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    Nicolas Roeg (1928 – 2018)

    24 de novembro de 2018 /

    Morreu o aclamado diretor inglês Nicolas Roeg, o homem que caiu no cinema com David Bowie e Mick Jagger. Ele faleceu em sua casa, em Londres, na madrugada de sexta (23/11), aos 90 anos de idade. Referenciado por seus clássicos dos anos 1970, Roeg dizia que só tinha ingressado na indústria cinematográfica porque havia um estúdio em frente à sua casa de infância em Marylebone, no centro oeste de Londres, onde conseguiu seu primeiro emprego em 1947. Ele começou como office boy e foi subindo de escalão aos poucos, passando para ajustador de foco, operador de câmera e finalmente assistente de fotografia nos anos 1960, quando comandou a segunda unidade de blockbusters como “Lawrence da Arábia” (1962) e “Doutor Jivago” (1965). Logo, assumiu a direção de fotografia de produções cultuadas como “A Orgia da Morte” (1964), “Fahrenheit 451” (1966), “Longe Deste Insensato Mundo” (1967) e “Petúlia, um Demônio de Mulher” (1968). Sua estreia na direção foi em “Performance” (1970), concebido como veículo promocional para o cantor Mick Jagger, mas que acabou se tornando uma obra tão experimental e complexa que o próprio estúdio relutou em fazer seu lançamento. O longa ficou dois anos guardado antes de chegar às telas, e mesmo após a estreia demorou a ser apreciado, tornando-se um dos primeiros exemplos do que se costuma chamar de “cult movie”. Seu filme seguinte também virou cult, “A Longa Caminhada” (1971), sobre duas crianças perdidas no outback australiano – uma deles, o próprio filho do diretor – , que são salvas por um jovem aborígene em meio a uma caminhada ritualista. O drama de sobrevivência, porém, quase foi proibido pela censura britânica, devido a uma cena de nu frontal da atriz Jenny Agutter, então com apenas 17 anos, que rendeu muita polêmica na época. Da mesma forma, “Inverno de Sangue em Veneza” (1973), suspense estrelado por Donald Sutherland, também enfrentou forte censura por uma cena de sexo entre os protagonistas e só foi ter maior reconhecimento após sair da sombra de “O Exorcista”, o grande lançamento de terror do ano, que o eclipsou completamente. Revisto, passou a ser considerado uma obra-prima por sua edição não convencional, que antecipou o padrão de cortes frenéticos que viriam a ser associados à montagem dos suspenses das décadas seguintes. Por mais celebrados que esses filmes tenham se tornado entre cinéfilos, nenhum atingiu a idolatria gerada pelo quarto longa de Roeg, “O Homem que Caiu na Terra” (1976), que marcou a estreia de David Bowie no cinema. O filme também ajudou a popularizar a persona do cantor como um alienígena disfarçado entre humanos, imagem idealizada pelo próprio Bowie dois anos antes, na época do hit “Ziggy Stardust”. Bowie embarcou tanto no projeto que adotou como nova identidade o visual do filme, incorporando um personagem que batizou de Thin White Duke, além de usar fotos do longa como capas de dois discos, “Station to Station” (1976) e “Low” (1977). Mesmo assim, o impacto de “O Homem que Caiu na Terra” foi maior em circuitos de arte do que como sucesso comercial. Roeg voltou a trabalhar com um “roqueiro”, Art Garfunkel, em “Bad Timing – Contratempo” (1980), filme que venceu o Festival de Toronto, e decidiu tentar o cinema comercial com a comédia “Malícia Atômica” (1985), sobre um suposto encontro entre Marilyn