Fred Ward (1942–2022)
O ator americano Fred Ward, que estrelou os clássicos “Os Eleitos” (1983) e “Henry & June” (1990), morreu no domingo passado (8/5), aos 79 anos. A informação foi confirmada nesta sexta-feira (13/5) pelo empresário dele à revista Variety sem maiores detalhes. Ward estreou nas telas na minissérie “O Renascimento: A Era dos Médici”, de 1973, dirigida pelo mestre italiano Roberto Rossellini, e começou a se projetar no filme “Fuga de Alcatraz” (1979), de Don Siegel, como um dos aliados de Clint Eastwood num plano ousado para escapar da famosa prisão de São Francisco. Fez ainda “O Confronto Final” (1981), famoso thriller de Walter Hill, como um dos integrantes da Guarda Nacional ameaçados por caipiras violentos na zona rural, antes de virar protagonista com a sci-fi “O Cavaleiro do Tempo” (1982), na pele de um motoqueiro acidentalmente transportado para o Velho Oeste. Ele começou a marcar época como o trágico astronauta Gus Grissom em “Os Eleitos”, filme épico de Philip Kaufman sobre o início do programa espacial americano. Talvez porque Grissom tenha perdido sua vida a serviço da NASA (logo após a história do filme), o personagem vivido por Ward foi um dos que mais impactou o público, precisando lutar pela vida quando seu módulo espacial afundou no oceano – o que o tornou o menos celebrado dos americanos “eleitos” para ir ao espaço. Mas Ward demorou a capitalizar esse desempenho, assumindo papéis coadjuvantes em vários filmes, como “Silkwood, Retrato de uma Coragem” (1983), “Admiradora Secreta” (1985) e “Cuidado com as Gêmeas” (1988), além de ter tentado virar herói de ação com “Remo – Desarmado e Perigoso” (1985), fracasso de bilheteria e crítica. Sem grandes ambições, ele acabou aceitando participar de um terrir, que deveria ser trash, mas em vez disso iniciou sua fase mais popular, ao se tornar cultuadíssimo e originar uma franquia. Dirigido por Ron Underwood, “O Ataque dos Vermes Malditos” (1990) juntou Ward com Kevin Bacon, que demonstraram uma parceria perfeita como os responsáveis por salvar uma comunidade do deserto de Nevada cercada por vermes subterrâneos gigantes – do tipo “Duna”. A produção gerou seis sequências e uma série de TV. No mesmo ano, ele estrelou mais quatro filmes, consolidando seu status com “Atraída Pelo Perigo” (1990), ao lado de Jodie Foster, “O Anjo Assassino” (1990), com Alec Baldwin, mas principalmente “Henry & June” (1990). Voltando a se juntar com o diretor de “Os Eleitos”, Philip Kaufman, o ator interpretou o romancista renegado Henry Miller, que explorava em suas obras e em sua vida os limites aceitáveis da sexualidade no início dos anos 1930. “Henry & June” retratava a dinâmica intelectual e psicossexual entre Miller, sua esposa June (interpretada pela jovem Uma Thurman) e a romancista francesa Anais Nin (a portuguesa Maria Medeiros), totalmente liberada, na Paris da era do jazz. As cenas quentes marcaram época por chocar os responsáveis pela classificação etária do filme, que indicaram proibição absoluta para menores. Na época, isto significava igualá-lo à pornografia, que recebia classificação “X”. Diante de protestos, os censores da MPA (Associação de Cinema dos EUA) resolveram criar uma nova categoria, NC-17, para designar filmes impróprios que não eram explícitos. A classificação existe até hoje, basicamente para filmes europeus ousados e terrores extremos. Depois disso, Ward passou a ser procurado por alguns dos pesos-pesados de Hollywood. Robert Altman o escalou em dois filmes seguidos, “O Jogador” (1992) e “Short Cuts – Cenas da Vida” (1993). Ele também trabalhou com Alan Rudolph em “Equinox” (1992) e Michael Apted em “Coração de Trovão” (1992), além de ter feito o cultuado “Bob Roberts” (1992) de Tim Robbins, seu parceiro de “O Jogador”, encaixando um lançamento atrás do outro. Filmou até com o mestre francês Alain Robbe-Grillet em “Un Bruit qui Rend Fou” (1995), exibido no Festival de Berlim. Mas prejudicou muito este embalo com a decisão de estrelar a sequência “O Ataque dos Vermes Malditos 2”, lançada direto em vídeo em 1996, e que o levou a outras produções de pouco valor artístico. Seus thrillers de baixo orçamento acabaram destinado às locadoras, mas algumas comédias conquistaram algum destaque, como “Caindo na Estrada” (2000), que lançou a carreira do diretor Todd Phillips (hoje mais conhecido por “Coringa”). Sem novos lançamentos de impacto, ele começou a fazer participações em séries, incluindo três episódios em “Plantão Médico” (E.R.) entre 2006 e 2007. A carreira nunca se recuperou. Após viver o presidente Ronald Reagan no thriller de espionagem “O Caso Farewell” (2009), fez apenas mais quatro filmes, encerrando sua trajetória cinematográfica no longa de ação “Dose Dupla” (2013), com Denzel Washington e Mark Wahlberg. Dois anos depois, despediu-se da TV em dois episódios da 2ª temporada de “True Detective”, em que viveu o pai do personagem de Colin Farrell.
