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    O Clube dos Canibais representa momento especial do cinema brasileiro

    8 de outubro de 2019 /

    O lançamento de “O Clube dos Canibais” representa um momento especial do cinema brasileiro, que se manifesta com pluralidade cada vez maior de estilos, gêneros, maneiras de se fazer filmes. Representa também uma espécie de consolidação da chamada “primavera do cinema cearense”, como alguns vêm denominando o movimento cinematográfico do estado. E ainda é a afirmação do atual ciclo de terror nacional, que dedica um cuidado muito especial ao formalismo visual. Seu diretor, Guto Parente, já havia mostrado esse virtuosismo no ótimo “A Misteriosa Morte de Pérola” (2014), feito sem recurso algum do Estado, com um valor de produção próximo do zero. Parente escreveu o roteiro de “O Clube dos Canibais” em 2013, aplicou o projeto em edital em 2014 e finalizou as filmagens em 2016, tendo suas primeiras exibições em festivais ligados ao gênero fantástico em 2018. Ou seja, o filme atravessou todo esse turbilhão de pesadelo pelo que tem passado o Brasil ao longo desta década. E por conta do contexto histórico, a crítica à elite, que come os mais pobres – e pardos e pretos – e que elogia o “primeiro mundo” acabou se tornando ainda mais atual. Na verdade, ela nunca deixou de ser uma realidade do nosso país. Apenas as máscaras caíram. “O Clube dos Canibais” conta a história de Otávio (Tavinho Teixeira), dono de uma empresa de segurança privada, e Gilda (Ana Luiza Rios), sua esposa, que adora ficar na piscina tomando uns drinques enquanto sensualiza para o caseiro. Os caseiros, logo veremos, passam por uma rotatividade intensa na casa, já que são sugados para a cilada de seus patrões. Gilda os atrai para o sexo enquanto o patrão está supostamente indo para Fortaleza. A cena que mostra o sexo de Gilda com o caseiro, a masturbação de Otávio, o machado na cabeça da vítima, o êxtase, tudo isso é filmado com muita sensualidade, assim como a visão de Gilda, descendo as escadas, com o corpo nu banhado de sangue, como uma versão maligna e poderosa da inocente Carrie (difícil não lembrar do filme do De Palma). O interessante é que o gore, a violência gráfica, não parecem tão perturbadores neste filme, por conta de um senso de humor satírico muito agradável. Sem falar que Guto Parente, sendo um esteta, preza pela beleza das imagens. Assim, o vermelho do sangue e tudo o mais que compõe essas cenas integra uma intenção de fazer um cinema mais sensorial, que valoriza a fotografia e o desenho de produção em vez de apenas chocar – como alguns filmes do subgênero torture porn, em voga na década passada. Além do mais, o filme não se limita simplesmente a uma repetição desses eventos na casa de Otávio e Gilda. Na verdade, há uma cena em especial que mudará o destino dos personagens. Isso acontece quando, em uma festa do clube do título, em que Gilda flagra o grande líder, Borges (Pedro Domingues), um deputado influente, em um ato secreto. Impagável a cena de Gilda indo conversar com Borges no dia seguinte. Um convite à gargalhada. A produção de “O Clube dos Canibais” conta com uma equipe de dar gosto. Fernando Catatau, guitarrista célebre de Fortaleza, faz a trilha sonora, que valoriza tanto os sintetizadores quanto a bateria, amplificando o prazer fílmico. A supervisão de efeitos especiais é de Rodrigo Aragão, famoso por sua filmografia voltada ao horror gore. E há toda a turma que vem crescendo cada vez mais no cinema cearense, como Ticiana Augusto Lima, Breno Baptista, Luiz Pretti, Ricardo Pretti, Samuel Brasileiro, Lia Damasceno, Luciana Vieira, entre outros, que fazem parte do filme em variadas funções. Por isso, não seria um exagero colocar “O Clube dos Canibais” na mesma lista de obras como “As Boas Maneiras”, de Juliana Rojas e Marco Dutra, “O Animal Cordial”, de Gabriela Amaral Almeida, e até “Bacurau”, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dorneles, divisor de águas deste momento. Todos esses terrores recentes tem uma característica marcante em comum: o ataque às classes menos favorecidas. Para completar, é preciso elogiar a elegante performance de Ana Luiza Rios como Gilda, e também Tavinho Teixeira, claro. O cinema nacional está cada vez mais pulsante, enfrentando com sangue nos olhos os ataques do governo federal. Tanto talento assim não morre fácil, não.

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    O Clube dos Canibais: Terror brasileiro ganha trailer e imagens

    11 de setembro de 2019 /

    A Olhar Distribuição divulgou o pôster, quatro fotos e o trailer de “O Clube dos Canibais”, novo terror brasileiro, que tem direção de Guto Parente (“Inferninho”). A trama é uma alegoria sanguinária da luta de classes, centrada num um casal de ricos que literalmente devora seus empregados. Mas há traições entre a elite faminta, alimentadas por seu próprio machismo. Otávio (Tavinho Teixeira, de “O Nó do Diabo”) é membro do clube do título, que só admite homens. Mas sua mulher (Ana Luiza Rios, de “O Último Trago”) não está nada feliz por ser excluída da diversão e logo descobre um segredo de Borges (Pedro Domingues, de “O Shaolin do Sertão”), líder do grupo e um poderoso deputado. Todo filmado no estado do Ceará – em Fortaleza e na praia de Guajiru – o longa surgiu a partir de uma história real que aconteceu em meados do século 19 em Porto Alegre (RS), conhecida como os Crimes da Rua do Arvoredo, onde um casal atraia suas vítimas para casa, as matava, as esquarteja e produzia linguiças de carne humana. As linguiças eram vendidas em um açougue da cidade e muito apreciadas pela população. As vítimas eram homens seduzidos por Catarina Palse, que os fazia acreditar que ela iria para a cama com eles, mas que acabavam assassinados por seu marido. “Esse jogo sexual perverso e fetichista do casal foi o que eu peguei emprestado dessa macabra história real para criar os personagens e práticas do ‘Clube dos Canibais’, que aponta para um lugar talvez mais exagerado e absurdo ainda, por envolver questões de classe e poder”, conta o diretor em nota sobre o lançamento. “O Clube dos Canibais” fez sua estreia mundial no Festival de Rotterdam e já foi exibido em mais de 30 festivais internacionais, além de ter sido vendido para diversos territórios, com distribuição garantida em países como EUA, Alemanha, Japão, Inglaterra, Suécia, Noruega e Dinamarca. A estreia nos cinemas brasileiros está marcada para o dia 3 de outubro.

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