Liliana Cavani e Tony Leung serão homenageados no Festival de Veneza
A cineasta Liliana Cavani (“O Porteiro da Noite”) e o ator Tony Leung Chiu-wai (“Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis”) vão ser homenageados na próxima edição do Festival de Veneza. A dupla vai receber o Leão de Ouro em reconhecimento às suas carreiras. Cavani não é estranha ao festival. Vários dos seus filmes já foram exibidos em Veneza, como “Galileo” (1968), “Os Canibais” (1970), “Gestos de Amor” (1993) e “O Retorno do Talentoso Ripley” (2002). “Uma das protagonistas mais emblemáticas do Novo Cinema Italiano dos anos 1960, cujo trabalho abrange mais de 60 anos de história do showbusiness, Liliana Cavani é uma artista versátil que frequenta a televisão, o teatro e a ópera com o mesmo espírito não convencional e fermento intelectual que tornaram seus filmes famosos”, disse Alberto Barbera, diretor do Festival, em comunicado. “Sua mentalidade sempre foi não conformista, livre de preconceitos ideológicos e desvinculada de qualquer tipo de lavagem cerebral; é impulsionada pela busca constante por uma verdade oculta nos cantos mais recônditos e misteriosos da alma humana, até o limite da espiritualidade”, continuou ele. “Os personagens de seus filmes estão situados em um contexto histórico que mostra uma tensão existencial em relação à mudança, jovens em busca de respostas para questões importantes, personagens complexos e problemáticos que refletem o conflito não resolvido entre o indivíduo e a sociedade”. E Tony Leung Chiu-wai estrelou filmes consagrados como “Amor à Flor da Pele” (2000), “Conflitos Internos” (2002), “2046: Os Segredos do Amor” (2004). Ele também estrelou três filmes premiados no festival: “c” (1989), “Entre a Inocência e o Crime” (1995) e “Desejo e Perigo” (2007). Falando sobre o ator, Barbera disse que “Tony Leung é um intérprete carismático cursando uma carreira excepcional e transnacional que evoluiu em paralelo com a expansão da circulação global dos filmes. Não só os papéis de Tony Leung abrangem uma grande variedade de gêneros, mas também fazem a ponte entre televisão, cultura popular e cinema de arte em diferentes latitudes”. “Reconhecido como um dos principais atores de sua geração, mantendo a incrível versatilidade que o transformou em estrela do cinema em Hong Kong na década de 1980, ele alcançou um perfil único como uma estrela pan-asiática e global, confirmando sua presença em culturas de tela em constante mudança, desconstruindo a ideia tradicional do estrelato masculino e trazendo sensibilidade convincente para todos os seus papéis”, completou ele. A 80ª edição do Festival de Veneza vai acontecer entre 30 de agosto e 9 de setembro na cidade italiana.
Rogério Samora (1959–2021)
O ator português Rogério Samora morreu nesta quarta (15/12), de 62 anos, após 147 dias hospitalizado em Lisboa. Ele estava internado desde julho, após sofrer uma parada cardíaca durante a gravação de uma novela. Conhecido no Brasil pela novela “Nazaré”, da Band, Samora sofreu um infarto nos estúdios da SIC enquanto gravava uma novela portuguesa, “Amor Amor”. O artista tem um papel importante na trama e, antes de se sentir mal, estava contracenando com outro ator conhecido dos brasileiros, Ricardo Pereira (“Deus Salve o Rei”, “Minha Vida em Marte”), que é o protagonista. Ele foi acudido rapidamente pelos colegas e equipes de produção da novela e levado para o Hospital Amador Sintra. Mesmo assim, não conseguiu se recuperar. Nascido em Lisboa, em 28 de outubro de 1958, Samora acumulava mais de 40 anos de carreira. Ele começou no teatro e participou de muitas novelas, séries, programas de televisão e filmes premiados, incluindo três longas do mestre Manoel de Oliveira, “Os Canibais” (1988), “Palavra e Utopia” (2000) e “O Quinto Império – Ontem Como Hoje” (2004), além de “Capitães de Abril” (2000), de Maria de Medeiros, e “As Mil e Uma Noites” (2015), de Miguel Gomes, entre outras obras premiadas. Samora também fez dois filmes brasileiros: “Solidão, Uma Linda História de Amor”, de Victor di Mello, em 1989, contracenando com Tarcísio Meira, Maitê Proença, Nuno Leal Maia, Vera Gimenez e até Pelé, e “Diário de Um Novo Mundo”, de Paulo Nascimento, em 2005, ao lado de Edson Celulari e Daniela Escobar.