Alan Ladd Jr. (1937–2022)
O produtor vencedor do Oscar Alan Ladd Jr. morreu nesta quarta-feira (2/3) aos 84 anos. Filho do lendário Alan Ladd, ator de clássicos dos anos 1940 e 1950 como “Alma Torturada” e “Os Brutos Também Amam”, o produtor foi um dos executivos mais influentes de Hollywood, responsável por lançar “Star Wars” e vários blockbusters que ganham continuações até hoje. Ladd Jr. raramente falava de seu pai, que morreu de aparente suicídio aos 50 anos, e foi criado por sua mãe longe de Hollywood. Seu primeiro emprego foi na imobiliária de seu padrasto. Mas sempre foi cinéfilo e, numa viagem a Londres, encontrou abertura para investir em produções independentes, lançado filmes britânicos no começo dos anos 1970: “O Preço de Amar”, “O Vilão”, “Amantes Infieis” e “Os que Chegam com a Noite”, estrelado por Marlon Brando, que fez sucesso nos EUA e o levou a Los Angeles. Em 1973, ele ingressou na 20th Century Fox como vice-presidente de produção, chegando a chefe de produção em 1974 e a presidente do estúdio em 1976. Embora a ascensão tenha sido rápida, ela se deu por meio de escolhas decisivas para a empresa, como o investimento em projetos controversos como “A Profecia”, “O Jovem Frankenstein”, “A Última Loucura de Mel Brooks” e “Guerra nas Estrelas”. Só este último filme rendeu US$ 500 milhões em seu lançamento, uma quantia nunca antes vista, fazendo com que, em cinco anos, Ladd quadruplicasse a receita e os lucros líquidos da Fox – de 1974 até sua saída em 1979. O detalhe é que ele foi considerado louco por bancar a visão do cineasta George Lucas. Ladd precisou colocar subalternos em seus lugares e contrariar o mercado cinematográfico inteiro para aprovar a produção de “Guerra nas Estrelas”, que, com orçamento de US$ 10 milhões, tinha sido recusado por todos os outros estúdios por ser considerado caro demais para valer o risco. A História mostrou quem tinha razão. O lançamento do filme em 1977 criou a era dos blockbusters modernos e dividiu o cinema em antes e depois de “Star Wars”. O Instagram oficial da Lucasfilm reconheceu a importância do produtor para a franquia numa homenagem póstuma, destacando que o “amigo querido” “ficou do lado de George [Lucas] naqueles dias iniciais, e seu impacto em ‘Star Wars’ não pode ser subestimado”. Carinhosamente conhecido na indústria como Laddie, Alan Ladd Jr. era respeitado por muitos e desdenhado por outros ao utilizar seu gosto como fator para fechar contratos, investir em projetos visionários e manter um perfil discreto e cordial em meio às suas conquistas, o que o distinguia do estilo extravagante, falastrão e processado por assédio que se tornou padrão em Hollywood nos últimos anos. Ele chegou a surpreender a indústria ao abandonar seu emprego de US$ 2 milhões por ano como chefe da 20th Century Fox porque sua equipe não estava sendo compensada o suficiente pelo sucesso de blockbusters como “Star Wars” e “Alien”. Poucos lembram, mas “Alien” também foi uma batalha pessoal de Ladd, que entendeu a importância de transformar Ripley (personagem masculino no roteiro original) em mulher, atendendo uma mudança solicitada pelo diretor Ridley Scott. Interpretada por Sigourney Weaver, a personagem foi a primeira heroína de ação moderna, inovando os blockbusters americanos. Após sair da Fox, o estúdio afundou com vários fracassos consecutivos, só voltando a se recuperar no final dos anos 1980. Já Ladd fundou sua própria produtora, a Ladd Co., que se tornou pioneira das produtoras “boutique”, empresas de cinema que atuam de forma independente, mas em aliança contratual com grandes estúdios – em seu caso, em parceria com a Warner Bros. Entre os diversos lançamentos históricos da Ladd Co., encontram-se filmes como “Corpos Ardentes”, “Era uma vez na América”, “Os Eleitos”, “Blade Runner”, “Loucademia de Polícia” e “Carruagens de Fogo”, que surpreendeu expectativas ao vencer o Oscar de Melhor Filme em 1981. Mas muitos de seus filmes de prestígio acabaram dando prejuízo. Hoje cultuadíssimo, “Blade Runner” de Ridley Scott foi um fracasso caríssimo em 1982. Isso fez com que ele voltasse aos grandes estúdios em meados dos anos 1980, virando presidente da MGM, por onde lançou “Feitiço da Lua”, que rendeu o Oscar para Cher, “Um Peixe Chamado Wanda” e “Rain Man”, vencedor do Oscar em 1989. Mas Ladd não ficou muito tempo à frente da MGM, saindo antes de conquistar o Oscar por “Rain Man”, quando o estúdio foi vendido. Em nova incursão independente, o produtor mostrou que continuava atento às novas tendências, lançando o hit “Thelma e Louise”, nova parceria com Ridley Scott, que revigorou o cinema de ação feminista em 1991 e o ajudou a reformar a Ladd Co, por onde produziu “Coração Valente”, épico estrelado e dirigido por Mel Gibson, que venceu o Oscar em 1996. Ladd se aposentou com o lançamento de “Medo da Verdade” em 2007, suspense que inaugurou a carreira de Ben Affleck como diretor. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Industrial Light & Magic (@ilmvfx)
