pequeno resumo do que “Toni Erdmann” irá oferecer a partir do terceiro minuto de projeção, e o fato da história sobreviver (e de Hollywood se interessar a ponto de preparar um remake com Jack Nicholson no papel principal) demonstra que, sim, há um grande filme aqui. Escrito e dirigido por Maren Ade, uma das cineastas expoentes do movimento Escola de Berlim, “Toni Erdmann” é uma interessante tragicomédia que observa as relações familiares no mundo moderno através de um filtro provocante: Winfried (o excelente Peter Simonischek) é um professor de música divorciado viciado em brincadeiras bizarras. Ele usa uma dentadura postiça, um terno velho e, quando assume a persona de Toni Erdmann, uma peruca hilária. Toni, o personagem de Winfried, nasce em uma viagem a Bucareste, cidade onde vive a filha Ines (a também excelente Sandra Hüller), executiva de uma grande empresa de demissões e terceirizações. A relação dos dois é distante e complica quando o pai pergunta: “Você é feliz aqui?”. Maren Ade explora com destreza o cânion que separa pais e filhos, ofertando situações cômicas e bizarras, como uma cena sensacional de sexo (em que a filha parece tentar herdar o “estranho” humor do pai – e ao menos aqui consegue), uma festa de aniversário com o pessoal “da firma” transformada em festa do cabide e num dos grandes momentos musicais do ano (Whitney sorri) resultando num filme que, apesar das arestas pontudas, se revela uma pequena joia cinematográfica.
Toni Erdmann: Comédia alemã favorita ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro ganha trailer legendado
A Sony divulgou o trailer legendado de “Toni Erdmann”, comédia alemã que é favorita a vencer o Oscar 2017 de Melhor Filme em Língua Estrangeira. Embora tenha estreado sem impressionar o júri do Festival de Cannes, o filme de Maren Ade vem acumulando premiações importantes na temporada. Foi, por exemplo, o grande vencedor do European Film Awards, a premiação da Academia Europeia de Cinema, considerada o “Oscar europeu”, faturando os troféus de Melhor Filme, Direção, Roteiro (também de Ade), Ator (o austríaco Peter Simonischek) e Atriz (a alemã Sandra Hüller). A trama de “Toni Erdmann” conta de forma lúdica os esforços de um pai para recuperar o amor de sua filha, uma executiva agressiva que não encontra seu lugar na vida. O sucesso internacional do filme rendeu uma antecipação de sua estreia no Brasil, que acontecerá em 9 de fevereiro.
Toni Erdmann é o melhor filme do ano na premiação da Academia Europeia
A comédia alemã “Toni Erdmann” foi a grande vencedora do European Film Awards, a premiação da Academia Europeia de Cinema, considerada o “Oscar europeu”. O longa da diretora Maren Ade fez uma limpa nos troféus, vencendo Melhor Filme, Direção, Roteiro (também de Ade), Ator (o austríaco Peter Simonischek) e Atriz (a alemã Sandra Hüller). A trama de “Toni Erdmann” conta de forma lúdica os esforços de um pai para recuperar o amor de sua filha, uma executiva agressiva que não encontra seu lugar na vida. Sua consagração, na cerimônia realizada na cidade polonesa de Breslávia, foi digna de obra-prima. Mas, curiosamente, o filme foi totalmente subestimado em sua première, na mostra competitiva do Festival de Cannes. Na ocasião, o júri presidido por George Miller (“Mad Max: Estrada da Fúria”) também ignorou “Aquarius” e “Elle”, preferindo obras que, em contrapartida, não tiveram o mesmo desempenho em outras competições. Vale observar que os críticos presentes a Cannes já tinham eleito “Toni Erdmann” como o melhor filme, em contraste com a opinião do júri, que escolheu “Eu, Daniel Blake”, do veterano Ken Loach. Já o vencedor do Festival de Berlim, “Fogo no Mar”, de Gianfranco Rosi, recebeu o prêmio da Academia Europeia de Melhor Documentário do ano, por seu relato da crise migratória que vive a ilha de Lampedusa. O troféu de Melhor Animação ficou com a coprodução franco-suíça “Ma Vie de Courgette”, do estreante em longas Claude Barras, e o Prêmio do Público ao melhor filme foi para o polonês “Body”, da diretora Malgorzata Szumowska.