Monroe e Albert Einstein, mas seu filmes dos anos 1980 tiveram ainda menos bilheterias. Em compensação, afetivamente essa foi sua melhor fase, graças à parceria artística e romântica com a atriz Theresa Russell, sua Marilyn Monroe e estrela da maioria de seus filmes do período, com quem se casou em 1986. Por ironia, ele só foi conhecer o êxito financeiro quando sua filmografia começou a estagnar e no primeiro filme sem a participação de sua esposa, desde que começaram a trabalhar juntos. Com “Convenção das Bruxas” (1990), Roeg finalmente atingiu as massas que não o conheciam, ao mesmo tempo em que manteve sua principal característica, ao criar um novo cult. Combinação de aventura e terror infantil, o filme em que Anjelica Huston vive uma bruxa continua a ser reprisado na TV e com grande audiência até hoje. O sucesso, porém, foi efêmero, já que o cineasta fez apenas mais três longas cinematográficos na carreira. O terror “Desejo Selvagem” (1991) marcou o fim de seu casamento com Theresa Russell e os dois últimos nem foram lançados no Brasil, apesar de “Two Deaths” (1995) ter sido estrelado por Sonia Braga. O diretor ainda fez alguns trabalhos na TV, como o telefilme “A Maldição da Selva” (1993), a minissérie “Sansão e Dalila” (1996) e um episódio de “O Jovem Indiana Jones”, que foi considerado o melhor da série, antes de sair de cena com o terror “Puffball” (2007), fracasso de público e crítica. O fato de não ter estudado cinema, mas aprendido na prática, numa escalada de funções ligadas à fotografia, ajudou-o a criar uma linguagem cinematográfica própria, que o tornou um verdadeiro autor e inspiração para gerações seguintes. “Filmes não são roteiros – filmes são filmes”, costumava dizer, para demonstrar a importância das imagens – da colocação das câmeras à edição, passando pela direção de arte e de artistas. Essa capacidade autoral não foi tão reconhecida como merecia. Ao longo da carreira, Nicolas Roeg foi indicado a três prêmios BAFTA (da Academia britânica), competiu três vezes pela Palma de Ouro e uma pelo Urso de Ouro nos festivais de Cannes e Berlim, além de ter vencido Toronto em 1980. Ainda assim, nada do que fez foi suficiente para que a Academia, o Globo de Ouro e sindicatos dos Estados Unidos percebessem que ele existia. Roeg jamais foi apreciado por Hollywood. Mas impactou cinéfilos de todo o mundo, tendo ajudado a formar o olhar cinematográfico de Christopher Nolan, Paul Thomas Anderson, Steven Soderbergh e Danny Boyle, que mais de uma vez assumiram-se influenciados por sua arte. Um diretor, em especial, deve sua paixão pelo cinema literalmente a Roeg, iniciada ainda na infância, no dia em que ele conheceu um set pela primeira vez, ao visitar o pai nas filmagens de “O Homem que Caiu na Terra”. Trata-se do filho de David Bowie e hoje cineasta Duncan Jones, que publicou uma foto no Twitter em que aparece de pijamas e pirulito na mão, ao lado do pai e de Roeg. “Obrigado por fazer tantas escolhas corajosas, e dar a este estranho rapaz de pijama um amor permanente pelo cinema”, ele escreveu, como homenagem. Just heard another great storyteller, the inimitable Nicolas Roeg left us today. What an incredible body of work he’s left us with!All my love to his family.Thank you for making so many brave choices, & giving this strange little lad in pajamas an ongoing love of filmmaking. pic.twitter.com/QVg2znq3Rs — Duncan Jones (@ManMadeMoon) November 24, 2018