David Gulpilil (1953–2021)
David Gulpilil, ator australiano de longa carreira e filmografia repleta de clássicos, reencontrou seus ancestrais durante o fim de semana. Ele tinha 68 anos e sofria de câncer de pulmão desde 2017. Integrante do clã Mandhalpingu do povo YolNGu, ele foi criado da maneira tradicional na terra de Arnhem e, graças a uma carreira de mais de 50 anos em filmes e séries, tornou-se o aborígene mais conhecido do mundo. Gulpilil apareceu pela primeira vez nas telas em 1971 no clássico absoluto “A Longa Caminhada”, de Nicolas Roeg, como um jovem aborígene que ajuda dois irmãos, uma adolescente e um menino brancos criados na cidade grande, a sobreviverem na região desértica do outback. Exibido em festivais do mundo inteiro, inclusive em Cannes, foi o cartão de visitas de uma carreira que teria muitos outros filmes marcantes. Um destes marcos foi “A Última Onda” (1977), de Peter Weir. Mistura de fantasia apocalíptica e drama jurídico, o longa girava em torno de um advogado (Richard Chamberlain) que passava a ter sonhos místicos e premonitórios após ser designado para defender um grupo de aborígenes acusado de assassinato, entre eles Gulpilil. O filme foi premiado nos festivais de Avoriaz e Sitges, os principais eventos mundiais do cinema fantástico, e fez deslanchar a carreira do ator – assim como a do diretor. Ele fez sua estreia em Hollywood numa sequência mística do filme “Os Eleitos” (1983), história do programa espacial americano, que venceu quatro Oscars. E em seguida teve um dos papéis principais de “Crocodilo Dundee” (1986), um dos filmes australianos mais populares de todos os tempos. Sua filmografia ainda destaca “Até o Fim do Mundo” (1991), do alemão Wim Wenders, e o impactante drama “Geração Roubada” (2002), de Phillip Noyce, como o rastreador de garotas aborígenes em fuga de serviços forçados (escravidão mesmo) nos anos 1930, além da carta de amor do cineasta Baz Luhrmann a seu país natal, “Austrália” (2008), com Nicole Kidman e Hugh Jackman. Mas seu principal trabalho como ator só veio em 2013, quando estrelou (e roteirizou) seu primeiro papel de protagonista em “O País de Charlie”, de Rolf de Heer, como um velho aborígene que, descontente com as leis dos brancos, parte para o interior australiano para viver segundo seus costumes, iniciando uma série de desventuras e eventos. Pelo desempenho, foi premiado como Melhor Ator na mostra Um Certo Olhar (Un Certain Regard) do Festival de Cannes e Melhor Ator nos AACTA Awards (o Oscar australiano), além de ser coberto de honrarias na Austrália. Entre seus últimos papéis, estão uma participação importante na última temporada da série “The Leftlovers”, em 2017, como o sábio Christopher Sunday, o filme de zumbis “Cargo” (2017), com Martin Freeman, e o drama “Amigos Para Sempre” (2019), onde atuou ao lado de Geoffrey Rush e Jai Courtney. Com a saúde deteriorando, ele ainda gravou depoimentos para um documentário dedicado à sua vida e carreira, “My Name is Gulpilil”, lançado em maio deste ano. Veja o trailer emocionante abaixo.
“Os Eleitos” é primeira série cancelada da Disney Plus
A Disney Plus optou por não encomendar uma 2ª temporada da série baseada em “Os Eleitos” (The Right Stuff), livro de Tom Wolfe sobre a história do programa espacial americano. A produção se tornou o primeiro cancelamento de série feito pela plataforma da Disney. O drama de época produzido por Leonardo DiCaprio (“Era uma Vez em… Hollywood”) e estrelado por Patrick J. Adams (“Suits”) e Jake McDorman (“Limitless”) teve origem no canal pago National Geographic antes de ser encampado pela Disney Plus. Mas a história muito conhecida, já transformada em filme em 1983, não teria atraído o público esperado. Primeira série original roteirizada da Nat Geo para Disney Plus e segunda série dramática original da Disney Plus, lançada depois de “The Mandalorian” nos EUA, “Os Eleitos” nunca atingiu o Top 10 das medições de streaming da Nielsen. Para complicar, ainda foi comparada negativamente ao filme vencedor de quatro Oscars, recebendo apenas 55% de aprovação da crítica norte-americana – medíocre – no Rotten Tomatoes por estender demais a história contada em pouco mais de 3 horas no cinema. Como comparação, o filme “Os Eleitos” tem 93% de aprovação. Veja abaixo o trailer da produção.
Series online: Wynonna Earp e Cidades Invisíveis são os destaques em streaming
Fãs de séries sobrenaturais estão bem servidos com os lançamentos desta sexta (5/2), que destacam “Wynonna Earp” e “Cidades Invisíveis” em streaming. Melhor atração do canal pago americano SyFy, “Wynonna Earp” adapta os quadrinhos homônimos de Beau Smith sobre uma descendente delinquente do famoso delegado do Velho Oeste Wyatt Earp, que recebe de forma relutante a missão de caçar demônios e acabar com uma maldição secular de sua família. O resultado é uma “Buffy” para o século 21. Nas mãos da produtora-roteirista Emily Andras (de “Lost Girl”), o faroeste sobrenatural virou cult ao combinar feminismo, rebeldia, monstros e sensualidade de forma indissociável. Estrelada por Melanie Scrofano (série “Damien”) como a ovelha negra da família e heroína do título, Dominique Provost-Chalkley (“Vingadores: Era de Ultron”) como sua irmã caçula, Katherine Barrell (série “Workin’ Moms”) como a policial “hot” (ou melhor, Haught) e Tim Rozon (série “Vagrant Queen”) como o pistoleiro Doc Holliday, a série faz uma mistura bem dosada de aventura, terror, western moderno, humor, empoderamento feminino, fantasia sexy e orgulho LGBTQIA+. Duas das três primeiras temporadas disponibilizadas pela Globoplay têm simplesmente 100% de aprovação no Rotten Tomatoes. Criada pelo cineasta Carlos Saldanha, que estreia no comando de uma obra em live-action (após dirigir as animações “A Era do Gelo”, “Rio” e “O Touro Ferdinando”), “Cidades Invisíveis” traz Marco Pigossi (“Tidelands”) no papel do detetive Eric, da Delegacia de Polícia Ambiental, que após encontrar um animal estranho numa praia carioca e conhecer a dona misteriosa de uma casa noturna (vivida por Alessandra Negrini), descobre um mundo habitado por entidades míticas normalmente invisíveis aos seres humanos. Cheia de reviravoltas e ritmo ágil, essa produção com criações do folclore brasileiro tem tudo para fazer sucesso internacional. Outros destaques da semana chegam na Disney+ (Disney Plus): a minissérie “Os Eleitos” (The Right Stuff), sobre a conquista do espaço nos anos 1960, baseada no livro homônimo que já tinha sido filmado em 1983 (num longa vencedor de quatro Oscars), e todos os episódios de “Ugly Betty”, uma das primeiras atrações a colocar temas LGBTQIA+ e a comunidade latina em evidência na TV americana. Para as crianças, o Top 10 semanal ainda traz os desenhos do “Snoopy e Sua Turma” e “Kid Cosmic”, nova série animada de Craig McCracken (criador de “As Meninas Superpoderosas”). Confira abaixo a relação completa e os trailers das 10 melhores séries disponibilizadas para streaming nesta semana. Wynonna Earp | EUA | 3 Temporadas (Globoplay) Cidade Invisível | Brasil | 1ª Temporada (Netflix) Os Eleitos | EUA | Minissérie (Disney+) Ugly Betty | EUA | 4 Temporadas (Disney+) Jovem Sheldon | EUA | 3ª Temporada (Globoplay) Hache | Espanha | 2ª Temporada (Netflix) Amar É… | EUA | Minissérie (Globoplay) Amigas para Sempre | EUA | 1ª Temporada (Netflix) Snoopy e Sua Turma | EUA | 1ª Temporada (Apple TV+) Kid Cosmic | EUA | 1ª Temporada (Netflix)
The Right Stuff: Minissérie sobre os primeiros astronautas ganha trailer e pôster
O canal pago National Geographic divulgou o pôster e o trailer da minissérie “The Right Stuff”, adaptação do famoso livro “Os Eleitos”, de Tom Wolfe, sobre os primeiros astronautas americanos. A minissérie, que será disponibilizada na plataforma Disney+ (Disney Plus), narra a trajetória dos pilotos de teste americanos que foram selecionados para dar início ao programa espacial dos Estados Unidos. A cena divulgada, por sinal, é o momento em que a oferta é feita para os candidatos, avisando que apenas os melhores seriam escolhidos para ir ao espaço ou morrer tentando. “Os Eleitos” já foi adaptado para o cinema em 1983 em uma obra aclamada de Philip Kaufman, que fez grande sucesso e venceu quatro Oscars. Mas a versão da minissérie tem uma grande diferença em relação ao filme. Apesar de mais longa, deixa de lado um personagem importante: Chuck Yeager, responsável por quebrar a barreira do som. Supostamente melhor que todos os outros pilotos, ele não se interessou em virar astronauta. No filme de Kaufman, ele foi vivido por Sam Shepard e dividiu a trama central como contraponto aos “eleitos” do título. A nova versão vai se concentrar apenas nos sete astronautas do programa Mercury. Eles são vividos por Patrick J. Adams (“Suits”) como John Glenn, Jake McDorman (“Limitless”) como Alan Shepard, Colin O’Donoghue (“Once Upon a Time”) como Gordon Cooper, Michael Trotter (“Underground”) como Gus Grissom, Aaron Staton (“Mad Men”) como Wally Schirra, Micah Stock (“Amizade Dolorida”) como Deke Slayton e James Lafferty (“A Maldição da Residência Hill”) como Scott Carpenter. O elenco também inclui Nora Zehetner (“Designated Survivor”) como Annie Glenn, Shannon Lucio (“True Blood”) como Louise Shepard, Eloise Mumford (“Chicago Fire”) como Trudy Cooper, Rachel Burttram (“Bloodline”) como Betty Grisson, Eric Ladin (“Bosch”) como Chris Kraft e Patrick Fischler (“Happy!”) como Bob Gilruth. A série tem produção da Appian Way, produtora do ator Leonardo DiCaprio, e foi desenvolvida por Will Staples, um especialista em tramas de videogames – como “Need for Speed: Rivals” (2013) e “Call of Duty: Modern Warfare” (2011). O trailer revela que a estreia vai acontecer em 9 de outubro nos EUA.