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    Anita Pallenberg (1944 – 2017)

    13 de junho de 2017 /

    Morreu Anita Pallenberg, atriz e modelo de carreira intimamente ligada aos Rolling Stones. Ela tinha 73 anos e a causa da morte não foi revelada. Nascida em 1944 na Itália, Pallenberg estudou na Alemanha e era fluente em quatro idiomas. Sua carreira artística começou em Nova York, quando ela entrou na trupe do Living Theatre, participando da peça “Paradise Now”, repleta de nudez, numa época em que também era uma habitué da Factory de Andy Warhol. Em 1965, enquanto trabalhava como modelo, Pallenberg e um amigo conseguiram entrar nos camarins de um show de Rolling Stones em Munique, e isso levou a um romance com o guitarrista Brian Jones. Ela também namorou brevemente Mick Jagger, antes de iniciar um relacionamento duradouro com Keith Richards, com quem teve três filhos (um deles, morreu ainda bebê). Os dois ficaram juntos até 1980. Sua estreia no cinema aconteceu em 1967, protagonizando “Degree of Murder”, segundo longa do mestre alemão Volker Schlondorff, no qual assassinava um ex-amante e seduzia os dois homens que a ajudavam a se livrar do cadáver. A trilha sonora era de Brian Jones. Ao se estabelecer em Londres, Anita participou de grandes clássicos do cinema psicodélico. Além de aparecer em “O Muro das Maravilhas” (1968) e “Candy” (1968), viveu a Rainha Negra em “Barbarella” (1968), de Roger Vadim, seduzindo Jane Fonda, e foi muito íntima de Mick Jagger em “Performance” (1970), de Nicolas Roeg, que ficou dois anos aguardando liberação da censura britânica. As cenas de sexo, consideradas muito fortes para a época, eram resultado de muito “ensaio” – noite adentro, segundo “Life”, a autobiografia de Keith Richards. Ela ainda estrelou o filme seguinte de Schlondorff, “O Tirano da Aldeia” (1969), e “Dillinger Morreu” (1969), do italiano Marco Ferreri, no qual contracenou com Michel Piccoli. Mas os fãs de rock talvez a conheçam melhor por sua voz. É dela a principal voz do corinho de “Sympathy for the Devil”, dos Rolling Stones. Sua presença também tem proeminência no documentário dirigido por Jean-Luc Godard em 1968, que tem o título da canção. Sua própria carreira ficou para trás quando nasceram seus filhos, a partir de 1969, que também foi o ano em que Brian Jones morreu. Por isso, há quem diga que ela foi a Yoko Ono dos Stones, afastando Jones da banda – ele nunca teria superado sua rejeição. Mas Anita contribuiu com críticas que levaram a uma remixagem extensiva do disco “Beggar’s Banquet” (1968) e com o sexo e as drogas que acompanharam as gravações de “Exile on Main Street” (1972). No meio disso tudo, ela só fez um longa-metragem nos anos 1970, ao lado da amiga roqueira Nico: “Le Berceau de Cristal” (1976), dirigido por Philippe Garrel. Em compensação, virou personagem favorita dos tabloides, por conta de seu envolvimento com drogas e pelo suicídio de um jovem em sua casa, mais especificamente na cama que ela compartilhava com Keith Richards em 1979. O relacionamento do casal não resistiu ao escândalo, mas o guitarrista não se tornou rancoroso, descrevendo-a de forma poderosa em seu livro. “Eu gosto de mulheres espirituosas. E com Anita, você sabia que estava enfrentando uma valquíria – ela é quem decide quem morre numa batalha”. Nos anos seguintes, sua memória acabou resgatada por clipes da música pop. A banda Duran Duran, batizada com o nome de um personagem de “Barbarella”, usou cenas em que ela aparecia na sci-fi de 1968 no clipe de “Wild Boys” (1985). Mas foi Madonna quem interrompeu sua aposentadoria precoce, convidando-a para participar do vídeo de “Drowned World/Substitute for Love” em 1999. Dois anos depois, Anita ressurgiu como o Diabo num episódio da série “Absolutely Fabulous”, contracenando com outra velha amiga, a cantora Marianne Faithfull, escalada no papel de Deus. A aparição fez tanto sucesso que, por um breve período, ela experimentou um renascimento de sua carreira, estrelando cinco filmes em sequência: “Mister Lonely” (2007), de Harmony Korine, “Chéri” (2009), de Stephen Frears, e três longas de Abel Ferrara – “Go Go Tales” (2007), “Napoli, Napoli, Napoli” (2009) e “4:44 – O Fim do Mundo” (2011). De forma impressionante, Anita Pallenberg só trabalhou com cineastas cultuados.

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