The Right Stuff: Vídeos apresentam a minissérie sobre os primeiros astronautas
O canal pago National Geographic divulgou o pôster, uma cena completa e um vídeo de bastidores da minissérie “The Right Stuff”, adaptação do famoso livro “Os Eleitos”, de Tom Wolfe, sobre os primeiros astronautas americanos. A minissérie, que será disponibilizada na plataforma Disney+ (Disney Plus), narra a trajetória dos pilotos de teste americanos que foram selecionados para dar início ao programa espacial dos Estados Unidos. A cena divulgada, por sinal, é o momento em que a oferta é feita para os candidatos, avisando que apenas os melhores seriam escolhidos para ir ao espaço ou morrer tentando. “Os Eleitos” já foi adaptado para o cinema em 1983 em uma obra aclamada de Philip Kaufman, que fez grande sucesso e venceu quatro Oscars. Mas a versão da minissérie tem uma grande diferença em relação ao filme. Apesar de mais longa, deixa de lado um personagem importante: Chuck Yeager, responsável por quebrar a barreira do som. Supostamente melhor que todos os outros pilotos, ele não se interessou em virar astronauta. No filme de Kaufman, ele foi vivido por Sam Shepard e dividiu a trama central como contraponto aos “eleitos” do título. A nova versão vai se concentrar apenas nos sete astronautas do programa Mercury. Eles são vividos por Patrick J. Adams (“Suits”) como John Glenn, Jake McDorman (“Limitless”) como Alan Shepard, Colin O’Donoghue (“Once Upon a Time”) como Gordon Cooper, Michael Trotter (“Underground”) como Gus Grissom, Aaron Staton (“Mad Men”) como Wally Schirra, Micah Stock (“Amizade Dolorida”) como Deke Slayton e James Lafferty (“A Maldição da Residência Hill”) como Scott Carpenter. O elenco também inclui Nora Zehetner (“Designated Survivor”) como Annie Glenn, Shannon Lucio (“True Blood”) como Louise Shepard, Eloise Mumford (“Chicago Fire”) como Trudy Cooper, Rachel Burttram (“Bloodline”) como Betty Grisson, Eric Ladin (“Bosch”) como Chris Kraft e Patrick Fischler (“Happy!”) como Bob Gilruth. A série tem produção da Appian Way, produtora do ator Leonardo DiCaprio, e foi desenvolvida por Will Staples, um especialista em tramas de videogames – como “Need for Speed: Rivals” (2013) e “Call of Duty: Modern Warfare” (2011). A estreia ainda não tem data definida, mas um dos vídeos dá como previsão o período do outono norte-americano (entre setembro e novembro).
Donald Moffat (1930 – 2018)
Morreu o veterano ator Donald Moffat, que fez sucesso na Broadway, no cinema e na televisão. Ele morreu na quinta-feira (20/12) em Sleepy Hollow, Nova York, aos 87 anos, após complicações de um derrame recente. Durante a longa carreira, que durou quase 50 anos, ele apareceu em 80 peças teatrais, dirigiu outras 10, fez 70 filmes e telefilmes e pelo menos 60 episódios de séries televisivas. Moffat nasceu em Plymouth, na Inglaterra, e se mudou para os EUA aos 26 anos. Ele começou sua trajetória no teatro e chegou a ser indicado ao prêmio Tony de Melhor Ator em 1967. A essa altura, já tinha uma década de experiência, tanto nos palcos quanto na televisão. Sua primeira participação televisiva foi num episódio da série noir “Cidade Nua”, em 1958. A estreia no cinema, porém, só foi acontecer depois da consagração teatral. Seu primeiro papel veio em “Rachel, Rachel” (1968), que também marcou o debut do astro Paul Newman como diretor. Durante os anos 1970, alternou aparições em episódios de séries clássicas, como “Missão Impossível”, “Lancer”, “Chaparral”, “Bonanza”, “Galeria do Terror”, “Gunsmoke”, “Tempera de Aço”, “O Homem de Seis Milhões de Dólares”, “Os Waltons” e “Os Pioneiros”, antes de ser escalado em seu primeiro papel fixo numa série, como o androide Rem na cultuada sci-fi “Fuga das Estrelas” (Logan’s Run), versão televisiva do filme “Fuga no Século 23” (1976). Paralelamente, caprichou em sua seleção de personagens em filmes icônicos, incluindo “R.P.M.: Revoluções por Minuto” (1970), de Stanley Kramer, o western “Sem Lei e Sem Esperança” (1972), de Philip Kaufman, a sci-fi “O Homem Terminal” (1974), de Mike Hodges, e o desastre clássico “Terremoto” (1974), de Mark Robson. O auge da carreira cinematográfica aconteceu na década de 1980, inaugurada por “Política do Corpo e Saúde” (1980), de Robert Altman. Em seguida, ele participou de dois dos filmes mais comentados do período. Viveu o comandante de uma estação de pesquisa antártica na cultuada sci-fi de terror “O Enigma de Outro Mundo” (The Thing, 1982), de John Carpenter, e roubou a cena como o vice-presidente Lyndon B. Johnson em “Os Eleitos” (The Right Stuff, 1983), seu segundo filme dirigido por Philip Kaufman, sobre o início do programa espacial americano. Os dois papéis foram sucedidos por uma enxurrada de trabalho. Moffat participou de um arco em “Dallas”, mas quase não teve tempo de fazer TV, brilhando em filmes diversos, do drama “A Baía do Ódio” (1985), de Louis Malle, ao trash “O Monstro do Armário” (1986). Ele retomou sua parceria bem sucedida com Kaufman em outro longa cultuado, “A Insustentável Leveza do Ser” (1988), e continuou acumulando obras de mestres do cinema. Vieram “Muito Mais que um Crime” (1989), de Costa-Gavras, “A Fogueira das Vaidades” (1990), de Brian De Palma, “Uma Segunda Chance” (1991), de Mike Nichols, “A Fortuna de Cookie” (1999), de Robert Altman, sem esquecer o papel de presidente corrupto dos Estados Unidos em “Perigo Real e Imediato” (1994), de Phillip Noyce, entre uma variedade de títulos. Em 2000, ele entrou em “Bull”, primeira série do canal pago TNT, focada no mercado financeiro. Mas a experiência se provou amarga. A série foi cancelada na metade da 1ª temporada e ele só fez mais três trabalhos depois disso – o telefilme esportivo “A História de um Recorde” (2001) e episódios individuais de “West Wing” (em 2003) e “Law & Order: Trial by Jury” (em 2005).
Scott Wilson (1942 – 2018)
Morreu o ator Scott Wilson, que interpretou o personagem Hershel Greene na série “The Walking Dead”. Ele tinha leucemia e faleceu em sua residência no sábado (6/10), em Los Angeles, aos 76 anos. Embora seja mais lembrado pela série de zumbis, Wilson teve uma longa carreira cinematográfica, iniciada em 1967 como coadjuvante no clássico “No Calor da Noite” (1967), que venceu o Oscar de Melhor Filme. E já em segundo trabalho se tornou protagonista, interpretando o assassino Dick Hickock em “A Sangue Frio” (1967), adaptação da famosa obra de Truman Capote, baseada em fatos reais. O diretor Richard Brooks apostou no desconhecido jovem ator de 24 anos porque ele era fisicamente semelhante com Hickock. “Todos os atores de Hollywood queriam esses papéis, incluindo [Paul] Newman e [Steve] McQueen”, Wilson recordou em uma entrevista em 1996 ao Los Angeles Times. “Brooks contratou dois ‘desconhecidos’ [o outro foi Robert Blake, o futuro ‘Baretta’], e ele queria que fossem ‘assassinos’ que ele, de alguma forma, encontrou.” Brooks montou uma exibição privada para Wilson e Blake depois que as filmagens foram concluídas, e “depois de ver o filme, eu fui ao banheiro e vomitei”, ele disse em uma entrevista de 2017. “Percebi o que acabara de ver. Fiz parte de algo que resistiria por um período de tempo, um clássico.” Este começo empolgante de carreira o levou a trabalhar com vários cineastas importantes, como Sydney Pollack (“A Defesa do Castelo”, 1969), John Frankenheimer (“Os Paraquedistas Estão Chegando”, 1969), Robert Aldrich (“Resgate de uma Vida”, 1971), Richard Fleischer (“Os Novos Centuriões”, 1972), Richard C. Sarafian (“Quando o Ódio Explode”, 1973), etc., além de levá-lo à primeira versão de “O Grande Gatsby” (1974), estrelada por Robert Redford. Entretanto, seu talento demorou a ser reconhecido, o que só aconteceu no terror “A Nona Configuração” (1980), de William Peter Blatty (o autor de “O Exorcista”), pelo qual foi indicado ao Globo de Ouro de Melhor Ator Coadjuvante. Wilson ainda apareceu em “Os Eleitos: Onde o Futuro Começa” (1983), de Philip Kauffman, no thriller “Um Rosto sem Passado” (1989), de Walter Hill, e no western “Jovem Demais para Morrer” (1990), de Geoff Murphy, antes de voltar a se reunir com Blatty em “O Exorcista III” (1990). A variedade de sua filmografia também incluiu os dramas “Os Últimos Passos de um Homem” (1995), de Tim Robbins, “Até o Limite da Honra” (1997), de Ridley Scott, e as estreias de três cineastas importantes: Christopher McQuarrie (“A Sangue Frio”, 2000), Patty Jenkins (“Monster: Desejo Assassino”, 2003) e o sul-coreano Bong Joon Ho (“O Hospedeiro”, 2006). Seu envolvimento com a televisão começou com um papel recorrente em “CSI”, que o fez aparecer em nove episódios da série, entre 2001 e 2006, mas foi seu desempenho como o fazendeiro Hershel Greene, ao longo de três temporadas de “The Walking Dead”, que conquistou a maior quantidade de fãs de sua carreira. O mais curioso é que o ator nunca fez teste para o papel. “Meu empresário ligou e disse que queriam que eu fizesse dois ou três episódios”, ele contou à revista The Hollywood Reporter. “Eu perguntei do que se tratava e ele disse zumbis. Eu respondi: ‘Me dê uma boa notícia’.” Depois de assistir a 1ª temporada, Wilson acabou topando. “Eu ainda não tinha feito muita TV na época, só ‘CSI’, como o pai de Marg Helgenberger, e achei muito interessante trabalhar em ‘The Walking Dead’, porque nunca tinha interpretado o mesmo personagem por tanto tempo, o que é muito diferente de fazer uma peça ou filme”. Um dos principais aliados do protagonista Rick Grimes (Andrew Lincoln) na série de zumbis, Hershel foi apresentado aos telespectadores na 2ª temporada, como o fazendeiro que salva a vida do jovem Carl (Chandler Riggs) e acolhe os sobreviventes originais em sua propriedade. Pai das personagens Maggie (Lauren Cohan) e Beth (Emily Kinney), Hershel seria eliminado logo em seguida, mas o personagem agradou e logo se estabeleceu como a voz da sabedoria que guiava a série. Ele acabou sobrevivendo por três temporadas, mas sua despedida chocou o público no quarto ano da produção, quando foi brutalmente assassinado pelo Governador (David Morrissey), um dos grandes vilões de “The Walking Dead”. Após o sucesso de sua passagem pelo apocalipse zumbi, Wilson integrou novas séries: “Bosch”, “Damien” e “The OA”. E ainda voltou ao cinema, integrando o western “Hostis” (2017), de Scott Cooper, ao lado de Christian Bale. Durante a New York Comic Con neste fim de semana, a showrunner de “The Walking Dead” Angela Kang revelou que o ator ainda poderá ser visto pelos fãs na série. Ele deixou gravadas suas últimas cenas na 9ª temporada, em que personagens do passado retornam para a despedida de Rick. A participação também foi a despedida de sua carreira.
Tom Wolfe (1931 – 2018)
Morreu o escritor Tom Wolfe, que misturou jornalismo e literatura para criar, nos anos 1960, o híbrido cultural que ficou conhecido como “New Journalism”. Ele faleceu na segunda (14/5), aos 88 anos em Nova York, após ser hospitalizado com uma infecção. Além de autor premiado de best-sellers, que retratou desde astronautas e hippies a magnatas de Wall Street, Wolfe também ajudou a materializar alguns filmes famosos. O cinema se interessou pela prosa do escritor ainda nos anos 1970, quando artigos que ele escreveu sobre as corridas de stock car da NASCAR foram adaptados no filme “O Importante É Vencer” (1973), dirigido por Lamont Johnson e estrelado por Jeff Bridges. Muito mais bem-sucedido foi “Os Eleitos” (1983), em que Philip Kaufman levou às telas a extensa cobertura realizada por Wolfe sobre o início do programa espacial americano e de seus primeiros astronautas. O próprio Wolfe colaborou como consultor do roteiro de Kaufman. Belíssimo, o filme conquistou quatro Oscars, três deles técnicos e outro pela trilha de Bill Conti, mas merecia muito mais, num ano em que a Academia preferiu o convencional “Laços de Ternura”. Por conta disso, a expectativa em relação à adaptação de “A Fogueira das Vaidades” (1990), com direção de Brian De Palma, o mais famoso diretor a abordar o universo narrativo de Wolfe, foi às alturas. De Palma vinha do sucesso de “Os Intocáveis” (1987) e levaria para as telas a primeira ficção de Wolfe – e maior êxito comercial do escritor. Mas a história ácida do yuppie de Wall Street, que sai na rua errada e acaba atropelando e matando um jovem negro, foi tratada de forma convencional e – apesar de trazer Tom Hanks no papel principal – apresentada com personagens totalmente antipáticos, que não engajaram o público. O filme foi queimado pela crítica e acabou fracassando nas bilheterias. Tom Wolfe nunca mais voltou ao cinema, embora o site IMDb insista que ele escreveu o besteirol de época “Os Quase Heróis” (1998), que tem apenas 8% de aprovação. Trata-se de um homônimo. Mas ele fez algo melhor e mais divertido: duas aparições memoráveis na série animada de “Os Simpsons”. Numa delas, exibida em 2000, Homer cometia a heresia de derrubar chocolate sobre o imaculado terno branco que era marca registrada do escritor. Rápido diante do desastre, Wolfe simplesmente rasgava o terno sujo para revelar outro idêntico sob a roupa. Icônico.
Sam Shepard (1943 – 2017)
O ator, roteirista e dramaturgo Sam Shepard morreu na última quinta-feira (26/7), aos 73 anos, em sua casa no estado americano de Kentucky. Ele foi vítima de complicações da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), e estava cercado pela família no momento da morte, segundo anunciou um porta-voz na segunda-feira (31/7). Vencedor do Pulitzer por seu trabalho teatral – pela peça “Buried Child” (1979) – e indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por “Os Eleitos” (1983), Samuel Shepard Rogers III nasceu em 1943, no estado de Illinois, filho de pai militar. Antes de ficar conhecido em Hollywood, ele tocou bateria na banda The Holy Modal Rounders (que está na trilha de “Sem Destino/Easy Rider”), e decidiu escrever peças num momento em que buscava trabalhos como ator em Nova York. Em 1971, escreveu a peça “Cowboy Mouth” com a então namorada Patti Smith, que marcou sua traumática estreia nos palcos. Já no início das apresentações, Shepard ficou tão perturbado por se apresentar diante do público que abandonou o palco e, sem dar nenhuma explicação, foi embora da cidade. Ele decidiu se concentrar em escrever. Acabou assinando até roteiros de cinema, como o clássico hippie “Zabriskie Point” (1970), de Michelangelo Antonioni, e a adaptação da controvertida peça “Oh! Calcutta!” (1972). Também escreveu, em parceria com Bob Dylan, “Renaldo and Clara” (1978), único longa de ficção dirigido por Dylan. O filme marcou a estreia de Shepard diante das câmeras, numa pequena figuração. Sentindo menos pânico para atuar em estúdio, enveredou de vez pela carreira de ator, trabalhando a seguir no clássico “Cinzas do Paraíso” (1978), de Terrence Malick, como o fazendeiro que emprega Richard Gere e Brooke Adams. Fez outros filmes até cruzar com Jessica Lange em “Frances” (1982). A cinebiografia trágica da atriz Frances Farmer iniciou uma longa história de amor nos bastidores entre os dois atores, que só foi encerrada em 2009. Na época, ele já era casado e o divórcio só aconteceu depois do affair. Shepard finalmente se destacou em “Os Eleitos”, o grandioso drama de Philip Kaufman sobre os primeiros astronautas americanos, no qual viveu Chuck Yeager, que quebrou a barreira do som e sucessivos recordes como o piloto mais veloz do mundo. Sua história corria em paralelo à conquista do espaço, mas chegava a ofuscar a trama central, a ponto de lhe render indicação ao Oscar – perdeu a disputa para Jack Nicholson, por “Laços de Ternura” (1983). Fez seu segundo filme com Lange, “Minha Terra, Minha Vida” (1984), enquanto escrevia o fabuloso roteiro de “Paris, Texas” (1985), dirigido por Wim Wenders, que venceu a Palma de Ouro no Festival de Cannes. Paralelamente, ainda alinhavou a adaptação de sua peça “Louco de Amor” (1986). Dirigido por Robert Altman, “Louco de Amor” foi o filme que consagrou Shepard como protagonista, na pele do personagem-título, apaixonado por Kim Basinger a ponto de largar tudo para encontrá-la num motel de beira de estrada e convencê-la a dar mais uma chance ao amor. O ator e roteirista resolveu também virar diretor, e foi para trás das câmeras em “A Casa de Kate é um Caso” (1988), comandando sua mulher, Jessica Lange, num enredo sobre uma família que passou anos separada até finalmente decidir acertar as contas. O filme não teve a menor repercussão e Shepard só dirigiu mais um longa, o western “O Espírito do Silêncio” (1993), que nem sequer conseguiu lançamento comercial. Por outro lado, entre estes trabalhos ele se tornou um ator requisitado para produções de temática feminina, como “Crimes do Coração” (1986) e “Flores de Aço” (1989), que giravam em torno de vários mulheres e seus problemas, e de histórias de amor, como “O Viajante” (1991), “Unidos pelo Destino” (1994) e “Amores e Desencontros” (1997). Como contraponto a essa sensibilidade, também fez thrillers de ação em que precisou mostrar-se frio e calculista, como “Sem Defesa” (1991), de Martin Campbell, “Coração de Trovão” (1992), de Michael Apted, e “O Dossiê Pelicano” (1993), de Alan J. Pakula. Ele conseguiu o equilíbrio e se manteve requisitado, aparecendo em alguns dos filmes mais famosos do começo do século, como o thriller de guerra “Falcão Negro em Perigo” (2001), de Ridley Scott, e “Diário de uma Paixão” (2004), de Nick Cassavetes. Em 2005, estrelou seu último filme com Lange, “Estrela Solitária”, dirigido por Wim Wenders, como um astro de filmes de cowboy que abandona uma filmagem e tenta se reconectar com a família, apenas para descobrir que tem um filho que não conhece. Dois anos depois, fez um de seus melhores trabalhos como ator, “O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford” (2007), de Andrew Dominik, no papel de Frank James, o irmão mais velho de Jesse, interpretado por Brad Pitt. Ele voltou a trabalhar com o diretor e com Pitt em “O Homem da Máfia” (2012). Entre seus últimos trabalhos ainda se destacam o suspense político “Jogo de Poder” (2010), de Doug Liman, o thriller de ação “Protegendo o Inimigo” (2012), de Daniel Espinosa, e os dramas criminais “Amor Bandido” (2012), de Jeff Nichols, “Tudo por Justiça” (2013), de Scott Cooper, e “Julho Sangrento” (2014), de Jim Mickle. Em alta demanda, Shepard permaneceu requisitado e desempenhando bons papéis até o fim da vida. Só no ano passado estrelou três filmes (“Ithaca”, “Destino Especial” e “Batalha Incerta”). Mas depois de tanto viver namorado e amante, no fim da carreira especializou-se em encarnar o pai de família. Eles fez vários filmes recentes nesta função, como “Entre Irmãos” (2009), de Jim Sheridan, como o pai de Jake Gyllenhaal e Tobey Maguire, e “Álbum de Família” (2013), de John Wells, cuja morte volta a reunir a família disfuncional, formada por Julia Roberts, Meryl Streep e muitos astros famosos. A sua última e marcante aparição foi na série “Bloodline”, da Netflix, como o patriarca da família Rayburn, sobre a qual girava a trama de suspense. A atração completou sua trama na 3ª temporada, lançada em maio deste ano. Sam Shepard deixa três filhos — Jesse, Hannah e Walker.









